Tuesday, May 31, 2011

É só fumo!


- Saldo SNS 2010: - 121,4 milhões de euros.
- Saldo SNS 2011: -3,2 milhões de euros.

Estaríamos todos de parabéns.

Quando vamos tentar mais detalhe, verificamos isto:

- Saldo ARS 2010: -21,8 milhões de euros.
- Saldo ARS 2011: +28,3 milhões de euros.

De notar que no saldo da ARS, não entra a ARS - Norte (não se refere no site da ACSS, se em 2010, a ARS - Norte contava ou não).

E mais:

- Saldo Hospitais EPE 2010: -108,1 milhões de euros.
- Saldo Hospitais EPE 2011: -107,4 milhões de euros.

A quem é que a ACSS pretende enganar? Ao FMI ou à União Europeia, não deverá ser, com certeza. Nem a nós, conseguem enganar!

Monday, May 30, 2011

Mamografias

More than 80 percent of women feel unsafe by the new guidelines which say routine breast cancer screening for women younger than 50 is not mandatory. Instead of recommending yearly mammograms in all women age 40 and above, the U.S. Preventive Services Task Force (USPSTF) told women should not regularly get screened until they reach 50, and those between 50 and 74 should only have mammograms every two years. But at the same time USPSTF didn't say no women younger than 50 should be screened either. They left the decision up to the individual to decide and to consult with their doctors. On the other hand, so many women are over-concerned and overestimate the risk of developing breast cancer, however. Dr. Autumn Davidson and her colleagues handed out questionnaires to 247 women in their 40s who came to the hospital for an annual exam. On average, they considered U.S. Women's lifetime risk of getting the disease at 37 percent. "Indeed, they have been exposed to consistent and high profile media campaigns, endorsed by medicine and variety of interest groups, that have indoctrinated them into the concepts that mammograms lead to early detection and early detection saves lives," the researchers wrote in the American Journal of Obstetrics and Gynecology.

Sunday, May 29, 2011

Evidências III

Da debacle ou se quiserem da racionalização:

1. O diretor de Cardiologia do Hospital São Bernardo (HSB) revelou hoje que a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo admitiu encerrar o Laboratório de Hemodinâmica daquela unidade hospitalar.

2. a administração da Maternidade Dona Estefânia, em Lisboa, esteve reunida com funcionários do hospital pediátrico para informar sobre a decisão de encerrar o bloco de partos, um dia após as eleições legislativas. Na reunião, os técnicos foram ainda informados de que as consultas e o bloco operatório deverão continuar a funcionar normalmente.

Costuma dizer-se que "quem não tem dinheiro, não tem vícios"!

Wednesday, May 25, 2011

Evidências II

As Parcerias Público - Privadas continuarão, com o PS ou o PSD no leme: O coordenador do BE afirmou hoje que o Governo concorda com a proposta social-democrata de privatização das Unidades de Saúde Familiar.

E bem se acentua isto, para que não hajam dúvidas: "O PSD tem-no sugerido mas queria alertar-vos para o facto de, quando o PSD apresentou a proposta de que as Unidades de Saúde Familiar pudessem ser entregues ao privado, imediatamente o Governo demissionário veio dizer que concordava com essa ideia".

Nós não somos contra a iniciativa privada. Antes pelo contrário. Como contribuintes, somos visceralmente contra as ditas parcerias, dado que do lado privado sabemos existir a função de controlo de gestão, e do lado do Estado, sabemos que existe a função de Comissariado Político em curso. Quanto ao controlo de gestão do Estado, só se for via Tróika!

Tuesday, May 24, 2011

Amigos de Peniche

Tantas loas ao SNS, são para desconfiar:
  • O futuro do Serviço Nacional de Saúde (SNS) "vai a votos nas próximas legislativas" e é preciso mobilização para defender este sistema público, afirmou esta noite o secretário-geral do PS.
Qual SNS? Aquele que é "tendencialmente gratuito"? Ou aquele que é "tendencialmente a pagar"? O SNS que suporta menos de 70% da despesa de saúde em Portugal, com tendência para diminuir aquela percentagem? Ou o SNS que não suporta a saúde oral, ou as consultas de especialidades, ou as próteses oculares, entre outras?

