Thursday, April 30, 2009

Mexican Flu

Fonte: aqui.

Wednesday, April 29, 2009

Ofertas: boas práticas precisam-se

A polémica relacionada com as ofertas a clientes ou prescritores é muito antiga. Em vários sectores de actividade. Naturalmente, que os mais polémicos são os que geram maior volume de negócio. Os sectores farmacêutico e de equipamento médico têm gerado polémica por estarem muitas vezes ligados a formas mais ou menos inadequadas de "incentivos à compra", para não lhe chamar outra coisa.

Nos EUA, o Congresso prepara-se para mudar a legislação por proposta da própria comunidade médica. Vejamos:
  • the nation’s most influential medical advisory group said doctors should stop taking much of the money, gifts and free drug samples they routinely accept from drug and device companies.
  • “It is time for medical schools to end a number of long-accepted relationships and practices that create conflicts of interest, threaten the integrity of their missions and their reputations, and put public trust in jeopardy,”
  • The report calls on Congress to pass legislation that would require drug and device makers to publicly disclose all payments made to doctors.

Ora bem, o combate às más práticas deve partir daqueles que têm uma visão ética e de princípios da vida. E claro, o poder político deve apoiar e liderar este tipo de iniciativas.

E por cá? Espera-se que as Faculdades de Medicina ou a Ordem dos Médicos venham a solicitar ao Parlamento alguma iniciativa que limite ou impeça a oferta de bens por parte das farmacêuticas ou das empresas de equipamentos médicos aos médicos? Seria bom, que assim acontecesse.

Bial: continuação do sucesso

Não é todos os dias que empresas ou organismos portugueses têm vitórias a nível internacional. Mas, há ainda campeões em Portugal. Vejamos o caso da Bial e deste grande sucesso: O primeiro medicamento de raiz e patente portuguesas foi aprovado pela Agência Europeia do Medicamento e deve chegar às farmácias no final do ano.

Parabéns ao Dr. Luís Portela e à sua equipa de investigadores, verdadeiros campeões em domínios quase inacessíveis para os portugueses.

Vejamos de que tipo de medicamento se trata: Trata-se de um anti-epiléptico, desenvolvido pela Bial, que aplicou na investigação mais de 300 milhões de euros ao longo dos últimos 15 anos.

Tuesday, April 28, 2009

Swine flu

Fonte: aqui.

Monday, April 27, 2009

Medicamentos: o grande bolo

Não vamos aqui falar do SwineFlu, temos mais do que escrever e analisar. Vamos escrever sobre medicamentos, esse belo bolo que dá de comer a muita gente! Mas, que tem ajudado muita gente a melhorar a sua qualidade de vida.

Ora vejamos estas duas notícias:

1. Em Junho, um milhão de reformados com pensões inferiores a 450 euros terão acesso a medicamentos genéricos gratuitos, desde que receitados pelo médico. A medida terá contudo um efeito limitado nas vendas das farmácias, que registam quebras significativas. Dar genéricos aos pensionistas do regime especial de comparticipação de medicamentos representa apenas 2% da despesa do Serviço Nacional de Saúde com medicamentos, que no ano passado foi de 1,473 mil milhões de euros.

2. Em Portugal venderam-se no ano passado mais de 1,9 mil milhões de euros de medicamentos de marca, segundos dados revelados ao DN pelo IMS Health - empresa de consultoria internacional em marketing farmacêutico. E em genéricos, os gastos situaram-se nos 461,5 milhões. O que significa que o ano passado, os portugueses gastaram quase 2,4 mil milhões de euros em medicamentos.

Ora bem, é muita fartura. Dá para perceber porquê que há tanto ruído, quando se fala em medicamentos, genéricos, utilização agressiva de Delegados de Informação Médica, seminários nas Caraíbas, derrapagens no orçamento da saúde, campanhas de informação e de desinformação nos media.

Que pague o "Zé", que é hipocondríaco e paga impostos! Até onde e até quando, vão ter os portugueses dinheiro para pagar o festim?

