Friday, November 28, 2008

Uma questão de direitos?

O Estado tem tentado implementar um modelo de parceria entre o sector privado e entidades públicas. A coisa não correu bem em alguns aspectos, enquanto noutros vai funcionando. Por exemplo, no Hospital Amadora - Sintra, o Estado denunciou a renovação do contrato com a José de Mello Saúde, por questões de ineficácia do controlo do contrato entre as partes. Veremos se a partir de Janeiro de 2009, data em que o Estado reassume a gestão daquele hospital, a situação melhora!

Mas agora, o assunto é diferente:
  • Os hospitais privados discriminam os utentes do Serviço Nacional de Saúde na hora de marcar exames. O processo só é acelerado se o utente quiser abdicar da credencial do médico e pagar a totalidade da conta.
  • A Inspecção-geral das Actividades da Saúde também assegura estar a investigar as reclamações de utentes do SNS que demoraram mais tempo a obter um exame médico em serviços privados.
  • em 140 dos 180 hospitais convencionados com o SNS, 140 revelaram uma espera superior a cinco dias quando os colaboradores tentaram marcar exames.

Cheira-nos que por detrás desta "ilegalidade" ou discriminação deverá estar o habitual comportamento do "Estado mau pagador". Ou seja, as entidades privadas que têm convénios com o Ministério da Saúde dão prioridade aos doentes que têm dinheiro para pagar, colocando em lista de espera os doentes do SNS. É desumano? É, sim Senhor. Contudo, só quem não sabe o que é gerir uma empresa, é que se admira que este comportamento exista. É que, os hospitais privados têm que pagar salários, água, luz e outros materiais, a horas, sob pena de verem parar os serviços. Ora, se o SNS tem um prazo de pagamento que chega a ser superior a 360 dias, o que podem fazer os hospitais privados?

Só pode exigir um serviço de elevada qualidade, quem paga o mesmo sem atrasos!

Thursday, November 27, 2008

Corporações II

Se há sector que está infestado de corporações é o sector da saúde. Médicos, enfermeiros, administradores hospitalares, farmacêuticos, sindicatos, Ordens, Universidades e afins. Tanta gente á volta da mesma mesa. Esta mesa distribui cerca de 10% do PIB. É muito dinheiro.

Semana sim, semana não, lá vem o assunto de sempre: há falta de médicos. Nós continuamos a achar que não há falta de médicos em Portugal. Há muitos médicos em Lisboa, Porto e Coimbra. Há poucos médicos no Alentejo, no Algarve e na Guarda, por exemplo. Ou se quiserem, há muitos médicos nos grandes hospitais, enquanto os centros de saúde não têm os médicos necessários.

O Governo, este, o anterior e os próximos, lá vão tentando gerir as susceptibilidades dos grupos que estão sentados à mesa! Mas, normalmente os governos esquecem-se de quem mais precisa e verdadeiramente paga todo o sistema: o doente ou contribuinte.

Escusado será dizer que o sistema de saúde em Portugal não é centrado no Cliente, mas antes é focado nos que estão à mesa do orçamento.

Mas, concedemos que pontualmente o poder político lá vai fazendo qualquer coisa para não incomodar a malta da mesa. Vejamos esta tentativa:
  • O Governo publicou um despacho que cria vagas para «suprir necessidades» de clínicos no mapa do internato médico.

Qual é a resposta imediata de um dos mais pesados membros da mesa:

  • A Ordem dos Médicos (OM) já contestou o despacho, afirmando em comunicado que «a adopção de novas regras para vagas protocoladas, em momento posterior ao da divulgação das vagas existentes e a meio do procedimento concursal, configura uma clara violação dos princípios da confiança, transparência e da publicidade».

Mas, este membro da mesa não quer só comer, quer comer bem, se não repare-se no requinte do menu pedido:

  • A Ordem dos Médicos criticou também o «sucessivo adiamento» da publicação do mapa de vagas, a sua «distribuição geográfica assimétrica, com ausência de vagas em grandes hospitais».

