Wednesday, July 28, 2010

Os ganhadores da Gripe A

Já se sabia que a Gripe A foi uma mistificação patrocinada pela OMS, confirmada por técnicos da própria OMS, a posteriori.

Mas entretanto, ficámos a saber que alguém ganhou muito dinheiro, de forma directa. Provavelmente, houve também alguém a ganhar indirectamente, embora esses não apareçam nesta fotografia:

  1. As autoridades holandesas começaram a destruir 17,8 milhões de doses de vacinas contra a gripe A (H1N1) que não foram utilizadas e que não puderam ser vendidas a outros países.
  2. Das 31 milhões de doses adquiridas pelo Governo holandês aos grupos farmacêuticos Novartis e GlaxoSmithKline, "pelo menos 11 milhões foram utilizadas" na Holanda, de acordo com a mesma fonte, que acrescentou que a epidemia da gripe A (H1N1) acabou por ser menos grave do que o esperado.
  3. O Ministério da Saúde holandês anunciou a 27 de novembro de 2009 a intenção de vender 19 milhões de doses de vacinas excedentárias a outros países, mas só 257 mil foram vendidas, nomeadamente à Estónia e à Macedónia.

Sunday, July 25, 2010

Alguém imaginou o espaço aéreo encerrado por causa de férias?

Não. Será que os controladores aéreos têm todos férias em Agosto? Não. Será que há uma grande concentração de férias dos controladores aéreos em Agosto? O mesmo raciocínio deverá ser feito para os políticos, os empresários, os polícias, os militares e, os médicos!

Mas, nem todos são iguais: Os médicos especialistas dos hospitais de Santa Maria e Pulido Valente, em Lisboa, vão ter de reorganizar o seu horário diurno, nos dias úteis, uma medida que pretende limitar o pagamento de horas extraordinárias na urgência interna.

Todos os anos, e em vários hospitais do país, é a mesma festa! Já com os Tribunais se passa o mesmo. O actual primeiro Ministro combateu, parece que sem sucesso, as chamadas férias judiciais.

No tempo da dupla Salazar/Caetano havia um Ministério das Corporações. Talvez se justifique voltar a recriar esta anormalidade. Pois isto é que não: A informação foi confirmada à agência Lusa por um membro do conselho de administração do Centro Hospitalar de Lisboa Norte, que agrega aquelas duas unidades, quando confrontada com uma notícia da TVI, avançando que estes dois hospitais iam deixar de ter médicos especialistas a fazer urgências internas.

Cuidado com as embalagens!

‘Lean’ or ‘extra lean’ minced beef may sound like a healthy option. But shoppers who buy these products could be eating more fat than is found in standard mince.

For the fat content labels used on the meat can be hopelessly inaccurate, a study shows. One pack of so-called lean mince contained 25.9 per cent fat, while another described as extra lean had 23.1 per cent fat. The survey, conducted by councils, found conventional mince can be as little as 2 per cent fat, which would be a far healthier option.

Discount supermarkets are the biggest culprits for misleading shoppers, while small independent butchers generally offer lower fat products. The worst quality mince was found in frozen packs, which was not only high in fat but more likely to contain ‘ connective material’ – the gristle scraped from bones.

Friday, July 23, 2010

Vergonha

Estamos habituados às falácias governamentais. Aliás, os cidadãos já ficam surpreendidos quando há um político que fale verdade.

Isto é uma vergonha: O secretário de Estado Adjunto e da Saúde garantiu hoje que as dívidas relacionadas com os cheques-dentista serão todas liquidadas em agosto, “altura a partir da qual também no norte o prazo de pagamento será cumprido em 30 dias”.

Sabemos que o SNS é tendencialmente gratuito (é o que nos diz o artigo 64º da Constituição da República, ainda em vigor), embora nunca a saúde oral tivesse sido objecto do interesse do SNS. O Ministério da Saúde, dirigido pela Dra. Ana Jorge arranjou uma mistificação para dizer que o SNS também tinha cobertura de saúde oral, chamada "cheque-dentista". Só que agora não quer pagar, a tempo e horas, os serviços prestados.

Político em Portugal, nunca deixa de ser manipulador e mistificador, tal como o palhaço Bozo, que encanta as crianças. E apesar da situação ser evidente, tenta-se sempre enganar os tolos: “Embora reconheça que o problema existe, é um problema que está identificado, para o qual estão ser tomadas medidas, e que estará resolvido a muito curto prazo”, sustentou Manuel Pizarro.

Tuesday, July 20, 2010

A saúde é gratuita?

