Thursday, November 30, 2006

Crescimento salarial dos Médicos na Grã-Bretanha

Lemos aqui, que "GPs earned an average £106,000 during the first year of their new contract". E que "Figures from the Information Centre for health and social care show average earnings rose by 30% during 2004-05".
A razão para tais aumentos, são estas:
  • The new contract, which ushered in radical changes to the delivery of primary care services, was designed to give general practices additional funds to invest in improving and developing services to patients.
  • It included incentives to reward GPs and their practice teams for driving up the quality of patient care.
  • A large proportion of GPs' earnings are now linked to the quality of care they provide, with payments made for the provision of extra services, such as contraception, child health and chronic disease clinics.

Contudo, o Ministério da Saúde Britânico avisa:

  • We expect a higher level of these profits to be invested back into their businesses, to bring about further improvements in services for patients, such as longer opening hours or widening the range of services.
  • We want to see this year and next a higher proportion of practice income going on service improvement for patients, and greater efficiency rather than windfall profits.

Recordamos apenas que a relação cambial é esta: 1,00 Libra Inglesa = 1,48 Euros.

Tuesday, November 28, 2006

Maravilhosos sistemas cardíacos

A avaliação dos Médicos pelos Doentes

O governo britânico vai iniciar um processo de avaliação dos Médicos. Só que desta vez, quem vai avaliar os Médicos são os seus Doentes.

Então é
assim:
  • Questionnaires are to be sent to 5 million patients across England asking them how easy it is to see their family doctor in the biggest ever survey of the National Health Service.
  • The questions will cover: i) satisfaction with telephone access; ii) the ability to book appointments within two days; iii) whether it is possible to book ahead; iv) the ability to book with a particular doctor.

Finalmente: "The questions ask patients if they are satisfied with arrangements for early morning, evening and weekend surgeries at a time when the government is not prepared to provide GP practices with the resources to open at these times, all of which are outside GPs' agreed contractual hours".

Monday, November 27, 2006

Novos tempos na defesa do consumidor

Sabíamos, da experiência de outros países desenvolvidos, que os doentes tenderão a ser mais reivindicativos, no sentido de estarem atentos à negligência ou erro de que poderão ser alvo.

Ao lermos esta
notícia, ficamos surpreendidos, mas sempre concedemos que existe um abismo de diferença entre erro médico e negligência médica.

Mas, veremos então o que se escreve
aqui:
  • Os doentes portugueses vão passar a receber automaticamente uma indemnização de, pelo menos, 15 mil euros, caso vençam uma acção judicial interposta em tribunal contra um profissional inscrito na Ordem dos Médicos.
  • Assim, a partir do início do próximo ano, os doentes não vão depender da situação financeira do médico ou do facto de este ter um seguro para poderem receber um mínimo de 15 mil euros (isto, claro, se pedirem mais do que este valor) em casos de negligência ou por má prática.
  • o seguro, pago pela Ordem, “garante a qualquer médico a quem for posta em causa a qualidade do trabalho, pela existência de qualquer falha técnica ou negligência”, uma verba de 15 mil euros para o doente.

Comentários nossos:

  • Não confundimos a extrema gravidade da negligência, com o mais aceitável erro médico.
  • Perguntamos aos Senhores Doutores, se 15.000 euros pode ressarcir muitas "feridas", quer físicas, quer psicológicas, que acompanham muitas vítimas de negligência, durante uma vida?

Continuando a ler a notícia:

  • Pedro Nunes explica que o objectivo deste seguro é proteger os médicos do crescente número de processos que os doentes interpõem, em resultado do aumento do acesso à informação sobre Saúde.
  • O que tem acontecido até agora é os médicos serem responsabilizados por culpas alheias”, acrescenta Pedro Nunes, que revela também que, a partir de 1 de Janeiro, os médicos podem até utilizar as verbas do seguro para processarem o Governo ou as administrações hospitalares.

