Thursday, June 29, 2006

Governo reduz pagamento das horas extraordinárias aos Médicos


Lê-se aqui, que "O Governo aprovou esta quinta-feira um decreto que determina que o trabalho extraordinário praticado por médicos em urgências seja pago com base no regime de dedicação exclusiva com horário de 42 horas semanais para a respectiva categoria e escalão". Ou seja, "a alteração do regime remuneratório do trabalho extraordinário dos médicos, tendo em vista a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde".

Gostamos que a pretensa sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde, seja garantida por outros entidades, para além dos seus pagadores (trabalhadores e empresas). O processo de contenção de custos, do Professor Correia de Campos, iniciou-se na área dos medicamentos, agora entra pela área dos médicos.

Na mesma
notícia, diz-se "Os médicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) possuem dois regimes de trabalho: 42 horas semanais, o que corresponde a dedicação exclusiva aos serviços públicos, e de 35 horas semanais, que não implica trabalhar exclusivamente para o SNS".

Numa outra
notícia, registamos a reacção de um dos Sindicatos de médicos, "O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) admite recorrer a uma greve em resposta ao fim do pagamento pela tabela máxima das horas extra em urgência para todos os médicos, hoje aprovado pelo Governo". E diz até o Sindicato que "considera «eticamente insustentável» que o Governo revogue o anterior decreto- lei (que garantia o pagamento a todos os médicos das horas extra em urgência pela tabela máxima)".

Para finalizar, registamos esta tirada do SIM, "Temos mantido uma atitude digna de considerar o interesse do país e, por esse facto, merecíamos do senhor ministro da Saúde e do Governo outro comportamento, mais ético, mais digno, mais educado e mais democrático". Será que os Senhores Doutores merecem um tratamento diferente dos outros portugueses? Alguém que responda.

Exemplo de má "gestão" pública na saúde

Lemos aqui, que "A primeira unidade de radioterapia do Algarve é inaugurada hoje em Faro, seis anos após os primeiros passos para a sua concretização, permitindo aos doentes oncológicos algarvios serem tratados sem necessidade de ir a Lisboa". Apesar dos seis anos de demora, parece uma boa notícia.

Mas é confrangedor que se passe isto, ainda conforme a mesma
notícia:

1. "A nova unidade, desenvolvida pela Associação Oncológica do Algarve, mereceu o apoio político e a comparticipação financeira dos 16 municípios do Algarve, que a 22 de Janeiro de 2001 assinaram um acordo com aquela associação".

2. "Sete meses antes, em 20 de Junho de 2000, a Câmara de Faro decidira doar um terreno para a concretização da obra, atendendo à importância social da unidade, cuja construção evitará que os doentes de todo o Algarve com casos do foro oncológico tenham que acorrer às unidades de Lisboa".

3. "O projecto mereceu a oposição da primeira equipa do Ministério da Saúde do Governo de António Guterres, liderado por Manuela Arcanjo, que em Março de 2001 veio ao Algarve prometer uma unidade de radioterapia no sul do País, a instalar no Algarve ou Alentejo, a expensas do Ministério".

4. "Na altura, a ministra terá mesmo proferido palavras menos elogiosas para o projecto co-financiado pelos municípios, já em fase de arranque, sublinhando os riscos para a saúde dos doentes que poderiam advir do manuseamento do equipamento".

5. "Em Janeiro de 2001, também o segundo ministro da Saúde de António Guterres - tal como hoje, Correia de Campos - se mostrou reticente face ao projecto, ao afirmar que as condições para a instalação da unidade no Algarve careciam ainda de estudos prévios, aceitando como «ideal» a sua localização no Hospital de Faro".

6. "em Abril de 2004.......o ministro da Saúde de Durão Barroso, Luís Filipe Pereira, autorizou oficialmente a instalação da unidade e anulou o investimento numa unidade semelhante a instalar no Hospital Distrital de Faro, anteriormente decidida pelo executivo de António Guterres".

7. "A Unidade de Radioterapia do Algarve foi terminada, equipada e estava pronta a entrar ao serviço no início deste ano, mas a abertura foi atrasada por causa do licenciamento".

8. "O processo inicial de licenciamento entrou na Direcção-Geral de Saúde em Novembro de 2005, mas o relatório final do Instituto Tecnológico e Nuclear só foi emitido em Maio deste ano".

