Thursday, April 29, 2010

Entidades Reguladoras

Hoje, lá apareceu nos media, a Entidade Reguladora da Saúde, para dizer isto:
  • O número de reclamações enviado para a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) continua a aumentar, totalizando 7848 queixas e exposições, mais 19 por cento do que no ano anterior.
  • Analisando os 10.415 processos de reclamações terminados no ano passado (alguns transitaram de anos anteriores), percebe-se que o grosso é arquivado (75 por cento). Em 17 por cento por cento dos casos foram garantidas medidas correctivas e apenas um por cento das situações deu origem à abertura de processos.
  • Um exemplo: depois de ter diagnosticado um tumor maligno no olho esquerdo que teria que ser removido com urgência, uma profissional de saúde do Centro Hospitalar do Porto desviou a doente para a Clínica Oftamológica Dr. Manuel Monteiro, Lda, onde também colaborava na altura e onde foi feita a cirurgia.

Bem, numa altura em que se fala em falência do Estado de Portugal, de muitas empresas e de muitos indivíduos, resta um simples exercício: 1) continuar a fingir que a "nossa" crise é igual à dos outros, e continuar a usufruir do "nosso" querido crédito; 2) reduzir drásticamente todas as adiposidades que há por aí (leiam-se, actividades que não têm valor acrescentado para quem as paga).

Um conjunto de entidades que existem, mas que se sobrepõem, em termos de competências, e sobretudo, com muito pouca eficácia (como aliás, se pode ver pelos extractos acima verificados, do resultado da ERS):

  • Entidade Reguladora da Saúde: supervisiona as entidades privadas da saúde, mas não as públicas. Porquê? Talvez, para garantir a continuidade da IGAS.
  • Inspecção Geral das Actividades em Saúde (IGAS): parece que é a entidade que regula as entidades públicas, a não ser que hajam outras ao barulho, como por exemplo o Infarmed, no caso dos medicamentos.
  • INFARMED: supervisiona o medicamento e a venda de medicamentos, excepto naquilo que as autoridades europeias já fazem. Por exemplo, se há falhas nas farmácias dos hospitais, quem regulará ou supervisionará? O IGAS? Ou o Infarmed? Ou pior, ninguém? E no caso das farmácias de comunidade, que são privadas, já não é a ERS que intervem, mas, parece que é o Infarmed!
  • Autoridade da Concorrência: regulará a eventual concentração ou concertação de actividades de concorrência. E a Entidade Reguladora da Saúde não terá também uma palavra a dizer neste aspecto? E a regulação da abertura de novas farmácias não é competência do Infarmed?
  • Ordens profissionais: supostamente são responsáveis pelo rigor e profissionalismo das suas profissões, muitas vezes com maior peso que as próprias entidades reguladoras. Então para quê ter duas opiniões, ou mais? Sobretudo num país, que quer ser moderno, mas não tem sequer recursos para ser apenas e só eficaz?
  • Instituto da Qualidade em Saúde: parece que já não existe, mas aqui diz-se que foi substituído por outro....parecido.

Poderíamos elencar mais entidades reguladoras ou supervisoras. Queremos apenas dar uma achega ao "ataque ao despesismo" que pretende ser o PEC. Mas, imaginamos que vão acabar algumas das entidades mencionadas? Nem pensar. O poder (Governo e Parlamento) está mais relacionado com estas "entidades reguladoras", do que com quem lhes paga o salário, que são os contribuintes e os clientes.

Wednesday, April 28, 2010

Anti-ciclone dos Açores

Será isto um exemplo real, ou mais uma dôr fingida: O prejuízo dos três Hospitais da Região Autónoma dos Açores é de 60 milhões de euros, mas, o Governo Regional dos Açores quer reduzir esse valor para metade e, em dois anos, os gestores têm de poupar 34 milhões de euros?

Será esta ideia real ou apenas para contribuinte ver: Esta é uma meta lançada pela secretaria da Saúde que vê na poupança a única forma de sair de uma situação crítica?

