Thursday, January 31, 2008

Será uma liderança diferente o segredo?

Sabemos que há pessoas com características de liderança, assim como há pessoas sem carisma, nem capacidade de liderança. Depois, há ainda os que aparentemente são líderes natos, mas são ineficientes. Gerir pessoas é complexo.

Tudo isto a propósito da substituição de Correia de Campos por Ana Jorge, no Ministério da Saúde.

Vejamos o que dizem os chamados "gestores da saúde":
  • debaixo da condição de anonimato, é linear: “Sai o ministro, continuam as políticas, mas com um rosto mais humanista”, diz um gestor hospitalar.
  • “As prioridades e as reformas estavam todas certas, o ministro é que deixou de ter condições para continuar a implementá-las”, complementa outro profissional de saúde.
  • “Há o perigo de esta mudança poder dar um sinal de que as contas do Serviço Nacional de Saúde (SNS) podem ser menos controladas”, sublinha um analista do sector.
  • o presidente do Hospital de Santa Maria, Adalberto Campos Fernandes, sublinha a necessidade de “dar continuidade ao programa de Governo”, sob pena de arruinar o progresso que foi feito na reforma do funcionamento do SNS.
  • Manuel Delgado considera que, “apesar de as políticas estarem certas, as críticas sistemáticas ao ministro da Saúde deixaram pouca margem política para a sua continuação”.

Para nós, só houve mudança de Ministro, porque a política estava errada, pelo menos na opinião do Primeiro Ministro, que é o Chefe do Governo.

Ou agora, substituem-se pessoas, quando elas desempenham uma função de gestão adequada? Se assim for, é uma decisão disparatada e até mesmo criminosa, para o país!

Isto é, substituem-se pessoas competentes? Algum Chefe ou Patrão faz isso? Evidentemente que não. Não estamos a ver o Engenheiro Belmiro de Azevedo ou o Dr. Ricardo Salgado, a despedirem gestores competentes e com resultados dados.

Evidentemente, que José Sócrates pode estar a cometer um erro crasso, se substitui Correia de Campos, porque este era impopular, mas vai continuar a implementar a mesma política com uma Senhora! Este erro custará muito caro, sobretudo aos portugueses.

Post Scriptum: Para nós, a política estava errada, pelas seguintes razões: 1) não atacou realmente as verdadeiras fontes de desperdício do Ministério da Saúde; 2) as contas do Ministério não estão controladas, como já referiu o Tribunal de Contas; 3) o SNS deixou de ser tendencialmente gratuito, para ser tendencialmente a pagar.

Wednesday, January 30, 2008

Olha para o que eu digo!

A novela da saúde veio para ficar. E ficará. Tenhamos a certeza. E a razão é simples: o saco do dinheiro é cada vez menor e os vampiros são muitos!

O Primeiro Ministro, José Sócrates, não consegue mentir. Apesar de se lhe reconhecer uma técnica muito sofisticada, na forma como gere a "não verdade".

Ora vejamos, o que diz José Sócrates, a propósito da saída de Correia de Campos e da entrada de Ana Jorge:
  • O primeiro-ministro, José Sócrates, garantiu hoje que mantém as suas reformas na área da saúde, nomeadamente na rede hospitalar, e que não haverá mais encerramentos de urgências sem alternativas.
  • "Ninguém vai voltar atrás em nada. O que nós queremos é ter um novo método mas cumprir os mesmos objectivos".
  • "Não quero que as pessoas pensem que o Estado está a fechar as portas para se ir embora", afirmou.

Ora, só os ingénuos é que pensarão que haverá mudança, nos objectivos! Ou seja, o Primeiro Ministro acha que não se encerrarão mais hospitais, sem haver alternativas aos serviços a encerrar. Mas, entretanto não volta atrás! Dito de outra forma, quem já tem o serviço hospitalar encerrado, que se quilhe!

Mas, ainda assim, será que os próximos serviços hospitalares a encerrar, terão mesmo alternativa, para além do "carro dos bombeiros"?

Fim do SNS à vista?

O SNS, tal como foi concebido em 1979, por António Arnaut, morreu há muito. Sobretudo, quando a nova Lei de Bases da saúde de 1990, veio introduzir na Constituição da República a célebre ideia de "saúde tendencialmente gratuita".

Como portugueses que somos, sabemos que a nossa língua é dada a promiscuidades e inverdades. "Tendencialmente gratuita" diz tudo e diz nada. Ou seja, abriu-se o caminho do fim do SNS, como Arnaut o idealizou.

Convenhamos que não há outra volta a dar, pois o envelhecimento da população, o factor da beleza eterna e os baixos níveis de crescimento demográfico, só podem conduzir a um descontrolado custo da saúde, a não ser que cada um de nós comece a pagar tendencialmente uma grande parte do que gasta com a saúde.

