Monday, December 31, 2007

Friday, December 28, 2007

A insustentável leveza da saúde

É habitual ouvirmos falar de encerramentos de serviços de saúde. Para nós, o nascimento e morte de serviços é tão normal como o nascimento e a morte das pessoas!

Depois, vamos ouvindo falar de novos hospitais. Vários hospitais: Hospital de Todos-Os-Santos, Hospital de Cascais, novo Instituto Português de Oncologia (Lisboa), etc. Ouvimos, voltamos a ouvir, mas hospitais novos, não vemos nenhum. Parece que o último hospital aberto foi o Centro Hospitalar do Litoral Alentejano (Santiago do Cacém), já lá vão uns tempos!

Há hospitais que já deviam estar fechados, é certo, porque estão semi-vazios, como é o caso do Hospital de Tomar! Há outros hospitais que já deviam estar encerrados, por falta de condições de sobrevivência humana. Mas, não fecham! Há hospitais que têm um ou outro Serviço mais novo, mas na sua grande parte são miseráveis. Existem até hospitais que tiveram as cantinas encerradas por falta de higiene!

Mas, ninguém fala de uma coisa: será que a maioria dos portugueses está satisfeita com os seus cuidados de saúde? Não, não estamos a falar sobre o que o Ministro pensa! Estamos a falar de um estudo de opinião sério, mas não feito por uma qualquer "Eurosondagem"!

Pois, mas o Ministro mais impopular do governo, que parece que fez um Mestrado em Economia, só pensa em coisas mais materiais, tais como:
  • O fecho dos Serviços de Atendimento Permanente (SAP) e a diminuição das comparticipações do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em medicamentos e meios de diagnóstico e terapêutica vão permitir ao Ministério da Saúde poupar, pelo menos, 330 milhões de euros em 2008.
  • 56 SAP vão encerrar, isso significa que o Estado arrecada 30 milhões de euros.
  • A somar a essa verba juntam-se 150 milhões de euros – correspondem a 0,1 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) – que não vão ser canalizados para a comparticipação de medicamentos e outros 150 milhões de euros – 0,1 por cento do PIB – que não serão destinados à comparticipação dos meios de diagnóstico e terapêutico, como análises clínicas, Raios X, TAC (tomografia axial computorizada) e electrocardiogramas.

Senhor Ministro, pedimos-lhe o favor de ser honesto até ao fim e, em consequência, pedir à maioria parlamentar que o suporta para alterar o artigo 64º da Constituição da República Portuguesa, que garante uma saúde tendencialmente gratuita aos portugueses.

Uma coisa seria certa, poderíamos ter menos saúde, mas sentíamo-nos a viver com a realidade e a seriedade, e não com miragens e mentiras!

Thursday, December 27, 2007

Hospital de Todos os Santos

Por alguma razão haveremos de ter a imagem do país das "obras de Santa Ingrácia"! Ou seja, é habitual que uma obra comece um dia, ou antes, seja anunciada um dia, e se concretize muitíssimo tempo depois! Mesmo que hajam Santos pelo meio.

Lá vamos nós assistindo a mais um anúncio de obras do "governante de serviço", neste caso o mais impopular dos Ministros, Correia de Campos. Nem sempre, popularidade significa coisa boa.

Vejamos mais um anúncio pomposo que faz salivar o tão amaldiçoado, mas sempre hiper-protegido lobby do betão. Seja lá o que isso for!


Quem nos dera a nós, ter notas de 20 euros, por cada dia que passar sobre os 5 anos prometidos para a construção da obra! Não ficaríamos ricos, mas....

Diz o tal Ministro impopular: «Este hospital terá tudo aquilo que tem um hospital terciário, inclusivé (unidade de) grandes queimados», disse Correia de Campos, adiantando que o projecto do novo centro hospitalar é «uma agregação física de uma unidade que sempre existiu no tempo dos hospitais civis de Lisboa».

