Wednesday, April 14, 2010

A catastrófica política do medicamento

Zig-zag. Zig-zag. Zig-zag. Contudo, vê-se aqui um gráfico que mostra que o "grande bolo" dos medicamentos devora tudo. É pior do que o monstro das bolachas!

Alguns valores extraídos daquele documento do Infarmed:
  • Em Janeiro de 2010 gastou-se cerca de 138 milhões de euros em medicamentos.
  • Em Janeiro de 1999 tinha-se gasto cerca de 85 milhões de euros em medicamentos.
  • Ou seja, em 11 anos, a despesa em medicamentos aumentou cerca de 62%. Provavelmente, a inflacção nesse período ter-se-á ficado por metade.
  • Pior, só comparando Janeiro de 2010 com Janeiro de 2009, o aumento com a despesa em medicamentos foi de cerca de 8%.

Hecatombe? Não. Não queremos ser catastrofistas!

Entretanto, a estratégia dos últimos Governos em relação ao medicamento continua errática. Apenas e só um princípio: como fingir que se resiste perante os vários lobbies relacionados com os medicamentos (Indústria, retalho e grossistas farmacêuticos e médicos em formação científica).

Este é o último episódio desta saga: O Ministério da Saúde recuou na intenção anunciada pela ministra da Saúde de liberalizar as margens de comercialização dos medicamentos por temer «rupturas de stock».

Comentamos nós: a liberalização só poderá conduzir a rupturas de stock, se houver concertação! O preço livre dos iogurtes, das bolachas e dos ben-u-rons não conduziu até hoje à ruptura de stocks, que se saiba.

Este Senhor que ocupa o "posto de turno" no Ministério da Saúde, que consta que é economista, não deve ter lido os manuais de economia adequados: «Por um lado, não havia entendimento entre os agentes do sector e, por outro, o Ministério da Saúde foi sensível ao argumento do risco de ruptura de stocks e portanto voltámos ao sistema actual de fixação de margens», explicou à Lusa o secretário de Estado da Saúde, Óscar Gaspar.

No fundo, aquele que, o ainda Primeiro-Ministro, fingiu ser seu inimigo, continua a sorrir!

Post Scriptum: vai-se escrevendo por aí, que este ex-Assessor do Primeiro-Ministro é quem manda no Ministério da Saúde. Pois, parece. Um Secretário de Estado a desdizer o Chefe hierárquico. Pois.