9. "A unidade, que será explorada pela clínica privada Quadrantes, tem autorização provisória de funcionamento, passada pela Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve desde 02 de Junho deste ano".

Senhor Primeiro Ministo e Senhor Ministro da Saúde, isto é uma vergonha e um excelente exemplo de incompetência do Estado português.
Quem pagará tamanha incompetência?

Wednesday, June 28, 2006

Porquê que há tanta gente obesa?


Lemos aqui, que o Dr. David Allison, da Universidade de Alabama (EUA), juntamente com outros investigadores americanos, canadianos e italianos, analisaram 100 estudos sobre as razões que levam à obesidade. E concluiram que as 10 principais razões para se ficar obeso, são:
1. Inadequate sleep.
2. Endocrine disruptors.
3. Nice temperatures. (Air conditioning and heating limit calories burned by sweating and shivering.)
4. Fewer people smoking.
5. Medicines that cause weight gain.
6. Population changes.
7. Older birth moms. (That correlates with heavier children).
8. Genetic influences.
9. Darwinian natural selection. (Fat people outsurvive skinny ones.)
10. Assortative mating.

Conclusão: há coisas que podemos fazer, outras serão mais difíceis....

Tuesday, June 27, 2006

Observatório Português dos Sistemas de Saúde - I

Prometemos que analisaríamos com algum cuidado o Relatório Anual do "Observatório Português dos Sistemas de Saúde" (OPSS).

É um relatório longo, de cerca de 200 páginas, preparado por pessoas, nomeadamente investigadores, que trabalham o tema da saúde há bastante tempo, pertencentes a organizações de prestígio. Ou seja, na nossa modesta opinião, não é um relatório "sagrado", mas é um relatório a ter em conta.

Tentaremos abordar o documento por fases. Nesta primeira fase, os pontos são os seguintes:

1. O Banco Mundial (2003), refere que "existe um princípio de boa governação", que consiste em: "Os cidadãos possuem o direito de que os seus governantes sejam responsáveis e responsabilizados pela forma como usam a autoridade do Estado e os recursos. Como tal, os cidadãos têm o direito de saber como está a funcionar o governo (transparência) e de poder escolher entre diferentes opções políticas e económicas com base no desempenho das diferentes entidades em presença (contestabilidade)".

Comentário: Neste aspecto, como cidadão português que somos, sentimos que há um enorme déficit de informação e transparência por parte, quer das entidades estatais, quer dos órgãos reguladores (a propósito ainda não sabemos se está a funcionar a
Entidade Reguladora da Saúde).

2. O Relatório da OPSS refere que "Os hospitais e centros de saúde onde o processo de acreditação está em desenvolvimento, ou onde já foi concluído, já experimentaram muitas dessas pré-condições, nomeadamente com o desenvolvimento de auditorias internas, fossem elas centradas no desempenho clínico estrito ou no desempenho organizacional dos pólos onde se desenvolve o trabalho assistencial, seja a prática clínica baseada na evidência (guidelines ou normas de orientação clínica), seja a monitorização clínica, seja a gestão do risco clínico, seja por fim o envolvimento dos doentes no contrato terapêutico e na divulgação dos resultados do desempenho dos serviços".

Comentário: Continuamos a ficar perplexos, quando verificamos que em Portugal a palavra "auditoria" é uma novidade! A auditoria para ser séria e eficiente, tem que ser regular (anualmente) e ser efectuada por uma organização externa (ou independente).

3. É citado como "boa prática", pelo OPSS, "A avaliação da qualidade dos Centros de Saúde (CS) baseada na satisfação dos seus utilizadores — EUROPEP —, promovido pelo Instituto da Qualidade em Saúde (IQS) e realizado pelo Centro de Estudos e Investigação em Saúde da Universidade de Coimbra (CEISUC), na perspectiva de apoio à governação em saúde, nomeadamente, a construção de indicadores válidos e fiáveis do desempenho assim contribuindo para apoiar as tomadas de decisão de âmbito organizacional e clínico."

Comentário: Verificamos que o
Instituto de Qualidade na Saúde (IQS), apresenta no seu site, um conjunto de actividades "desgarradas", algumas delas com desactualização de informação de anos! A "qualidade" do site, só por si, diz muito do que deve ter desempenhado o IQS. E mais não comentamos. É pena, que entidades como o IQS existam para o cidadão comum, quase na obscuridade.....