Ou seja, se o Despacho do Ministério da Saúde viesse trazer mais vagas nos principais hospitais do país, o Despacho teria sido oportuno!

Como a gente os compreende. Comer, mas comer bem!

Wednesday, November 26, 2008

Foi Você que pediu uma linha de saúde 24 horas?

Fonte: aqui.

O caldo transborda por todos os lados. Depois disto:
  • A Ordem dos Farmacêuticos (OF) desaconselhou hoje o recurso à Linha Saúde 24 porque não reconhece a validade das informações prestadas pelo serviço em matéria de medicamentos.

Só mesmo esta boa "caça às bruxas":

  • Há três semanas que uma carta negando a existência de problemas da Linha de Saúde 24 foi posta a circular junto dos funcionários para que estes se demarcassem das notícias sobre o "caos organizativo" do atendimento e assegurassem que "as condições de trabalho e as relações interpessoais se passam dentro da maior cordialidade e profissionalismo".
  • Alguns profissionais ouvidos pelo CM queixam-se de terem sido objecto de "pressão psicológica" para subscrever o texto divulgado na segunda-feira, depois de a Ordem dos Farmacêuticos desaconselhar a linha.

Os tiques autoritários quase sempre existiram na sociedade portuguesa. E não sairam ainda. Provavelmente, nem nunca sairão. Parece que não, mas a limitação ao livre pensamento é um dos maiores travões ao desenvolvimento económico e social de Portugal.

Monday, November 24, 2008

Medicamentos: Luta entre gigantes

O negócio dos medicamentos é bom. Sempre ou quase sempre, foi bom. Continua a ser bom para os fabricantes e para os retalhistas. Todos ganham e quase todos são muito ricos.

Os Delegados de Informação Médica ganhavam muito dinheiro, para se passearem á porta dos consultórios médicos. Os Directores dos laboratórios farmacêuticos sempre ganharam muito bem. Assim como, ser dono de uma farmácia sempre foi sinónimo de ser quase rico, ou mesmo rico.

Chegaram, entretanto, os genéricos, por força do ex-Ministro Luis Filipe Pereira. Começou a festa a ser menos efusiva.

Os trespasses de farmácia eram chorudos. A margem dos medicamentos, por prescrição médica, eram fixadas por Lei, em cerca de 20%. Que bom negócio, ter uma margem garantida de 20%.

O crescimento da venda de genéricos, por pressão de Correia de Campos, continuou o desgaste das chorudas margens de fabricantes e distribuidores de medicamentos.

A festa não acabou, mas está a tornar-se mais amarga.

Vejamos estes últimos ingredientes:
  • O Governo desistiu de impor às farmácias, à indústria e aos grossistas margens de lucro na venda de medicamentos.
  • Para Ana Jorge, ao Estado cabe "salvaguardar o direito ao acesso do cidadão" aos fármacos e que para isso basta-lhe "fixar os preços máximos". Deixa, assim, à indústria, farmácias e distribuidores o ónus da definição das "margens adequadas ao seu próprio negócio".

Por uma vez, estamos em completo acordo com a Ministra da Saúde. Os jogadores do mercado que façam valer os seus trunfos, pois que o Estado definiu o seu tecto máximo.

E, não se venha dizer que os Laboratórios farmacêuticos, representados pela Apifarma, são mais poderosos do que o retalho farmacêutico, representado pela ANF. São dois gigantes em Portugal. Por isso, chegou a altura de viverem com menos!

Mas, será que o sector do medicamento vai ter que viver com menos, ou serão os doentes a pagar mais? Veremos as cenas dos próximos capítulos.

Sunday, November 23, 2008

Aquarobics

Fonte: aqui.

A study found that just over a quarter of women who did aquarobics three times a week during pregnancy requested pain relief compared with almost two thirds of women who did not do the exercises.

Friday, November 21, 2008

Efeitos colaterais II

Vivemos em turbulência. Vivemos em instabilidade. Vivemos sem hipótese de perspectivar o futuro. E uma das consequências é esta: Os medicamentos para tratamento de doenças do foro psiquiátrico e neurológico são dos que mais contribuíram para o aumento da factura do Serviço Nacional de Saúde com tratamentos em ambulatório (farmácias).

