Há muitos anos que se sabe que médicos e enfermeiros, na sua grande maioria, saltitam entre os seus lugarzinhos públicos e os seus negócios privados. Nada que seja ilegal. Embora, é do conhecimento público que o cumprimento da Lei apenas tem servido os interesses de parte pequena da população, prejudicando-se a grande maioria.
Apesar da realidade evidente, poucas situações de promiscuidade evidente vêm ao domínio público. Há no entanto, gente com coragem: «Há profissionais que recebem dos bancos privados [de células do cordão
umbilical] entre 800 a mil euros por mês», declarou Helena Alves, contando ainda
que a publicidade do banco público desaparecia toda dos hospitais, restando
apenas a informação prestadas pelas empresas privadas. Estas declarações foram feitas aos deputados na comissão parlamentar de Saúde,
onde Helena Alves foi ouvida para prestar esclarecimentos sobre a situação do
banco público, depois de ter cessado funções como responsável e de as colheitas
terem sido suspensas.
Naturalmente que esta denúncia servirá apenas para incomodar uns quantos mal azarados. Mas, na essência, tudo continuará igual. Ora, entrada pelas 9h15m, no hospital público, para dar início ao negócio privado, logo pelas 13h30m. E claro, tudo dentro da Lei.
Portugal não aprende.