Quem tem que pôr em prática queixa-se: O primeiro objectivo é reduzir, já no corrente ano, 14 milhões de euros, contas que deixam os gestores apreensivos, como é o caso de Armando Anahory, Presidente do Conselho de Administração do Hospital de Ponta Delgada que considera "estar-se a pedir um esforço muito grande e não sabemos se vamos conseguir atingir esses objectivos".

A nós sempre nos ensinaram que só podemos gastar o que temos no bolso! Por vezes, poderemos recorrer ao crédito. Mas, não sempre.

Monday, April 26, 2010

Heart screening

Heart screening tests to be offered to millions of adults across England could be a waste of resources, a study warns.

Everyone between 40 to 74 is to be invited for screening for the early signs of heart disease and other problems by their GP. However, Cambridge University researchers say targeting only "higher-risk" people would save just as many lives, and potentially cost less. Their research was published in the British Medical Journal.

The researchers said universal screening, while effective, might be "unrealistic to implement" at a time when the NHS was likely to be increasingly short of resources. "Policy makers have to decide on the balance between the number of people needed to screen or treat and the number of cases that can be prevented in the population," they said. "Given that universal screening will take years to implement, it makes sense to prioritise people who are most likely to benefit," he added. "There are untreated patients at high risk of cardiovascular disease, most of whom can be identified from their electronic primary care records. We should act on this information."

Sunday, April 25, 2010

A malária versus a Gripe dos Porcos

Isto sim, é verdadeiramente dramático: Diretora da UNICEF considera "inaceitável" que 850 mil pessoas morram todos os anos devido a Malária.

Será que a Gripe A ou Gripe dos Porcos é mais importante porque é mais provável de acontecer nos chamados países desenvolvidos, do que a malária? (Ann Veneman salienta que "quase 90 por cento das mortes" causadas pela malária todos os anos ocorrem na África subsaariana). Ou porque as crianças são menos importantes? (as "crianças menores de cinco anos constituem a maior parte dessas vítimas mortais").

Wednesday, April 21, 2010

Tribunal de Contas: falta verdade nas contas do SNS

Há uma grande descrença por parte do cidadão comum, em relação às entidades públicas e privadas. O cidadão sente-se defraudado. Em Portugal e na generalidade dos países. Veja-se o que pensa o cidadão americano sobre o Governo dos EUA: Nearly eight in 10 Americans do not trust the Federal government and have little confidence that it is capable of solving the nation’s woes, according to a recently released survey from the Pew Research Center.

Em Portugal, talvez nem 20% acredite naquilo que as autoridades dizem. Aliás, as tais autoridades hoje dizem uma coisa, amanhã dizem o oposto. Confiar? Talvez nas crianças, e só nas mais pequenas.

O Tribunal de Contas tem por finalidade controlar a forma como o Estado gasta o dinheiro dos contribuintes (os tais que deixaram de acreditar nas instituições). E o que diz o Tribunal de Contas a propósito do Serviço Nacional de Saúde? Isto:
  • As contas consolidadas do Serviço Nacional de Saúde não reflectem de forma verdadeira e apropriada a posição financeira e os resultados das operações de todo o universo das entidades que o integram e, consequentemente, o valor das necessidades de financiamento, justificando-se uma posição de reserva.
  • Os encargos plurianuais assumidos, nomeadamente no âmbito das parcerias público-privadas, não constam da Conta, o que constitui uma lacuna, face aos elevados montantes envolvidos e ao seu reflexo na situação financeira do Estado. O Tribunal chama de novo a atenção para a necessidade de ser fixado o limite dos compromissos a assumir anualmente com essas parcerias e melhorada a informação sobre a despesa futura resultante dos encargos já assumidos.

Enquanto isto, a Senhora Ministra da Saúde entretém-se, como aqui e aqui se diz: a ministra disse que chegou a Estrasburgo na quinta-feira, para dar uma conferência sobre a importância da música nos serviços de pediatria. “Não vim como ministra, mas como ex-responsável de um serviço de pediatria”, disse.

No século passado, a orquestra do Titanic tocava música, também em momentos dramáticos.