E o que pretende fazer o SNS? Reduzir a comparticipação nos medicamentos? Ou impedir que os médicos receitem este tipo de medicamentos?

Onde está a prevenção na saúde? Prever, significa tentar anticipar aquilo que poderá ser previsível. Há muito tempo que se prevê que a instabilidade que se vive em Portugal, e não só, leva à "sociedade prozac". Faz-se alguma coisa para tentar aliviar a pressão das pessoas? Não. Até o "ópio do povo", que é o futebol, anda agora pelas ruas da amargura! Ou seja, o prozac é a tábua de salvação! Antes o prozac, do que o aumento do crime ou do suicídio!

Mas, há mais medicamentos que estão a fazer disparar a despesa de saúde:
  • De acordo com os resultados preliminares da auditoria pedida pelo Ministério da Saúde, quatro dos seis grupos de remédios responsáveis por 85% desse crescimento dizem respeito a doenças daquelas duas áreas.
  • Quanto aos grupos de fármacos com maior peso na subida dos gastos, o grupo destacou seis. Além dos imputados às doenças psiquiátricas e neurológicas (antipsicóticos, antidepressivos, antiepilépticos e anticonvulsivantes), apurou-se um peso crescente da área da diabetes e da hipertensão. Do relatório consta ainda uma lista de 20 fármacos com responsabilidade em 91% do crescimento dos gastos do SNS.

Não há muito a fazer nesta área de gastos. Mas, nós sabemos que há muitas áreas do SNS onde se pode poupar tanto! Mesmo, muito dinheiro. Mas, dá trabalho a quem quiser impôr a contenção. Ai, isso dá.

Thursday, November 20, 2008

HPP: o crescimento através da nacionalização

As nacionalizações voltaram. Desta vez, até são benvindas pelos detentores de capital. Os exageros do passado recente, a ganância de alguns investidores e a falta de rigor de vários projectos empresariais portugueses, leva a que os accionistas de empresas técnicamente falidas prefiram estar debaixo do chapéu do Estado. E pasme-se, o lado esquerdo da política é contrário a este tipo de "nacionalização por amizade".

Veja-se este exemplo de nacionalização:
  • A Hospitais Privados de Portugal (HPP), a empresa do grupo Caixa Geral de Depósitos com interesses na Saúde, vai “provavelmente” comprar o Grupo Português de Saúde (GPS).
  • ”Provavelmente, ficaremos com a gestão do GPS”, disse a mesma fonte ligada ao banco público, acrescentando que, como muitas das empresas da Sociedade Lusa de Negócios estão “fortemente ligadas” ao banco, o endividamento seria insuportável a curto prazo.
  • A concretizar-se, a HPP ficará com a gestão da primeira parceria público-privada na área da Saúde– a gestão de um Centro de Medicina Física e de Reabilitação, em São Brás de Alportel, no Algarve – e com o British Hospital, em Lisboa, para além de várias clínicas espalhadas pelo país.

Engraçado o actual "jogo financeiro". O Estado agora suporta projectos empresariais, levantados com critérios duvidosos e sem viabilidade económico-financeira. O contribuinte pagará, já a seguir.

Wednesday, November 19, 2008

Transplante inovador

Fonte: aqui.


Surgeons in Spain have carried out the world's first tissue-engineered whole organ transplant - using a windpipe made with the patient's own stem cells. The groundbreaking technology also means for the first time tissue transplants can be carried out without the need for anti-rejection drugs. Five months on the patient, 30-year-old mother-of-two Claudia Castillo, is in perfect health, The Lancet reports. She needed the transplant to save a lung after contracting tuberculosis. The disease had damaged her airways. Scientists from Bristol helped grow the cells for the transplant and the European team believes such tailor-made organs could become the norm. To make the new airway, the doctors took a donor windpipe, or trachea, from a patient who had recently died. Then they used strong chemicals and enzymes to wash away all of the cells from the donor trachea, leaving only a tissue scaffold made of the fibrous protein collagen. This gave them a structure to repopulate with cells from Ms Castillo herself, which could then be used in an operation to repair her damaged left bronchus - a branch of the windpipe. By using Ms Castillo's own cells the doctors were able to trick her body into thinking the donated trachea was part of it, thus avoiding rejection.