Em paralelo, com os encerramentos de serviços públicos, registamos a coincidência da abertura, potencial, de novas unidades de saúde privadas!

  • A par de Mirandela, as cidades de Bragança, Chaves e Vila Real também fazem parte do leque de investimentos em hospitais privados
  • Em Bragança ainda não há anúncio oficial, mas o Jornal NORDESTE sabe que os terrenos anexos ao Instituto Superior de Línguas e Administração (ISLA) vão acolher uma unidade de saúde de carácter privado.
  • Já em Chaves, a unidade deverá estar concluída no último trimestre de 2009, fruto de um investimento na ordem dos 20 milhões de euros, que resulta de uma parceria entre a Casa de Saúde de Guimarães (CSG) e o Hospital Privado de Viana de Castelo
  • Já o Hospital da Trofa anunciou recentemente que vai transformar o Hotel do Parque, inacabado há mais de 27 anos, no futuro Hospital Privado de Vila Real. Trata-se de uma unidade que terá as valências de urgência, internamento e ambulatório, bem como residências assistidas.

Será que há coincidências?

Post Scriptum: Deus queira que nos enganemos, mas não ficará o SNS apenas com o tratamento dos marginalizados da sociedade? E se assim for, aceitará a classe média suportar com os seus impostos o SNS?

Tuesday, January 29, 2008

Monday, January 28, 2008

Sunday, January 27, 2008

Será o Alert P1, um sistema informático?

Um sistema de informação de gestão tem que ser integrador e global, em relação aos vários utilizadores que o utilizam. Se não o for, mais vale continuar a ter os velhos carimbos, papel e caneta. Tudo isto a propósito desta notícia: Empresa conquista informática sem concurso. Programa para a Consulta a Tempo e Horas tem deficiências, criticam médicos.

Vejamos mais, a propósito de mais um acto gestão grave para todos os contribuintes portugueses:
  • Incompatibilidade total. Foi a esta conclusão que chegou o Ministério da Saúde depois de ter gasto sete milhões de euros na compra a uma empresa privada de um novo sistema informático que visava a marcação pelos centros de saúde das primeiras consultas da especialidade nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde.
  • Agora, médicos e administrativos acabam de perceber que a aplicação informática Alert P1 é totalmente incompatível com os sistemas já pré-existentes nos centros de saúde, nas Unidades de Saúde Familiar e nos hospitais públicos
  • Entre as falhas do Alert P1 detectadas por centros de saúde de norte a sul do país contam-se a "falta de interoperabilidade com as demais aplicações informáticas - SAM, Medicine One e VitaCare - e ainda a reduzida flexibilidade funcional do sistema".

Das duas uma, ou quem tomou a decisão de adquirir o equipamento informático, não percebe nada de sistemas de informação de gestão ou sequer de gestão, ou existiram factores ocultos que ajudaram a tão disparatada decisão!

Lá terão que se encerrar mais uns quantos serviços de saúde para colmatar mais um golpe de sete milhões de euros.

Friday, January 25, 2008

A evidente falta de capacidade de gestão: outra vez

Não é possível viver sem sistemas de informação, em qualquer tipo de organização. Goste-se ou não de informática.

O tempo em que existiam centenas ou milhares de pessoas a prencherem papéis à mão, carimbando e agrafando documentos, acabou. Ou pelos menos, tem que acabar.

Só que uma decisão de compra de um sistema informático, não pode ser leviana ou tomada por impulso. Ainda poderá menos, ser tomada por pessoas que nem sequer percebem de informática! Ou se quisermos, de sistemas de informação.

Tudo isto, a propósito disto: O Ministério da Saúde gastou sete milhões de euros na compra a uma empresa privada de um sistema informático que visa a marcação pelos centros de saúde das primeiras consultas da especialidade nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

À primeira vista, óptimo. Mas, a decisão parece que não foi a melhor: As boas intenções do Governo caem por terra com as críticas dos médicos dos centros de saúde e das Unidades de Saúde Familiar (USF), que denunciam que a aplicação informática Alert P1 é incompatível com o sistema informático já existente nos centros de saúde e hospitais.

Pois é, e quem é o responsável? A resposta vem aqui:
  • A secretária de Estado adjunta e da Saúde, Carmen Pignatelli, é a governante responsável pela compra do programa informático Alert P1 e fonte do Ministério da Saúde diz que não houve qualquer financiamento do antigo programa Saúde XXI gerido pela actual governante à compra do programa informático.

E assim vamos nós, alegremente esbanjando nuns lados e poupando noutros à custa dos que menos podem!