Comentários nossos:

  • Achamos bem que os proprietários dos Hospitais e Centros Clínicos (públicos ou privados) sejam responsabilizados. Faz parte da responsabilidade social e civil das organizações.
  • Finalmente, Senhores Doutores, a era da informação, gerada pela internet, vai ajudar muitos doentes, ou consumidores da saúde, a estarem atentos à negligência. É uma questão de civilização, que inundará, mais cedo ou mais tarde, os Tribunais.

Sunday, November 26, 2006

Ineficiência da comunicação com o consumidor

Um dos maiores problemas do SNS, é a falta de comunicação organizada com os consumidores de saúde. Sabemos que na era da comunicação global não é fácil comunicar bem. Mas, também sabemos, que graças às tecnologias de informação, nunca foi tão fácil comunicar com tanta gente.

A propósito disto, não compreendemos
isto:
  • O centro de atendimento telefónico da saúde, destinado a aconselhar e identificar os casos mais urgentes, encaminhando-os para os hospitais, só deverá entrar em funcionamento em Abril de 2007, mais de um ano depois do previsto.
  • De acordo com informação da Direcção-Geral da Saúde (DGS), apesar de o contrato com a empresa que vai prestar o serviço ter sido assinado em Maio, o visto do Tribunal de Contas ao acordo só foi concedido três meses depois.
  • A par da informação e aconselhamento sobre o que fazer em caso de doença, o centro de atendimento vai permitir fazer uma triagem dos casos, com posterior encaminhamento para os hospitais e centros de saúde.
  • Anunciado em 2004 pelo anterior ministro da Saúde Luís Filipe Pereira, o centro é um projecto que teve continuidade com o actual titular da pasta, António Correia de Campos, e arranca quase um ano e meio depois da data inicialmente apontada pela tutela, que era o final de 2005.

Já sabíamos que o management andava arredio de muitas organizações do Estado. Verificamos, que persiste a falta de organização e estratégia no Estado!

Não se podem é queixar os Responsáveis do Estado, de que as Urgências dos Hospitais estão cheias de doentes que deveriam ir para os Centros de Saúde!

Friday, November 24, 2006

A luta contra o VIH/ SIDA e a incongruência das estatísticas

Lemos aqui que "Portugal reduziu nos últimos quatro anos em cerca de um terço as infecções por VIH entre toxicodependentes, que passaram de 1.247 para 857 casos notificados". Excelente, comentamos nós.

Depois, na mesma notícia, vemos ainda que "A ONUSida estimava, no relatório de Maio, que a Sida atinja 32 mil portugueses, números acima dos indicados nos últimos dados do Centro de Vigilância Epidemiológica de Doenças Transmissíveis (CVEDT) do Instituto Nacional Ricardo Jorge, que, até Junho de 2006, registava 29.461 infecções por VIH/SIDA". Curto - circuito, dizemos nós!

Numa outra notícia, lemos isto, "De acordo com o documento da Agência Europeia da Droga, sedeada em Lisboa, Portugal continua a ser "o país da Europa Ocidental com maior incidência de SIDA relacionada com o consumo de drogas injectadas, com 31 casos por milhão de habitantes".

Finalmente, aqui (Relatório das Nações Unidas para VIH/ SIDA - 2006), retemos isto, "In Portugal, for example, HIV diagnoses among injecting drug users were almost one third (31%) lower in 2005, compared with 2001 (857 versus 1247)".

Nós, consumidores da saúde, ficamos confusos com o tratamento das estatísticas sobre o VIH/ SIDA. Aliás, como é habitual no domínio das estatísticas da saúde.

Thursday, November 23, 2006

O conhecimento e a investigação em saúde

A propósito do VI Congresso Nacional de Enfermagem Oncológica, organizado pela Sociedade Portuguesa de Enfermagem Oncológica, lemos aqui, que "Mais de 22 mil portugueses morreram de cancro em 2003", e que:
  • A principal causa de morte por cancro é o cancro colorrectal, que representa 14% do total das mortes por cancro.
  • O cancro do pulmão surge logo a seguir, com 13,9%.
  • seguido pelo cancro do estômago com 11% e pelo cancro da mama, com 7%.

