Thursday, August 30, 2007

Hospitais EPE: Resultados do 1º semestre 2007

Apenas 60 dias após o fecho do semestre, o Ministério da saúde, apresenta as Contas do 1º Semestre de 2007, dos Hospitais - EPE, em consolidado. Parabéns, pois só as empresas mais avançadas do mundo, conseguem faze-lo num espaço mais curto do que dois meses.

Vamos a uma primeira análise dos resultados do que aqui, se publica:
  • Crescimento dos proveitos de 11,5%. Comentário nosso: num clima recessivo, aumentar as receitas em 11,5%, justifica-se por duas razões: melhor capacidade de cobrança e aumento dos preços aos doentes.
  • Crescimento dos custos de 0,5%. Comentário nosso: bastante bom.
  • Resultados individuais dos Hospitais: 8 hospitais apresentam resultados líquidos positivos. Comentário nosso: não compreendemos como é que entre os 8 hospitais que apresentam lucros, há dois hospitais oncológicos e dois hospitais universitários. Á partida, este tipo de hospitais deve investir significativamente em investigação e em novos equipamentos!
  • Finalmente, no consolidado dos 35 hospitais, o resultado líquido é de cerca de 128 milhões de euros de prejuízos. Enquanto que os resultados operacionais são de 144 milhões de euros de prejuízos. Comentário nosso: para nós, que até percebemos de contabilidade, há aqui artifício contabilistico, pois é normal, que os resultados líquidos sejam inferiores aos resultados operacionais. A não ser que agora os hospitais tenham aplicações financeiras, e de grande rentabilidade!!!

Próximamente, analisaremos, qual o nível de investimento destes hospitais, nomeadamente os "oncológicos" e os "universitários".

Wednesday, August 29, 2007

Parabéns ao Hospital do Barreiro

Sem informação de gestão, não é possível hoje, gerir organizações complexas e com dimensão. Já não estamos nos anos 50 ou 60. Quem pensa que consegue controlar a operação das organizações através de "carimbos", "papelinhos" e "vinhetas", está ultrapassado, e ele próprio tem que ser "arquivado" como o "papelinho".

Gostamos de iniciativas como esta: O Hospital Nossa Senhora do Rosário será o primeiro no país, depois do sistema estar totalmente implementado, a ter um armazenamento de stocks computadorizado em todos os serviços da unidade médica.

Mas, parabéns, só por se informatizar uma parte do Hospital? Evidentemente, que sim. Tem que se começar por algum lado. Não se pode é parar.

Vejamos alguns detalhes desta informatização e automatização de processos:
  • Esta nova organização requer montar novos armários, redimensionar as caixas de medicamentos e materiais e alterar a organização dos espaços para que tudo esteja acessível em pouco tempo.
  • «Com este sistema saberemos quem retirou o medicamento ou material, a que horas, para quê e quando o fez, o que nos permite ter os stocks controladíssimos, visto que os serviços são repostos de acordo com níveis definidos», adiantou Vanessa Paulino (Directora do Serviço de Aprovisionamento).
  • «Deixará de haver problemas de stock, tais como faltar alguma coisa ou haver material a mais que terá de ser devolvido por estar fora da validade, visto que todos os stocks serão repostos diariamente», garantiu a directora do departamento de aprovisionamento.
  • O custo total de alteração dos produtos, armários e sistemas ronda os 200 mil euros, um investimento que, segundo Vanessa Paulino, será recuperado, «na pior das hipóteses, em 15 meses».

Era bom, que exemplos como este frutificassem, e não metessem medo às pessoas. Não há que ter medo, da mudança, da inovação e da qualidade dos serviços.

Tuesday, August 28, 2007

Coitados dos pacientes da saúde

É já antigo, esse nome: paciente! Paciente, porque espera; Paciente, porque tem que esperar; Paciente, porque não tem outro remédio! Como se o Paciente não pagasse um serviço, directamente (através do seu bolso), ou indirectamente (através de impostos).

Só que, a pouco e pouco, as pessoas vão-se organizando e tentando contrariar esta onda de passividade do pobre do paciente!

Foram-se instituindo fórmulas e modelos, que permitem que o serviço seja directamente verificável e controlável a quem o mesmo está a ser servido, quer através de Livros de Reclamações, quer através de triagens nos serviços de urgência, quer através de Provedores do Cliente (escrevi bem, não escrevi Paciente ou Utente).


Como? A Lei entra em vigor, mas fica congelada? Então, para que se fez a Lei? Então porquê que se fez a Lei? Para se dizer que há uma Lei? Então fazem-se Leis, quando à partida se sabe que não há forma de se implementar as mesmas? Ai, pobres portugueses, que têm tão fraca gente na Direcção do país!!!

A intenção é boa: A definição de tempos máximos para a prestação de actos médicos e a obrigação de informar os utentes desses prazos está contemplada na "Carta dos Direitos de Acesso aos Cuidados de Saúde", publicada no final da passada semana em Diário da República.