Monday, April 19, 2010

SNS: acentua-se o declínio

Na nossa opinião o SNS e respectivas instituições deveriam ter por finalidade, o "lucro zero". Mas, no tempo do Prof. Correia de Campos, imagine-se, até se vangloriavam dos Hospitais EPE darem lucros (alguns deles, nomeadamente os IPO's).

Naturalmente, que estes reversos só confirmam que muita da informação governamental limita-se a utilizar recursos de "contabilidade criativa" e expedientes momentâneos. A verdade é como o azeite, vem sempre ao de cima.

Agora, o barco afunda-se: No ano passado, os prejuízos dos hospitais públicos com gestão empresarial dispararam 40%, para os 295 milhões de euros. Em 40 hospitais de todo o país, apenas 13 apresentam resultados positivos. As unidades da Região de Lisboa são as piores.

Os "homens da administração" não se sentem desconfortáveis: O presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares, admite que os números "não são famosos".

Numa altura em que se discutem os salários da "gestão de topo" no sector privado, não se discutem os valores ganhos pelos "gestores públicos" quando os resultados são maus. Pior, no sector privado quando não se atingem resultados positivos, normalmente "atinge-se a rua", de forma mais rápida!

Pior, para alguns, quando os números são maus, a culpa é sempre das regras: O CH Lisboa Central critica os mecanismos de financiamento existentes por não se ajustarem a uma instituição que agrega quatro hospitais dispersos, "a funcionar em instalações adaptadas de antigos conventos, com constrangimentos vários, além de custos de manutenção e conservação elevados".

Esperamos na "plateia" pelos impactos do PEC na Administração Pública. A outra alternativa, o aumento de impostos, seria matar Portugal, de uma só vez, e rápidamente!

SNS: as vergonhas escondidas

Os altos funcionários do Ministério da Saúde enchem os seus discursos com "acessibilidade". Ou seja, o SNS permite a saúde "gratuita" para todos.

Infelizmente, esta é uma situação muito comum em muitas partes de Portugal:
  • Passam vinte minutos das seis da manhã. As ruas ainda estão desertas, o sol tímido de Abril tarda em nascer, mas à porta do Centro de Saúde da Amadora já há quem marque vez. O silêncio característico de quem ficou a dever horas à cama começa aos poucos a ser interrompido, à medida que a fila vai crescendo. Com o despertar das conversas soam também as primeiras críticas.
  • A fila que diariamente se forma à porta deste centro de saúde não dá motivos de orgulho à direcção. Pelo contrário. Maria Helena Cargaleiro, directora executiva do ACES Amadora VII, afirma que essa “é uma realidade que não só nos preocupa como nos diminui".
  • Apesar dos problemas não serem de agora, utentes queixam-se da saída de médicos nos últimos tempos, uma informação confirmada pelos números oficiais. Nos últimos três meses, o Centro de Saúde da Amadora perdeu um terço dos seus médicos.
  • Esta é uma realidade que se estende um pouco por todo o país.

Pois é. Mas, esta situação não tem nada que ver com a saída antecipada de médicos. Esta situação é muito comum em muitas zonas suburbanas das grandes cidades de Portugal. Onde estão as famosas Unidades de Saúde Familiares do Prof. Correia de Campos? Onde está o Dr. Luís Pisco, a debitar "sucesso" nos cuidados primários?

Os tempos de espera são apenas uma das partes degradantes do serviço prestado. Outras poderão ser: as instalações decadentes, ou a praga de Delegados de Informação médica a passarem à frente dos doentes.

Onde está a Dra. Jorge? E o Dr. Pizarro? E o "todo-poderoso" Dr. Óscar?

Coitados dos portugueses.

Post Scriptum: agora até passou a ser interessante o desempenho da função de "magala" (Jovens querem ir para o Exército para fugirem ao desemprego).

Sunday, April 18, 2010

Brain implant

A brain implant made partly of silk can melt onto the surface of the brain, providing an "intimate" connection for recording signals.

