Vivemos uma depressão económica com contornos ainda difíceis de prever. A actividade económica abranda claramente. As corporações e os lobbies instalados sentem que o poder treme, e lutam pelo controlo dos seus bastiões.
Vejamos estas lutas pelo naco saboroso do medicamento:
- 1: O bastonário da OM alertou ainda que se está "a assistir, essencialmente, à troca de genéricos por genéricos que dão mais interesse à farmácia, em vez de outro genérico de outra marca". "Estamos a assistir neste momento a uma campanha de desinformação", frisou o bastonário, afirmando que o presidente da ANF, João Cordeiro, "dirige um monopólio que já devia ter sido desfeito".
- 2: "Cada médico que encontre um medicamento que foi substituído tem todo o direito de comunicar ao Ministério Público que se praticou um crime naquele estabelecimento comercial. A Ordem dos Médicos deixa à consciência de cada médico fazer essas participações", explicou.
- 3: A ministra da Saúde anunciou, esta terça-feira, que o Serviço Nacional de Saúde não pagará às farmácias a comparticipação dos medicamentos que forem substituídos pelo genérico mais barato sem autorização do médico.
- 4: Teresa Caeiro considerou que "não é possível tolerar um conflito aberto entre a Associação Nacional de Farmácias e a Ordem dos Médicos" porque "pelo meio estão os utentes" e "o ministério da Saúde, que é altamente responsável". Por outro lado, a deputada apelou para que o Governo "aceite a proposta do CDS" -- um projecto de resolução que recomenda a mudança da legislação para que a prescrição de medicamentos se faça em regra por princípio activo e não pela marca.
- 5: Em declarações à TSF, António Arnaut, que assumiu ser um utilizador de genéricos por uma questão de princípio, considerou o assunto da troca de medicamentos de marca por genéricos delicado, sobretudo porque, face à actual lei, há dois direitos em conflito. «Por um lado, o direito do médico à liberdade de prescrição e a sua autonomia técnica que a lei consagra e, por outro,, o direito do utente que pode querer substituir o medicamento de marca, muito mais caro, por um genéricos», disse.
Meu Deus, tanta luta por um naco saboroso! E o pobre do contribuinte? E o coitado do doente? As corporações mandam em Portugal. O dito Governo fechou para obras.