Monday, June 26, 2006

Sistema de Saúde português é o 16º melhor da UE

Apesar de lermos aqui, que "O sistema de saúde português ocupa o 15º posto entre os 25 Estados-membros da União Europeia (UE)", verificamos no próprio site do Estudo, que Portugal fica em 16º lugar. Para o caso, tanto faz, mais lugar, menos lugar!

Sabemos que os rankings, valem o que valem. Serão sempre subjectivos, por mais que os seus investigadores utilizem critérios....objectivos.

Ficamos medianamente satisfeitos com o resultado, mas há alguns aspectos que questionamos, e passamos a explicar:

1. "Access to own medical record", a classificação (de 1, a pior, a 3, a melhor), atribui 2, a Portugal. Nós próprios, nunca tivemos acesso ao nosso registo médico! Nem conhecemos ninguém que o tenha tido.
2. "Access to the e-mail address of family Doctor", atribui 2 a Portugal. Não conhecemos ninguém que tenha o e-mail do seu Médico. O número de telemóvel, sim, concordamos!

Mas, rankings são rankings. 16º em 25, poderia ser pior! E sempre temos a Espanha, em 17º lugar!

Sunday, June 25, 2006

Fantásticos avanços tecnológicos

Lemos aqui, que "Buried alive. That's what Deborah Morgan's friends said she'd feel like when she went into the MRI tube. Just the thought made her cry". Ou seja, havia (há) quem se sentisse em claustrofobia quando entrava num tubo de um ressonancia magnética.

Agora, a situação vai mudar, conforme a mesma
notícia, "Soon she was in a recently installed upright MRI, which lets a patient sit while being scanned".

Mas, os avanços não se ficam por aqui, "Without wielding a scalpel, doctors can increasingly see clearly down to the millimeter what's wrong. They can find tumors, tears and clots, tell whether that chemotherapy treatment you just started will work. They can do virtual colonoscopies and lung cancer screenings before a disease shows symptoms". Mais uma autentica revolução na saúde. E a notícia conclui com esta idéia "Changes in CTs - short for computed tomography - are coming particularly fast. CT machines use special X-ray scans to capture "slices" of the body's insides, then computer-process that information to develop a cross-section of organs and tissues". Agora é assim "In the beginning, there were one-slice machines. Then two-slice. Four. Sixteen. Thirty-two. And now, 64 (with 128 and 256 on the way). The more slices, the better and faster the picture".

Mas, há sempre um outro lado: os custos. E verificamos isto, ainda na mesma
notícia, "Between 1999 and 2004 , the number of MRI, or magnetic resonance imaging, scans and CT scans done in South Hampton Roads jumped by 80 percent, according to a recent report by the Eastern Virginia Health Systems Agency".

Friday, June 23, 2006

Hospital de Chaves....tecnológico!

Lemos aqui, que "Hospital de Chaves 100% informatizado até ao final do ano". E mais "O Hospital de Chaves foi o primeiro do país a ter o serviço de urgências completamente informatizado, um processo que teve início em Maio de 2003 e terminou em Dezembro desse ano com a «retirada total do papel»". Mais vale tarde do que nunca. E em Chaves, nas tais regiões desertificadas vêm exemplos, que os "Hospitais - elefantes" de Lisboa, Porto e Coimbra, deveriam imitar!

Mas, ainda numa região desertificada, como o Alentejo, ainda lemos na mesma
notícia, "Este projecto-piloto vai ainda avançar para os cuidados de saúde primários, sendo os Centros de Saúde de Odemira e Portalegre os primeiros do país «paper free» (livres de papel) até ao final do ano". Dá-nos ânimo, para pensar que Portugal poderá ainda não descolar do pelotão dos desenvolvidos....

Thursday, June 22, 2006

Dores de cabeça



Lemos aqui, que está ainda em fase de testes um aparelho para fazer diminuir as enxaquecas e as náuseas. Assim, "An electronic device may help 'zap' away migraine pain before it starts". Boas notícias para quem sofre de "People who suffer from migraine headaches often describe seeing showers of shooting stars, zigzagging lines and flashing lights, and experiencing loss of vision, weakness, tingling or confusion". Mas, "UK experts said the findings were interesting but warned it needed to be tested in a much larger study".