Wednesday, January 23, 2008

Os medicamentos em unidose e a voragem pelo lucro

O tema dos medicamentos serem vendidos em unidose ou em caixas de 20, 40 ou 60 unidades, já é discutido há muito. Em países mais desenvolvidos, a unidose já existe há muito. Em países emergentes, como é o caso do Brasil, a unidose também já existe.

Finalmente, por cá alguém pretende levar o assunto ao Parlamento. Naturalmente que a venda de medicamentos através de unidose acarreta problemas a alguns lobbies poderosos: laboratórios farmaceuticos e farmácias.

Evidentemente, que é mais rentável vender 60 comprimidos, do que vender 2! Nós sabemos isso.

Vejamos a postura de alguém que se sente afectado:
  • A indústria farmacêutica considera que a venda de medicamentos em unidose, que o CDS-PP vai hoje defender no Parlamento, «poderia acarretar um perigo para a saúde pública».

Como? O doentes em vez de possuirem stocks de medicamentos em casa, que lhes custa dinheiro e ao Estado (SNS), passavam a possuir uma quantidade aceitável, e isso causa problemas de saúde pública? Grandes cortinas de fumo, para os ingénuos engolirem!

Mas, vejamos como a argumentação é fraca:

  • «Considerar que a distribuição por unidose é resolução do problema dos doentes e uma medida para aumentar a sustentabilidade do sistema de saúde é profundamente irreflectido e demagógico»
  • Para a Apifarma, a medida «poderia acarretar um perigo para a saúde pública, por não estarem acauteladas as condições exigíveis de qualidade e segurança.»

É em alturas como estas, que os políticos que são eleitos pelos cidadãos, necessitam de cuidar dos recursos de todos, e não privilegiar só alguns!

Vejamos o que nos diz o Ministro Correia de Campos e a maioria parlamentar que o suporta.

É na gestão do desperdício que acarretam os stocks de medicamentos em casa dos cidadãos, que se pode poupar. Poupa-se mais, do que nos encerramentos de hospitais, sem alternativa para os cidadãos.

Fumar na casa de banho

Fonte: aqui.

Tuesday, January 22, 2008

Mais uma vez: falta de gestão

As receitas médicas estão a inundar as farmácias, porque estão mal preenchidas. Que grande novidade! Sempre estiveram mal preenchidas. Naturalmente, que os maus hábitos demoram a "entrar nos eixos". Deixaram os médicos adquirir o mau hábito de "escreverem à médico", e agora o desgraçado do doente é que paga a factura!

Vejamos alguns detalhes:
  • As farmácias estão a ser inundadas pela devolução de milhares de receitas – em especial com remédios caros e maior comparticipação do Serviço Nacional de Saúde (SNS) – das mais variadas doenças: cardiovasculares, diabetes, hipertensão arterial, infecções.
  • O bastonário dos médicos, Pedro Nunes, critica o “excesso de burocratização das receitas”.
  • Os doentes “não podem ser penalizados pelo incumprimento das unidades de Saúde e incompetência dos funcionários, que não sabem cumprir a lei e não põem a vinheta, ou dos médicos, que se esquecem de pôr a data”. Quem o diz é João Cordeiro, presidente da Associação Nacional das Farmácias, que confirma ao CM a devolução das receitas pelo Confact.

Ora bem, Dr. João Cordeiro. Não pode ser o doente (que é o "mexilhão") a pagar o mau serviço de alguém!

Porquê que não está já implementado um sistema de receita electrónica, em que os médicos tenham que escrever através "de teclado"?

O doente, que é o cliente do Ministério da Saúde, é que vai pagar a factura, senão vejamos: mas há colegas que não vendem ou então vendem sem receita e o doente paga a totalidade do preço e perde a comparticipação. Outros doentes adiam o tratamento e agravam a doença. Há reinternamentos.

Sunday, January 20, 2008

Serviços de urgência de Terceiro Mundo?

O nosso lado da fronteira é muito claro: defendemos os doentes da saúde e os contribuintes do SNS (ou seja, os que pagam impostos). E defendemos estes dois grupos pelas seguintes razões:
  1. Há demasiada gente a ganhar com a saúde (laboratórios farmaceuticos, médicos, grupos privados de saúde, Altos funcionários públicos, farmácias, enfermeiros, etc.).
  2. Os doentes e os contribuintes são normalmente uma parte passiva do "grande jogo", quer porque estão fragilizados pela doença, quer porque não sabem que estão a engordar grandes interesses!

Contudo, não metemos todos os participantes no "grande jogo", dentro do mesmo saco. Há muita gente boa a actuar na saúde, desde médicos a enfermeiros, que aguentam muitas vezes, situações anómalas e dolorosas no dia-a-dia de um sector em declínio evidente!