Mas, com idealistas de pacotilha, não vamos a lado nenhum:
  • A Carta dos Direitos de Acesso aos Cuidados de Saúde tem origem num projecto de lei do Bloco de Esquerda, aprovado por unanimidade na Assembleia da República. Apesar de o diploma ter sido votado em Outubro de 2006, a aprovação final só ocorreu em Julho deste ano.
  • O prolongar das negociações no Parlamento acabou por ter como resultado que a lei só tenha efeitos práticos para os utentes em 2009. A alternativa, referiu ao DN João Semedo, deputado bloquista que apresentou o projecto de lei, seria o Governo definir em portaria os tempos máximos de espera.
  • João Semedo afirma que a solução encontrada é a melhor, na medida em que os estabelecimentos de saúde ficam "vinculados nos respectivos contratos-programa". "O preço disso é que a lei tem, em termos práticos, um certo atraso", refere o parlamentar do Bloco, também médico.

Os portugueses continuam a ser Pacientes!

Monday, August 27, 2007

Prevenção na saúde?

Não vale a pena fazer como a sociedade Americana, que gasta rios de dinheiro em novas tecnologias, e deixa a sociedade caminhar para a obesidade. Sabe-se lá porquê, mas é nos EUA que os fundamentalismos anti-tabaco são mais evidentes, mas os obesos (um gordo ao pé de um obeso, é elegante), vão engordando até à exaustão completa.

Não confundimos obesidade com diabetes. Mas, se calhar o aumento da diabetes pode estar relacionada com má nutrição. Vejamos este retrato assustador:
  • Num curto prazo de sete anos, o número de diabéticos aumentou quase 40% em Portugal. Os dados do 4.º Inquérito Nacional de Saúde apontam para uma incidência de 6,5% da doença em Portugal, entre 2005 e 2006, quando em 1998/9 a diabetes afectava apenas 4,7%.
  • O cenário do País, traçado pelo INE e Instituto Nacionald e Saúde Dr. Ricardo Jorge, abrange apenas o total de diagnosticados, mas o responsável (Luís Gardete Correia, presidente da Sociedade Portuguesa de Diabetologia) calcula que haja 30% a 40% de casos não diagnosticados, o que elevaria a incidência a um milhão.
  • as causas, as mesmas que afectam todas as sociedades em desenvolvimento e com um maior poder de compra: "As pessoas não se mexem, são sedentárias e o tipo de alimentação tradicional, rico em fibras, foi substituído".
  • Outros factores, como o envelhecimento da população, potenciam o aumento. "A partir dos 65 anos, entre 18% e 20% é diabética. É natural. Vive-se melhor, até mais tarde", justifica Luís Gardete.

Estes dados são provenientes do Inquérito Nacional de Saúde. Contudo, vemos os dados, mas não vimos nenhuma acção que tente contrariar tal situação!

Onde está quem cuida da prevenção (nem que esta seja feita à posteriori)?

Friday, August 24, 2007

Falta gestão na saúde

Serviços clínicos em farmácia

Foto: aqui.



E pronto, já está! Vai ao consultório do seu médico, espera mais de uma hora como é habitual, está numa sala pouco cómoda e acha que paga muito. Se acha que é "paciente", aguenta a situação. Se acha que é "cliente", procura uma alternativa.

Nos EUA, as farmácias vendem serviços clínicos e de enfermagem. E por cá? Caberá a resposta, provavelmente, ao Dr. João Cordeiro.

Veja-se a dimensão do negócio, por lá:
  • With demand for primary care doctors surpassing the supply in many parts of the country, the number of these retail clinics in drugstores has exploded over the past two years, and several companies operating them are now aggressively seeking to open clinics in New York City.
  • But with their increasing popularity, the clinics are drawing mounting scrutiny. Several states including New York, New Jersey, Rhode Island, Massachusetts and California are examining ways to more closely monitor the clinics, which are overseen by a hodgepodge of state agencies applying a wide and inconsistent range of regulations.
  • More than 700 clinics are operating across the country at chain stores including Wall-Mart, CVS, Wallgreens and Duane Read.

Thursday, August 23, 2007

O reforço do sector privado da saúde

O Ministério da Saúde, através da Unidade de Missão dos Cuidados Primários vem anunciar a possível e próxima privatização de Centros de Saúde. Não sabemos se é bom ou se é mau. Sabemos, sim, que continuam a existir Centros de Saúde inseridos em prédios de habitação, e com escadas ingremes e sem elevadores.

Seria melhor começar por tratar do que existe de mau e que tem que ser melhorado, do que passar a vida a mudar a "táctica".

Mas, vejamos a notícia:
  • Centros de saúde geridos por entidades privadas, sociais ou por cooperativas de médicos poderão avançar no próximo ano.
  • O coordenador da Missão para a Reforma dos Cuidados Primários (MRCP), Luís Pisco, afirma que estas USF têm como objectivo colmatar a falta de médicos de família nos locais em que estes são em número insuficiente para as necessidades.
  • Luís Pisco garante que estas unidades serão em "número residual" e não vão entrar em concorrência directa com o SNS.
  • Várias entidades já se mostrarem interessadas em avançar. Misericórdias, grupos de médicos e algumas clínicas, refere o responsável. Mas a lei permitirá também às autarquias gerirem USF. De fora deste sector deverão ficar os grandes grupos de saúde. "É um pequeno negócio", diz Luís Pisco.

Só não percebemos porquê, que se teme sempre a concorrência. Que mal haveria se as novas opções viessem a concorrer com o que existe? Até pensamos que falta concorrência, em Portugal, e não só na saúde!