Não é gratuita. Como dizia o Professor Manuel Antunes, "a saúde não tem preço, mas tem custos". A saúde não só se paga, e cada vez mais, através de taxas, sobretaxas, co-pagamentos e afins, como cada vez tem uma avaliação de qualidade mais fraca.

Por tudo isto, não achamos mal isto: Educação e saúde "tendencialmente gratuitos" para todos os cidadãos será um conceito riscado da nova Constituição que Pedro Passos Coelho quer aprovar brevemente em Conselho Nacional.

E também, achamos bem isto: Na questão da universalidade e gratuitidade do ensino e da educação, Passos Coelho dá o passo que sempre tem defendido desde que se candidatou à liderança do PSD: acabar com a gratuitidade para todos. Onde antes se lia que o direito à protecção da saúde era "tendencialmente gratuito" passa a ressalvar apenas que não pode, "em caso algum, ser recusado por insuficência de meios económicos" qualquer cuidado de saúde a um cidadão.

Agora, uma outra coisa, Dr. Passos Coelho, a classe média deixa de ter hospitais e escolas, a um valor baixo, mas também em contrapartida tem que se reduzir drásticamente o valor pago em sede de IRS, IRC e IVA. De outra forma, e como diz o outro, é pior a emenda do que o soneto!

Já achamos, passadista e ultrapassado, este discurso: Particularmente na área da saúde, "só a igualdade é que garante a dignidade de todos", sublinhou o criador do SNS (António Arnaut), acusando o PSD de pretender deixar "para os pobres uma medicina caritativa" semelhante à que existia no tempo da ditadura de Salazar.

É que, Portugal não tem a produtividade e a eficiência dos países nórdicos, que lhe permita ter um Estado Social verdejante. E ao contrário das "rosas da Rainha Santa que eram pão", as rosas portuguesas têm muitos espinhos!

Monday, July 19, 2010

Requiem para o SNS

  • Os médicos estão a limitar o número de exames clínicos aos doentes, inclusivamente aos que sofrem de cancro.
  • Jorge Espírito Santo, presidente do Colégio da Especialidade de Oncologia Médica da Ordem dos Médicos admite a contenção. "O Ministério publicou medidas para a consolidação do défice orçamental, onde esté expresso um apelo para a redução da despesa, que inclui os meios complementares de diagnóstico de uma forma genérica".
  • O ministério da Saúde e as direcções clínicas dos Institutos Portugueses de Oncologia negam ter dado ordem para reduzir exames.

Saturday, July 17, 2010

O atestado de pobreza

Nos tempos idos de Salazar/Caetano havia um documento hediondo e sinistro, apelidado pelo Regime em questão de "atestado de pobreza". Servia para que os mais desprevenidos pudessem aceder a pequeníssimas benesses.

Hoje, num Estado que suporta a falência de bancos, como o BPN, que custou aos contribuintes biliões de euros, chega-se a tomar esta medida:
  • As doses de vacinas contra a gripe sazonal vão ser administradas gratuitamente aos pensionistas mais pobres, à semelhança do apoio que o Estado já dá a este grupo de idosos na comparticipação de medicamentos a 100%.

Claro que cada idoso, terá que ter um qualquer documento que comprove que tem uma pensão miserável (bem abaixo do salário mínimo nacional), que não tem activos imobiliários ou mobiliários, e provavelmente, que os seus filhos também serão pobres.

É o renascer do "atestado de pobreza" do sinistro regime de Salazar/Caetano.

Como se vai escrevendo por aí, "cheira a fim de regime"! Pelo menos, esperemos que o próximo seja democrático.

Post Scriptum: mas estas vacinas da gripe vieram por troca das vacinas da Gripe A da Dra. Jorge (O Ministério da Saúde chegou a acordo com a GlaxoSmithKline (GSK) para trocar um milhão de vacinas da gripe A por 900 mil doses de vacinas da gripe sazonal).

Thursday, July 15, 2010

Más práticas médicas

Your doctor could be drunk, addicted to drugs or outright incompetent, but other physicians may not blow the whistle. A new survey finds that many American physicians fail to report troubled colleagues to authorities, believing that someone else will take care of it, that nothing will happen if they act or that they could be targeted for retribution.

A surprising 17 percent of the doctors surveyed had direct, personal knowledge of an impaired or incompetent physician in their workplaces, said the study's lead author, Catherine DesRoches of Harvard Medical School. One-third of those doctors had not reported the matter to authorities such as hospital officials or state medical boards. The findings, appearing in Wednesday's Journal of the American Medical Association, are based on a 2009 survey of 1,891 practicing U.S. doctors. Reporting a problem doctor can trigger important changes. Twenty-one years ago, a colleague smelled alcohol on a young physician's breath and anonymously reported him to the head of the residency program. A now-sober Dr. A. Clark Gaither is grateful.