É positivo que existam entidades que estudem e investiguem a saúde, de forma a promover a prevenção nos aspectos que causem mais mortes.

No entanto, lamentamos que este tipo de estudo nos pareça pontual e é muitas vezes realizado, mais por vontades individuais, do que por objectividade profissional e sistemática.

Deixamos aqui, os vários temas abordados no referido Congresso.

Friday, November 17, 2006

Novo Hospital de Todos os Santos

Foi anunciado pelo Administrador do Centro Hospitalar de Lisboa Central, a construção do novo Hospital de Todos Os Santos, em Chelas.

O novo Hospital será lançado em concurso público em Janeiro de 2007, e será construído no ambito das Parcerias Público Privadas.

Deduzimos nós, que ao ser anunciado pelo Administrador do Centro Hospitalar de Lisboa Central, esta nova Unidade Hospitalar venha substituir aquela velha unidade (que inclui o Hospital de S. José, o Hospital dos Capuchos e o Hospital de D. Estefânia).

Foram referidos alguns
requisitos pelo Senhor Administrador:
  • o futuro hospital de Lisboa terá tecnologia de ponta.
  • com recursos humanos mais qualificados.
  • Terá ensino universitário .
  • acrescentando a necessidade de fidelizar os profissionais de saúde para que não sejam atraídos para outros hospitais.

Folgamos que daqui por 4 anos, Lisboa tenha um novo Hospital que substitua os velhos hospitais, já caducos. Mas, achamos estranho o anúncio de que o novo Hospital venha a ter tecnologia de ponta e também, que virá a ter recursos humanos mais qualificados. Será que o actual Centro Hospitalar de Lisboa Central carece de tecnologia de ponta e de recursos humanos qualificados?

Thursday, November 16, 2006

O Estado deve aos laboratórios farmaceuticos

É uma notícia habitual: Dívidas dos hospitais aos laboratórios chegam aos 699 milhões de euros.

Contudo, quando nós devemos a alguém, sabemos que perdemos força de negociação. O Ministério da Saúde tem tentado conter a despesa do SNS através da pressão sobre a indústria e o comércio de medicamentos. Só que, assim não vai lá! A indústria está sempre amplamente credora do Ministério da Saúde, e quem paga, atempadamente, ao retalho farmaceutico é a sua Associação corporativa.

Não entendemos se a referida dívida aos laboratórios, se deve a problemas orçamentais, ou se é mera ineficiencia da burocacia do Ministério.

Finalmente,
isto é inconcebível, num estado de direito:
  • o prazo médio dos hospitais EPE está nos 343 dias, enquanto as unidades SA demoram em média 313 dias a pagar aos laboratórios.
  • Porém, algumas unidades ultrapassam bastante estes valores, como é o caso do Hospital de Setúbal, cujo prazo médio de pagamento está nos 1097 dias.

Wednesday, November 15, 2006

O apoio à velhice fora dos hospitais

O governo Britânico decidiu importar um esquema de tratamento de pessoas idosas fora dos hospitais, dos EUA.

À partida, o novo esquema que teve por nome
"Evercare", vinha dos EUA com resultados apreciáveis: "The Evercare programme was based on a successful scheme in the US, where it cut hospital admissions by up to half".

Só que na Grã-Bretanha, o sucesso parece não ser evidente, conforme afirma um
estudo da Universidade de Manchester: "But the British Medical Journal study said it failed to cut admissions, length of stays and death rates".

O líder da investigação,
Dr. Martin Rowland, resume assim:
  • "the idea of trying to manage cases in the community in this way was unlikely to reduce hospital admissions".
  • "Although lessons have been learnt from these initial pilots, such as better ways of identifying high-risk groups, we predict the same outcome from the newly introduced community matron policy as that is based on the same principles as the Evercare advanced primary nurses".
  • "Community matrons are likely to be popular with patients and increase access to care, but they are unlikely to reduce hospital admissions unless there is also a more radical system design".

O governo Britânico refere que não é bem assim: "Health minister Rosie Winterton said: "Much has moved on, and continues to do so, since the pilots"".