Wednesday, June 21, 2006

O choque tecnológico a chegar.....à saúde


Lemos aqui, que "Hospital da Guarda passa a funcionar sem papéis na Urgência e a atender por prioridade". A Guarda é em Portugal.

Mais em detalhe na mesma
notícia, refere-se "A Guarda adere aos sistemas de Manchester e Alert Paper Free Hospital, já em vigor nalguns serviços de urgência de outras unidades de saúde do país". Quanto ao "sistema de Manchester" é melhor do que nada. Mas sabemos que isto, "aqueles que forem catalogados com a azul poderão ter que esperar até quatro horas para serem observados por um médico", não é verdade, em alguns dos hospitais que utilizam o referido sistema.

Mais adiante, ainda na mesma
notícia, "Amanhã começa também a funcionar o sistema Alert que acaba com a utilização de papéis como suporte para registo e circulação de informação clínica, uma vez que toda a actividade fica registada digitalmente". Folgamos que as melhorias existam, ainda que lentas, mas que vão aparecendo.....

Tuesday, June 20, 2006

Os medicamentos e a "política" de saúde

Lemos aqui, que "Medicamentos sem receita mais caros fora das farmácias.....revela o 6º Relatório do Observatório Português dos Sistemas de Saúde (OPSS)".

Senhor Professor Correia de Campos: afinal o Senhor, que até é dos poucos que percebe de "administração" da saúde em Portugal, caiu numa armadilha? Ou o "mercado", em Portugal, não funciona? É estranho que assim seja.

Na mesma
notícia, diz-se que "informação disponível aponta para o aumento generalizado dos preços dos Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica (MNSRM) face ao período prévio à liberalização", e pior "os preços de venda ao público nestes novos estabelecimentos são, na generalidade, superiores aos preços praticados nas farmácias".

Finalmente, o
Observatório Português dos Sistemas de Saúde, revela ainda "Na apreciação geral que faz à actuação da equipa liderada por Correia de Campos, o Relatório critica a dificuldade em "descortinar" um "claro enfoque estratégico".

Já tínhamos reparado nessa falta de enfoque estratégico, mas mais à frente, dedicaremos alguns comentários ao 6º Relatório da OPSS.

Sunday, June 18, 2006

Registos eletrónicos na medicina

Conforme se refere aqui, "The government will press ahead with plans to put patients' medical records online in spite of complaints about privacy, cost and the slipping timetable, ministers said yesterday". Não. Não é em Portugal. É aqui, "Medical professionals will be able to access "care records" in England as part of a £20bn programme to revamp NHS computer systems". E o actual Ministro da Saúde (de lá), diz "Lord Warner, the minister in charge of reforming the health service, said there was "no question, not a flicker of doubt" that electronic records would be in place by 2010". Os ingleses não falam em choque tecnológico, pôem-no em prática.

E em mais detalhe no mesmo
sítio, "Medical professionals will be able to call up patient details - which could include confidential information such as family medical histories and prescriptions. Eventually, patients will be able to view their own records on the web". Brave new world, dizemos nós.

Friday, June 16, 2006

Inquérito criminal


Lemos aqui que "O Ministro da Saúde é alvo de uma investigação". Este media às vezes não acerta. Mas, mais à frente diz-se "em causa está uma denúncia de falsificação de documentos, corrupção e abuso de poder". Mas, a acusação, se for verdade, parece grave. Vamos ver se este não será um processo identico a um outro titular desta pasta, que teve como fim derrubá-la.....

Wednesday, June 14, 2006

Sociedade Prozac


Vivemos na "sociedade Prozac", gostemos ou não. Segundo um estudo, desenvolvido nos E.U.A., "An estimated 1 percent of Americans, or about three million people, mostly young women, will at some point suffer from the self-starvation and obsessive anxiety about weight that characterize anorexia". Deste total, "about two-thirds of them receive treatment with Prozac or similar antidepressants, which are considered generally interchangeable". Só que neste rigoroso estudo, conclui-se que "researchers from Columbia and the University of Toronto monitored 93 women, ages 16 to 45, who, after receiving intensive psychotherapy, gained enough weight to fall into the normal range".