Tests of their device showed the thin, flexible electrodes recorded signals from a cat's brain more accurately than thicker, stiff devices. Such devices might help people with epilepsy, spinal cord injuries and even help operate artificial arms and legs, the researchers report in the journal Nature Materials. John Rogers of the University of Illinois, Urbana and colleagues at the University of Pennsylvania and Tufts University in Boston made the electrode arrays using protein from silk and thin metal electrodes. The silk is biocompatible and water-soluble, dissolving into the brain and leaving the electrodes draped over its contours, the researchers reported. They tested them on cats who were anesthetized but whose eyes were functioning. The electrodes recorded the signals from the eyes of the cats as they were shown visual images.

Wednesday, April 14, 2010

A catastrófica política do medicamento

Zig-zag. Zig-zag. Zig-zag. Contudo, vê-se aqui um gráfico que mostra que o "grande bolo" dos medicamentos devora tudo. É pior do que o monstro das bolachas!

Alguns valores extraídos daquele documento do Infarmed:
  • Em Janeiro de 2010 gastou-se cerca de 138 milhões de euros em medicamentos.
  • Em Janeiro de 1999 tinha-se gasto cerca de 85 milhões de euros em medicamentos.
  • Ou seja, em 11 anos, a despesa em medicamentos aumentou cerca de 62%. Provavelmente, a inflacção nesse período ter-se-á ficado por metade.
  • Pior, só comparando Janeiro de 2010 com Janeiro de 2009, o aumento com a despesa em medicamentos foi de cerca de 8%.

Hecatombe? Não. Não queremos ser catastrofistas!

Entretanto, a estratégia dos últimos Governos em relação ao medicamento continua errática. Apenas e só um princípio: como fingir que se resiste perante os vários lobbies relacionados com os medicamentos (Indústria, retalho e grossistas farmacêuticos e médicos em formação científica).

Este é o último episódio desta saga: O Ministério da Saúde recuou na intenção anunciada pela ministra da Saúde de liberalizar as margens de comercialização dos medicamentos por temer «rupturas de stock».

Comentamos nós: a liberalização só poderá conduzir a rupturas de stock, se houver concertação! O preço livre dos iogurtes, das bolachas e dos ben-u-rons não conduziu até hoje à ruptura de stocks, que se saiba.

Este Senhor que ocupa o "posto de turno" no Ministério da Saúde, que consta que é economista, não deve ter lido os manuais de economia adequados: «Por um lado, não havia entendimento entre os agentes do sector e, por outro, o Ministério da Saúde foi sensível ao argumento do risco de ruptura de stocks e portanto voltámos ao sistema actual de fixação de margens», explicou à Lusa o secretário de Estado da Saúde, Óscar Gaspar.

No fundo, aquele que, o ainda Primeiro-Ministro, fingiu ser seu inimigo, continua a sorrir!

Post Scriptum: vai-se escrevendo por aí, que este ex-Assessor do Primeiro-Ministro é quem manda no Ministério da Saúde. Pois, parece. Um Secretário de Estado a desdizer o Chefe hierárquico. Pois.

Tuesday, April 13, 2010

A reclamação é uma oportunidade para melhorar

Parece cinismo, mas não é. Uma organização que não liga às críticas e às reclamações dos seus clientes, estará condenada, a não ser que seja Estatal ou monopolista.

Este retrato é elucidativo, a não ser que não se queira ver:
  • As queixas dos utentes dos serviços de saúde aumentaram em 2009, para chegar a perto de 53 mil.
  • Dessas, 62% dizem respeito a hospitais, mais de metade incidem sobre as urgências e a prestação de cuidados e 48% recaem sobre os médicos.

No entanto, os que não querem ver, insistem:

  • Inspecção--Geral das Actividades em Saúde, segundo a qual o crescimento de 14% face a 2008 deve-se essencialmente a uma maior percepção do direito de reclamação por parte dos utentes.
  • O administrador (Pedro Lopes, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares) ressalva, contudo, a pouca expressividade da taxa de reclamações: é de 1,66 por mil actos assistenciais nos hospitais e de 0,52 nos centros de saúde.
  • o director-geral da Saúde garante que as reclamações não são ignoradas, mas que não esgotam, só por si, a questão da "qualidade dos serviços prestados".