Vejamos duas reflexões recentemente trazidas por dois participantes no "grande jogo":

Primeiro, o Bastonário da Ordem dos Médicos, recentemente eleito, Dr. Pedro Nunes:

  • Há determinados serviços de urgência em Portugal que nós teríamos todo o interesse em não os exibir, não podiam existir no Terceiro Mundo, nem num País do terceiro mundo, e muito menos andar a pedir avaliações a universidades estrangeiras. Não é preciso nenhum professor catedrático de nenhuma universidade estrangeira para entrar nos corredores do hospital de Faro e saber que aquilo não é possível acontecer num País mesmo do terceiro mundo.

Segundo, o Deputado Manuel Alegre:

  • O ex-candidato presidencial independente e deputado socialista, Manuel Alegre, teceu este sábado críticas demolidoras à reforma dos serviços de saúde, considerando que se trata de um «erro colossal» e de uma política «estapafúrdia» do actual Governo.

Estas reflexões, vêm de diferente lados da barricada do "grande jogo", mas coincidem numa avaliação fraca à actual política do Ministério da Saúde. Para nós, há muito tempo que percebemos que a racionalidade do SNS não se pode fazer à custa dos mais fracos e pobres, sob pena de poder aparecer um qualquer fantasma, como aliás Manuel Alegre o tipifica: «Se aparece uma Maria da Fonte, de saias ou de calças, arranja uma fronda popular, e isso pode pôr em causa um certo consenso nacional sobre a própria democracia».

Post Scriptum: não somos contra o lucro. Antes pelo contrário, somos favoráveis ao mérito de quem é mais competente e eficiente.

Thursday, January 17, 2008

Wednesday, January 16, 2008

Novos Centros de Saúde à espera de abrir

A ordem do Ministério da Saúde é simples: encerrem-se serviços. Os argumentos são vários:
  1. Houve uma qualquer Comissão Técnica de "peritos" que indicou o encerramento.
  2. O Ministro Correia de Campos entende que são falsas urgências.
  3. Os resultados económicos dos serviços a encerrar são fracos.
  4. A produção de serviços e a sua qualidade é fraca.

Sim, Senhor. Mas, há imensos hospitais em completo estado de decadência, que se vão mantendo, mesmo que prestem péssimos serviços aos doentes. Há também imensos centros de saúde a funcionar em prédios de habitação, sem elevador e sem acesso adequado a deficientes. Mais exemplos poderíamos referir, sobre maus casos de serviços que persistem e não são encerrados. Também há casos, como o Hospital de Anadia, em que após a realização de obras de 3 milhões de euros, o governo decidiu encerrar a sua urgência.

Mas, para nosso espanto, também há serviços novos, por abrir, e há mais de um ano! Vejamos isto: «Em Alcabideche, o edifício está pronto há mais de um ano e vamos agora reunir com a administração de saúde para saber qual é o problema daquele magnífico edifício do qual são possuidores», acrescenta o presidente da câmara de Cascais.

Resposta do funcionário do Ministério da Saúde: António Branco admite que houve um atraso «irrelevante» na abertura ao público do centro de saúde de S. Domingos de Rana. Quanto a Alcabideche o presidente da ARS confessa existir uma «área cinzenta» e espera que o autarca descubra o motivo do atraso.

Correia de Campos é o "chefe" da equipa do Ministério da Saúde, e por isso é o mais responsável. Mas, com gente como este Senhor António Branco, é difícil fazer alguma coisa de jeito!

Tuesday, January 15, 2008

A gestão da falácia e o futuro Hospital do Algarve

Vamos lendo e ouvindo que há vários médicos demissionários no Hospital de Faro (principal hospital do Algarve). Vamos vendo na TV, que o referido hospital não tem condições para acolher a torrente de doentes nas suas urgências, mesmo no tempo de Inverno. No Verão, com o Algarve a ter três vezes mais população, deve ser de fugir de ir a uma urgência ao Hospital de Faro!

Mas, a qualidade das pessoas que dizem que governam Portugal continua elevada! Vejamos algumas pérolas de alguns dos Senhores que os portugueses tiveram a infelicidade de eleger:
  • Os deputados do Partido Socialista eleitos pelo Algarve asseguraram hoje que a construção do Hospital Central do Algarve arranca no segundo semestre de 2009 e que abrirá as portas ao público em 2012.
  • Aldemira Pinho (deputada Socialista) recordou que em 2005, altura em que o PS chegou ao Governo, «não encontrou nada sobre o novo Hospital Central do Algarve, excepto os terrenos cedidos pelas câmaras municipais de Faro e Loulé».
  • A deputada frisou a ideia de que foi o PS «que desenvolveu todo o processo para que em 2012 o Algarve tenha um bom hospital», «de raiz», no parque das Cidades, junto ao novo Estádio, construído para receber o campeonato europeu de futebol em 2004.
  • Os deputados do PS/Algarve recordaram que desde 2004 o «PSD investiu cinco milhões de euros» na Saúde do Algarve e que o PS investiu «12 milhões de euros».