Estamos já a imaginar umas torres de 25 andares no lugar do Hospital dos Capuchos e um Hotel Hilton no lugar do actual Hospital de S. José!

Não há Santos que nos valham!

Post Scriptum: Mesmo com a aprovação do novo Tratado de Lisboa, o futuro Hospital de Todos os Santos deverá ser aberto ao público, lá para 2020, ainda antes do Aeroporto da OTA - Alcochete!

Wednesday, December 26, 2007

Sunday, December 23, 2007

Quem mente, não tem direito a prenda de Natal

Diz um Edil que: presidente da autarquia de Anadia, acusa o ministro da Saúde, Correia de Campos, de «se ter portado mal» neste processo, por ter dito que «ia tratar o concelho diferente porque era um caso diferente». «Nunca me disse que encerrava as urgências», garantiu, acrescentando que se sente «enganado».

Será verdade, Senhor Professor?

Olhe que quem mente, não tem direito a prenda de Natal!

Friday, December 21, 2007

O sonho comanda a vida

A generalidade dos hospitais portugueses caracterizam-se por serem "hospitais de retalhos", que é como quem diz, têm zonas absolutamente novas e zonas absolutamente decadentes. Têm zonas humanizadas e têm zonas miseráveis.

Depois, lá se vão construindo alguns hospitais, sendo muitos deles fruto de maléficos lobbies locais, como é o caso do Hospital de Tomar ou do Hospital de Torres Novas.

Como somos um país de poetas e de sonhadores, vemos esta notícia, e sentimo-nos a sonhar:
  • O novo Hospital de Todos-os-Santos – que substituirá os hospitais de S. José, Santa Marta, Capuchos, Desterro e Estefânia que compõem o actual Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (CHLO) – já tem garantido um terreno de 95 mil metros quadrados na zona da Bela Vista, ao lado de Chelas.
  • O Todos-os-Santos vai ter 789 camas – para substituir as mais de mil do CHLO, que têm uma ocupação de 70% – e será organizado segundo um modelo inovador. Os tradicionais serviços hospitalares vão deixar de existir, estando o hospital dividido por áreas.
  • A área de cirurgia, por exemplo, inclui a ortopedia, a cirurgia plástica, a neurologia, etc. As camas vão ser todas em quartos individuais – que deverão estar preparados para duplicarem esta capacidade, se for preciso.
  • O novo hospital terá uma forte vertente universitária, com um centro de ensino e um centro de investigação, um auditório e salas de alunos.

O pior é a realidade: As dívidas do Estado aos fornecedores em 2006 aumentaram 19 por cento em relação ao ano anterior e, no caso do Ministério da Saúde aumentaram 32,6 por cento.

Paciente

Fonte: aqui.

Thursday, December 20, 2007

Hospital do Algarve: para as calendas!


Resposta das hostes governamentais: Aldemira Pinho confirmou que a obra «foi uma bandeira do PS» e concluiu: «Nós continuamos a acreditar no nosso Governo e que em 2012 o Hospital Central do Algarve vai ser uma realidade».

Comentário nosso: quem diz 2.012, também pode dizer 2.022! O que é facto, é que o Algarve continua a ser mal servido pelo Hospital de Faro.

Wednesday, December 19, 2007

Gestão Ibérica da saúde

Não temos nada contra Espanha. Gostamos de lá estar e até somos dos que acham que uma convivencia maior, com a necessária autonomia, não seria mau para Portugal. Até porque, a economia se impõe, quer os portugueses gostem ou não de nuestros hermanos.

Na saúde, já se avalia uma certa fusão de serviços. Primeiro foram as experiências das maternidades, em particular a de Badajoz.

Agora isto: Mais de 400 profissionais de cirurgia, um quarto deles do Alentejo e os restantes da Extremadura espanhola, receberam formação em Cáceres (Espanha), nos últimos quatro anos, em técnicas de saúde inovadoras, graças a um projecto transfronteiriço.

