Friday, November 28, 2008

Uma questão de direitos?

O Estado tem tentado implementar um modelo de parceria entre o sector privado e entidades públicas. A coisa não correu bem em alguns aspectos, enquanto noutros vai funcionando. Por exemplo, no Hospital Amadora - Sintra, o Estado denunciou a renovação do contrato com a José de Mello Saúde, por questões de ineficácia do controlo do contrato entre as partes. Veremos se a partir de Janeiro de 2009, data em que o Estado reassume a gestão daquele hospital, a situação melhora!

Mas agora, o assunto é diferente:
  • Os hospitais privados discriminam os utentes do Serviço Nacional de Saúde na hora de marcar exames. O processo só é acelerado se o utente quiser abdicar da credencial do médico e pagar a totalidade da conta.
  • A Inspecção-geral das Actividades da Saúde também assegura estar a investigar as reclamações de utentes do SNS que demoraram mais tempo a obter um exame médico em serviços privados.
  • em 140 dos 180 hospitais convencionados com o SNS, 140 revelaram uma espera superior a cinco dias quando os colaboradores tentaram marcar exames.

Cheira-nos que por detrás desta "ilegalidade" ou discriminação deverá estar o habitual comportamento do "Estado mau pagador". Ou seja, as entidades privadas que têm convénios com o Ministério da Saúde dão prioridade aos doentes que têm dinheiro para pagar, colocando em lista de espera os doentes do SNS. É desumano? É, sim Senhor. Contudo, só quem não sabe o que é gerir uma empresa, é que se admira que este comportamento exista. É que, os hospitais privados têm que pagar salários, água, luz e outros materiais, a horas, sob pena de verem parar os serviços. Ora, se o SNS tem um prazo de pagamento que chega a ser superior a 360 dias, o que podem fazer os hospitais privados?

Só pode exigir um serviço de elevada qualidade, quem paga o mesmo sem atrasos!