Ou será o SNS que permite que apenas 20% dos medicamentos sejam genéricos, ao contrário do que se passa nos países do Norte da Europa, em que mais de 50% são genéricos?

Quem criou as taxas moderadoras para as cirurgias diz isto: O secretário-geral do PS acusou hoje o PSD de pretender retirar cuidados de saúde do sistema público e querer obrigar os cidadãos a pagar mesmo quando são atendidos no Serviço Nacional de Saúde.

Curiosamente foi o mesmo governante que concretizou mais Parcerias Público - Privadas.

Manipulação? Falácia? Embuste? Ou afinal, "olha para aquilo que eu digo, e não para o que eu faço"!

Monday, May 23, 2011

To drink calories

They may feel virtuous when they stick to salad and turn down dessert. But many dieters are unwittingly undoing all their good work by accompanying their meal with a favourite drink. Two out of three Britons have no idea how many calories they are consuming in their preferred tipple – even though many are trying to lose weight.

Tuesday, May 17, 2011

SNS: a máscara vai caindo

O artigo 64º da Constituição da República Portuguesa diz que "a saúde é tendencialmente gratuita para todos os portugueses".

Mas, como já temos vindo a escrever sucessivamente, aquele é um artigo um pouquinho mentiroso, que deve ser retirado da Constituição, apenas porque a Lei deve ser consentânea com a sua aplicabilidade, sob pena, se não o fizerem, de se criarem falsas expectativas.

Vejamos porque é que afirmamos sucessivamente que o SNS já só existe na Constituição da República Portuguesa: Cerca de 90 por cento dos milhares de pessoas que precisam de cuidados paliativos em Portugal não os tem, o que se deve ao desconhecimento e à excessiva burocratização do sistema, alertou hoje Isabel Neto, especialista nesta área.

Pois é, afinal a realidade é mais forte do que os ditames jurídicos. Os Homens devem ser idealistas? Evidentemente que sim. Mas, antes de serem idealistas, devem ser sérios. Com eles próprios e com os outros. Somos favoráveis a um sistema de saúde em que só quem tem dinheiro é que pode adquirir a saúde? Evidentemente que não. Se há aspecto da vida humana que é absolutamente democrático, é o seu estado de saúde. Rico ou pobre. Branco ou preto. Homem ou mulher. Velho ou jovem. Todos estão sujeitos a maleitas várias. Porque não inspirar-mo-nos em sistemas de saúde equilibrados, como o francês, o holandês ou o alemão? Até já os britânicos abandonaram o mítico NHS, adaptando-o!

Monday, May 16, 2011

Alguém entende este Óscar?

E vai:

1. O Ministério da Saúde cativou 15 por cento das transferências mensais a cinco hospitais por não terem apresentado os obrigatórios documentos de prestação de contas.

2. Apesar de não ter as contas todas, o secretário de Estado congratulou-se com o facto de a execução orçamental até Abril estar em linha com o orçamentado. "Os dados que temos apontam para uma redução de seis por cento face ao orçamentado", afirmou Óscar Gaspar, salientando a diminuição de 20 por cento nos medicamentos, de 11 por cento na rubrica dos meios complementares de diagnóstico e terapêutica (MCDT) e de oito por cento nas despesas com pessoal.

3. O secretário de Estado da Saúde, Óscar Gaspar, afirmou hoje, quinta-feira, em Coimbra, que a execução orçamental no sector nos primeiros quatro meses deste ano revela que a despesa está a descer cerca de seis por cento.

4. Os gastos do Estado nos hospitais subiram 2,1 por cento para 235 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, de acordo com dados do Infarmed a que a Lusa teve acesso. Em março, o Estado gastou cerca de 82,5 milhões de euros, uma variação homóloga de 10,3 por cento face à fatura do ano de 2010.

Sunday, May 15, 2011

Evidências

Independentemente da origem da informação, ela é verídica e absolutamente clara: "O Governo não incentivou a prescrição e o consumo de medicamentos genéricos. É por isso que continuamos na cauda da Europa, relativamente à quota de genéricos. Com apenas 20 por cento de quota de mercado para os genéricos, bastante longe dos mais de 50 por cento da maioria dos outros países da UE, desperdiçamos anualmente mais de 200 milhões de euros, sem qualquer ganho de saúde".

A quem dará jeito este caminho? À Indústria Farmacêutica em particular. Mas, porque fez o último Governo, este frete à Indústria Farmacêutica?