Post Scriptum: quando é que o Engenheiro José Sócrates cumpre a promessa de lançar no mercado, o medicamento em unidose? É que a medida vinha no Programa do Governo, e as eleições serão já no próximo Outono.

Sunday, April 26, 2009

Resultados dos Hospitais EPE 2008

Não nos surpreende que os Hospitais EPE dêem prejuízo. Aliás, já aqui o dissemos que não conseguimos entender que o IPO - Lisboa reporte lucros. Mas, como nada nos espanta no Portugal de hoje, é também sem espanto que lemos isto: Os prejuízos dos 37 hospitais Entidades Públicas Empresariais (EPE) atingiram os 192,7 milhões de euros em 2008, um aumento de 35,6% face ao ano anterior.

Nem nos espanta que o Secretário de Estado com o pelouro das "contas do SNS" diga isto: Na opinião do responsável os números são «normais», uma vez que os hospitais «precisam de tempo» até obterem resultados económicos positivos. «É normal os primeiros anos terem um mau desempenho», justificou Francisco Ramos.

Bem, se andarmos para trás, sabemos que os Hospitais EPE nasceram em 2005. Embora, anteriormente se chamassem Hospitais SA, em 2003. Ou seja, parece que para o Secretário de Estado Francisco Ramos, passados que são 6 anos após a criação dos primeiros hospitais com autonomia de gestão, a contínua degradação de resultados é normal!

Contudo, apesar desta informação pública sobre os resultados negativos de mais de 192 milhões de euros, dos Hospitais EPE, em 2008, no site da Administração Central do Sistema de Saúde, ainda não constam os resultados finais de 2008. Os últimos resultados estão aqui, e referem-se ao 3º trimestre de 2008. No entanto, nessa altura, os prejuízos dos Hospitais EPE eram mais significativos: somavam 214 milhões de euros de prejuízos!

O garrote ao SNS aperta-se, sobretudo com o crescente tsunami financeiro em curso!

Thursday, April 23, 2009

Maternidades

Perante mais um estudo da chamada Entidade Reguladora da Saúde (ERS), ficamos a saber isto: Só dez das 24 maternidades privadas cumprem todos os critérios considerados essenciais por um estudo da Entidade Reguladora da Saúde.

No entanto, o Presidente da ERS diz isto: Álvaro Almeida considera mesmo que "não há nenhum problema extremamente sério".

Apesar de não haver nenhum problema sério, verifica-se isto: sete não têm pessoal especializado 24 horas por dia.

Mas, para a Ordem dos Médicos, a história não é bem assim: A presença de pessoal especializado 24 horas por dia devia ser exigido, e não recomendado, diz, porque "um parto não tem hora marcada".

Para que serve a Entidade Reguladora da Saúde, afinal?

Tuesday, April 21, 2009

O SNS já não serve os portugueses

O SNS foi durante muitos anos, um relativo exemplo de exercício de melhoria de qualidade de vida dos portugueses, nomeadamente através da diminuição da taxa de mortalidade infantil e do aumento da esperança média de vida.

Agora, no SNS, discutem-se as distribuições de resultados entre as várias Corporações e Oligarquias, dos médicos e laboratórios farmacêuticos, até aos administradores hospitalares e donos de farmácia. Quanto à melhoria da qualidade do serviço de saúde, nem se fala! Os recursos escasseiam, e as Corporações degladiam-se na luta pelas moedas!

Mas é com satisfação que vemos exemplos como este: A Associação para o Planeamento da Família (APF) vai promover a partir de amanhã, quarta-feira, a campanha de informação “Interrupção Voluntária da Gravidez, conheça os seus direitos”.

Mais, esta Associação para o Planeamento da Família, que é privada, substitui-se à imensa teia de serviços do Ministério da Saúde, que só servem para diminuir o nível de desemprego e para se reclamarem de uma utilidade, que no fundo é inexistente, como é o caso do Instituto de Qualidade em Saúde.