Wednesday, August 22, 2007

Incúria? Erro? Negligência?

É uma velha discussão, não só por cá, mas em todo o mundo desenvolvido: quando alguém morre, sem ser por morte natural ou por acidente, de quem é a responsabilidade?

Quem trabalha no sector da saúde, está cada vez mais sobre o "tiro ao alvo"! Não estamos a brincar, basta ler o custo das indemnizações por problemas de incúria ou negligência, nos EUA ou no Canadá, para perceber, o que aí vem.

Dizem muitos dos principais "Senhores da Saúde", que não se podem mediatizar as situações! Não podem? E a força dos novos media? E o poder acrescido dos clientes (os pacientes estão em desaparecimento) da saúde? E porque há-de a responsabilidade ser grande em outros sectores e profissões, e não ser identica na saúde? Não têm muitos dos funcionários do sector da saúde, um estatuto e rendimentos elevados, em comparação com outras profissões? De que se queixam? Não gostam....então têm que mudar de sector!

Tudo isto, a propósito desta notícia: Uma operadora do INEM foi suspensa por cinco dias e foram abertos dois processos de averiguação, na sequência do relatório da Inspecção-Geral das Actividades de Saúde (IGAS) sobre a morte de duas pessoas em Torres Novas em Maio passado.

E justifica-se com: O relatório refere um “acumular de erros” na assistência às duas vítimas (pai e filho) que estavam em paragem cárdio-respiratória. Estes erros foram desde uma deficiente avaliação do caso pelos serviços de atendimento do INEM, confusão de localização do incidente e aconselhamento de um meio inadequado.

Pois, errar é humano. Mas, estaremos apenas a falar de erros? Então, e suspende-se uma funcionária, apenas pela existência de erros? Ou a suspensão existiu para calar as vozes que clamam por justiça? Não há resposta!

Tuesday, August 21, 2007

Medicina: a nova Era Ibérica


E ainda, em referência à mesma notícia: «Este ano, em que a nota mínima de acesso é de 8,4, matricularam-se 50 alunos portugueses».

Obesidade: a doenças dos países desenvolvidos

Foto: aqui.

Em África, na América da Latina e em partes da Ásia, a fome é terrível. Mata centenas ou talvez, milhares de pessoas por dia.

Nos EUA, é normal verem-se pessoas com 2,00 metros e mais de 120 quilogramas. O Canadá segue-lhe as pisadas, e parte da Europa vai pelo mesmo caminho. É o sedentarismo, são as bebidas calóricas e gasosas, são os chocolates, são os fritos....é o junk food!

Olhe-se para esta triste realidade:

Porquê que não se investe, a sério, em políticas de prevenção da obesidade? Porque não se aposta, logo desde a escola pública, numa oferta alimentar mais saudável, alternativa às tradicionais "bombas calóricas", que estão à venda nas cantinas? Serão os interesses empresariais mais importantes? Porquê que se investe tanto contra o tabaco, e não se investe um pouco mais contra a má qualidade da alimentação?

Ás vezes, os exemplos vêm de cima:

Monday, August 20, 2007

Avião: emergência médica


Foto: aqui.

Há quem goste de andar de avião. Há quem não goste. Ás vezes, há necessidades de emergência.

Sunday, August 19, 2007

Tuberculose em Portugal, no Século XXI

O SNS está associado a muitos exitos alcançados na saúde, em Portugal, como por exemplo, o aumento da esperança média de vida e a baixa taxa de mortalidade infantil.

Mas, há também lados muito negros associados à prestação do SNS: a taxa de SIDA/ Aids, que é das maiores da Europa, e também a persistente tuberculose.

Vejamos esta notícia dantesca: A incidência da tuberculose entre os funcionários do Hospital de S. João (HSJ), no Porto, é quase seis vezes a taxa nacional da doença entre profissionais de saúde.

E os detalhes são ainda mais elucidativos:
  • Com uma taxa de 260 casos por cem mil, o HSJ ressente-se do facto de estar inserido no distrito português com mais casos de tuberculose no país, 45,4 por cem mil habitantes, contra 29,4 para todo o país.

  • Ora, se o distrito do Porto tinha uma incidência de 45,4 no ano passado, os funcionários hospitalares deveriam revelar uma taxa de 68. Mas atingiram os 260 por cem mil.

  • A tuberculose entre profissionais de saúde apresenta uma taxa de 11 por cem mil na Escócia, 45 em Portugal e 400 em Hong Kong. O que coloca o HSJ perto dos níveis asiáticos, sobretudo se atentarmos nos números de 2005, ano em que ocorreu um surto no serviço de otorrinolaringologia a taxa de incidência chegou aos 420 casos por cem mil!

  • Em 4172 pessoas rastreadas (num universo de 5100 funcionários cuja rotação dificulta a avaliação a 100%), 1694 revelaram prova positiva de tuberculina. Ou seja, em algum momento da vida, 40% dos profissionais do HSJ contactaram com o bacilo, fosse por infecção assintomática, fosse por já ter tido tuberculose activa, fosse por ter recebido a vacina do BCG recentemente (que faz com que fiquem traços do bacilo no organismo durante cinco a dez anos).

