Sunday, July 30, 2006

A "saúde" e o Verão!

Lemos aqui, que "Centros de saúde vão passar a estar abertos até às 22 horas".

Mais abaixo, na mesma notícia, lemos que "A ideia é oferecer atendimento "normal" pelos médicos de família em horários acessíveis, mas é sobretudo a forma encontrada para contornar os efeitos do encerramento das urgências nocturnas nos serviços de atendimento permanente (SAP) menos frequentados.". E mais "Um encerramento para o qual o ministro Correia de Campos prometera um grupo de estudo que acabou por nunca passar da fase do anúncio."

Esta altura, é conhecida pelos nossos velhos aliados Ingleses, de silly season. Só pode ser isso, que leva o Professor Correia de Campos, de uma penada, vir a decretar a abertura dos Centros de saúde, até às 22h00m.

Por aqui, somos defensores apenas e só dos: clientes ou doentes. Mas, como sabemos alguma coisa sobre gestão, impressiona-nos como é que alguém responsável, procede à decisão de um alargamento de horário de centenas de Centros de Saúde, só para evitar isto, "Em causa estão 57 SAP com menos de dez utentes por noite e cujo custo para o Estado é avaliado em 25 milhões de euros".

E fizeram-se as contas de quanto custaria a abertura dos Centros de Saúde, até às 22h00m?

Devem ser os efeitos da silly season. Depois, do Verão, deverá vir um desmentido....

Saturday, July 29, 2006

Congresso Europeu de Gestores Hospitalares



Realiza-se em Dublin, entre 31 de Agosto e 2 de Setembro de 2006, o 21st Congress of the European Association of Hospital Managers.

Talvez fosse positivo, para quem está na liderança das organizações de saúde em Portugal, fazerem algum benchmarking, com o que de melhor se passa pelos países mais desenvolvidos.

Vejamos o Programa do Congresso:

  1. Session 1: Innovation in Hospital Practice and Organisation
  2. Session 2a: Developing Best Practice in Service Development and Quality
  3. Session 2b: Developing Best Practice in Service Development and Quality
  4. Session 3: Leadership and Change Management
  5. Session 4: Best Practice in Integrating Care
  6. Session 5 : Health Systems Perspectives

Para quem quiser ver o programa, pode vê-lo aqui.

Curiosamente: inovação, boas práticas, mudança e cuidados integrados de saúde, têm sido pouco ouvidos por cá! Porque será?

Friday, July 28, 2006

Mais um prelúdio do fim do SNS?

Lemos aqui, que "Medicamentos para o tratamento do colesterol elevado, calmantes, antibióticos, insulina para diabéticos, remédios para o alívio das dores e das doenças do aparelho digestivo são alguns exemplos dos 146 medicamentos, de diferentes dosagens e quantidades, que perderam a comparticipação do Estado".

Embora a
autoridade reguladora do medicamento, refira na mesma notícia, que "estes medicamentos “não estavam disponíveis para os utentes” e que a esmagadora maioria “nunca esteve à venda nas farmácias e por isso a sua descomparticipação não afecta os utentes”. Por fim, refere-se que "O texto do Diário da República explica que a descomparticipação entra em vigor se o fabricante não comercializar no prazo de um ano".

Ou isto é mais uma notícia que prenuncia o fim do SNS. Ou é mais uma notícia, para "mascarar" as pretensas reformas.

Mais uma vez, chamamos a atenção para a
Constituição da República, que diz no seu artigo 64º, do número 2, alínea a), o seguinte "Através de um serviço nacional de saúde universal e geral".

Ou estaremos à beira de uma revisão da Constituição da República. Ou, eventualmente, viveremos em cinismo! Não seria a primeira vez, na História de Portugal.

Thursday, July 27, 2006

Os raios solares e as suas consequências


Lemos aqui, que "Sun kills 60,000 a year", diz a Organização Mundial de Saúde.

Todos os anos, vemos e lemos, sobre campanhas contra a exposição excessiva ao sol, mas as pessoas.....esquecem-se!

"The bulk of the deaths are from skin cancers caused by excess exposure to the sun's harmful rays", diz-se no mesmo sítio.

E as pessoas ficam, como se vê na foto acima!

Wednesday, July 26, 2006

O futuro da saúde: visto da Holanda


Realizou-se entre 28 e 30 de Junho de 2006, em Budapeste, a Conferência Anual da Associação Europeia de Gestão da Saúde.