Fala-se em interrupção voluntária da gravidez, como se fosse uma festa, ou o clímax de uma sociedade muito avançada. Mas, afinal é uma Associação, de cariz privado, que faz isto: Por outro lado, Elisabete Souto, coordenadora da Linha Opções refere que a APF recebe uma média de 60 a 70 chamadas por mês, na maioria das quais mulheres com dúvidas em relação à interrupção voluntária da gravidez: “São na sua maioria mulheres entre os 20 e os 35 anos que nos ligam, muitas vezes com suspeitas de gravidez, outras já com a gravidez confirmada. Querem saber onde se dirigir, o que acontece na interrupção voluntária da gravidez, se tem custos, se é confidencial, se é em regime ambulatório ou não...”.

Monday, April 20, 2009

O mundo com os pés ao contrário

Gestão e estratégia de organizações não é para todos. Já o sabíamos. Basta circular por um punhado de organizações públicas e privadas, para perceber que a gestão e a estragégia escasseiam. Na saúde, a gestão é quase sempre intuitiva, e a estratégia é mesmo inexistente.

Ora aqui temos um exemplo, em que primeiro se põem a funcionar as instalações, para depois se pensar em quem é que há-de dirigir os serviços: A ministra da Saúde, Ana Jorge, reconheceu hoje as dificuldades em contratar médicos para o centro de Procriação Médica Assistida da Maternidade Alfredo da Costa e anunciou que este deverá ser dirigido por um especialista espanhol.

Então, o Ministério da Saúde e a Maternidade Alfredo da Costa, primeiro preocupam-se em criar um Centro de Procriação Médica Assistida, para só depois se lembrarem que tinham que arranjar alguém para dirigir o Centro! Boa. Melhores exemplos de gestão? Estão no Ministério da Saúde.

Mas, a Ministra Ana Jorge, que é médica, tem esta visão da gestão das organizações de saúde: «À medida do possível e das suas capacidades» vão sendo encontradas «todas as soluções», afirmou a ministra, sublinhando que «os serviços quando estão prontos devem abrir mesmo que não tenham todos os seus recursos em funcionamento».

Mais palavras? Para quê?

A ética está nas ruas da amargura

O que é ética? Nós sabemos. No entanto, há muita gente que agora aprende ética nas Faculdades de Gestão! Ética ensinada na escola, como se fosse aritmética ou álgebra. Algo vai muito mal, quando se aprende ética como se fosse uma conta de somar ou de subtrair.

Uma sociedade com valores não precisa que se ensine ética nas escolas. Será que isto é ética numa Escola de Gestão: A Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS) vai investigar as ofertas que são feitas às farmácias pelos laboratórios para venderem genéricos em vez dos remédios de marca receitados pelos médicos: viagens, descontos e até electrodomésticos, nomeadamente televisões, frigoríficos e máquinas fotográficas.

Ou será que agora já não é ético vender 3 embalagens e receber apenas 2?

Num mundo em completa volatilidade, tudo está a ser posto em causa, ainda que a redistribuição da riqueza seja cada vez mais uma miragem. Pior, o reconhecimento do mérito já não existe, pois antes, existe, o apadrinhamento, o conluio, o nepotismo.

Tal é a devastação da regra de operação da nossa sociedade que até já se admite isto: De acordo com os farmacêuticos “em nenhum país desenvolvido o prescritor de medicamentos é simultaneamente responsável pela sua dispensa, sob pena de se agravarem os conflitos de interesses e as pressões comerciais a que estão sujeitos”.

Falta pouco, para reaparecer o Robespierre do século XXI.

Sunday, April 19, 2009

Thursday, April 16, 2009

As Comadres zangaram-se

A Comadre ANF zangou-se e disparou: a denúncia que João Cordeiro vai fazer também à ministra da Saúde, Ana Jorge, quando entregar nos próximos dias uma carta com todos os factos da alegada corrupção. "Está a ser preparada uma carta que vai ser entregue à ministra da Saúde, onde se dará conhecimento destes problemas."

E em quê que consiste a "corrupção"? Nisto: Demonstrando "ter a certeza de que existem relações ilegais", João Cordeiro exemplificou com a farmácia de que é proprietário em Cascais: "Mal chegam os fins-de-semana, começam a chegar dos hospitais receitas a papel químico, concretamente dos mesmos laboratórios" . E citou o caso das empresas Tetrafarma e Biosaúde, que "num fim-de-semana alcançaram as vendas de três meses".