A situação é muito grave, mas para um Alto Funcionário da Direcção Geral de Saúde, parece que a situação é comezinha: O número não é visto por Torres da Costa (Coordenador do Programa Nacional de Luta Contra a Tuberculose) como assustador desses, apenas 12 apresentam risco significativo de ter tuberculose activa, por terem sido infectados há menos de dois anos.

Coitados dos portugueses, que caiem nas mãos de Altos Funcionários, como este.

Friday, August 17, 2007

Direcção Geral de Saúde?

Ouvimos uns ruídos sobre "redes de alta tensão". São mais uns ruídos. Há tantos ruídos: as maternidades que fecham; os "contratados a termo" que não lhes renovam os contratos; as urgências que encerram; os SAP's que apesar de não terem a visita do Ministro, não se podem fechar mais depressa; tanto ruído!

Agora, voltamos a ouvir o ruído das "redes de alta tensão". E veja-se quem vem falar sobre isto: Dois estudos sobre exposição aos campos electromagnéticos (CEM), publicados no site da Direcção-Geral de Saúde, frisam que a ciência ainda não conseguiu provar a relação entre essa exposição e o registo de problemas de saúde, mas recomendam cuidado, especialmente com as crianças.

Pensamos nós, mas a Direcção-Geral de Saúde (DGS) diz que não conseguiu provar a relação, mas recomenda em simultâneo cuidado com as crianças! Então, há ou não há relação? Há com as crianças? E não há com os adultos?

Mas, não ficamos por aqui, reparem nesta monstruosidade: Um dos documentos, denominado "Exposição da População aos Campos Electromagnéticos" — elaborado por uma comissão interministerial a pedido do Governo, há já quatro anos, na sequência do Despacho Conjunto nº 8/2002, de 7 de Janeiro de 2002 — conclui que "a avaliação da exposição revela-se particularmente difícil na epidemiologia dos efeitos na saúde".

Então, o estudo foi solicitado há 4 anos, e só agora viu a luz do dia? 4 anos? 4 anos, para dizer que não há relação? E para as crianças terem cuidado?

Ficamos felizes, porque pelo menos, temos a União Europeia a olhar pela nossa saúde: O documento refere ainda que, segundo uma recomendação elaborada pelo Conselho da União Europeia, datada de 1999, os Estados são obrigados a ter em conta limites na exposição das populações e a disponibilizar informação sobre os efeitos dos CEM.

E no tal documento a DGS remata, desta forma desastrada: Foi também recomendado o incentivo à investigação mais apurada nesta área.

Direcção Geral de quê? Coitados dos habitantes de São Marcos (Sintra) e de Guimarães, que têm a passar-lhes por cima das suas casas, as "redes de alta tensão" da REN!

Thursday, August 16, 2007

Helicóptero: urgência médica


Foto: aqui.

Não sabemos se alguma vez andaremos de helicoptero, por razão de alguma urgência médica. Mas, ficamos a saber, que a tecnologia médica que existe dentro dos helicópteros, já é bastante significativa.

Wednesday, August 15, 2007

A gestão central de recursos humanos

Parece que o Ministério da Saúde está a levar a sério, a redução do pessoal nos serviços que dependem de si (vulgo, PRACE). Parece. Mas, às vezes, nem sempre o que parece, é!

Se não, vejamos, o que diz numa "circular informativa" (não sabemos qual o valor jurídico e prático da dita "circular".....), a pomposamente apelidada Administração Central do Sistema de Saúde:
  • O processo de avaliação da mobilidade especial a levar a cabo pelos estabelecimentos deverá obedecer a critérios objectivos, de racionalização de meios e recursos humanos.
  • Os hospitais levarão em linha de conta o seu perfil assistencial, sem prejuízo de em geral, se deverem considerar quanto à mobilidade especial, entre outros aspectos, os seguintes:
  1. abordagem relativa a todas as carreiras;
  2. um rácio máximo de 25% de pessoal de suporte – pessoal inserido nos grupos administrativo, operário e auxiliar – em relação ao total de efectivos;
  3. a título exemplificativo, as leis orgânicas recentemente publicadas relativamente ao sector da saúde consideraram uma redução de 25% do pessoal dirigente. Também neste âmbito se deve levar em conta a redução do pessoal dirigente.

Curioso o seguinte, em toda a "circular informativa", não há uma única referência a pessoal Médico, de Enfermagem ou Técnico de Saúde. Porque será? Será que para o Ministério da Saúde, há pessoas e pessoas?

Tuesday, August 14, 2007

A oncologia e as crianças

A oncologia é uma parte da saúde a que todos fugimos. Mas, não há como fugir, para muitas pessoas. Têm (temos) que enfrentar a situação.

As crianças que são vítimas de cancro, não são tão poucas como pensamos. E custa, se calhar mais, ver uma criança num serviço de oncologia, do que um adulto. Mas, quem trabalha em oncologia, tem que coseguir maravilhas, ainda que por vezes não seja um trabalho fácil.

Tudo isto a propósito deste projecto do Instituto Português de Oncologia, do Porto:
  • O IPO do Porto está a desenvolver um projecto para investigar as mazelas cognitivas nas crianças que sobrevivem ao cancro. Segundo a instituição, dois terços dos sobreviventes oncológicos infantis manifestam, pelo menos, um efeito neuropsicológico nefasto.