Nós temos as nossas idéias, sobre as razões de fundo. Mas, não as podemos veicular por aqui.

Wednesday, May 11, 2011

United Nations of Doctors

  • A ministra da Saúde desvalorizou hoje críticas da Ordem dos Médicos e Federação Nacional dos Médicos sobre a capacidade dos médicos colombianos há um mês em Portugal, lembrando que a Ordem deve "assegurar a qualidade da prática da medicina".
  • "À Ordem dos Médicos compete assegurar a qualidade da prática da medicina em Portugal de todos os médicos, seja qual for a sua nacionalidade", disse Ana Jorge.
  • As críticas surgiram pela boca da Ordem dos Médicos (OM) e da Federação Nacional dos Médicos (FNAM).
  • Da FNAM surge a acusação de que "os médicos colombianos não sabem fazer uma citologia ou sequer aconselhar uma pílula" ou que "um dos médicos gravava as consultas para depois ouvir e perceber melhor o português".
  • Sobre a falta de especialidade e sobre a alegada falta de conhecimento para fazerem planeamento familiar, a ministra da Saúde garantiu que "não é disso que se trata" e deixou a pergunta: "Quantos médicos em Portugal estão preocupados com o planeamento familiar?".
  • "Se isso assim fosse talvez hoje tivéssemos uma maior adesão ao planeamento familiar e talvez pudéssemos ter redução daquilo que são as interrupções voluntárias de gravidez se cada médico tivesse a preocupação de falar com os seus utentes", respondeu Ana Jorge.
Post Scriptum: quando as chamadas élites não se entendem, não há memorandum of understanding que nos valha! E ainda dizem que o SNS é uma maravilha. E já agora, a Ordem dos Médicos deveria começar a pensar em fazer exames de avaliação sobre língua portuguesa a todos os seus membros, nacionais e estrangeiros.

Medicina: a profissão do passado, do presente e do futuro

The new federal health-care law has raised the stakes for hospitals and schools already scrambling to train more doctors. Experts warn there won't be enough doctors to treat the millions of people newly insured under the law. At current graduation and training rates, the nation could face a shortage of as many as 150,000 doctors in the next 15 years, according to the Association of American Medical Colleges. That shortfall is predicted despite a push by teaching hospitals and medical schools to boost the number of U.S. doctors, which now totals about 954,000. The greatest demand will be for primary-care physicians. These general practitioners, internists, family physicians and pediatricians will have a larger role under the new law, coordinating care for each patient. The U.S. has 352,908 primary-care doctors now, and the college association estimates that 45,000 more will be needed by 2020. But the number of medical-school students entering family medicine fell more than a quarter between 2002 and 2007.

Tuesday, May 10, 2011

SNS: já era!

Ter um Serviço Nacional de Saúde deve significar mais do que infraestruturas hospitalares e médicos nos Centros de Saúde. Ou então, enganam-nos. Seria importante que a chamada classe governante viesse dizer o que é "Serviço Nacional de Saúde", e já agora, se o conceito que têm, se ajusta ao conceito constitucional. De outra forma, estamos e estaremos perante sistemáticos embustes e falácias.

Seria preferível que se assumisse que a economia Portuguesa não tem suporte para garantir o que está escrito na Constituição da República Portuguesa. E mudava-se.

Isto é a confirmação prática e objectiva que o SNS não existe: A despesa pública em medicamentos vai passar de três mil milhões de euros para 1,75 mil milhões de euros em três anos, afirmou hoje o economista Francisco Ramos, baseado nas propostas apresentadas pela «troika» para o setor.

Há por aí quem diga, que a "Tróika" não existe na Constituição da República Portuguesa, mas está acima dela! O que será isto, se não o facto de Portugal ser um protectorado da UE, ou numa versão mais antiquada, uma colónia da UE!?

Sunday, May 08, 2011

Com a verdade me enganas IV

A política raramente é séria. Goste-se ou não, lembramo-nos de Franklin Roosevelt, de Winston Churchill, de John F. Kennedy. Marcaram as suas épocas. Não disseram só verdades, mas foram frontais, corajosos e consistentes.

Isto é uma mistificação ou se quisermos uma completa falácia, vindo de quem vem: José Sócrates, acusou o PSD de pretender «destruir o Serviço Nacional de Saúde» (SNS) com as suas propostas para o sector.