A Comadre Ordem dos Médicos ripostou: "Se isso não for demonstrável, se for simplesmente uma calúnia, então os médicos que fazem urgências no Hospital de Cascais terão seguramente muitas explicações a pedir ao doutor Cordeiro", concluiu o bastonário da Ordem dos Médicos.

E o que faz a "Justiça"? Talvez faça o habitual! Que é como quem diz, assobiar para o ar, até que o vento mude.

Wednesday, April 15, 2009

Dieta mediterranica

Fonte: aqui.

A new study that was conducted at Mc Master University has found that the best diet for the heart is the Mediterranean diet. The researchers came to this conclusion after reviewing many studies on dietary patterns and heart problems that were conducted in the United States, Asia, and Europe over a time period of more than fifty years.

Tuesday, April 14, 2009

Jobs for the boys

Sabemos que o emprego baixa. Ou se quiserem, o desemprego aumenta. Mas, a produtividade continua a baixar. Lamentavelmente. Contudo, não é com jobs for the boys que se aumenta a produtividade.

Tudo isto, a propósito de mais uns jobs for the boys criados pela Dr. Ana Jorge, ainda Ministra da Saúde: A ministra da Saúde anunciou hoje a criação de um Conselho Nacional de Saúde Pública, um órgão consultivo do Governo que terá duas comissões especializadas, em vigilância e em emergência.

Mas, para que servem: 1) o Alto-Comissariado para a saúde; 2) a Direcção Geral da Saúde; 3) as Secretarias de Estado da Saúde; 4) a Secretaria Geral do Ministério da Saúde; 5) as várias ARS's; 6) os inúmeros serviços de suporte ao Ministério, como por exemplo, o inexistente Instituto da Qualidade em Saúde?

Tanto boy e tão pouca produtividade.

O que é uma farmácia "online"?

Lemos esta notícia: Para que os utentes do serviço de farmácia on-line não tenham dúvidas quanto à sua segurança, o portal do Infarmed disponibiliza a lista dos sites autorizados a vender medicamentos pela Internet.

Quando vamos ao site do Infarmed, encontramos isto: uma morada de uma farmácia, contendo um e-mail! É a isto que o Infarmed chama: serviço de farmácia on-line?

Para nós, uma farmácia online é isto ou isto.

Não sabemos se os serviços do Ministério da Saúde são info-excluídos ou se actuam por má consciência.

Sunday, April 12, 2009

As corporações da saúde

Portugal foi históricamente palco de luta entre corporações. Aliás, o Estado Novo chegou a ter o Ministério das Corporações. Claro está, que cada um deve saber organizar-se e defender-se. Mas, a sociedade também deve saber defender-se face a lobbies que fazem mais mal do que bem, pelo menos em relação aos outros!

Tudo isto, a propósito desta frase: Está a assistir a uma tentativa da ANF de verticalizar o sector do medicamento, de juntar ao facto de ser um monopólio da venda a retalho, de ser um parceiro incontornável e dominante do comércio grossista, agora também vai produzir medicamentos e quer, como se fosse a cereja em cima do bolo, ultrapassar as receitas dos médicos e dar aos doentes os medicamentos que lhe convém, com a alegação de que são mais baratos.

E quem diz aquilo? Só poderia ser um dos líderes de uma das maiores corporações do país: Pedro Nunes, bastonário da Ordem dos Médicos, acusa a Associação Nacional de Farmácias de estar a fazer uma guerra aos portugueses por causa da substituição das receitas.

De facto, a ANF é uma organização bem sucedida, na sequência da cooperação entre os seus membros, perante a falência de grande parte das farmácias nos idos de 1974/75. Mas, a ANF soube tão bem organizar-se que está de facto a ameaçar a sociedade em que vivemos, nomeadamente os contribuintes e os doentes em geral.

Reconhecemos, no entanto, que a ANF tem sido útil ao país e aos portugueses. Mas, quando as corporações falam mais alto do que a sociedade, começamos a chegar aos limites do intolerável.