Perante tais alarvidades da Senhora que foi eleita pelos portugueses residentes no Algarve, colocamos alguns comentários:

  1. O PS investiu 12 milhões de euros? Ou o Estado português investiu 12 milhões de euros, Senhora Deputada? Desde quando é que os partidos se confundem com o Estado?
  2. O governo do PS não encontrou nada feito, em 2005, diz a Senhora Deputada. Então, mas está no poder desde 2005 e só vai conseguir começar a fazer alguma coisa, precisamente no ano em que haverá novas eleições, ou seja 2009? Que coincidência!
  3. Já que se fala no Estádio do Algarve, a Senhora Deputada deveria ter vergonha de abordar o assunto, já que é um investimento que foi decidido pelo actual Primeiro Ministro (José Sócrates) que só serve para a realização de 3 ou 4 jogos por ano! E até já serviu para uma prova do Rali de Portugal!!! Porquê que o então Ministro José Sócrates não preferiu construir um novo hospital no Algarve, em vez do "Estádio de futebol do Algarve", para Inglês ver no Verão?

Que vergonha de gente, a quem os portugueses entregaram os destinos da nação.

Post Scriptum: Este espaço não trata de política, trata de assuntos relacionados com a saúde. Mas, a política brinca demasiado com a saúde das pessoas.

Monday, January 14, 2008

Febre amarela no Brasil?

Há doenças que já pensávamos erradicadas. Pelo menos, nos países mais desenvolvidos ou em vias de desenvolvimento.

Pois, o Brasil faz parte dos mercados emergentes que mais cresceram nos últimos anos. No entanto, o Brasil continua a ter um enorme fosso entre ricos e pobres. Com Lula da Silva ou com Fernando Henrique Cardoso.

Vejamos o que nos surpreendeu: O Ministério da Saúde já recebeu das secretarias estaduais 24 notificações de suspeita de febre amarela silvestre. Destes, dois foram confirmados - o técnico em informática Graco Abubakir, morto na terça-feira passada, e uma paciente que está internada em São Paulo.

E parece que a situação é de epidemia: Dezoito estados estão em áreas consideradas endêmicas. Entre eles, os mais afetados são Goiás, Distrito Federal e o Paraná, onde no domingo o Ministério Público interditou o zoológico de Cascavel e o Lago Municipal da cidade depois que um macaco foi encontrado morto . Na região de Maringá, além do empresário morto, também surgiu mais uma pessoa com suspeita da doença na sexta-feira passada.

Às vezes, o desenvolvimento não se constitui apenas por riqueza aparente!

Sunday, January 13, 2008

Os transportes e o aborto do SNS


O antigo Presidente da República, Jorge Sampaio, veio dar uma ajuda ao seu companheiro de Partido, Correia de Campos, quando referiu isto: “Corajosa” e “correcta” é assim que Jorge Sampaio considera a actual política de saúde do Governo de José Sócrates, mas sublinha ser necessário acautelar o sistema de transportes no sector.

Quando se vão buscar os velhos e reformados generais para o combate, é porque a situação de guerra está mesmo muito má!


A política implementada pelo Prof. Correia de Campos parece ter muito boas intenções. Mas, de boas intenções está o inferno cheio!

Post Scriptum: O antigo Presidente resume o problema dos serviços de saúde aos "transportes"! Coitados dos portugueses com as suas "élites".

Friday, January 11, 2008

Será o Ministério da Saúde uma pessoa de bem?

As boas contas fazem as boas pessoas! Foi assim que nos ensinaram. Aliás, o Ministério das Finanças, desde Manuela Ferreira Leite até Teixeira dos Santos, força, até mesmo à penhora coerciva, o pagamento de dívidas ao fisco. Ainda bem. É pena, é que o Estado, que é dirigido por uma "élite" de poucos princípios, exija aos outros, aquilo que não cumpre.

Vejamos a situação dramática do Ministério da Saúde face aos laboratórios farmacêuticos: A dívida do Estado à indústria farmacêutica relativa a medicamentos fornecidos aos hospitais estava em Novembro passado nos 787 milhões de euros. Ou seja, ainda bem longe dos 646 milhões de Dezembro de 2006, valor com que o Ministério da Saúde prometeu fechar também o ano de 2007, concretamente 22% acima.

De facto, o Professor Correia de Campos é o melhor exemplo da total incapacidade de gestão. Fala em reformas, fala em cortes orçamentais, fala em melhoria das contas. Mas depois, o Tribunal de Contas vem dizer que as contas da saúde não são verdadeiras. Os cortes orçamentais são muitas vezes fictícios e têm levado à decadência das infraestruturas do SNS. As contas têm sido aguentadas com muita engenharia financeira, bastando para isso analisar as contas de vários Hospitais EPE, a começar pelo Hospital de Santa Maria e pelo Hospital de São João!