Quando a Entidade Reguladora da Saúde (que supervisiona as entidades privadas da saúde) informa sobre o aumento das reclamações naquelas instituições, hiperboliza-se o problema. No entanto, o facto do SNS gerar 53.000 reclamações, num ano, é negligenciável!

Preparem-se, pois os cidadãos sabem que vão tendo mais poder, pois sabem que os serviços públicos não são de borla, ao contrário do que se quer fazer crer. É que, quem trabalha nos serviços públicos é pago, e tem que prestar um serviço adequado. Ou então, deve-se dar a opção de escolha ao doente, sobre o prestador de serviço que pretendem, e também a opção de poder ou não pagar impostos para o SNS. Pois!

Monday, April 12, 2010

O PECado original

Durante anos e anos, Portugal viveu como a cigarra! A exuberância irracional, de que falou Alan Greenspan, também passou por Portugal. Classe média houve que conseguiu chegar ao ponto de ter uma habitação permanente, uma casa de férias de campo e outra de praia. Juntam-se três ou quatros carros por família. E, era tudo muito feliz, no país dos subsídios com origem na Alemanha, França, Holanda, etc.

Vinham os subsídios, iam os recursos para pagar Mercedes, BMW, Audi e Volvo, que no fundo regressavam à origem. Entretanto, a economia portuguesa remeteu-se ao mero comércio interno. Valor acrescentado? Nenhum. Mas, para que era necessário, se os subsídios continuavam a vir?

Entretanto, ainda acharam os "governantes de turno" que era pouco. E aumentaram-se subsídios, apoios e mais apoios.

E como tudo o vento levou, ficou apenas o PEC. E agora, até aqueles que têm as tais reformas vergonhosas, abaixo, muito abaixo do salário mínimo nacional, vão ver cortadas as migalhitas que o ainda propalado Estado Social lhes dá: Os pensionistas mais pobres tinham direito a medicamentos genéricos gratuitos desde Julho do ano passado. Mas de acordo com o novo diploma, aprovado pelo Governo na semana passada, essa comparticipação deixa de se aplicar exclusivamente aos genéricos e passa a incidir sobre os cinco remédios com preços de venda ao público mais baixos.

Mas, como quem tem mais poder, utiliza-o até poder, a Lei vai levar uma volta: muitos pensionistas não vão conseguir encontrar o remédio gratuito e têm que pagar outro do seu bolso. O próprio Infarmed confirma, em declarações ao Diário Económico, que os cinco medicamentos mais baratos com direito a comparticipação a 100% "podem coincidir" com aqueles que estão esgotados.

Pois é, Senhores Reguladores Infarmed! O que regulam os Senhores? Para que servem os Senhores do Infarmed, se nem fazem cumprir a Lei?

Alternativa 1: mude-se a Lei.
Alternativa 2: faça-se cumprir a Lei.

Mas, o que é a Lei, no Estado de Direito de Portugal em 2010? Será isto: A ministra da Saúde confirmou a denúncia: "Há alguns medicamentos a preços muito ínfimos que às vezes podem ter sido suspensos ou retirados por não haver produção".

Que vergonha existirem "governantes de turno" assim!

Vendedores da gripe dos porcos

The World Health Organisation (WHO) said on Monday it welcomed a frank and critical review of its handling of the H1N1 swine flu pandemic to help draw lessons for future public health emergencies. WHO Director-General Margaret Chan said the three-day review by 29 external experts, which opened on Monday morning in Geneva, should be "independent, credible and transparent". "We want to know what worked well. We want to know what went wrong and, ideally, why. We want to know what can be done better and, ideally, how," Chan told the session. Critics have said that the WHO created panic about the new flu virus, which turned out to be moderate in its effect, and caused governments to stockpile vaccines which went unused. The first influenza pandemic in more than 40 years, which erupted almost exactly a year ago, is known to have killed at least 17,700 people in more than 200 countries, according to data from the WHO, the United Nations health agency.