Mas, o que falar da Ordem dos Médicos? Bem, é uma corporação que tem desempenhado bem o seu papel no ambito da boa formação dos médicos. Mas, a partir daí, o seu papel tem sido demoníaco. E porquê? Porque, directa ou indirectamente, a Ordem dos Médicos impediu a criação de novos cursos de medicina, ao ponto de ser necessária a importação de médicos estrangeiros. A Ordem dos Médicos olvida ou finge olvidar que muita formação dos médicos é suportada por outra corporação relevante, a indústria farmacêutica.

Apesar de tudo o Senhor Bastonário reconhece isto: E hoje a nível mundial, os reguladores éticos, como são as Ordens, e a própria indústria tende a acabar com isso. Não é proibir as instalações de um congresso. Se não for a indústria não são os Estados a fazê-lo e os médicos precisam de aprender. Agora pagar estadias de 15 dias ao Sol é irregular.

Já estamos habituados a guerras entre corporações, sobretudo em fases de previsível depressão económica. A crise pode ser boa, se os doentes tiverem que pagar menos pelos serviços que lhe são prestados, e simultaneamente, se os habituais maiores ganhadores, passarem a ganhar menos.

Friday, April 10, 2009

Maternidade

Fonte: aqui.

Traffic pollution can harm unborn babies in the womb, according to new research.

Thursday, April 09, 2009

Saúde pública versus saúde privada

Não há um sistema universal de saúde pública. Há muitos tipos de sistemas. Uns mais igualitários. Outros mais diferenciados. Uns mais comparticipados. Outros mais públicos. Mas, a dialética público versus privado, existe na generalidade dos países, quase em situação de concorrência ou de alternancia. Vejamos o que se passa em Espanha:
  • La salud de la Sanidad pública ha vuelto a empeorar. Los españoles siguen prefiriendo recurrir a ella frente a la privada, pero menos que hace cuatro años. Esta última gana terreno en la atención especializada, urgencias y hospitales.
  • Pública o privada. Los ciudadanos prefieren los servicios sanitarios públicos frente a los privados. Sin embargo, los primeros pierden poco a poco el apoyo de la población. Sube el porcentaje de personas que recurrirían a especialistas privados (un 1% más que en 2007).
  • Bajan los que escogerían acudir a las urgencias o los hospitales públicos. Sólo se salva la atención primaria pública.
  • Listas de espera. El 50,2% de los ciudadanos opina que la situación de las listas de espera no ha cambiado respecto de años anteriores. Además, el 34,1· de los españoles cree que las autoridades sanitarias no están tomando iniciativas destinadas a mejorar ese tiempo de acceso a los servicios.

Parece que os Espanhóis têm os serviços públicos de saúde em boa conta, mas em perda progressiva, a favor de serviços de urgência e especializados privados. Por cá, a tendência não deverá ser diferente.

Wednesday, April 08, 2009

A guerra do medicamento

Vivemos uma depressão económica com contornos ainda difíceis de prever. A actividade económica abranda claramente. As corporações e os lobbies instalados sentem que o poder treme, e lutam pelo controlo dos seus bastiões.

