Sunday, October 28, 2012

Total desprezo pelos cidadãos

Já aqui tínhamos comentado esta triste notíciaO Hospital de Braga assumiu «erro humano» na programação do equipamento utilizado no tratamento de fototerapia de uma mulher de 61 anos, que acabou por morrer poucos dias após o tratamento.

Curiosamente, antes, um alegado responsável do hospital (director clínico) terá dissertado algo deste géneroFernando Pardal apenas garantiu que o hospital iniciou “um processo de averiguações interno com carácter de urgência”. Mas frisou, em declaração pública e baseado em “informações preliminares de um processo que será mais longo”, que “não houve, em nenhum momento, esquecimento de doente em qualquer tipo de equipamento do hospital”.

Errar é humano. Mas, trabalhar tendo como objecto pessoas, deve implicar um elevado grau de responsabilidade. Não pode ser gerido de forma leviana. O branqueamento da morte de um cidadão, ainda que por erro ou incidente, é um acto leviano. Não se compreende que exista Ministério Público em Portugal, e este órgão não pareça ter qualquer intervenção.

Pelo menos, é o que pareceDe acordo com o que se vier a apurar, poderá ser instaurado um processo de natureza disciplinar ou então ser feita uma participação ao Ministério Público.

O que será preciso para que exista a intervenção do Ministério Público? Uma escuta telefónica a um político?

Sunday, October 21, 2012

Negligência indesculpavel

Isto é revoltanteHá mais de sete anos que Rosa, de 61 anos, era seguida no Hospital de Braga, devido a um problema de pele que a obrigava a um tratamento de fototerapia, na unidade de dermatologia. Na semana passada, depois de mais uma visita de rotina ao hospital, terá sido deixada dentro da máquina de radiações durante 20 minutos, mais 15 do que era habitual. À noite, com o corpo coberto de bolhas, a sexagenária regressou àquela unidade de saúde, mas os médicos decidiram transferi-la para a Unidade de Queimados do Hospital de São João, no Porto. Menos de uma semana depois morreu, vítima de queimaduras graves.

Ainda que se alegue ter sido uma falha: "A enfermeira que a acompanhava enganou-se no programa: a máquina tem dois tipos de radiação, A e B, com tempos de exposição diferentes. E, em vez dos cinco minutos de tratamento habitual, a minha mãe esteve na máquina durante 20."

O pior, muito pior, são os tipicamente portugueses "branqueamentos""Apenas garantimos que o ocorrido não se ficou a dever a um esquecimento da doente dentro da máquina", frisou Fernando Pardal, contrariando a notícia publicada, esta manhã, no Diário de Notícias, que diz que a paciente ficou 20 minutos na máquina, em vez dos 5 habituais.

Uma coisa não se pode branquear, isto é, alguém deu entrada num hospital para ser tratado, e o tratamento resultou na sua morte, sem sequer ser acidental. Em casos como este, não deveria ser feito qualquer inquérito clínico, deveria ser objecto de uma investigação do Ministério Público.

Sunday, October 14, 2012

Lutos escusados

Fonte: aqui.

A morte é inevitável. O prolongamento da vida é um objectivo permanente do ser humano. A melhoria da qualidade de vida é uma necessidade permanente. A complacência quando levada ao extremo, é mortal. Tudo isto a propósito do chamado "luto dos farmaceuticos".

Uma parte significativa dos portugueses estão em luta. Uma pequena parte está de luto. A maioria dos portugueses viveram uma significativa melhoria do seu nível de vida durante quase três décadas. Apesar disso, em 3 vezes, Portugal precisou de crédito externo apressado, motivado por um estado de falência evidente. Ou seja, os portugueses não aprenderam. Julgaram que era possível ter um nível de vida de primeiro mundo, tendo uma eficiência de segundo ou de terceiro mundo.

Depois da abastança dos BMW's, dos Mercedes e dos Audi's; depois das luxuosas campanhas de comunicação da Associação e dos associados; depois da transformação da farmácia numa loja de luxo; depois dos enormes lucros acumulados durantes décadas. Agora, a choraminguisse e a pedinchisseO alargamento do prazo do "relacionamento entre a indústria farmacêutica, os grossistas e as farmácias" iria possibilitar a "libertação de fundos para a reposição de stocks", justificou o responsável no cortejo dos profissionais de farmácia, em Lisboa.

Quem não sabe ser merceeiro, fecha a loja! Implorar ao governo que interceda junto de um fornecedor, só lembra a quem gosta muito de um Estado paternalista e deve ter saudades da economia contingentada!