Repare-se ainda nesta "pérola": Há dois meses, o prazo médio de recebimento estava nos 379 dias. Haverá alguma pequena ou média empresa que aguente tal situação? Ou seja, só os grandes Laboratórios farmacêuticos poderão aguentar isto, e nós imaginamos quais serão as contrapartidas!

Os portugueses pagarão, mais tarde ou mais cedo, o desnorte! E pior, vão assistir a uma fragilidade permanente na qualidade dos serviços.

Como dizia um antigo Primeiro Ministro: é a vida!

Thursday, January 10, 2008

Wednesday, January 09, 2008

O estado da saúde no Hospital de Faro

Perante isto: Segundo o médico, que pediu para manter o anonimato, a Unidade de AVC do Hospital Central de Faro «está sem coordenador e médicos neurologistas há mais de um mês, devido à transferência do então coordenador, o médico Luís Pereira, para o Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio (CHBA)», em Portimão, em meados do passado mês de Novembro. A mesma fonte hospitalar revelou à Lusa que os serviços daquela Unidade «estão a ser assegurados pela equipa de enfermagem e, esporadicamente, pelos médicos neurologistas da urgência hospitalar».

E mais isto: «Não é verdade que a Unidade de Acidente Vascular Cerebral (AVC) tenha ficado sem coordenador. É injusta esta acusação», disse Ana Paula Gonçalves, há dois anos na presidência do Conselho de Administração e há 16 anos a trabalhar no Hospital de Faro. Segundo a presidente do Conselho de Administração, depois de o médico e coordenador Luís Pereira ter ido trabalhar para o hospital do Barlavento algarvio, foi nomeada a 28 de Novembro uma nova coordenadora do serviço de AVC, a médica Fátima Firmino. No entanto, fontes médicas do hospital ouvidas pela Lusa disseram que Fátima Firmino foi convidada para o cargo mas nem chegou a entrar em funções, uma vez que um projecto que apresentou para a coordenação da Unidade terá sido recusado pelo Conselho de Administração.

Perguntamos: haverá alguém Responsável na Avenida João Crisóstomo, em Lisboa? Ou andarão todos a fechar urgências hospitalares?

O futuro sombrio da saúde

A sustentabilidade da saúde não se discute só em Portugal. Os EUA são os mais gastadores do mundo, e apesar de tentarem controlar o monstro da despesa da saúde, não o conseguiram até agora.

Estamos em ano eleitoral nos EUA e o debate sobre a saúde é grande. Os custos são ainda maiores. Vejamos o que se diz aqui:
  • In a system in which someone else is footing the bill, consumers, encouraged to regard health care as a "right," demand medical services without having to consider their real price. When, through the 1970s and 1980s, this artificially inflated consumer demand sent expenditures soaring out of control, the government cracked down by enacting further coercive measures: price controls on medical services, cuts to medical benefits, and a crushing burden of regulations on every aspect of the health care system.
  • And President Bush's colossal prescription drug entitlement--expected to cost taxpayers more than $1.2 trillion over the next decade--was the largest expansion of government control over health care in 40 years.
  • Today, nearly half of all spending on health care in America is government spending.

Ou seja, apesar do Estado Americano não possuir um "sistema de saúde" de tipo Europeu, suporta na realidade cerca de metade da despesa da saúde.

Tem que se rever forçosamente a importância que se atribui à saúde e aos seus gastos. De outra forma, poderemos ter alguns serviços de saúde, mas não termos recursos para comer, para vestir ou para comprar livros!

Não se pode querer conquistar o "Santo Graal"! A saúde não pode ser eterna, por muito que isso custe a cada um de nós.

Por todas as razões e mais uma: há uns quantos "Senhores", que se aproveitam desta debilidade humana: laboratórios farmacêuticos, médicos, seguradoras, etc.

Tuesday, January 08, 2008

A comunicação através da falácia

Correia de Campos fala. Correia de Campos vai à televisão. Correia de Campos desdobra-se. Correia de Campos quer comunicar. Mas, Correia de Campos ainda não percebeu, que não consegue ser inteligivel. Isto é, o que Correia de Campos tem que fazer, é falar linguagem que os portugueses comuns, e não os assessores do Ministério da Saúde, percebam.

A não ser, que o objectivo inerente à comunicação através de falácias, tenha um objectivo claro!