É que sobreviver a um cancro é algo de extradordinário, mas muitas mazelas e sequelas, ficam para o resto da vida, e no caso das crianças, ainda em fase de crescimento, a recuperação da parte psíquica é ainda mais importante do que nos adultos.

Vejamos, mais detalhes deste caso:

  • Entre as possíveis complicações a longo prazo estão: limitações no crescimento e desenvolvimento da criança, disfunções neurocognitivas, problemas cardiopulmonares e gastrointestinais e ainda sequelas músculo-esqueléticas.
  • Adoíndo Pimentel, Director do Serviço de Psico-Oncologia do IPO-Porto salienta “que o número de crianças sobreviventes de cancro é cada vez mais elevado. No entanto, é inegável que os tratamentos, quando actuam sobre o Sistema Nervoso Central, têm consequências neurocognitivas e psicológicas deveras negativas para as crianças".

E ainda este lado, mais cruel:

  • Os cancros infantis mais frequentes: As leucemias e os tumores cerebrais são as formas mais representativas de cancro na infância e o tratamento deste tipo de cancro pode ter um impacto intelectual e neuropsicológico negativo de largo espectro, contribuindo para os défices cognitivos na memória visual, na atenção/concentração e na capacidade de reconhecimento.

Mas, a humanidade vai-nos trazendo diáriamente coisas boas, mesmo na adversidade.

Monday, August 13, 2007

Decreto - Lei 276-A/2007, outra vez

Mais uma vez, o Governo (este e qualquer outro anterior) faz uma nova Lei, e passado muito pouco tempo, remenda-a! É a triste sina, a que estamos votados, quer pelos políticos que temos, quer pelos advogados inaptos que os Ministérios vão tendo!

Depois do "alarido" do novel Decreto - Lei 276-A/2007, que está relacionado com a não renovação de contratos a termo certo, e após o "clamor contido" do Dr. Manuel Delgado, da corporação dos Administradores Hospitalares, lá vem um Despacho, de uma "tal" Administração Central do Sistema de Saúde, que se pode ver aqui.

Ao ler o tal Despacho, da tal Entidade, ressalta-nos à vista a imensa teia de entidades à volta da Saúde Pública, senão vejamos a quem se refere o tal Despacho:
  • Ministro de Estado e das Finanças.
  • Ministro da Saúde.
  • Administração Central do Sistema de Saúde, I.P. (Instituto Público).
  • Administração Regional de Saúde.
  • Hospitais EPE (Entidade Pública e Empresarial).

De facto, ficamos siderados com a imensa teia de poder! E parece que todos têm poder!

O Ministério da Saúde tem cerca de 200.000 funcionários (do "quadro" e "a contrato"), o que não é nada transcendental. Existem empresas no mundo, com quadros de pessoal, de mais de 1.000.000 de pessoas.

Aliás, a SONAE ou o MillenniumBCP, têm cerca de 20.000 funcionários, e se complicassem tanto a sua orgânica interna, bem poderiam fechar as portas, pois os seus clientes, não poderiam esperar por tanta indecisão, e por tanto "chefe".

Aliás, o que perpassa no Ministério da Saúde é que "há muito Chefe e pouco Indio", e assim não há forma de funcionar! Por muito que nos façam crer que afinal as coisas estão sempre a melhorar.

Saturday, August 11, 2007

O (não) exemplo da saúde nos EUA

Os EUA são ainda a maior economia do mundo. Representam cerca de 25% do PIB mundial. Tal economia, gasta cerca de 17% na saúde dos seus habitantes (na sua componente pública e privada). Como se diz em inglês, what a huge ammount of money.

E resultados? Vejam o que aqui nos dizem:
  • A baby born in the United States in 2004 will live an average of 77.9 years. That life expectancy ranks 42nd.
  • Andorra, a tiny country in the Pyrenees mountains between France and Spain, had the longest life expectancy, at 83.5 years, according to the Census Bureau. It was followed by Japan, Macau, San Marino and Singapore.
  • The shortest life expectancies were clustered in Sub-Saharan Africa, a region that has been hit hard by an epidemic of HIV and AIDS, as well as famine and civil strife. Swaziland has the shortest, at 34.1 years, followed by Zambia, Angola, Liberia and Zimbabwe.

Apesar de tudo, o facto da Suazilândia ter uma esperança média de vida de 34 anos, deixa-nos muito tristes.

Mas, vejamos a causa de tão fraco resultado dos EUA, quanto à sua esperança média de vida:

  • Adults in the United States have one of the highest obesity rates in the world. Nearly a third of U.S. adults 20 years and older are obese, while about two-thirds are overweight.
  • "The U.S. has the resources that allow people to get fat and lazy," said Paul Terry, an assistant professor of epidemiology at Emory University in Atlanta.
  • Racial disparities. Black Americans have an average life expectancy of 73.3 years, five years shorter than white Americans.

Outro resultado dramático, para quem gasta tanto dinheiro em saúde:

  • Forty countries, including Cuba, Taiwan and most of Europe had lower infant mortality rates than the U.S. in 2004. The U.S. rate was 6.8 deaths for every 1,000 live births. It was 13.7 for Black Americans, the same as Saudi Arabia.