Estaremos atentos a este tema, até porque o Ministério da Saúde em Portugal, pretende seguir pelo mesmo caminho.

Tuesday, November 14, 2006

Boicote médico à livre escolha dos doentes

Diz este jornal, que: "Most GPs are boycotting the government's scheme to give patients a choice of at least four hospitals for diagnosis and treatment on the NHS, a survey of patients revealed yesterday".

Grave. Muito grave. Achamos que os prestadores são importantes, mas a sua existência só se justifica porque há doentes!

Continuando a leitura:

  • "The survey showed 70% of patients in some parts of England remembered being given a choice, but in other areas the proportion was less than 10%".
  • "Patient choice was Tony Blair's big idea for reforming the NHS by putting hospitals under competitive pressure".
  • "In 2008 the choice will be widened to include any private or NHS hospital which can meet government standards on quality and cost".
  • "The scheme depends on GPs - the "gatekeepers" regulating access to hospitals - telling patients about their rights".

Temos que informar os doentes e pressioná-los a usarem os seus direitos, para poderem usufruir de maior qualidade de serviço. De outra forma, sem pressão concorrencial, o serviço cairá de qualidade.

Monday, November 13, 2006

A qualidade do exercício da Medicina

Lemos nesta notícia, um excelente exemplo do que deveria ser a prática da Medicina:
  • Since 2004 all future cancer specialists in Britain are expected to receive specific training in how best to communicate with patients.
  • the various ways that doctors and nurses prevented patients from expressing their real worries or distress during clinical interviews.
  • they could elicit the patients' concerns and give difficult information without overwhelming the patients.
  • communication skills training for all healthcare staff on the agenda in both undergraduate and postgraduate training and has promoted the role of the specialist cancer nurse in the UK.
  • clinical practice meeting the needs of seriously depressed cancer patients and their relatives at the Christie Hospital, Manchester, and helping those struggling with traumatic bereavements.

Toda esta notícia, se refere ao Professor Peter Maguire. O Professor Maguire, da Universidade de Manchester, foi professor de Medicina psicológica e teve estes desempenhos:

  • After completing his psychiatry training, his first study, at Oxford, showed that many patients in medical wards had anxiety or depressive illnesses, which added to their suffering.
  • For 30 years, Peter devoted his professional life to this problem, especially in the field of cancer.
  • He went on to train health care staff to change their interviewing style.
  • In order to achieve change, Peter had to engage senior medical and nursing staff.
  • He was prepared to challenge any complacency with a combination of hard data, recordings of their own interviews, a wealth of his own research findings, personal charm and a great sense of determination.
  • Peter was a source of inspiration as well as an excellent colleague and dedicated researcher and clinician.

São pessoas como o Professor Peter Maguire que ajudam a que tenhamos esperança nos seres humanos. Não poderemos por isso, voltar as costas à mudança e à busca constante de uma melhor qualidade nos serviços de saúde. Por muito que isso custe.

Saturday, November 11, 2006

A falta de controlo de gestão, sistemáticamente

Temos afirmado que gostamos mais da palavra gestão, no sentido anglo-saxónico do termo: management.

Uma das funções do management, segundo vemos
aqui, é esta: Controling.

Resumidamente, segundo vemos aqui, management significa:
  • confrontation of objectives with the possibilities.
  • planning.
  • leading of autonomous human units towards achieving an intended goal.

Ora bem, temo-lo afirmado inúmeras vezes, o Estado português, ou parte das pessoas que o têm dirigido ainda não conseguiram atingir os princípios enumerados por Henry Fayol, no princípio do Século XX.

Tudo isto, a propósito desta notícia: "Um completo desleixo na fiscalização da execução do contrato de gestão (celebrado entre o Estado e o Grupo Mello) do Hospital Amadora-Sintra foi, em síntese, o principal argumento para o arquivamento de um inquérito-crime sobre antigos administradores da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT)".