Monday, November 17, 2008

SNS em evidente degradação

Em Portugal existem muito mitos. Na generalidade, a existência destes mitos favorecem algumas ilusões. Por exemplo, ainda existe o mito de que Portugal é uma nação muito influente no mundo. Já foi, há muito, muito tempo. Existe o mito de que os portugueses são eternamente acomodados. Esta forma acomodada de ver as coisas, é acordada por vezes de forma abrupta!

Outro mito que existe, é que o Serviço Nacional de Saúde é bom e até funciona bastante bem. Parece que há mais de uma década a Organização Mundial de Saúde fez um estudo em que Portugal ficou classificado em 12º lugar a nível mundial. De lá para cá, lá vamos ouvindo os políticos falar desse "feito", como se uns largos anos depois, a situação se mantivesse.

Nada melhor do que uma entidade externa para avaliar o que por cá se passa na saúde. Neste caso, é uma entidade privada, sediada na Suécia, cujo nome é Health Consumer Powerhouse.

E o que nos diz esta entidade relativamente a 2007:
  1. Portugal está colocado em 19º lugar entre 26 países da União Europeia avaliados.
  2. O sistema de saúde em Portugal é referido como inferior face ao de Espanha, tendo como registo relevante, o seu sucesso quanto à baixa taxa de mortalidade infantil.

Nós sabemos que os "rankings" podem ter subjectividade, mas não devem ser ignorados, quer tenham bons ou maus resultados. A crítica, desde que seja construtiva, ajuda sempre a corrigir ineficiências. E há tantas ineficiências no SNS de Portugal.

Thursday, November 13, 2008

Vergonha

Portugueses são 23% dos caloiros de Medicina na Galiza. Como? Não há Universidades em portugal? Não há instalações ou Professores em Portugal, para ensinar medicina?

Há milhares de recém-licenciados em Portugal, todos os anos, que entram logo para as listas do desemprego. No entanto há falta de médicos, pelo que os seus órgãos corporativos vão espalhando por aí, mas não há edifícios ou Professores para se formarem novos médicos.

Enlouqueceram os portugueses?

Vejamos mais sobre aquela novidade:
  • O número de alunos portugueses que entraram este ano para o curso de Medicina na Universidade de Santiago de Compostela, na Galiza, supera os 80, o que representa 23% do total de 350 vagas disponíveis, noticia esta quinta-feira o jornal La Voz de Galicia
  • No ano passado, o contingente luso foi de 50 em 300 vagas, ou seja um sexto.
  • O jornal refere que a invasão de alunos portugueses à única faculdade de Medicina da Galiza tem gerado alguma polémica, nomeadamente porque a região necessita de profissionais e os portugueses preferem exercer em Portugal.

Eram milhões, talvez biliões!

Não se pede ao poder político que saiba tudo. Não se pede ao poder político que faça tudo. Não se pede ao poder político, sequer, que pense. Mas, há limites, isto é, pede-se no mínimo que o poder político saiba alguma coisa.

Tudo isto a propósito disto: Durante o debate, a ministra escusou-se a responder às perguntas dos deputados sobre o valor das dívidas acumuladas do Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas à saída do debate acabou por reconhecer que desconhece o montante exacto.

E mais isto: «Qual o valor da dívida do Ministério da Saúde?» foi a pergunta lançada em uníssono pela oposição na comissão para a discussão do Orçamento de Estado para este sector, mas que ficou sem resposta. A ministra da Saúde mostrou não estar a par dos números e o secretário de Estado sugeriu que fossem os deputados a fazer as contas.

E ainda isto: A ministra da Saúde, Ana Jorge, disse hoje que o Governo vai anunciar ao país a dívida total do Serviço Nacional de Saúde (SNS), tendo afirmado que a dívida dos hospitais EPE ascende a "um milhão de euros".