Repare-se nisto:
  • O ministro da Saúde garantiu, em declarações ao DN, que existem dez urgências básica (SUB) a funcionar das 42 prometidas.
  • Faltam, por isso, 32 para que se cumpra a rede proposta pela comissão de peritos - 25 delas em centros de saúde.
  • Das dez SUB existentes, nove estão a funcionar em hospitais que já tinham esta valência.
  • Além do prometido fecho de 15 serviços sem condições para funcionar como urgência - seis dos quais já concretizados -, a comissão definiu ainda que fosse criado um nível de atendimento, menos apetrechado, mas que garantisse os cuidados urgentes aos doentes, nomeadamente em zonas do interior.
  • Das 42 SUB anunciadas, a grande maioria (26) foi pensada para ser instalada em centros de saúde. Mas, ao contrário dos SAP, têm que ter dois médicos e dois enfermeiros em permanência, além de recursos de patologia clínica ou radiologia.

Senhor Ministro, perguntamos-lhe: já experimentou andar de autocarro ou de metropolitano? porque não se propõe ir a uma urgência hospitalar, para falar com doentes?

Se o fizer, Professor Correia de Campos, percebe logo porquê que as pessoas comuns, não o entendem.

Post Scriptum Coitados dos portugueses com estas "élites políticas"!

Monday, January 07, 2008

Sunday, January 06, 2008

Olha para o que eu digo!

Fonte: aqui.

Não somos fundamentalistas. Não gostamos de fundamentalismos. O actual sistema Político - Estatal está povoado de gente que gosta de exigir rigor! Mas, só pode exigir rigor quem faz prática do rigor.

Reparem no destaque internacional que o Sr. António Nunes (Presidente da ASAE), ganha:
  • Portuguese smokers have been confined to the pavements since January 1, when new legislation banned smoking in many pubs and public places; so they were outraged to see a photograph of the man who had sponsored the legislation lighting up a cigar in a casino in the early hours of New Year’s Day.
  • António Nunes, the head of the Portuguese Food Standards Agency, who is charged with enforcing the new regulations, said that he had not realised they also applied to casinos.
  • “We must investigate to see if it is within the new law,” he said, in an attempt to explain his actions.

Ao que consta o tal Senhor Nunes solicitou inclusivamente aos Serviços Jurídicos da ASAE, um parecer para saber se poderia fumar ou não, na passagem de ano, no Casino de Lisboa!

Ao que as "élites portuguesas" se expõem, ao colocarem os serviços públicos ao seu serviço pessoal e privado. E não acontece nada. NADA!

Felizmente que na mesma notícia, o Ministério da Saúde se portou melhor: The Health Ministry promptly replied that his cigar was most definitely illegal. Smoking was banned in casinos as well as bars and restaurants.

Post Scriptum Foram os "15 minutos de fama" de Andy Wharol, do Senhor Nunes! Que triste.

Friday, January 04, 2008

Brincar com coisas sérias

A turbulência é muita. A insatisfação é enorme. A hierarquia do país deveria contribuir para a pacificação. Mas, ao contrário, a élite governante é uma desgraça.

Lemos isto:
  • Os utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) que precisarem de exames médicos de diagnóstico e terapêutica – análises clínicas, exames de radiologia (raio-X, TAC e ressonância magnética), electrocardiograma, ecocardiograma, entre outros – arriscam-se a ver recusada a realização dos exames médicos.
  • As unidades privadas convencionadas admitem vir a recusar a prestação desses cuidados de saúde para a despesa não aumentar, uma vez que o Ministério da Saúde se recusa em pagar-lhes o aumento da procura desses cuidados.

E ficamos perplexos. Sabemos que a precrição médica de meios complementares de diagnóstico é irracional. Sabemos que o controlo de gestão por parte dos organismos de Estado da saúde é quase inexistente. Mas, limitar a despesa da saúde pública através de um limite fictício da mesma, não lembra a ninguém, a não ser a pessoas desonestas!

E o Estado dá-se a este direito: o Diário da República ter publicado ontem o despacho com a redução dos preços em patologia clínica (0,8 por cento), anatomia patológica (2,5 por cento), radiologia (0,8 por cento) e cardiologia (2,7 por cento). O Ministério da Saúde diz que o crescimento da despesa é zero e não paga o aumento dos preços.

Para aumentar a absoluta irracionalidade que vagueia pelo sector público da saúde lemos esta aberração: O Hospital de Santa Maria, em Lisboa, teve uma receita de 236 milhões de euros em 2007 por cuidados prestados aos utentes do Serviço Nacional de Saúde e fecha o ano com resultados positivos de “cinco ou seis milhões de euros”.

O Estado tem problemas com a despesa da saúde e o seu maior hospital dá "resultados positivos de cinco ou seis milhões de euros"? E as contas do SNS que o Tribunal de Contas veio confirmar que estavam marteladas? Onde começa a responsabilidade? Onde estão as pessoas com qualidade em Portugal?