Transcrevemos partes da notícia:

  • Não haverá dúvidas que a conduta dos arguidos não acautelou devidamente os interesses patrimoniais do Estado.
  • não foi detectada qualquer intenção de prejudicar, mas sim "negligência"..
  • houve "práticas lesivas do interesse público", mas estas não se circunscreveram a um determinado Conselho de Administração (CA) da ARSLVT.
  • O que indicia fortemente a existência de práticas burocráticas incorrectas que se foram transmitindo de gestão para gestão.
  • Até 2001, existia apenas um delegado da ARSLVT junto da HASSG [Hospital Amadora Sintra Sociedade de Gestão] que tinha por função o acompanhamento do contrato que lhe ocupava um dia de trabalho por semana.
  • a grande complexidade que revestia o controlo da gestão do hospital, mas também a completa escassez de meios e conhecimentos técnicos de que os CA da ARSLVT dispuseram para levar a cabo tal tarefa.

Em face de este "retrato" trágico, na nossa opinião, registamos isto:

"o Ministério Público determinou o arquivamento da suspeita da prática de crimes de participação económica em negócio contra Constantino Sakellarides, Ana Teodora Jorge, Maria Pequito, Maria Amaral, Carlos Costa, Luís Névoa, Fernando Alves, Manuel Ligeiro, José Sequeira Andrade e Sandra Silveira (antigos administradores da ARSLVT)".

Deixamos algumas questões, como contribuintes para os sucessivos orçamentos da saúde:

  1. Onde estudaram "gestão", ou se quiserem administração, os responsáveis do Ministério da Saúde?
  2. Como aceitam os Responsáveis do Ministério da Saúde acima mencionados, desempenhar funções, sem saberem executá-las?
  3. Como é que o Ministério da Saúde nomeia Altos Responsáveis, para funções que não têm capacidade de as desempenhar?
  4. Como é que o Ministério da Saúde não controla, os Altos Responsáveis que nomeia?

Coitados dos contribuintes portugueses, que sem quererem, e sem saberem, acabam por suportar os custos, de todas esta ineficiências.

Friday, November 10, 2006

A saúde dentária dos portugueses

Lemos esta afirmação do Senhor Ministro da Saúde: "Até 2010 todos os menores de 16 anos terão médico dentista".

Ficamos satisfeitos quando vemos responsáveis políticos com ideais! Até porque, está cientificamente comprovado, que os dentes poderão ser fonte de saúde ou de doença. E é na juventude, que o tratamento dos dentes deve começar.

Agora, Senhor Ministro, não vale a pena criar grandes expectativas aos portugueses, quando o que se perspectiva nos próximos anos, não é muito agradável: aumento da esperança média de vida, aumento dos custos das tecnologias médicas, aumento dos custos com novos fármacos, e, sem querer enumerar muitos mais obstáculos, o fim do actual modelo de organização do serviço nacional de saúde.

Senão
vejamos o panorama dos dentes das crianças:
  • "ser preocupante que metade das crianças com menos de seis anos sofra de cárie dentária".
  • "é melhor o panorama do que há cinco anos, em que a cárie dentária atingia dois terços das crianças".

E perante este panorama, o Senhor Ministro propõe:

  • "será criado, com a Ordem dos Médicos Dentistas, um grupo de trabalho para propor medidas concretas, afirmando abertura do Ministério da Saúde a “parcerias inovadoras”".

Comentários nossos:

  1. Mais um grupo de trabalho?
  2. Mais parcerias, porque o Estado continua a não ter dinheiro para pagar a saúde dentária dos portugueses?

Thursday, November 09, 2006

Organização Mundial de Saúde

Lemos aqui, que, "An expert on bird flu, Margaret Chan, has been nominated to head the World Health Organization (WHO)".

Ao visitarmos o sítio da
World Health Organisation, registamos a confirmação: "8 November 2006 -- Dr Margaret Chan of China was nominated today for the post of Director-General by the Executive Board of the World Health Organization".

Registamos as primeiras declarações da
Dra. Margaret Chan, após a nomeação:
  • "I have the commitment, the passion, and the humility to serve the member states of this organization, this great organization".