Consta que a Dra. Ana Jorge é médica. Parece que é médica pediatra. A um médico pediatra não deverão ser solicitados conhecimentos sobre contabilidade pública. Mas, a um Ministro, não deve ser exigido conhecimento sobre contabilidade pública? Ou pelo menos sobre contas de merceeiro?

Raios partam os impostos que servem para pagar tanto desperdício!

Post Scriptum: como é possível a Senhora Ministra da Saúde não ter sequer a noção do que representa um milhão de euros?

Wednesday, November 12, 2008

Ainda o Hospital Amadora - Sintra

Sob proposta da actual Ministra Ana Jorge, decidiu o Governo português não prosseguir a "Parceria Público - Privada" que o Estado mantinha com a José de Mello Saúde, no Hospital Amadora - Sintra, alegando, entre outros aspectos, o facto de ser difícil gerir aquele contrato de parceria.

No entanto, o Estado e a José de Mello Saúde decidiram prosseguir outra "Parceria Público - Privada": As negociações entre o Estado e a José de Mello Saúde para o contrato de gestão do novo hospital de Braga deverão estar concluídas este mês, revelou hoje no parlamento a ministra da Saúde, Ana Jorge.

Mas então, Senhora Ministra Ana Jorge, agora já é possível gerir um contrato de parceria com a José de Mello Saúde?

E já agora, a Senhora Dra. Ana Jorge, na qualidade de antiga Presidente da ARSLVT está envolvida num processo ainda em Tribunal, relativamente ao desempenho daquela função, e em relação ao contrato entre a José de Mello Saúde e o Estado, referente ao Hospital Amadora - Sintra. Este processo em Tribunal, não se poderá considerar como um elemento perturbador na negociação entre as duas entidades?

Perguntar, não ofende!

Tuesday, November 11, 2008

Pagar tarde, custa mais dinheiro

O Estado português é forte. As multinacionais farmacêuticas não são mais fracas do que o Estado português. Se algum burocrata do Estado pensa que sim, mude de ideias!

Vejamos, esta saga relativa à guerra entre o Estado português e os Laboratórios farmacêuticos:
  • A indústria farmacêutica não tem dúvidas: não é pelo facto de os hospitais pagarem todas as dívidas atrasadas, como decidiu o Governo no final da semana passada, que os laboratórios vão começar a vender os medicamentos mais baratos.
  • O presidente da Glaxo portuguesa, Manuel Gonçalves, também considera que os preços não vão descer e aponta o esmagamento das margens dos laboratórios nos últimos três anos: “Estou na indústria há 25 anos e nunca vi negociações tão agressivas nos hospitais como desde 2005”.
  • Contudo, para o economista Pedro Pita Barros a situação não é tão linear. “A redução de preços depende da capacidade negocial e da credibilidade que os hospitais terão a partir de Janeiro”. Ao Diário Económico, o professor de Economia da Saúde na Universidade Nova explica que “os preços dos medicamentos só vão descer se os laboratórios acreditarem que houve uma mudança de regime, que os prazos de pagamento não vão outra vez derrapar”.
  • Actualmente, os hospitais demoram, em média, um ano a pagar aos fornecedores. Os próximos três meses são, por isso, essenciais: “Os laboratórios podem não querer fazer descontos já em Janeiro, porque ficariam vinculados a esses preços, suportando ainda um novo atraso nos pagamentos”.

Quem paga aos seus fornecedores com um diferimento de um ano, ainda quer ser levado a sério? A vantagem das multinacionais farmacêuticas é que têm o seu poder assente fora de Portugal, se não o Estado português forçava a barra. Mas, eles sabem isso, e o contribuinte português é que paga a factura!

Sunday, November 09, 2008

A personalidade da gravata

Fonte: aqui.

Next time around, think twice before selecting a tie. While the tie may be considered as an important part of the man’s wardrobe, it could reveal much more about one's personality than one could imagine.