Comentário nosso: os miméticos Drs. George e Jorge, lá virão fazer o acto de contricção à semelhança da Dra. Margaret Chan. Só que, deveriam dar, todos eles, o lugar a gente competente, uma vez que demonstraram uma total incapacidade de gerir um pequeno surto gripal, que como disse essa figura surreal, de nome George, serviu pelo menos para que as pessoas tenham mais higiene! Ora bolas (para não entrarmos no vernáculo).

Saturday, April 10, 2010

Hospital da Cruz Vermelha: não era um caso de sucesso?

Há uns meses escrevemos aqui sobre um propalado caso de sucesso, consubstanciado no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, que tinha que ver, com um negócio público-privado: Os Hospital da Prelada e da Cruz Vermelha já fizeram mais de 200 mil cirurgias e um milhão de consultas para o Estado ao abrigo de contratos-programa assinados, implicando 51 milhões de euros por ano.

Mas, não nos esquecemos que o Hospital da Cruz Vermelha, de Lisboa, foi durante muitos anos, o local idealizado pelas mães da classe média e média-alta, para terem filhos. Aí, o Hospital da Cruz Vermelha não precisava dos negócios com o Estado para fazer negócio!

Agora, as coisas mudaram e as mamãs da classe média e média-alta ou estão a fugir para outros hospitais mais na moda, ou estão já a serem vítimas do tal PEC. Vejamos: A carismática maternidade da Cruz Vermelha Portuguesa, em Benfica, pode fechar as portas. A decisão ainda não foi tomada, mas a drástica diminuição do número de partos e a saída de médicos para hospitais privados comprometem o futuro do hospital.

Como mudam as coisas. E nem as ligações do Administrador do Hospital da Cruz Vermelha parecem conseguir mudar o próximo fecho da maternidade: Nas últimas semanas têm-se sucedido as reuniões internas entre a administração do hospital, presidida pelo médico Manuel Pedro Magalhães, e os clínicos que ainda fazem partos privados na Cruz Vermelha – em particular com o obstetra Luís Graça, que está a ponderar transferir a sua actividade privada para outro local.

Em Portugal, há muita gente que ainda não percebeu que a mudança é imparável. Não vai deixar pedra sobre pedra, mesmo para algumas "vacas sagradas" da sociedade portuguesa.

Wednesday, April 07, 2010

U.S. birth rate fell in 2008

The U.S. birth rate fell 2 percent in 2008. Here are some facts about births in the United States from the NCHS, part of the Centers for Disease Control and Prevention: 4,251,095 babies were born in the United States in 2008, down nearly 2 percent from the 2007 peak of 4.317 million; the general fertility rate, which measures births among women aged 15 to 44, declined in 2008 to 68.7 per 1,000; The crude birth rate, which refers to births in the total population, was 14 per 1,000, 2 percent lower than the rate in 2007.

Tuesday, April 06, 2010

New system of trauma centre

A new system of trauma centres for seriously ill patients in the capital has officially opened in the city. The system is made up of three trauma networks each with a major trauma centre for treating the most seriously injured patients.

"Evidence shows that dedicated major trauma centres with expert teams of professionals can save more lives," said Dr Fionna Moore, clinical director for trauma in London. "Plans to develop a trauma system for London were based on evidence which showed that many trauma patients in London and across the UK receive poor care."

A falácia da unidose

Há muitos anos que existem medicamentos em unidose, em países desenvolvidos (nomeadamente EUA). Aliás, numa época de constrangimentos económicos, pelo menos para a maioria da população, impõe-se que não se adquira uma embalagem de 40 comprimidos, para se consumirem 3 ou 4!

Mas, por cá, agitam-se sempre os "gordos", com os mais criativos argumentos, para impedir a implementação da unidose nas farmácias. Por isto: comportar "riscos" para o doente, como é o caso da contrafacção. Ou por isto: os doentes, em Portugal, não estão preparados para ir entregar uma receita à farmácia e esperar pelo dia seguinte para que a unidose lhe seja preparada e entregue. Ou ainda por isto: nenhuma farmácia mostrou interesse em aderir à dispensa unitária de medicamentos.