Diz o Prof. Murray, da University of Washington: "The starting point is the recognition that the U.S. does not have the best health care system. There are still an awful lot of people who think it does."

Friday, August 10, 2007

Incúria, erro ou negligência médica?

Eis a questão, perante tão grave situação:

Na mesma notícia, refere-se ainda: O caso remonta há quatro anos, quando uma criança nasceu com lesões irreversíveis, o que levou os progenitores a apresentarem várias queixas, tendo umas delas dado origem ao processo disciplinar que resultou num processo à clínica, Olímpia Trigo do Campo.

Não conhecemos o caso, não conhecemos a médica, não conhecemos a criança, apesar de já a termos visto na televisão. Só por termos visto na televisão a criança, sentimos alguma revolta.

Não somos juízes, médicos ou sequer responsáveis públicos. Somos alguém que tem antes de mais, apenas e só, como intenção a protecção dos direitos dos cidadãos, perante os prestadores de serviço.

Nessa qualidade, que ninguém nos incumbiu, gostamos que os cidadãos sejam mais respeitados, num sector, em que há por hábito, tratar os doentes, como "pacientes". Termo, para nós, aviltante e, mesmo, revoltante. Porque será que um doente é "paciente", e um utilizador de um banco ou de um supermercado, também não é "paciente"?

Todos temos direito a errar. Todos, mesmo os médicos, os enfermeiros, os políticos, os gestores, os polícias, ou, entre outros, os juízes. Mas, temos que ter uma avaliação muito rigorosa, sobre o que distingue o "erro", da incúria ou da negligência. É que ignorar um cliente num supermercado, resultará, certamente, na troca de fornecedor de supermercado. Ignorar um doente, ou esquecer-se dele, pode ter consequências muito graves. Talvez seja esta uma das razões, porque não é fácil trabalhar no sector da saúde. Mas, também talvez seja esta uma das razões, porque as pessoas que trabalham na saúde, tem um estatuto social mais elevado e, normalmente, rendimentos também mais elevados.

Mas, só está a trabalhar no sector da saúde, quem quer. Quem achar que trabalhar no sector da saúde envolve riscos elevados, só tem que mudar de profissão.

Registamos, finalmente, duas outras notícias, a propósito ainda deste caso, que nos deixam incomodados:

Coitadas das pessoas, que terão que estar a ser atendidas por tal pessoa, apesar do que aqui se afirma: a conclusão do relatório final da inspecção em que é considerada «uma médica de valor excepcional, com conhecimentos técnicos e qualidade humanas fora do vulgar».

Thursday, August 09, 2007

Decreto - Lei 276 A - 2007: legislar sem sentido

Já falámos aqui sobre o novo, e polémico Decreto - Lei 276 A - 2007.

Parece que Correia de Campos quer reduzir o "pessoal a contrato" no SNS. Tem o direito a fazê-lo. E fê-lo. Só que, Correia de Campos não conhece afinal a realidade do SNS, que pretensamente gere, pois não se apercebeu que o "pessoal a contrato" até faz falta ao SNS.

Ou será que o "pessoal do quadro" não quer fazer o que o "pessoal a contrato" faz? Este comentário do Presidente da corporação dos Administradores Hospitalares diz tudo:
  • O presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares considera que se vive, actualmente, uma situação de impasse na gestão de pessoal nas unidades de saúde. Isto porque, apesar da promessa de uma nova lei, existem profissionais «em postos de trabalho de absoluta carência» de que a hospitais não podem prescindir, garante Manuel Delgado.

Nota: só não percebemos, porquê que o Decreto - Lei 276 A / 2007, só agora é polémico. Será que ninguém pensou no dito Decreto - Lei, antes da sua entrada em vigor?

Ministério da Saúde dispensa 180 médicos e 3 mil enfermeiros

O título deste post, vem daqui. Para nós, o título é sensacionalista e tem intuitos escondidos. Ou então, há algo mal contado nesta história:
  • Fonte oficial do Ministério da Saúde sublinhou, ao DE, que o pessoal contratado a termo “serve para cumprir necessidades excepcionais dos serviços e agora vão acabar, porque o Governo pretende reduzir a precariedade” no sector.
  • O ministro da Saúde, Correia de Campos, garantiu ontem, em Viana do Castelo, que nenhum profissional do Serviço Nacional de Saúde “terá o seu contrato cancelado” devido às alterações.“O que alterámos foi o sistema de contratos renováveis de três em três meses, substituindo-os por um com renovações semestrais durante dois anos, ao mesmo tempo que fazemos o levantamento da malha necessária em cada unidade de saúde”, afirmou.
  • Os novos contratos só poderão ser celebrados “após a fixação de quotas para contratação de pessoal”, sendo da competência das administrações regionais a sua distribuição pelos diversos serviços e estabelecimentos de saúde, lê-se no ofício.
  • Até lá, para não haver rupturas, ou seja, para evitar que todos os actuais contratos cessem, a Administração Central dos Centros de Saúde emitiu uma circular onde refere que, até final de Agosto, os contratos de três meses podem ser renovados mais uma vez, caso tenham sido já autorizados pelo serviço.

A propósito, não nos recordamos do autor de palavras semelhantes a esta frase: "tudo muda, para tudo ficar na mesma".