E porquê? Porque o SNS, tal como foi originalmente criado, já não existe. O SNS custa cada vez mais aos cidadãos. O SNS não oferece aos cidadãos: estomatologia, oftalmologia e outras especialidades, a não ser em situações muito pontuais e com longas listas de espera.

Os medicamentos são cada vez mais caros. As taxas moderadoras serão cada vez mais caras. E perante isto, o ainda Primeiro Ministro vem dizer que defende o SNS? Embustes. Falácias.

Salvo se o ainda Primeiro Ministro se estiver a referir aos que não pagam IRS (estimados em cerca de 40% dos portugueses), e que não pagam quase nada. Mas, ainda assim, estes que não pagam IRS, estão a pagar cada vez mais os medicamentos, e continuam na sua grande maioria sem acesso à utilização de especialidades médicas várias, e a próteses, etc.

Política não é sinónimo de verdade. Mas, a falácia e o embuste cansam e causam náusea.

O SNS só é tendencialmente gratuito (mecanismo mistificador colocado na Constituição da República), para muito poucos portugueses. E com o memorandum of understating, estabelecido com a famosíssima Tróika, o SNS vai ser tendencialmente a pagar para todos os cidadãos que têm rendimentos, ainda que ganhem os famosíssimos 500 euros mensais.

Wednesday, May 04, 2011

Primeiros impactos

Nada de especial, mas vai doer. Por enquanto, é suave:
  • "Cortar substancialmente (dois terços no total) os benefícios fiscais para a saúde, incluindo os seguros privados".
  • o aumento de taxas moderadoras.
  • cortes nos custos com a ADSE.
  • redução de gastos nos hospitais.
  • cortes nas despesas do transporte de doentes e nos meios complementares de diagnóstico.
É a vida!

Tuesday, May 03, 2011

A insustentabilidade dos sistemas de saúde públicos II

Em Espanha, como em Portugal, o tema é quente: El líder del PP balear y candidato a la presidencia del Govern, José Ramón Bauzá, se comprometió ayer a intensificar al máximo la colaboración entre los centros sanitarios públicos y los privados con el objetivo de lograr en las islas una "calidad asistencial de excelencia", dentro de un concepto de "sanidad con mayúsculas sin diferenciar entre sanidad pública y privada".

E até nisto, a semelhança entre Portugal e Espanha é evidente: El dirigente popular no precisó en qué consistirá esta colaboración entre sanidad privada y pública ya que esta concreción surgirá del diálogo con los sectores implicados con el fin de "establecer los criterios" que regirán esta iniciativa.

Num mundo global, é difícil ter uma economia competitiva com um sistema de saúde demasiado pesado. Já sabemos isso há muito tempo. Há países que têm sistemas públicos de saúde eficientes, ainda que não perfeitos, como os franceses ou os holandeses. Claro está, que isso também depende das respectivas culturas.

O que nos trará o Acordo com a "Tróika"? Isto não é suportável: no ano passado o SNS custou aos cofres do Estado 25 milhões de euros por dia - e nos primeiros três meses deste ano a despesa do Ministério da Saúde anda nos 24,3 milhões de euros/dia.

Sunday, May 01, 2011

A insustentabilidade dos sistemas de saúde públicos

O tema é quente em Portugal, nos EUA ou em Espanha: El PSOE defiende sin fisuras la sanidad pública y es partidario de reformas para adaptarla al siglo XXI frente a la amenaza que ve que representa la derecha.

Há alguns sistemas de saúde públicos que se mantém viáveis e com alguma sustentabilidade, como o sistema alemão, o francês e de alguns países do norte da Europa. Mas, só são sustentáveis, porque há uma conjugação de esforços público-privados, e um férreo rigor, que faz desses países uma amostra de que é possível manter à tona sistemas de saúde públicos. Os EUA tentaram com o ObamaCare criar uma rede assistencial pública de acesso generalizado. Não foi até agora implementado. Aliás, o sistema de saúde dos EUA é o pior dos exemplos, uma vez que a sociedade americana gasta quase 20% em saúde. Valores incomportáveis para qualquer sociedade.

O idealismo é positivo, mas levado ao extremo, leva à insanidade e a inevitáveis rupturas.