Registe-se ainda, que a Dra. Chan é originária de Hong Kong, "As head of Hong Kong's public health department, Margaret Chan won praise for helping fight the world's first outbreak of bird flu in 1997".

A Ásia começa a assumir a liderança de várias organizações, como foi recentemente confirmado pelo novo Secretário - Geral da ONU, e a definir-se como um player afirmado, na nova ordem mundial.

Tuesday, November 07, 2006

A falta de transparência na gestão da saúde


Lemos com alguma incredulidade, notícias sobre um relatório realizado pelo Tribunal de Contas, sobre uma nova experiência realizada nos hospitais do estado, que teve o nome de Hospitais, S.A..

Mais tarde, dedicaremos algum espaço a este relatório oficial.

Contudo, registamos algumas notícias:

Aqui:

  • A adopção do modelo empresarial em vários hospitais portugueses resultou em aumentos de eficiência, em termos globais e em comparação com as unidades de gestão tradicional.
  • os défices de exercício dos hospitais empresarializados têm-se agravado.
  • Devido à transformação jurídica em sociedades anónimas (SA) no final de 2002, os hospitais com gestão empresarial receberam dotações de cerca de 897 milhões de euros....este dinheiro, na maior parte dos casos, foi utilizado para cobrir despesas correntes, não contribuindo para tornar estas unidades viáveis financeiramente.

Aqui:

  • E, se as auditorias a três hospitais servirem de exemplo, o grau de satisfação dos utentes baixou.
  • Apesar do ano de 2005 não constar do período auditado, o Tribunal refere já que ascendeu a 20 o número de hospitais SA com resultados negativos, no ano passado, "aumentando em relação a anos anteriores".
  • Quanto ao endividamento, verificou-se um crescimento das dívidas a fornecedores a partir de 2002, particularmente no período da transformação, com um acréscimo de 30%.
  • o Tribunal de Contas critica a actuação da Unidade de Missão Hospitais SA por não ter procedido em 2003 e 2004 a um "adequado controlo financeiro, em especial, ao endividamento resultante dos compromissos assumidos perante os fornecedores, no sentido de acautelar as necessidades futuras".

E aqui:

  • O Tribunal de Contas também não poupa críticas às entidades com competência para fiscalizar aqueles hospitais – Unidade de Missão e Instituto de Gestão Informática e Financeira da Saúde (IGIF), dependentes do Ministério da Saúde.
  • As despesas com o pessoal representaram o maior acréscimo nos custos dos hospitais SA, mais do que com mercadorias, material clínico, fornecimentos ou serviços exteriores.
  • O administrador hospitalar Manuel Delgado não tem dúvidas de que o modelo dos hospitais SA “falhou”, porque, sublinha, “tiveram dinheiro fresco [898 milhões de euros] e não se coibiram de contrair empréstimos bancários, com 16,4 milhões de euros”.

Comentários nossos:

  1. Continuamos a insistir que não há gestão na saúde, e verificamos pelo relatório do Tribunal de Contas, que infelizmente temos razão. Para os mais detatentos, sempre dizemos que se não há controlo de gestão, não há gestão.
  2. É confrangedor, que o Ministério da Saúde e todos os órgãos tentaculares, na sua dependência, tenham informação de gestão, 2, 3 ou 4 anos, após o fim dos exercícios. Em Wall Street, ou na Bolsa de Valores de Lisboa, os resultados das empresas, aparecem a público, 15, 30 ou 45 dias, após o encerramento de cada ciclo.
  3. Finalmente, gostaríamos de saber se haverá consequências, nos vários níveis, que são alvo deste relatório: Ministério da Saúde, Unidade de Missão, IGIF ou Administrações Hospitalares. Ou não acontecerá nada? A palavra ao contribuinte....

Monday, November 06, 2006

A aquisição de medicamentos através da Internet

Na época da globalização e da revolução electrónica, os medicamentos juntam-se aos livros, aos discos e aos gadgets electrónicos, e passam a circular livremente, ainda que ilegalmente em muitos países.