Thursday, October 11, 2012

Being a Doctor in China


In 2010, the last year for which official figures are available, the health ministry says there were 17,000 protests or attacks directed against doctors or hospitals in China. The number of incidents, which continues to rise at a double-digit rate each year, may have more than doubled since 2005, official estimates indicate.

Last month the death of a woman treated for a sore throat and fever at a hospital in southern China triggered a riot of 2,000 people. Earlier in the month, four staff in the ear, nose and throat department of a private hospital in the southern city of Shenzhen were stabbed by a patient treated for allergic rhinitis.

In May a nurse was attacked in Nanjing by a woman who claimed that a Caesarean delivery at the same hospital 16 years before had harmed her sex life. And last year a Beijing doctor who had operated on a man with laryngeal cancer was stabbed by him multiple times when his cancer returned. The man sued the hospital in 2008 but knifed her before the court was able to hear the case.

Incidents like these are not just isolated acts perpetrated by those driven crazy by illness or grief. Instead they reflect widespread public anger at the high cost of medical care in China, fuelled by corruption in the medical system where many patients have to pay bribes just to secure a doctor’s appointment.

China has vastly expanded health insurance coverage in recent years, but according to a new McKinsey report, it still spends only about 5 per cent of gross domestic product on healthcare, compared with 10-12 per cent in western Europe and 15-17 per cent in the US – and far less per capita. There are not even two doctors for every 1,000 people in China – and many of them are paid only a few thousand renminbi per month.

Doctors are under intense pressure to generate extra income for their hospitals – not to mention themselves – leading patients to suspect them of practising mercenary medicine. Patients have unreasonably high expectations of the wonders of modern medicine, and the gap between rich and poor, in healthcare as in everything else, is glaring. Patients say they do not respect doctors – and many doctors say the last thing they want their children to do is study medicine

Li Huijuan is a lawyer who sits on the medical risk control and management committee of the China Association of Medical Doctors. She represents the family of Wang Hao, a trainee doctor at a hospital in northern China, who was killed recently by a 17-year-old whom he had never even treated. The assailant, who became enraged after repeated hospital visits failed to cure his tuberculosis and back problems, spent Rmb4.30 ($0.68) on a fruit knife at a nearby supermarket, and attacked the 1.8-metre tall Dr Wang because he feared the tall doctor would otherwise block his way, Ms Li said.

Monday, October 08, 2012

Chegaram os brasileiros

Nos idos da década de 50, Portugal vivia a miséria, enquanto o Brasil antecipava a sua futura capital Brasília. Depois, em meados de 70 e 80, o Brasil dirigido por militares, sentia a ignomínia do FMI e do Clube de Paris. Portugal saía, nessa altura, para a democracia e para o desenvolvimento. Agora, o Brasil é o futuro. Portugal é cada vez uma nação sem futuro.

Vão-se os anéisDepois de resolvidos problemas entre o Hospital de Cascais e o Ministério da Saúde, o Grupo Amil fechou o negócio por menos de 100 milhões.

Tomara Portugal vir a ocupar o lugar da Grã-Bretanha, na sua relação com os EUA, no que se refere ao Brasil. Nem isso, vai acontecer.

É o fado!

A Caixa Seguros (Império, Bonança, Mundial - Confiança, Multicare, OK Teleseguro) será o próximo anel a ir, antes dos dedos.

Thursday, October 04, 2012

Promiscuidades

Há muitos anos que se sabe que médicos e enfermeiros, na sua grande maioria, saltitam entre os seus lugarzinhos públicos e os seus negócios privados. Nada que seja ilegal. Embora, é do conhecimento público que o cumprimento da Lei apenas tem servido os interesses de parte pequena da população, prejudicando-se a grande maioria.

Apesar da realidade evidente, poucas situações de promiscuidade evidente vêm ao domínio público. Há no entanto, gente com coragem«Há profissionais que recebem dos bancos privados [de células do cordão umbilical] entre 800 a mil euros por mês», declarou Helena Alves, contando ainda que a publicidade do banco público desaparecia toda dos hospitais, restando apenas a informação prestadas pelas empresas privadas. Estas declarações foram feitas aos deputados na comissão parlamentar de Saúde, onde Helena Alves foi ouvida para prestar esclarecimentos sobre a situação do banco público, depois de ter cessado funções como responsável e de as colheitas terem sido suspensas.

Naturalmente que esta denúncia servirá apenas para incomodar uns quantos mal azarados. Mas, na essência, tudo continuará igual. Ora, entrada pelas 9h15m, no hospital público, para dar início ao negócio privado, logo pelas 13h30m. E claro, tudo dentro da Lei.

Portugal não aprende.