Friday, November 07, 2008

O Estado afinal vai pagando!

Em Portugal, é notícia o facto de o Estado pagar a 90 dias! Fantástico.

Vejamos, o que nos contam aqui:
  • O Ministério da Saúde vai reunir um verba de 800 milhões de euros para integrar as dívidas dos hospitais entidades públicas empresariais (EPE), os quais até ao final do ano não poderão ter dívidas aos fornecedores superiores a 90 dias, anunciou hoje a tutela
  • Este fundo de 800 milhões de euros (o valor das dívidas dos hospitais EPE aos fornecedores, nomeadamente à indústria farmacêutica) vai ser utilizado através de empréstimos aos hospitais EPE com dívidas aos fornecedores superiores a 90 dias.
  • Estes montantes serão avançados «como empréstimo e não como subsídio», pelo que serão sujeitos a juros, acrescentou o governante.

Que contentes que nós, portugueses, ficamos, por termos um Estado que é notícia porque cumpre as suas obrigações. É que, habitualmente o que enche os jornais de notícias são os aumentos de multas e coimas por parte do Fisco! E quando vamos a uma Repartição de Finanças, vemos em ecrãs electrónicos, que nos últimos anos têm aumentado sistemáticamente o montante de coimas e multas, porque os contribuintes não cumprem prazos!

Olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço. Ditado sempre actual.

Thursday, November 06, 2008

A Sida avança em Portugal

Apesar das políticas oficiais de combate à Sida/Aids, os resultados alcançados são fracos. Por vezes, pensamos que o Instituto da Droga e da Toxicodependência apenas existe no "papel" e no consumo de recursos.

Vejamos o que nos diz o Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência a propósito da recente evolução da expansão da doença em Portugal, em comparação com a União Europeia:
  • Portugal apresenta uma taxa de novos casos de HIV/Sida entre os consumidores de drogas injectadas oito vezes superior à média europeia, de acordo dados revelados hoje em Bruxelas pelo director do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT).
  • No relatório hoje apresentado na capital belga, Portugal é apontado como o pais onde surgiram mais casos (703) de infectados com Sida em 2006, muito à frente dos restantes estados, onde a Estónia ocupa o segundo lugar (191), seguida do Reino Unido (187), Alemanha (168) e Franca (167).
  • Hoje, o director do OEDT, Wolfgang Goetz, disse aos jornalistas que a estimativa de novos casos de Sida entre consumidores de droga injectável é de 3.000 por ano em toda a União Europeia (EU), o que permite concluir que os 703 surgidos em Portugal em 2006 constituem uma taxa oito vezes superior à media dos 27 estados-membros.

Mas, o panorama europeu de consumo de drogas, também é preocupante:

  • O director do OEDT salientou ainda na sua intervenção que morre a cada hora na UE uma pessoa vítima do consumo excessivo de droga (overdose), o que totaliza entre 7.000 e 8.000 mortos anuais.
  • As estimativas do OEDT indicam ainda que um em cada quatro cidadãos da União, num total de 71 milhões, fumaram cannabis - a droga mais consumida no espaço europeu - pelo menos uma vez na vida.
  • Contudo, o que mais preocupa os especialistas é o facto de quatro milhões de pessoas consumirem diariamente aquele tipo de droga.
  • O fulcro do problema da droga na Europa continua a ser a heroína, embora o seu consumo tenha estabilizado, afirmou Wolgang Goetz, salientando, em contrapartida o aumento da disponibilização de tratamento para os dependentes daquele opiáceo.

Parece que a política de combate à toxicodependência é um fracasso na União Europeia. E em Portugal, a política de combate à Sida relacionada com a toxicodependência está ao nível do Terceiro Mundo!

Para que servirá o IDT - Instituto da Droga e da Toxicodependência?

A eficiência dos Tribunais

Se há sector da sociedade portuguesa que não tem demonstrado nenhuma evolução ao nível da sua eficiência, é a Justiça. Porque razão ou razões? Muitas, tais como corporativismos em excesso, desresponsabilização em excesso e descoordenação de actividades.