Wednesday, July 14, 2010

A habitual incontinência de Correia de Campos

Correia de Campos deixou obra, nas várias vezes que esteve no governo? Não. Mas, pelo menos, da última vez, conseguiu aguentar um barco de difícil condução. Agora, Correia de Campos, que sente uma atractividade insana pelo poder, não se controla e ataca:
  • Menos gente a trabalhar nos hospitais, mas a receber mais, e medicamentos mais baratos conseguidos quando as contas com a indústria estiverem saldadas são receitas do ex-ministro Correia de Campos para reduzir a despesa na saúde.

Oh Professor Correia de Campos, quem é que meteu tanto administrador hospitalar nos hospitais? Quem é que o Professor Correia de Campos vai tirar do SNS? Médicos? Dizem que há falta!

Vai tirar enfermeiros? Dizem que não são os suficientes nos Centros de Saúde. Vai tirar administrativos? E quem é que vai fazer o trabalho que os Senhores Administradores não querem fazer?

Casa em que não há pão, todos ralham, e muito poucos têm razão!

Tuesday, July 13, 2010

Não há dinheiro!

O SNS, que segundo alguns, já foi classsificado como um dos melhores sistemas de saúde do mundo, parece que está de pantanas, ou se quiserem "entregue aos bichos":
  1. Os médicos do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) que garantem as escalas nos helicópteros de emergência estão sem receber desde Abril;
  2. Para o serviço de helicópteros, o INEM contará com "uma centena de médicos, todos sem qualquer vínculo e que recebem uma média de 500 a 600 euros por turno de serviço";
  3. "falta fardamento, que nunca foi distribuído";
  4. Também desconhecem a existência de seguros de acidentes de trabalho. "Nunca me pediram quaisquer dados para esse seguro e também nunca me foi mostrada essa apólice".
Portugal sem gestão ou direcção.

Monday, July 12, 2010

Avanços em tempos recessivos

Isto não é uma notícia da treta, das habitualmente anunciadas pelos governantes de turno. Isto não é uma notícia de choraminguice empresária. Isto não é uma notícia de pedinchice junto do Estado. Isto é trabalhar com eficácia:
  • A Bial anunciou hoje a aquisição da farmacêutica italiana SARM - Società Antica Ritrovati Medicinali, especializada na área da imunoterapia alérgica, com o objectivo de desenvolver a maioria da actividade comercial fora de Portugal.
  • Com este negócio a Bial passa a estar presente "em dois dos quatro maiores mercados europeus da alergologia", realça a empresa da Trofa, que já detinha uma unidade de produção e um centro de investigação e desenvolvimento dedicado à imunoterapia alérgica em Espanha.
  • Para António Portela, "ainda que sendo uma área de nicho, a imunoterapia alérgica tem um grande potencial de desenvolvimento a médio prazo e será relevante no projecto de expansão que temos em curso, em que o objectivo é assumir uma forte dimensão internacional".

A arrogância do Dr. Pedro Nunes

Não temos nada contra os médicos. Antes pelo contrário, temos bons amigos médicos. Já temos algo contra a corporação médica. Apenas e só, porque querem defender-se contra tudo e contra todos.

  • Para o bastonário, "se o governo acha que tem capacidade para abrir 1600 vagas na faculdade, deve simultaneamente garantir que abre 1600 vagas nos internatos quando forem necessários daqui por cinco anos".
  • "Se continuarmos todos os anos a abrir 1600 vagas, é previsível que haja desemprego médico porque não é previsível que o país tenha capacidade económica de os colocar, mas claro que fazem falta: é ilimitada a capacidade que pode haver de trabalho médico", referiu ainda Pedro Nunes.

O Dr. Pedro Nunes pode defender bem a corporação médica, mas não é amigo da Humanidade. Desde quando é que o Estado (que são todos os contribuintes e restantes cidadãos) garante lugares de trabalho a todos os licenciados em Filosofia? Ou licenciados em Economia? Ou licenciados em Enfermagem?

Este é um tipo de discurso sem pudor. Vergonhoso. Desumano. Sem decoro. Revoltante.

Numa fase de tremendas dificuldades para o sector privado, o Dr. Pedro Nunes recostado na sua poltrona afirma isto: "se os hospitais estiverem em contenção financeira, não têm capacidade para pagar os ordenados". Tal como Maria Antonieta, esposa de Luís XVI, "se não têm pão, comam brioche".