Será que a economia nos vai obrigar a ser uma região autónoma da Ibéria? Se sim, não será o Professor Correia de Campos o interlocutor dos Conselleros de Sanidad das Regiões Autónomas da Cataluña ou da Estremadura?

Post Scriptum: O projecto, denominado SURGENET - Rede Cirúrgica Extremeño-Alentejana, é co-financiado pelo programa comunitário transfronteiriço INTERREG III e tem como objectivo melhorar, nos dois lados da fronteira, a qualidade dos cuidados cirúrgicos prestados aos doentes.

Tuesday, December 18, 2007

Monday, December 17, 2007

Pay for performance

A Grã - Bretanha tem o NHS. Portugal tem o SNS. O SNS não tem qualquer parecença com o SNS, mas Correia de Campos segue tudo o que se faz por lá. Algumas idéias poderão fazer sentido, outras nem por isso. Mas, independentemente de fazerem ou não sentido, importa ter o bom senso (o que será isso?), de aplicar medidas que se ajustem à realidade portuguesa.

Vejamos mais esta "importação" do NHS: Os médicos dos hospitais públicos vão começar a ser remunerados em função da produtividade já durante o próximo ano, confirmou hoje à agência Lusa fonte oficial do Ministério da Saúde.

O que significará, ser pago em função da produtividade? Uma assalariada do Professor Correia de Campos lançou algumas pistas: «A intenção do Ministério é avançar com essa iniciativa durante o próximo ano, mas não há ainda qualquer data concreta», declarou à Lusa a assessora de imprensa do ministro Correia de Campos.

E alvitra-se esta solução: Para a remuneração baseada na produtividade contabiliza-se o número de consultas ou cirurgias feitas por cada médico.

Cuidado com as idéias copiadas rápidamente, é que ainda vamos ver doentes a serem operados várias vezes ao ano. Ou então, um doente que é atendido de manhã, ainda poderá ser atendido à tarde!

É preciso ter bom senso. Mas, concordamos que os médicos ou quaisquer outros funcionários não podem estar em "roda livre"!

Thursday, December 13, 2007

Sociedade Prozac: outra vez!


De acordo com dados do Infarmed - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, no ano passado foram gastos 81,94 milhões de euros em medicamentos para ajudar a dormir ou para combater a ansiedade.

Os mesmos dados indicam que os portugueses consomem anualmente cerca de 20 milhões de embalagens deste tipo de comprimidos, o que dá uma média de duas embalagens por cada português.

Post Scriptum: Será que a leitura do novo Tratado de Lisboa não poderá substituir um qualquer soporífero?

Wednesday, December 12, 2007

Foguetes antes de festa!

Sempre nos aconselharam a deitar foguetes durante a festa. Mas, os políticos que governam Portugal, são muito dotados de capacidade de marketing. Para nosso azar, o marketing preferido pelos políticos portugueses, é a propaganda, e até em muitas circunstâncias a charlatanice!

Vejamos mais este "fim de festa", antes tão propagandeado pelo Governo Sócrates: O ministro da Saúde, Correia de Campos, confirmou ontem a notícia do Diário de Coimbra, de que a farmacêutica Medinfar recuou na construção da primeira unidade de produção de vacinas anti-gripais em Portugal, projectada para Condeixa-a-Nova e que deveria estar concluída em 2008.

Antes, veja-se a quantidade de foguetes que os Senhores Ministros deitaram:
  • O projecto, lançado em Janeiro de 2006 através de um memorando de entendimento assinado entre a Medinfar e a Agência Portuguesa de Investimento (API), previa a criação de uma fábrica de vacinas para a gripe, orçada em 27 milhões de euros, que podia também fabricar as futuras vacinas contra a variante humana da gripe das aves.
  • Os Ministérios da Saúde, Economia e Ciência e Tecnologia associaram-se à cerimónia de assinatura de acordo entre a API e a Medinfar em Janeiro de 2006, a qual contou com a presença dos três titulares daquelas pastas.
  • Na mesma cerimónia Correia de Campos destacou o «interesse nacional» do projecto e a importância estratégica de Portugal estar preparado para uma eventual pandemia de gripe, pois se essa ameaça se concretizar «cada país jogará no seu egoísmo nacional», disse.