Bem, mas por aqui fala-se habitualmente de saúde. E achamos estranha esta celeridade do Tribunal de Contas:
  • O Tribunal de Contas (TC) visou o contrato de gestão do futuro Hospital de Cascais assinado entre o Estado e o grupo Hospitais Privados de Portugal (HPP).
  • O documento havia sido chumbado em Julho, com a justificação fundamental de que o caderno de encargos da entidade privada incluía o tratamento de doentes oncológicos, enquanto o contrato de gestão não contemplava essa valência.
  • «Houve uma alteração do perfil assistencial, no que toca à prestação de cuidados continuados, à assistência a doentes infectados com HIV e à eliminação da produção em hospital de dia médico em oncologia, relativamente ao previsto no caderno de encargos», referia o acórdão.
  • Quase quatro meses depois do parecer negativo e oito meses depois do lançamento da primeira pedra da unidade, o TC decidiu agora autorizar o contrato «sem qualquer comentário adicional».

Estranhamos a extraordinária celeridade do Tribunal de Contas, e já agora, o referido Tribunal mudou radicalmente de opinião em tão pouco tempo!

Quando a oferta é muita, o pobre desconfia! Ditado popular sábio.

Wednesday, November 05, 2008

Detector de drogas

Fonte: aqui.

The portable machine, known as the Itemiser, was used for the first time in Scotland in Aberdeen this weekend. The Itemiser, which can detect the presence of drugs such as cocaine, cannabis, heroin and ecstasy, was used outside nine different pubs and nightclubs in Aberdeen city centre.

Monday, November 03, 2008

Saúde 24 ou a falta de tino?


Só se deve investir em publicidade, quando podemos oferecer o melhor serviço, quando não existem deficiências ou quando tudo está em condições. Ao contrário, se investimos em publicidade quando há evidentes dificuldades, não estamos a investir, estamos a desbaratar recursos. Assim parece estar a acontecer com o serviço Saúde 24, do Ministério da Saúde.

Vamos ao multibanco e vemos publicidade do Saúde 24. Estamos parados no carro e vemos publicidade em outdoors ao Saúde 24. Mas, a realidade do serviço é esta:
  • Das 02h00 até perto das 07h00 da madrugada de sábado para domingo a Linha Saúde 24 esteve sem conseguir atender chamadas, fazer triagem de doentes ou referenciar casos para as unidades de saúde. Um utente podia ligar, mas o telefonema não era atendido, apesar de lhe ser cobrado o habitual custo da chamada local.
  • Na origem das falhas esteve a actualização do sistema informático, que obrigou ao corte das linhas telefónicas durante uma parte da noite e depois impediu que os enfermeiros conseguissem aceder ao programa informático que faz o despiste das situações e permite o aconselhamento dos utentes sobre o que fazer em caso de doença.

Como? Será isto possível? Anda-se a gastar rios de dinheiro em campanhas de publicidade a um serviço de apoio e de emergência, e ele não funciona? Isto é gestão danosa!

Mas, para piorar a péssima imagem, junta-se mais esta:

  • O Conselho de Administração (CA) da LCS-Linha de Cuidados de Saúde, SA suspendeu ontem uma das enfermeiras supervisoras fundadora do serviço Linha Saúde 24 por considerar a sua presença “inconveniente nas instalações da empresa”. A enfermeira em causa foi a primeira subscritora da carta que um grupo de oito supervisoras do call center de Lisboa escrevera há dias à ministra da Saúde, Ana Jorge, denunciando um conjunto de anomalias no funcionamento daquela linha de atendimento.

Será que voltamos à "caça às bruxas"? Um funcionário que alerta as chefias para as ineficiências, deve ser chamado a colaborar na sua correcção, e nunca ser afastado por tentar corrigir as deficiências. Se a Senhora Ministra colabora com este tipo de gestão danosa, só deve ser co-responsabilizada! Até porque caberia no mínimo à Senhora Ministra fazer estancar os custos de uma campanha publicitária absolutamente descabida para um serviço que não está a cumprir as suas tarefas!