E o pior, é que quando os aparentes líderes de opinião dizem disparates, tendem a ser mimetizados: O representante dos alunos frisa que, num futuro próximo, o eventual excesso de médicos “poderá vir em muito prejudicar a saúde em Portugal, porque acreditamos que o sector da saúde não é igual à maioria dos sectores em que a concorrência poderá ser benéfica”.

Os Senhores Doutores, médicos, quando estão recostados na poltrona do Estado, acham que a saúde não é um sector que se mova pela concorrência. Quando, os Senhores Doutores, médicos, estão nas suas clínicas ou consultórios privados, cobram valores absolutamente incomportáveis, a não ser que as poderosas seguradoras de saúde os travem ás 4 rodas, e aí, já não gostam do mercado, outra vez!

Sunday, July 11, 2010

Cirurgias

Fonte: aqui.

Wednesday, July 07, 2010

Perdoai-lhes, Senhor

Quando a irracionalidade se instala, e a má moeda não é expulsa pela boa moeda, poderemos estar a entrar numa twilight zone muito perigosa:

1. António Correia de Campos, considera que o valor adiantado "é excessivo" e que foi a própria indústria quem permitiu o atraso nos pagamentos. À agência Lusa, Correia de Campos contrapõe que, em compensação, as farmácias conseguiram elevar os preços "acima do seu valor real". De resto, as dívidas são um problema "muito mais complexo do que parece", pelo que o ex-ministro aconselha a que "os hospitais não considerem os remédios uma almofada de segurança para o seu endividamento".

2. A dívida dos hospitais públicos à indústria farmacêutica está a crescer em média 25 milhões de euros por mês e ascendia em Maio a 851 milhões de euros, 551 milhões dos quais a mais de 90 dias, segundo adiantou a Apifarma.

3. A dívida dos hospitais à indústria farmacêutica baixou substancialmente quando o Ministério da Saúde accionou o Fundo de Apoio aos Pagamentos do Serviço Nacional de Saúde, no valor de 800 milhões de euros, no final de 2008. O objectivo era então o de pôr os hospitais a pagar a tempo e horas aos fornecedores. Mas o fundo foi-se esgotando ao longo de 2009 e a dívida voltou a crescer, ascendendo no total, em Maio deste ano, a níveis semelhantes aos de Novembro de 2008, isto a crer nos dados da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma).

4. Rui Ivo, director-executivo da Apifarma explicou à antena 1 os motivos que levaram a industria farmacêutica a tomar esta decisão.

5. O Governo vai aumentar o capital dos hospitais com gestão empresarial do Estado (EPE), mas assegura que essa verba não servirá para pagar as dívidas à indústria farmacêutica.

Conclusões nossas: a) uns, hoje estão de um lado, amanhã, estão do outro lado; b) Correia de Campos pode não ser um excelente gestor, mas sabe o que está em jogo; c) a inconsciência domina totalmente o actual Ministério da Saúde.

Tuesday, July 06, 2010

Se a incompetência pagasse impostos

Se cá nevasse fazia-se cá ski! Mas, não. Aqui não há neve, há incompetência, sucessiva e sem consequências punitivas.

1. Os hospitais públicos vão ser obrigados a pagar juros de oito por cento pelo atraso com que pagam os medicamentos, disse à Lusa uma fonte oficial da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma). A decisão foi tomada por unanimidade na assembleia geral da Apifarma, que terminou segunda feira à noite, e obriga, face aos últimos valores em dívida, ao pagamento de cerca de 50 milhões de euros para compensar os 551 milhões que os hospitais devem às farmacêuticas há mais de 90 dias, num total que ultrapassava, em maio, os 850 milhões.

2. Os administradores hospitalares consideram «legítima e legal» a cobrança de juros de 8% que a indústria farmacêutica pretende impor aos hospitais, mas apelam ao Ministério da Saúde que intervenha para evitar esta situação. O presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH), Pedro Lopes, considerou que a medida da cobrança de juros é «perfeitamente legítima e legal», apesar de ser «extremamente gravosa para os hospitais». Não é a primeira vez que «situações dessas acontecem e até este momento os representantes da indústria sempre tiveram com o Ministério [da Saúde] uma atitude de negociação que implicou que nunca viessem a lançar mão desta medida, perfeitamente legítima e legal, que é a cobrança de juros», comentou.

Ai, ai, dizem os Senhores Administradores Hospitalares, como se de meninos se tratassem, a chamar pela mãezinha, porque vinha aí o lobo mau!