Aqui, verificamos que, "Patients are beginning to self-prescribe cancer treatments by ordering them online, after learning about the newer therapies, such as Avastin for bowel cancer and Tarceva for lung cancer".

Ainda que, "Many treatments have not yet been licensed by the government's watchdog, the National Institute for Health and Clinical Excellence (NICE)".

Pois é, a Internet não tem fronteiras ou bandeiras. E na Grã-Bretanha um Médico Especialista em oncologia refere que "he had a number of private patients who had begun to order drugs from one of the largest internet pharmacies in Canada, CanadaDrugs.com" e que "These patients are well informed, and they shop around for the cheapest prices".

Imagine-se o carácter revolucionário da Internet, com esta situação: "a younger generation of patients would demand the best treatments, even if the NHS decided they were not affordable. 'We're in a world where an easyJet flight can be booked within minutes. The idea that you can't get a cancer drug that will extend your life because a government body has decreed you can't have it just won't work".

Será que em Portugal, o fenómeno da aquisição de medicamentos pela Internet já começou?

Sunday, November 05, 2006

Electronic Health Records

Em experiência recente que tivemos numa urgência de um hospital do Serviço Nacional de Saúde (SNS), continuamos a verificar a falta de informática ou se quiserem, de gestão de informação, no atendimento aos doentes. Seria um elemento tão facilitador, o facto de haver registo dos doentes e de todas as operações inerentes ao seu percurso no hospital, quer para os doentes, quer para os outros participantes no processo: médicos, enfermeiros, técnicos e até para os serviços financeiros.

Vimos
aqui, algumas soluções, que já se utilizam em outros países.

Registamos alguns dos benefícios da utilização de sistemas de informação na gestão da saúde:

  • Point and click interface makes charting fast and easy.
  • Simple access to patient's Medications, Allergies and other past medical history.
  • Patient records can be simultaneously viewed from any terminal on the network.
  • Records are portable - Use the Synchronization module to make a database that can be used independently from the network.
  • No folders to file, nothing to misplace, and every note is typed for legibility.
  • Automated Office Tasks.
  • Physician Referral Letters - Automatically generates referral letters based on your charting note. What used to be a struggle is now so simple that your letters will always get out on time.
  • Patient Instructions - Before the patient leaves the office, you can print specific care instructions for their medical condition. These instructions are excellent reminders that your patient must follow their prescribed care. Their permanent digital records indicate that they were given instruction for care.
  • Prescriptions - No more looking for your script pad. Now you may generate prescriptions right from the program, and store a copy in the patient's folder for future reference. Once in the system, refills are simple - just click the refill icon.
  • Billing Statements - Billing codes used in the note can be exported directly to compatible billing programs or printed as SuperBill statements.
  • Physician's Orders - Orders that are stated in the note can be printed as separate documents.

Se os proprietários dos hospitais privados e os administradores do SNS, não avançarem pela informatização, e rápidamente, não será possível controlar um processo cada vez mais complexo.

Friday, November 03, 2006

Alzheimer

A perda do juízo, sempre foi assustadora. Todos os seres humanos podem vir a estar sujeitos a ela.

Lemos este
retrato, que nos deixa muito preocupados:
  • ""Há doentes que são amarrados às camas em lares e hospitais" públicos, denunciou ao JN. Erika Marcelino, uma das psicólogas da APFADA, acrescentando que a falta de preparação do pessoal técnico conduz muitas das vezes ao "excesso de medicação". "A forma mais fácil de controlarem os doentes é entupi-los de medicamentos", afirma".

Independentemente das opções políticas ou de gestão, a humanidade deve ser um princípio que norteie os serviços de saúde.