Vejamos estas lutas pelo naco saboroso do medicamento:
  • 1: O bastonário da OM alertou ainda que se está "a assistir, essencialmente, à troca de genéricos por genéricos que dão mais interesse à farmácia, em vez de outro genérico de outra marca". "Estamos a assistir neste momento a uma campanha de desinformação", frisou o bastonário, afirmando que o presidente da ANF, João Cordeiro, "dirige um monopólio que já devia ter sido desfeito".
  • 2: "Cada médico que encontre um medicamento que foi substituído tem todo o direito de comunicar ao Ministério Público que se praticou um crime naquele estabelecimento comercial. A Ordem dos Médicos deixa à consciência de cada médico fazer essas participações", explicou.
  • 3: A ministra da Saúde anunciou, esta terça-feira, que o Serviço Nacional de Saúde não pagará às farmácias a comparticipação dos medicamentos que forem substituídos pelo genérico mais barato sem autorização do médico.
  • 4: Teresa Caeiro considerou que "não é possível tolerar um conflito aberto entre a Associação Nacional de Farmácias e a Ordem dos Médicos" porque "pelo meio estão os utentes" e "o ministério da Saúde, que é altamente responsável". Por outro lado, a deputada apelou para que o Governo "aceite a proposta do CDS" -- um projecto de resolução que recomenda a mudança da legislação para que a prescrição de medicamentos se faça em regra por princípio activo e não pela marca.
  • 5: Em declarações à TSF, António Arnaut, que assumiu ser um utilizador de genéricos por uma questão de princípio, considerou o assunto da troca de medicamentos de marca por genéricos delicado, sobretudo porque, face à actual lei, há dois direitos em conflito. «Por um lado, o direito do médico à liberdade de prescrição e a sua autonomia técnica que a lei consagra e, por outro,, o direito do utente que pode querer substituir o medicamento de marca, muito mais caro, por um genéricos», disse.

Meu Deus, tanta luta por um naco saboroso! E o pobre do contribuinte? E o coitado do doente? As corporações mandam em Portugal. O dito Governo fechou para obras.

Tuesday, April 07, 2009

Mudança no estilo de vida


Fonte: aqui.

The five lifestyle changes that can cut colorectal cancer risk by a third:
  1. One of the recommendations made by Professor. Donald Maxwell Parkin of Cancer Research UK Centre for Epidemiology, Mathematics, and Statistics, London, is that people’s consumption of red and processed meat should not be more than 80 or 90 grams per day.
  2. He also suggests that people consume at least five portions of fruit, vegetables, and fibre every day.
  3. The third recommendation is to exercise at least 30 minutes on five or more days per week.
  4. The experts also suggest that men should not to consume more than 21 units of alcohol per week, and women should restrict their intake to 15 units.
  5. According to them, overweight and obesity should be reduced to rates of 20 years ago.

Sunday, April 05, 2009

Senhora Ministra: não se desculpe, faça!

Existe uma sistemática falta de cumprimento de promessas por parte do poder político. Existe uma falta de controlo do poder político, tendo em vista o controlo efectivo das promessas por cumprir!

Esta é só mais uma promessa por cumprir: Ana Jorge, ministra da Saúde, admitiu esta sexta-feira um atraso na implementação de um sistema de dispensa de medicamentos em unidose. Uma medida anunciada pelo Primeiro-ministro há três anos.

Porque é que esta medida ainda não foi implementada? Por várias razões, segundo o poder político:
  • explicando que se trata de um “processo complexo” que tem levado o Ministério da Saúde a efectuar diversos estudos de forma a garantir uma distribuição eficaz.
  • o facto de durante os estudo que têm vindo a ser feitos foram “levantados alguns problemas, nomeadamente o risco maior de haver medicamentos de contrafacção”, dada a distribuição das doses à unidade.
  • Ana Jorge referiu ainda que tendo em conta que numa fase experimental a distribuição seria feita em farmácias hospitalares, onde “pode ser feita de forma mais segura”, e recordou que existem apenas “duas farmácias hospitalares no País”.

Oh Senhora Ministra, se fosse tão produtiva a fazer coisas, como é a arranjar desculpas, teríamos Ministra! O que estará por detrás de tal inacção do Ministério da Saúde? Custa tanto colocar à venda "1 comprimido" em vez de 60 comprimidos? Ou será que a venda em unidose não interessa aos Laboratórios farmacêuticos, nem à distribuição farmacêutica?

Contudo, a Senhora Ministra deveria defender os interesses dos cidadãos e dos contribuintes. Estes são os interesses que Ana Jorge deveria defender, a todo o custo. Se não conseguir defender os interesses dos contribuintes, então, Ana Jorge não está a fazer nada no governo.

Saturday, April 04, 2009

Wednesday, April 01, 2009

Crisis? What crisis?