Pelo menos é o que nos parece, depois de ler toda a notícia referida. Pois, o Decreto-Lei 276A/2007, torna a contratação mais restritiva e com quotas, mas depois o Ministério e o Ministro da Saúde vêm falar de que afinal não é bem assim.

Ou então, o Ministro percebeu que afinal o SNS tem uma forte dependência dos "contratados a termo", e decidiu alterar aquilo que tinha decidido. Aliás, não é a primeira vez que Correia de Campos "ziguezagueia"!

Wednesday, August 08, 2007

Centros de saúde à moda antiga!

Não vale a pena sermos destrutivos. Não vale a pena, ficarmos contentes porque temos, aparentemente, o déficit controlado. Não vale a pena, fixarmo-nos só no aumento da esperança de vida dos portugueses, como conquista do SNS.

É que há muita coisa por fazer, e se não se começa já, a casa pode ruir. Vejamos mais um Centro de Saúde à moda antiga:
  • A actual unidade de saúde local está situada em instalações provisórias arrendadas há mais de 30 anos, representando uma despesa mensal de 2500 euros para o Ministério da Saúde.
  • O espaço daquela unidade de saúde é repartido entre o antigo hospital da Santa Casa da Misericórdia local, onde funciona o serviço de atendimento complementar, e dois andares de um prédio de habitação, cujo único acesso é por escada.
  • "Se for uma pessoa que se desloque de cadeira de rodas vai ao serviço de atendimento complementar em vez de ir às consultas", disse à Lusa Joaquim Rosa Lopes, director da unidade, sublinhando que "20 por cento da população [do concelho] é idosa".

Tudo isto, porque:

  • A construção do novo centro de saúde de Sobral de Monte Agraço, que deveria terminar em Dezembro, ainda nem sequer começou, levando já um atraso de um ano e meio.

O que andam a fazer as pessoas da Unidade de Missão dos Cuidados Primários? Ou não são eles os reponsáveis, pelos Centros de Saúde? Se calhar, o Responsável é ninguém!

Tuesday, August 07, 2007

Sealy season

Só pode ser:


Dizem as Corporações dos Médicos e Enfermeiros:
  • Segundo a FNAM, a nova lei “está a provocar situações delicadas em várias unidades por via da completa inoperância da administração central e das administrações regionais de Saúde”.
  • Alerta do Sindicato dos Enfermeiros, que acusa esta lei de mandar para a rua milhares de enfermeiros.
  • A consequência mais previsível é, diz a FNAM, “a ruptura de funcionamento de serviços, a começar pela USF”.

Diz o Ministério da Saúde:

  • O Ministério da Saúde contesta as acusações dos sindicatos dos enfermeiros e médicos, alegando que assinaram o acordo com a tutela. Alega ainda que a nova lei abrange apenas “os profissionais em situação excepcional e não do quadro. Os novos contratos têm a duração de um ano e nesse período as unidades vão saber de quantos profissionais precisam. Ficam apenas os que são necessários”.

Monday, August 06, 2007

Sunday, August 05, 2007

Reflexões privadas da saúde

A saúde inteiramente pública, não é solução. A privatização integral da saúde, não é solução. Então, um sistema hibrido, é a única solução. Ou seja, um sistema em que a gestão pública coexiste com os prestadores privados, é uma solução para que o sector público não adormeça definitivamente, e para que os privados tenham uma alternativa "tendencialmente gratuita".

O "Grupo Mello" actua na saúde desde há dezenas de anos e têm tido um papel crescente na oferta de cuidados de saúde. Têm por fim o lucro? Obviamente, que sim. Haverá alguém que tem por fim não ganhar dinheiro? A começar pelo SNS, será que há alguém que por lá trabalhe sem auferir o seu rendimento (se exceptuarmos alguns voluntários, em alguns hospitais)? Existe sim, muito cinismo, mas isso não é só na saúde que existe!

Tudo isto a propósito de uma entrevista do Dr. Salvador de Mello, em que deixa diversas reflexões:
  • Neste momento, temos (o Grupo Mello) projectos em Portugal e Espanha e assumimo-nos como um grupo ibérico.
  • O objectivo é oferecer uma medicina de proximidade às pessoas, evitar que tenham de percorrer grandes distâncias para aceder a cuidados de saúde. Não gosto – nem me parece que seja a realidade – da dicotomia público/privado. Não nos desenvolvemos à custa do sector público.
  • Para nós não se trata de uma segunda rede ou de fazer acordos com o Estado. Contribuímos de forma significativa para a melhoria da qualidade de vida dos portugueses. Tratamos, em internamento, mais de 50 mil doentes, mais de dois mil doentes oncológicos, mais de sete mil crianças por ano. Garantimos mais de 600 mil consultas nas nossas unidades, 350 mil urgências. E isto existe porque as pessoas escolhem as nossas unidades, confiam no tratamento que prestamos.
  • Com excepção do hospital Amadora-Sintra, com que temos um contrato de gestão, somos um grupo puramente privado. Não dependemos do SNS.
  • Foi a experiência de gestão do Amadora-Sintra que levou os sucessivos governos, liderados pelo PSD e pelo PS, a apostar neste modelo de parcerias público-privadas. Ficou provado que é possível gerir, de forma mais eficiente, os recursos, com os incentivos correctos que os modelos de parceria permitem criar.
  • Tenho pena que os processos tenham sido tão lentos – é fruto da sua complexidade. Mas nós temos uma estratégia e não estamos condicionados pelas parcerias público-privadas. Somos um parceiro para o reforço do investimento privado em Portugal. Apesar do fraco crescimento económico do país, vamos investir mais de 200 milhões de euros nos próximos três anos. Temos uma agenda....
  • E hoje os procedimentos são bem mais simples, as decisões é que ainda são muito lentas. Até hoje, não há uma única iniciativa concretizada. Aí os sinais não são muito claros para o mercado. Não é por acaso que, apesar de estarmos no quarto ou quinto concurso e apesar de serem concursos significativos, não existe um único ‘player’ estrangeiro. Provavelmente por também considerarem que as regras são pouco claras; e enquanto for assim, não há investidor estrangeiro que aposte no sector.