Então, e se vier a "gripe do Dr. George", perdão, a "gripe da aves"?

Será que não há dignidade em quem afirma que governa Portugal? Ou se quiserem, pudor? Ou ainda, vergonha?

Post scriptum: as inaugurações devem ser realizadas, após a construção das obras!

Hospital Central

Fonte: aqui.

Tuesday, December 11, 2007

A busca do impossível

Quem trabalha na saúde, sabe que o grau de exigência dos doentes é cada vez maior. Ninguém aceita ter dores. Ninguém aceita sofrer. Toda a gente quer ser bem servida.

Do outro lado, há inevitavelmente, a gestão do possível. Ou dito de outra forma, tem que se saber gerir recursos, sob pena de virmos a gastar quase tudo em saúde e não termos recursos para comer.

O equilibrio é o ideal, mas é difícil de atingir.

Toda a gente percebe, que o SNS tenta copiar, para o bem e para o mal, o NHS Britânico. Desde a sua criação. Veja-se onde já vai o NHS, para perceber quais serão as próximas medidas de Correia de Campos ou do seu sucessor.

A contenção do NHS vem agora da gestão da frota de ambulâncias. Sim, é verdade, vejamos aqui:
  • The government is putting lives at risk by encouraging the use of one-person ambulance cars to meet crude targets.
  • From next April, ambulance trusts must ensure that 75% of serious emergencies are reached by paramedics within eight minutes.
  • The target has forced trusts to increase the number of so-called "solo responders" at the expense of traditional ambulances crewed by two paramedics.

Vejamos o que diz este blogger, condutor de ambulâncias: Tom Reynolds, a London ambulance driver who blogs about his experiences, said of the new target: "I can turn up after eight minutes and save someone's life and the job will be counted as a failure. If I turn up before eight minutes and someone dies, it's a success."

É preciso ter bom senso, antes de se realizarem racionalizações. É evidente que a saúde não pode existir a todo o custo, até porque todos acabaremos por morrer, mais cedo ou mais tarde. Mas, precisa-se de bom senso!

Monday, December 10, 2007

As boas e as más notícias

A boa notícia: A mortalidade infantil em Portugal atingiu o ano passado o valor mais baixo de sempre, de 3,3 óbitos em cada mil nascimentos, anunciou hoje o ministro da Saúde.

A má notícia: Centenas de receitas estão a ser devolvidas às farmácias por alegados erros de preenchimento, em alguns casos da autoria de médicos ou administrativos, o que levou a Associação Nacional das Farmácias a criar um serviço para garantir os pagamentos.

Mas, não é que a má notícia, afinal até é boa: O preenchimento incompleto dos cabeçalhos das receitas, a aplicação errada de vinhetas ou o recurso incorrecto à legislação que garante maiores reembolsos são alguns dos erros apontados pelas Administrações Regionais de Saúde (ARS) para devolverem as receitas às farmácias e, logo, não procederem ao pagamento do montante com que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) comparticipa esses medicamentos.

Afinal, começam a aparecer os primeiros sinais de controlo no Ministério da Saúde. Na era da informação, já é tempo dos Senhores Doutores preencherem as receitas dos medicamentos como deve ser. É que os medicamentos são muito caros e os erros também custam caro.

Sunday, December 09, 2007

Pela boca morre o peixe

O Ministro da Saúde, Correia de Campos, tem fama de ser um incontinente verbal. Não que isto signifique má educação. Não. Apenas significa que não tem controlo na sua boca.

Disse Correia de Campos, que nunca entraria num SAP. Disse Correia de Campos, que não apresentaria Orçamento Rectificativo. Disse Correia de Campos, que as Unidades de Saúde Familiar (USF) representariam a quintessência dos cuidados primários.