No mesmo estudo conclui-se que "After a year, 26 percent of those on Prozac and 31 percent of those taking placebo pills remained in a healthy weight range, the study found. The differences between the two groups, in weight and on measures of beliefs about food and weight gain, were not large enough to be significant".

Ou seja, valerá a pena tomar prozac, para quem tem anorexia?

Tuesday, June 13, 2006

Os custos do SNS e a Constituição da República

Lemos aqui, que "Os preços do Serviço Nacional de Saúde (SNS) vão aumentar a partir de Agosto. As novas tabelas foram publicadas ontem em portaria no Diário da República. Há casos em que os preços passam para o dobro e mesmo para o triplo. Mas os aumentos não irão reflectir-se para já no bolso dos utentes". Sinceramente, desconfiamos sempre que alguém de uma organização (pública ou privada), venha falar em aumentos dos custos dos serviços, mas sem afectar os clientes /utentes/ pacientes.

Mais à frente, na mesma
notícia, registamos o seguinte, "Em relação às anteriores tabelas, os aumentos são pesados, mas não serão pagos pelos utentes. Serão os subsistemas de saúde, como a ADSE, e as seguradoras a arcar para já com a totalidade da despesa". E dão-se exemplos dos aumentos, "No caso de uma ida à urgência de um hospital central o preço passa de 51 para 143,5 euros. Um aumento de mais de 180 por cento".

Será que as Seguradoras não têm fins lucrativos? Claro que têm, logo os aumentos serão suportados pelos seus segurados (clientes/ utentes/ pacientes).

Quanto à ADSE, será suportada por quem? Pelos funcionários públicos que descontam.

Ou seja, já se percebe quem é que vai pagar.

Mais à frente, ainda se afirma, na mesma notícia, "Perante uma subida tão significativa dos preços é possível que os aumentos se venham a reflectir no bolso dos beneficiários e segurados. Falta saber de que forma.".

Relembramos ao Senhor Professor Correia de Campos, o que diz o artigo 64º da
Constituição da República, no número 2, na sua alínea a), "Através de um serviço nacional de saúde universal e geral e, tendo em conta as condições económicas e sociais dos cidadãos, tendencialmente gratuito".

Ou se cumpre a Constituição da República. Ou se muda a Constituição da República, se não se tem dinheiro, para se manter o que lá vem escrito! Cinismos, não!

Monday, June 12, 2006

As maternidades, outra vez!

Lemos aqui, que "A maternidade do Hospital de Elvas encerrou esta segunda-feira, às 08:00. É a segunda unidade a encerrar, depois do bloco de partos do Hospital de São Miguel, em Oliveira de Azeméis. A partir desta segunda-feira, as grávidas da região têm assim de escolher entre Évora, Portalegre e Badajoz para terem os bebés."

Segundo o Senhor Professor Correia de Campos as razões de encerramento baseiam-se, num
relatório da Comissão Nacional de Saúde Materna presidida pelo director da Maternidade Alfredo da Costa, Jorge Branco, e segundo parece por "critérios de qualidade" fixados pela O.M.S..

Já agora, e recorrendo a este mesmo
link, e ainda com referência ao relatório da referida Comissão, verificamos que "É o caso de Cascais, cujos partos deveriam ser concentrados em S. Francisco Xavier (Lisboa), de Mirandela (com concentração dos nascimentos em Bragança), de Póvoa de Varzim, com desvio dos nascimentos para Matosinhos e da Guarda, cujos partos seriam reencaminhados para Castelo Branco ou Covilhã".

Pareceu-nos ter ouvido ontem, num canal de televisão português, que a maternidade de Cascais não fechará! Porque será, Senhor Professor Correia de Campos? Será que na região do país, onde há maior concentração de maternidades, a de Cascais não pode fechar? Será que há portugueses de 1ª e portugueses de 2ª? Trinta e dois anos após o 25 de Abril de 1974?

Sunday, June 11, 2006

Angola e a cólera


Lemos aqui, que "Angola cholera death toll exceeds 1,500". Este número é impressionante, sobretudo se comparado com a "gripe das aves" e as suas consequências, até ao momento. São os chamados "países mudos". Passa-se esta catástrofe, e não merece ser "headline" em nenhum media.
Vamos à Organização Mundial de Saúde (OMS), e "As of 6 June 2006, Angola has reported a total of 43 076 cases and 1642 deaths (overall case-fatality rate (CFR) 3.8%)". Mesmo assim, tenta-se menorizar os "estragos", como se pode ler no site da OMS, "Although current trends show a decline in most provinces, a daily incidence of around 200-280 cases is still being reported".
São os diferentes mundos em que vivemos!