Pena é, que não sejam os autores de tal má gestão, a pagarem em exclusivo a mesma. Mas não, quem pagará, com 8% de juros, ou de outra forma (mais indelével), serão os contribuintes, através de uma cavalgada de impostos imparável.

Portugal há-de mudar. Esperemos é que seja ainda antes de vir a perder a sua Independência.

Monday, July 05, 2010

Os custos de ser mau pagador

Esta notícia só não tem impacto para os tontos e para os inconscientes: A dívida dos hospitais aos fornecedores de medicamentos ultrapassou os 851 milhões de euros em Maio, tendo subido 75 por cento desde Maio do ano passado, de acordo com um relatório da indústria farmacêutica. De acordo com o Estudo Mensal das Dívidas Hospitalares, elaborado mensalmente pela Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) e a que a Agência Lusa teve acesso, o valor em dívida em Maio subiu 75,1 por cento face ao mesmo mês de 2009, em que os hospitais deviam 486 milhões aos fornecedores de medicamentos. A maior parte da dívida dos hospitais (551,2 milhões de euros) diz respeito a compromissos assumidos pelos hospitais há mais de 90 dias, o que revela a dificuldade destas unidades de saúde em saldarem os compromissos dentro dos prazos estabelecidos pela União Europeia e pelo Executivo, que previa uma redução do tempo que os hospitais demoram a pagar aos fornecedores.

O custo de se ser um incumpridor permanente é este: No campo dos medicamentos, não tenho nenhum problema em dizer isto: tentam penalizar o mínimo possível a indústria. Tentam ser medidas que induzam a indústria a fazer o movimento em que todos possamos ganhar.

Óbviamente, Dr. Óscar Gaspar, quem deve muito a alguém, está-lhe no colo!

Sunday, July 04, 2010

Medicamentos em Unidose

Take one: Governo publica portaria que regulamenta a dispensa de medicamentos ao público na quantidade exata para o tratamento. Farmácias vão poder retirar os remédios da embalagem original.

Take two: A Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma ) alertou de novo para os riscos de contrafação de medicamentos a propósito da entrada em vigor da portaria (nº455-A/2010) que regulamenta a venda nas farmácias de remédios em unidose (a quantidade exata para um determinado tratamento).

Take three: Os laboratórios lamentam não terem sido ouvidos sobre o assunto, bem como o facto de não lhes ter sido solicitado pelo Governo um parecer sobre a unidose. A Apifarma, que representa 140 empresas, aponta o dedo à ausência de explicações por parte do Executivo sobre a razão pela qual a unidose não teve efeitos prárticos, apesar de ter sido regulada, pela primeira vez, a 1 de julho de 2009 também por portaria.

Take four: Por agora apenas são dispensadas em unidose antibióticos, anti-histamínicos, anti-inflamatórios não esteroides, paracetamol e antifúngicos, todos sob a forma oral sólida (vulgo comprimidos ou cápsulas).

Take five: As regras agora publicadas permitem que alguns medicamentos sejam retirados das embalagens originais embora essa manipulação deva ser feita "por meios mecânicos". Na rotulagem da dose individual deve constar a identificação da farmácia e do seu diretor técnico, a data da dispensa, bem como a posologia prescrita. Também deve ser entregue ao utente um exemplar ou uma cópia atualizada do folheto informativo do medicamento.

Take six: Quanto à prescrição de fármacos em unidose deverá ser feita "exclusivamente" pela denominação comum internacional (DCI), seguida da dosagem, forma farmacêutica e número de unidades prescritas ou tempo de tratamento. É definido um período experimental de seis meses para a unidose e o Infarmed é o responsável pelo acompanhamento do projeto. Um mês antes do fim deste prazo, o Infarmed tem que entregar ao Governo um relatório de avaliação.

Take out: A Apifarma lembra, também, que, "até à data, não foi apresentado pelo Governo o relatório preliminar de avaliação do período experimental introduzido pela portaria de 2009, "desconhecendo-se as razões" que levaram a não aplicar o projecto anterior.

Conclusões nossas: a) somos adeptos da unidose, como forma de limitar o desperdício, num sector da saúde altamente consumista, em que os medicamentos são a principal despesa; b) cabe ao poder político, implementar acções e estratégias práticas, ou então, qualquer solução que se fique apenas pelo Decreto-Lei ou Portaria, é pior do que não fazer nada; c) aguardemos, calmamente; d) achamos estranho, que o Ministério da Saúde imponha a prescrição por DCI, no caso da "unidose", mas não o faça de uma forma geral.