Este último parágrafo da entrevista do Dr. Salvador de Mello diz tudo sobre a falta de atractividade do mercado português para os investidores estrangeiros. Na saúde é assim, nos outros sectores é igual! Ou o poder político percebe que tem que mudar a Administração Pública, ou a qualidade de vida dos portugueses continuará a definhar lenta, mas compassadamente!

Friday, August 03, 2007

A contenção tem limites



Felizmente, que assim é. O Professor Correia de Campos, em tempos, até causou alguma polémica, ao insistir que os Médicos deveriam aumentar o número de vezes que lavam as mãos......


Com a saúde não se brinca, naturalmente. E, já bastam as condições propícias à criação de infecções, quanto mais reutilizar equipamento clínico, ainda que em condições de eventual esterilização! Portugal não está bem económicamente, todos o sabemos, mas há tanto por onde poupar, que é evitável e lamentável verificar isto: Luís Viegas, assim como o director do Conselho de Administração do Hospital Central de Coimbra, Rui Pato, admite que a reutilização de equipamentos foi feita por causa da contenção de custos imposta pelo Ministério.

Thursday, August 02, 2007

Reclamações na saúde

Vivemos na era do consumidor. Na saúde, há quem lhes chame "utente", "paciente", e nós apesar de tudo, aceitamos que lhes chamem "doentes"!


A agora extinta, Inspecção Geral de Saúde, decidiu vir anunciar o seu trabalho de 2006, assim:
  • A Inspecção-Geral da Saúde contabilizou uma média de 101 queixas por dia em 2006, num total de 37.043 reclamações.

  • o número de queixas em 2006 representa um aumento de 7.621 reclamações (25%) em relação a 2005.

  • O Hospital com maior taxa de queixas em todo o continente (em que a taxa é igual ao número de queixas a dividir pelo total de atendimentos) é o de Santa Maria, em Lisboa.

  • Na contabilidade por assuntos, a maior fatia das reclamações (30,6%) respeita à categoria de «sem referência ou outros», surgindo depois a «acessibilidade» que recolheu 26,9% das queixas e a «comunicação» com 23,4 por cento. A «assistência médica» recolheu 12,7% das insatisfações.

Num outro sítio, vemos isto:

  • Em 2006, a IGS registou um total de 37.043 reclamações, das quais resultaram 120 processos para tratamento mais aprofundado.

  • Sobre as penas aplicadas a profissionais, os médicos foram os mais sancionados, correspondendo a 54 por cento, seguindo-se os auxiliares (24 por cento). Os enfermeiros representaram seis por cento dos castigados e os administrativos 14 por cento, não havendo qualquer registo de penas aplicadas a dirigentes.

Comentários nossos:

  1. Saudamos que os doentes sejam mais exigentes, pois os profissionais de saúde, apesar de serem muito importantes, também têm que responder perante quem lhes paga (os contribuintes e/ ou os segurados).

  2. Achamos um rácio muito baixo, existir apenas o aprofundamento de 120 processos, em mais de 37.000 reclamações.

  3. Finalmente, achamos lapidar, o facto de nem um único Dirigente ser objecto de uma sanção, em mais de 37.000 reclamações. Dirigentes exemplares, temos nós!!!

Wednesday, August 01, 2007

Nova tecnologia aumenta velocidade dos TAC's


A tecnologia avança, e nós temos aproveitado, melhorando a nossa qualidade de vida. Vejamos este último avanço acerca da velocidade dos TAC's:

With an innovative technique called multiplexing, the data collection speed of CT scanners may increase by hundreds of times with the result of better and faster imaging and potentially lower x-ray exposures.

A researcher team of the University of Carolina has pioneered the method, which is already used in telecommunications technology, that collects images from many sources at one, instead of the current serial method of data collection. The researcher around Jian Zhang will presented the technique at this week´s annual meeting of the American Association of Physicists in Medicine in Minneapolis.

Multiplexing is a process of combining multiple signals to form one composite signal for transmission. For the multiplexing CT-scanner, multiple x-ray sources fire simultaneously to capture images from multiple views at the same time. In general, a factor of N/2 increase in the speed can be achieved using the multiplexing technique. For example. The speed of clinical CT scanners that acquire around 1,000 views per gantry rotation would increase by factor 500.