Friday, June 09, 2006

SNS Britânico dá sinais de estar a partir a corda...

Lemos aqui, que "Hospitals in the U.K.'s National Health Service have built up a deficit of 1.1 billion pounds ($2 billion), forcing job and service cuts to bring spending under control at the nation's largest employer". Ou seja, o SNS Português está a rebentar, o NHS Britânico, também.

Mas, naquela
notícia, ainda se diz mais "Prime Minister Tony Blair's Labour government increased spending per head by 63 percent between 1999 and 2005 to reduce waits for care". Ou seja, há limites, Senhor Primeiro Ministro, Tony Blair!

A aflição de Tony Blair é tanta, para tentar controlar o monstruoso NHS, que "Blair is seeking top executives from Britain's largest companies including Tesco Plc, Lloyds TSB Group Plc, and Smiths Group Plc to help run NHS hospitals". É que "He warned yesterday that voters may refuse to back more spending on public services unless delivery is improved".

Os Consumidores devem exigir contrapartidas, para os gastos monstruosos com a saúde....

Thursday, June 08, 2006

A certificação das tecnologias da saúde

Lemos aqui, que “Twenty-two electronics and health care companies have formed a coalition that will develop certification guidelines for health care information technology products and lobby regulatory agencies to implement rules to encourage the use of those products”. Esta coligação, pode ajudar a evitar muito desperdício na investigação de novas tecnologias da saúde. Entre as empresas que aderiram à coligação, encontram-se, "The coalition, which will operate as a not-for-profit organization called Continua Health Alliance, includes Intel, IBM, Cisco Systems, Samsung Electronics, Motorola, Philips Electronics, Medtronic, the GE Healthcare division of General Electric, Kaiser Permanente and Partners HealthCare System, among others".

Ainda na mesma
notícia, se refere que:

- “Continua will develop certification guidelines for health care IT products that meet certain interoperability standards, as well as a logo that will appear on those products to inform consumers about their compatibility”.
- “Continua will encourage the use of monitoring devices that transmit patient data to hospitals and other health providers in home health care and will lobby regulatory agencies to "make it easier for consumers to get reimbursed from insurers for using monitoring technology in the home”.
- “According to Continua, increased use of such monitoring devices would help address a potential shortage of health care providers as the rate of chronic diseases increases”.

Aqui, confirma-se a notícia. Só achamos estranho não estar presente, na “Continua”, a Siemens, um dos maiores players globais nas tecnologias da saúde.

Um dos desafios deste projecto, segundo a
Forbes, é "a slow and expensive process to connect to Kaiser's network just some of the 300,000 biomedical devices it has in its doctors' offices and hospitals".

Monday, June 05, 2006

A falta de médicos

Tínhamos abordado aqui, a falta de médicos obstectras, em Portugal.
Agora, lemos aqui, que "A doctor shortage threatens to set off healthcare crisis". Isto, nos E.U.A.. Tal como temos vindo a discorrer até aqui, os tumultos na saúde não vão diminuir:
- A crescente força dos consumidores (clientes, utentes, ou doentes, como quiserem).
- O crescente custo das tecnologias.
- O aumento das expectativas dos consumidores, que querem viver mais e melhor.

Sem acrescentar mais "lenha", para uma grande fogueira, verificamos que no país mais rico do mundo, a situação é má, no que toca a recursos humanos, conforme se refere
aqui, "Several states -- including California, Texas, and Florida -- are already coping with physician shortages. Patients are experiencing, or soon will face, shortages in at least a dozen physician specialties, including cardiology and radiology, and several pediatric and surgical subspecialties.

E lá "paga" o consumidor, a ineficiência dos sistemas de saúde, "``People are waiting weeks for appointments; emergency departments have lines out the door," e os prestadores a sofrerem pressões "``Doctors are working longer hours than they want. They are having a hard time taking vacations, a hard time getting their patients into specialists."".