Mas, o cinismo e a hipocrisia são tantos, que se conseguem colocar questões de lesa-inteligência: 1) Não é exequível porque as farmácias não estão preparadas e porque acarretaria um enorme custo; 2) Os médicos não têm nada a opor-se, mas do ponto de vista técnico e da gestão dos recursos públicos [a unidose] é um disparate.

Coitado de Portugal e dos portugueses actuais, que têm que aguentar (terão mesmo?) este tipo de gente que dirige as organizações públicas e privadas. Que mentem. Que são cínicos. Ques são despudoradamente adoradores do lucro (o lucro faz sentido, mas não deve ser encarado a todo o custo, pois nesse caso, o mercado deve arranjar alternativas sérias).

É que entretanto há uma Lei: A lei que autoriza a venda de medicamentos em unidose nas farmácias entrou em vigor a 07 de Junho de 2009, por um período experimental de um ano.

Mas, quem é que impõe a Lei a determinados "poderes" em Portugal? Ninguém, pois esses "poderes" são mais poderosos que o poder formal! Quando assim é, poderemos estar à beira de um Estado falhado.

Sunday, April 04, 2010

Oportunidades de negócio em Tui

Por cá, o Estado, que é de todos os portugueses, abandona paulatinamente o Interior de Portugal. São as linhas de comboio encerradas. É a falta de incentivos à presença num Interior menos confortável, que leva à desertificação acentuada. A concentração dos fundos comunitários (único investimento que vai existindo em Portugal, e claramente em fim de linha) nos grandes centros urbanos. Tudo isto, como se viver em Campo Maior, em Valença do Minho ou ainda em Vilar Formoso, fosse como se habitasse o deserto. Não é. É terra arável, fértil e com potencial de desenvolvimento.

Mas, parece que do outro lado da fronteira, já não se pensa assim: A pensar no número crescente de espanhóis mas também de muitos portugueses, os serviços de Saúde galegos vão criar um novo centro de atendimento em Tui. Proximidade e ausência de taxa moderadora levam cada vez mais lusos a atravessar a fronteira.

Portugal atravessa um período de mediocridade acentuada. Com falta de gente com visão, com discernimento e com estratégia para um país pequeníssimo. Portugal é tão pequeno como os mais pequenos Estados dos EUA. Portugal é maior do que a Suíça ou a Bélgica. Mas, aqueles países, vão sobrevivendo na sua pequenez, enquanto Portugal regride, se afunila, se encaminha para uma extinção, outra vez!

Depois dos episódios de Elvas, rápidamente substituída por Badajoz, agora vemos que Tui vai substituir Valença. Do lado de cá, os "políticos de turno" nem se incomodam, nem sequer tentam entender o que é a "noção de espaço territorial". Mas, isso era pedir-lhes demais, a gente tão medíocre.

Ou então, os tais "políticos de turno" têm algo mais na sua visão: transformar Portugal numa Região da Ibéria, à semelhança da Galiza ou da Andalucia! Quem sabe. Mas, se for assim, vale a pena serem francos. Por uma vez.

Thursday, April 01, 2010

Sucesso em português

Não estamos numa fase de grandes sucessos. Os tempos são de mediocridade. Ou se quisermos, de emigração dos melhores. Outra vez.

Mas, há sempre alguém que contraria as tendências: O primeiro medicamento de patente portuguesa chega esta quinta-feira às farmácias, com um atraso de um ano face à aprovação da Comissão Europeia e depois de já estar a ser comercializado na Alemanha, Reino Unido e alguns países do norte da Europa.

Parabéns a Luís Portela, presidente do grupo Bial. É que o investimento em causa não é dispiciendo: 14 anos de investigação e 300 milhões de euros de investimentos.

E o novo medicamento português serve para: o primeiro medicamento «made in» Portugal e destina-se a doentes que sofrem de epilepsia.