Quanto aos SAP, uns fecham sem alternativa, outros vão continuando a existir. O Tribunal de Contas veio dizer recentemente, porquê que não há Orçamento Rectificativo, simplesmente porque as contas da saúde estão "marteladas". Quanto às USF's, também temos novidades.

Vejamos isto: Falta de espaço e condições de trabalho aquém do que seria desejável. Foi com estas limitações que inaugurou, em Dezembro de 2006, a Unidade de Saúde Familiar (USF) de Santa Maria, na Benedita. Um ano depois, as obras prometidas para as instalações continuam por realizar.

Então, Senhor Ministro, as USF's seriam a modalidade adequada para modificar integralmente a má imagem e a ineficiência dos cuidados primários, e afinal abrem-se USF's em estado de degradação?

Professor Correia de Campos seria bom que falasse menos e mostrasse mais trabalho feito. Os contribuintes agradeceriam. Ou então, sempre pode regressar à Escola, onde como se costuma dizer , "quem não sabe fazer, ensina".

Friday, December 07, 2007

Thursday, December 06, 2007

Como?


Será que este Senhor, de nome, António Silva Pinheiro, tem as dívidas do hospital de que é o Presidente do Conselho de Administração, em dia? Ou seja, não deve nada aos Laboratórios Farmacêuticos? Ou aos serviços de segurança?

Wednesday, December 05, 2007

Hospitais de retalhos

Vamos irregularmente a hospitais do SNS. Há de tudo. Hospitais aceitáveis. Hospitais decadentes. Hospitais semi-vazios (como é o caso de unidades do Centro Hospitalar do Médio - Tejo).

Mas, o que mais nos deixa tristes, é a existência de "hospitais de retalhos"! E o que são "Hospitais de retalhos"? São do tipo que aqui vem descrito:
  • «Ainda temos serviços, como o de Medicina, por exemplo, com enfermarias de oito camas e onde 35 doentes dispõem apenas de uma casa de banho, muitas vezes sem condições», lamentou António Ferreira.
  • Por outro lado, acrescentou o responsável, temos o Serviço de Cirurgia Torácica, completamente renovado, com enfermarias de três camas e casa de banho privativa e com circuitos diferenciados para doentes, para profissionais e para visitas.
  • O responsável referiu ainda que um terço do hospital já está renovado, outro terço está a ser intervencionado - inclui a construção do novo serviço de pediatria, actualmente deslocado para contentores - avançando, por último, a renovação da Ala Central do edifício.

Isto é, como se a nossa cozinha fosse o máximo de inovação e de funcionalidade, e a casa de banho fosse um antro de lixo! Ou ainda, como se andássemos vestidos de fato e gravata, e andássemos descalços!

Será que quem está à frente destes hospitais, não percebe isto?

Depois, vêm sempre com esperanças vãs, a médio - prazo, sobretudo a pensar que não vão ser eles a cumprirem a promessa: O presidente do Conselho de Administração do Hospital de S. João, do Porto, anunciou hoje que até 2011 aquela unidade hospitalar ficará totalmente renovada e com infra-estruturas de referência.

Os avanços da ciência

Todos sabemos que a ciência e a tecnologia têm contribuido para a melhoria da qualidade de vida das pessoas. No entanto, para que a vida seja melhor para a maioria, houve muita gente que sofreu com as experiências iniciais.

Onde queremos chegar? Aqui: O DIAP do Porto está a investigar a morte de três doentes durante um ensaio clínico no Hospital de S.João, Porto, depois de o Ministério Público ter deduzido acusação contra um médico devido a um quarto óbito.

Ou seja, parece que houve mortes causadas por medicamentos em fase de experiência. Estas situações não são tão anormais, quanto parecem. Pois, muitos dos doentes que experimentam novas tecnologias médicas ou farmacológicas, estão muitas vezes condenados a uma vida curta ou a uma vida difícil.