Thursday, January 03, 2008

A absoluta iliteracia de gestão pública

Encerramentos. Mais encerramentos. É importante saber gerir os recursos. Nós até exigimos que alguém o faça.

Agora, encerrar um Serviço, em que se investiu ainda recentemente um valor significativo para a sua melhoria, revela uma completa falta de planeamento e visão estratégica. Saberá o Ministro da Saúde o que é visão estratégica? Não saberá qualquer português que não pode fazer obras na sua casa hoje, para a deitar abaixo amanhã? Claro que sabe.

Mas, quem é responsável por um tal acto criminoso? E não é penalisado?

Vejamos os detalhes, aqui:
  • Com o fecho da urgência do Hospital José Luciano de Castro as alternativas, dos mais de 30 mil utentes, são Coimbra, Águeda e Aveiro.
  • Depois de mais de três milhões de euros gastos em obras no hospital, a população não entende o encerramento das urgências.
  • “se o hospital de Águeda está mais perto de Aveiro, com condições semelhantes e número de utentes também, porque não encerrou?”.
  • Segundo as estatísticas, ocorreram no ano passado mais de 40 mil consultas, nas urgências do hospital de Anadia.
  • Com o encerramento do serviço, os utentes ganham agora duas ambulâncias. Mas o novo equipamento também coloca alguns problemas.
  • Florbela Silva sublinha mesmo que tem que vir de mota porque a “ambulância é muito cara”.

Antes de se encerrar Portugal, tem que se julgar quem toma a decisão de encerrar o país, sem qualquer critério evidente! Se assim não fosse, não se encerrava um hospital após o investimento de três milhões de euros.

Wednesday, January 02, 2008

A arrogância face aos fracos e a humildade perante os fortes

Correia de Campos já nos habituou à sua incontinência verbal. Mas, quando a incontinência assume este tipo de afirmação do Senhor Professor: «Foi provavelmente a ministra mais impopular de Cavaco Silva e hoje toda a gente reconhece que Leonor Beleza foi uma grande ministra da Saúde».

Nem sabemos o que havemos de escrever! Achamos que a incontinência quando já é demasiado evidente, se torna insustentável, pois quem desempenha cargos públicos, deve ter o mínimo de consistência!

Já nos habituámos a ver diversas "figuras políticas" em Portugal, que em diferentes fases da vida, defenderam Karl Marx e Adam Smith! Como se esta viragem fosse absolutamente normal!

Não somos intolerantes ao ponto de achar que a mudança de idéias é negativa! Mas, adorar Cristo e o Diabo, ainda que em tempos diferentes, é absolutamente degradante e execrável!

Tudo isto a propósito das "farpas" de Cavaco Silva à falta de estratégia na saúde, ao que Correia de Campos respondeu: «Muitas vezes reconheço que a minha mensagem não passa por razões que certamente têm a ver comigo e outras têm a ver com outros factores», explicou o ministro.

Sinceramente, ainda não percebemos o que é que significa dignidade e princípios, para quem exerce o poder público em Portugal!

Mais uma vez, coitados dos portugueses, com élites destas!

Tuesday, January 01, 2008

Os desafios globais da saúde

Os portugueses são críticos. Os portugueses são exigentes. Os portugueses são eternos insatisfeitos. Serão? Na nossa opinião, se os portugueses não fossem tão críticos e exigentes, o país ainda estaria pior! Aliás, a passividade habitual dos portugueses tem sido um seu inimigo ao longo da História.

Por falar em portugueses, pensemos nos nuestros hermanos. Estes também são exigentes e pouco dados a passividade (relembremos apenas a trágica guerra civil de Espanã).

Por cá, fala-se no encerramento de urgências. Em Espanha, ou mais precisamente na Catalunha fala-se também de urgências: El director de urgencias del Hospital Clínic de Barcelona, Joan Manuel Salmerón, ha admitido hoy que ayer hubo ambulancias con pacientes destinados a urgencias que esperaron en la camilla del vehículo entre 30 y 90 minutos, y ha asegurado que se debió a un aumento global de la actividad del 10%.

Como? Esperar dentro de uma ambulância, à porta de um hospital? E tudo isso, por causa de uma aumento de actividade de apenas 10%?

O poder político, lá como cá, desmistifica logo a situação: La consellera de Salut, Marina Geli, ha manifestado hoy que la espera de pacientes en ambulancias ante el colapso del servicio de urgencias es un hecho "aislado" que se utiliza de forma "muy puntual" ante la falta de espacio en el área de urgencias.

Quando 10% de aumento de actividade leva à falta de espaço nas urgências hospitalares, significa que o espaço dedicado às urgências é mínimo. Então e se há uma catástrofe qualquer, que leve a um aumento de actividade de 50%?