Há uns meses, ouvíamos o Primeiro-Ministro a falar na "crise dos outros", quando já existiam sinais evidentes de degradação das condições económicas. Depois, o tsunami começou, pouco a pouco, a inundar tudo. E agora, já se lê isto, sem grande espanto: Mais de 200 mil doentes portugueses abdicam de comprar medicamentos devido à falta de dinheiro. São doentes geralmente idosos e a quem o Estado não consegue garantir a cobertura plena das necessidades em termos de medicação.

Será que os medicamentos passaram a ser superfluos? Será que os portugueses deixaram de ser hipocondríacos? Será que estes são ainda, e só, os primeiros sinais de uma pequena inundação?

A economia tem ciclos. Uns, de crescimento. Outros, de contração. Naturalmente, que a presente contração é mais profunda, pois assenta numa colossal falta de valores da sociedade moderna, que não reconhece o mérito, que opta pelo nepotismo e pelo "amiguismo". Enquanto a sociedade mantiver estes paradigmas, a recessão transformar-se-á em depressão. E aí, a redução de despesas não se restringirá aos medicamentos. Com toda a certeza.

A satisfação na saúde

Os países da OCDE ainda são os mais ricos do mundo. São também estes países, que possuem os melhores sistemas de saúde do mundo, apesar da sua diversidade de modelos.

A agência Gallup é muito prestigiada em sondagens e estudos de mercado. Fez recentemente um estudo, em que se avalia a satisfação e a insatisfação dos cidadãos dos países da OCDE, com os respectivos serviços de saúde.

Os resultados são os seguintes:
  • Irlanda: 90% de satisfeitos, 9% de insatisfeitos.
  • Suíça: 89% de satisfeitos, 10% de insatisfeitos.
  • Bélgica: 88% de satisfeitos, 11% de insatisfeitos.
  • Luxemburgo: 87% de satisfeitos, 12% de insatisfeitos.
  • Itália: 86% de satisfeitos, 13% de insatisfeitos.
  • México: 86% de satisfeitos, 14% de insatisfeitos.
  • Nova Zelândia: 85% de satisfeitos, 14% de insatisfeitos.
  • Espanha: 85% de satisfeitos, 14% de insatisfeitos.
  • Holanda: 85% de satisfeitos, 14% de insatisfeitos.
  • Reino Unido: 85% de satisfeitos, 15% de insatisfeitos.
  • Áustria: 85% de satisfeitos, 15% de insatisfeitos.
  • Canadá: 85% de satisfeitos, 15% de insatisfeitos.
  • França: 85% de satisfeitos, 15% de insatisfeitos.
  • Grécia: 84% de satisfeitos, 16% de insatisfeitos.
  • Finlândia: 84% de satisfeitos, 15% de insatisfeitos.
  • Dinamarca: 84% de satisfeitos, 16% de insatisfeitos.
  • Islândia: 84% de satisfeitos, 16% de insatisfeitos.
  • Estados Unidos: 83% de satisfeitos, 16% de insatisfeitos.
  • Noruega: 82% de satisfeitos, 15% de insatisfeitos.
  • Austrália: 82% de satisfeitos, 17% de insatisfeitos.
  • Alemanha: 82% de satisfeitos, 18% de insatisfeitos.
  • Suécia: 80% de satisfeitos, 18% de insatisfeitos.
  • Portugal: 80% de satisfeitos, 20% de insatisfeitos.
  • República Checa: 77% de satisfeitos, 20% de insatisfeitos.
  • Turquia: 76% de satisfeitos, 23% de insatisfeitos.
  • Polónia: 76% de satisfeitos, 22% de insatisfeitos.
  • Hungria: 72% de satisfeitos, 27% de insatisfeitos.
  • Eslováquia: 72% de satisfeitos, 27% de insatisfeitos.
  • Japão: 68% de satisfeitos, 26% de insatisfeitos.
  • Coreia do Sul: 67% de satisfeitos, 31% de insatisfeitos.

Rankings são rankings. Sondagens, valem o que valem. Estudos de mercado têm alguma validade. No entanto, por cá, gosta muito de se dizer que o serviço de saúde em Portugal é um dos melhores do mundo. Bem, estar em 23º lugar do mundo, em termos de satisfação, não é mau!