Contudo, há situações mais complexas que importa salvaguardar. Vejamos mais detalhes:
  • «Além da morte da minha mãe, participei ao Ministério Público, à Inspecção-Geral de Saúde e à Comissão de Ética do Hospital S.João, no Porto, a morte de mais três pessoas que participaram no ensaio clínico do medicamento «Humira», realizado em 2003», disse à Lusa o filho da vítima, Fernando Moreira.
  • Durante a investigação à morte de Felícia Moreira, o DIAP constituiu arguidas cinco pessoas: o médico em causa, dois responsáveis pelo laboratório Abbott e duas clínicas do Hospital S. João.

Mas, é necessário reflectir sobre isto: «O laboratório não tem dúvidas de que o remédio 'Humira' foi o responsável pela morte da minha mãe porque, pouco tempo depois de ter pedido esclarecimentos à Alemanha (onde está sedeada a farmacêutica), a empresa quis pagar uma indemnização de um milhão de dólares para que o processo não avançasse», disse o filho de Felícia Moreira.

Tuesday, December 04, 2007

Mais uma estocada nos serviços públicos de saúde


Como? A ADSE é mais cara do que um Seguro de Saúde? Há, de certeza, muito má gestão nos serviços, pois é preciso não esquecer que as Seguradoras são entidades com fins lucrativos, coisa que parece não ser a ADSE!

O uso da comunicação no serviço de saúde


Haverá algum espanto, perante tal evidência? Não, evidentemente.

Esperamos é que o Ministério da Saúde procure agilizar mais a comunicação com os doentes, promovendo mais a prevenção e evitando que as pessoas encham as urgências.

Toda a gente sabe que uma parte significativa das urgências hospitalares seriam evitadas com melhor comunicação com as pessoas e com melhor interacção com os cuidados primários.

É em aspectos como este, que achamos que existe muito espaço para melhorar o SNS, mesmo com orçamentos reduzidos.

Monday, December 03, 2007

Será este um sinal de fim à vista do SNS?

Já todos sabemos que o negócio da saúde é crescente. Aumenta o número de internados em hospitais privados. Aumenta o número de consultas de especialidade. Aumenta o número de exames.

Sabemos, através do seu Relatório e Contas, que a José de Mello Saúde ganha dinheiro com a saúde. Também sabemos, pela experiência dos EUA, que o negócio da saúde não é tão bom como parece, na óptica do prestador hospitalar. Vejamos o que se passará por cá, daqui por uns anos!

Ou será que o Prof. Correia de Campos está a tentar acabar com o SNS? Na perspectiva dele, está a defende-lo, quando fecha maternidades ou urgências. Gostávamos de ver "rolar cabeças" onde a gestão é ineficiente, em vez do encerramento puro e simples de serviços! Mas, se calhar teríamos que começar pelo Ministro......

Vejamos esta notícia:
  • Até 2009, Portugal passará de uma oferta de duas mil para cinco mil camas hospitalares no privado. Ou seja, um quinto das actuais vagas públicas, fruto de pelo menos 22 investimentos lançados desde o ano passado.
  • um investimento exponencial num sector que já passou dos mil milhões de euros de facturação - vai atrás das classes menos desfavorecidas aquelas que, insatisfeitas com a oferta pública, compram seguros. Dois milhões de portugueses. Para já.
  • tirando Mirandela, os futuros hospitais privados estão a nascer nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, em Coimbra, no Minho, em Vila Real e no Algarve.
  • "O que se verifica é que em zonas de maior desenvolvimento, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) não dá a resposta mais adequada às necessidades dos cidadãos", explica Teófilo Leite. O filão, assumido, é o dos seguros de saúde. "Cerca de 20% da população portuguesa já têm um seguro de saúde. Porquê? Porque não está satisfeita com o SNS. Se estivesse, não iria gastar mais dinheiro num seguro".

Estaremos cá, para ver os próximos capítulos do fim de uma "das conquistas de Abril"!