Saturday, June 03, 2006

Urgências são fracasso

Mais um fracasso, no sector da saúde, sem que constitua surpresa para nós. Muda-se "isto", propõe-se "aquilo", faz-se a "experiência X", tudo a correr, sem objectivos concretos, sem responsabilidades assumidas e sem julgamento de responsáveis. O sector da saúde é "um laboratório experimental".

Tudo isto, a propósito desta
notícia, em que se refere "A criação dos serviços de atendimento urgente nos centros de saúde, que visou resolver o congestionamento das urgências hospitalares, foi um “fracasso” e conduziu à “desorganização” destas instituições". Os objectivos eram bons, "a criação dos Serviços de Atendimento Permanente, dos Centros de Atendimentos Urgentes e dos Atendimentos Complementares nesta sub-região “teve como razão principal tentar resolver o congestionamento das urgências dos hospitais”". Então porque falharam?

Mais à frente e na mesma
notícia, refere-se isto "Os autores da proposta consideram que se mantém “a mesma utilização inadequada das urgências hospitalares, situação por si só demonstrativa do fracasso da criação daquelas estruturas nos centros de saúde".

Continuamos a achar que a "gestão", ou como dizem os anglo-americanos, o management, não existe na saúde em Portugal. De outra maneira, porque falham estas reestruturações? Quanto a nós, por mera e simples falta de informação aos consumidores e utilização de rigor no atendimento. Ficamos à espera da próxima "medida", que irá solucionar tudo......para tudo ficar como estava.

Thursday, June 01, 2006

Não há médicos ginecologistas-obstetras suficientes


Lemos esta notícia, em que se refere que "O número de médicos ginecologistas-obstetras necessário (cerca de 2.100) para suprir as necessidades actuais só será alcançado dentro de uma década, depois de vários anos sem se ter assegurado a respectiva renovação". Perguntamos nós:
- O que andaram a fazer os Ministérios da Saúde e do Ensino Superior, nos últimos 10 anos?
- O que andaram a fazer as Faculdades de Medicina de Portugal?
- Para que servem as pessoas que planificam a saúde, em Portugal? (se é que alguém planifica....)

É que sabemos que a nossa população se estabilizou nos últimos 10 a 15 anos, na ordem dos 10,5 milhões de habitantes e os nascimentos, como é por demais sabido, têm decrescido!

Onde está a responsabilidade, em Portugal? Quer-se acabar com o Serviço Nacional de Saúde? Quer-se criar espaço para a entrada de novos "players" no sector da saúde? Se sim, diga-se claramente, e não por omissão.

Já para não referir
isto:
- "Actualmente existem no país 1.400 obstetras"
- "um terço dos quais com mais de 60 anos e metade com mais de 50".
- "sendo que o factor idade limita os horários laborais"
- "com mais de 60 anos os médicos não fazem bancos, com mais de 55 podem pedir para não os fazer - «e pedem», refere Jorge Branco – e com mais de 50 podem pedir para não fazer noites".

Meus Senhores, "patients are tired to be patient", conforme refere a Professora Regina Herzlinger.

O poder do Consumidor ou das corporações?


Por aqui, defendemos o consumidor de saúde, tenha ele o nome de "utente", "cliente" ou até mesmo de "paciente". É para o consumidor de saúde, que todo o sector da saúde funciona. Sem ele, não há sector da saúde, por muito importantes que sejam os Senhores médicos, os Senhores enfermeiros, os Senhores farmacêuticos ou, entre outros, os Senhores administradores hospitalares. Vem isto a propósito desta notícia, em que se refere que "A Autoridade da Concorrência (AdC) condenou a Ordem dos Médicos (OM) ao pagamento de uma multa de 250 mil euros por impor preços para as consultas dos médicos que trabalham como profissionais independentes". E mais à frente "O organismo regulador entende que se trata de "uma forma séria e das mais graves de restrição da concorrência". Para nosso espanto, a reacção da Ordem dos Médicos (corporação que agrega os médicos de Portugal), foi esta, "O bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, afirma que não paga a multa de 250 mil euros, que a Autoridade da Concorrência determinou por causa do estabelecimento de preços máximos e mínimos para os serviços prestados pelos clínicos". Já não sabemos, quem é que manda em Portugal, neste momento: se o Estado (através dos seus órgãos) ou as corporações.