Deixamos mais idéias aterradoras, que vinham na referida notícia:

  • Maria do Rosário Reis, presidente da Associação Portuguesa de Familiares e Amigos de Doentes com Alzheimer (APFADA), não tem dúvidas em Portugal são "raríssimos" os técnicos especializados e até mesmo médicos sensibilizados para o tratamento de doentes com Alzheimer.
  • Uma maior comparticipação nos medicamentos ou medidas a pensar nos cuidadores, como a redução de horário, são alterações legislativas pelas quais há muito luta.
  • As comparticipações dos medicamentos rondam os 40% e as receitas têm de ser prescritas por neurologistas ou psiquiatras, o que é mais um entrave, alega Maria Rosário. Há poucos especialistas nessas áreas. "Um paciente que vá a um médico privado gasta na consulta o que poupa na comparticipação", afirma.
  • Depois há imensos produtos essenciais que não são comparticipados, como as fraldas ou cremes.
  • O paciente pode ainda fazer sessões de fisioterapia ou aulas de natação e se frequentar um dos poucos centro de dia existentes no país as despesas aumentam substancialmente .
  • E numa fase mais adiantada da doença são necessárias três dessas técnicas para garantirem a vigilância dos pacientes de dia, à noite e aos fins-de-semana.

Thursday, November 02, 2006

Á beira do colapso: Take 2 !

A Secretária de Estado Dra. Carmen Pignatelli referiu, há uns dias, que "há áreas no Ministério da Saúde que estão "à beira do colapso" e aponta várias dificuldades na concretização da reforma dos cuidados de saúde primários".

Agora, a Senhora Secretária de Estado vem
afirmar que "admite que este é um mercado nasceu «desregulado» e que «ninguém garante a qualidade» do atendimento, acrescentando que o Executivo se prepara para estabelecer um conjunto de regras com vista a regular o funcionamento das mais de 40 empresa que actuam no sector sem controlo".

Este frenesim de pensar que o mercado se contrói por Decreto, assusta-nos, até porque o mercado deve ser regulado, mas não contingentado e pior, sobre-regulado. Se o for, só fará com que os actores do mercado reajam de forma ainda pior!

Senão
vejamos: "O bastonário da Ordem dos Médicos está preocupado com a contratação de clínicos tarefeiros pelos hospitais para resolver a falta de pessoal nas urgências hospitalares".

E, o Senhor Bastonário, Dr. Pedro Nunes, até
ensina como é a gestão de serviços de urgência:
  • "As equipas das urgências devem ser equipas em que as pessoas se conhecem muito bem e que estão habituadas a trabalhar umas com as outras, sabem os pontos fracos de uns e outros, que cada profissional tem, e conseguem optimizar em cada momento a reposta que dão aos doentes. A urgência é algo que muitas vezes precisa de um grande entrosamento das equipas e isso não é compatível com pessoal que "hoje vem um amanhã vem outro", são tecnicamente competentes mas não se conhecem".

Os Médicos, um dos principais stakeholders das organizações da saúde, sabem mais sobre gestão de pessoas e de serviços, do que os Administradores da Saúde!

Wednesday, November 01, 2006

The World of IT - Geneva 2006 II

Voltamos a ouvir a voz de mais stakeholders que estiveram presentes neste evento: The World of IT - 2006. Desta vez, analisemos o que disseram os gestores da saúde:
  • "For Professor Brian Edwards, President of the European Hospital and Healthcare Federation (HOPE), “managing processes of healthcare IT implementation is already a challenging task in itself. People who want to use e-systems are often reluctant to invest in the cost implied in a proper implementation structure”"
  • "“it is a tough task to introduce a new piece of software in a real operational environment like a hospital, among other things because it requires extensive staff training, and this is something people tend to underestimate”".
  • "When you want to implement a healthcare IT system, should you turn to a user first, or to a computing expert or maybe to an accountant? The right answer to this is certainly someone with a solid background to understand the time-cost specifications".
  • "Today, there is a need for common healthcare IT systems across national borders. Some industries have already succeeded in doing so. For instance, in banking a way has been found to work together on a transnational scale".
  • "probably a European eHealth system is not feasible, as infrastructures and levels of investment are very different".

Os investimentos em novas tecnologias, na saúde, não devem ser considerados, como opcionais. São mesmo, obrigatórios. Contudo, é preciso ter em conta, quais as melhores soluções, e para isso devemos ouvir as experiências de gestores de outros países, mais avançados.