A Conferência teve como tema: ENTREPRENEURIAL BEHAVIOUR: OPPORTUNITIES AND THREATS TO HEALTH.

Das várias apresentações, que podem ser consultadas
aqui, reparámos numa efectuada pelo Professor Haans Maarse, da Universidade de Maastricht. Gostaríamos apenas de relevar aquilo que achámos mais importante, da apreasentação do Professor Maarse:

  1. Market competition will work as a "turbo" upon supply - induced demand.
  2. We will notice a dramatic further increase of health care expenditures.
  3. Which will lead to (further) privatisation of health care financing.

Relembramos que a Holanda tem um dos melhores serviços de saúde do mundo. É híbrido (é público e é privado). E os holandeses, não andam ainda a discutir as lutas "intestinas" do seu sistema, como em Portugal, já que como refere o professor Maarse "We presently witness big changes in Dutch health care and these changes will go far beyond what many expect from it".

Tuesday, July 25, 2006

Portugueses vão cursar "medicina" para a República Checa

Lemos aqui, isto "Muitos dos alunos portugueses que querem tirar o curso de medicina estão a concorrer às faculdades dos países de Leste, nomeadamente da República Checa". E mais, no mesmo sítio, "Portugueses estudam medicina na República Checa Alunos nacionais representam já 40% do total em Pilsen".

Mas, mais grave "De acordo com o Expresso, apesar da popularidade crescente dos destinos de Leste, o país vizinho continua ainda a ser a primeira escolha dos jovens portugueses que pretendem estudar medicina no estrangeiro. Durante este ano, foram mais de 800 as candidaturas portuguesas a um lugar nos 4.100 lugares disponibilizados pelas 28 faculdades de Medicina espanholas".

A quem interessa isto? Aos contribuintes portugueses? Ao povo português?

E os nossos colega Checos, da União Europeia, têm uma tal orientação de marketing, que, conforme vemos
aqui, já se orientam para mercados específicos, "A Universidade de Pilsen vai criar seis a oito vagas especificas para candidatos dos Açores e da Madeira".

E o valor das propinas é: "As propinas anuais custam 8,500 euros".

Os Deuses devem andar loucos, pela Lusitânia!

Sunday, July 23, 2006

Os custos de certas doenças


Lemos aqui, que "Um novo centro de hemodiálise irá ser construído em Portalegre, num investimento próximo dos 2,5 milhões de euros". Mais à frente na mesma notícia, "as obras de construção da nova unidade, com capacidade para 120 utentes, deverão arrancar «em breve», prevendo-se a sua conclusão dentro de um ano".

Numa
outra notícia, sobre o mesmo assunto, refere-se "evitando que 35 insuficientes renais do distrito se desloquem, três vezes por semana, a Abrantes ou ao Entroncamento para tratamentos". E reforça-se esta insuficiência desta forma "No Norte Alentejano existem, actualmente, segundo Carlos Miranda, 95 insuficientes renais, 35 dos quais, por não terem vaga na unidade de tratamento existente em Portalegre, são obrigados a deslocar-se até Abrantes e ao Entroncamento, no distrito de Santarém, para fazer diálise".

Perguntamos nós, e a capacidade instalada no Ribatejo, não ficará agora excedentária? É que um dos expoentes máximos de gestão ineficiente de unidades hospitalares está no Ribatejo: Hospitais de Torres Novas, Abrantes e Tomar, curiosamente agora fazendo parte do "Centro Hospitalar do Médio Tejo".

É que os responsáveis pela gestão de recursos da saúde, têm que perceber que os orçamentos (aquilo que os contribuintes pagam, sob a forma de impostos), não são ilimitados.

Saturday, July 22, 2006

Os custos explosivos da saúde


Temos escrito repetidamente, sobre a explosão dos custos da saúde, que aí vem. Repetimos, que aí vem. E porquê? Apenas duas razões: exigências cada vez maiores dos consumidores e custos elevadíssimos das tecnologias (dos medicamentos, aos equipmantos médicos).

A propósito disto, lemos
aqui, que "Os medicamentos para o cancro e para o HIV/sida são os grandes responsáveis pela despesa dos hospitais com fármacos, custando 122 milhões de euros por ano, no caso da primeira e 72 milhões no caso da segunda, só em 11 hospitais". Supresa? Só para quem não está dentro dos assuntos da saúde.

Depois, ainda no mesmo
jornal, lê-se "Estas patologias encabeçam a lista de oito que, todas juntas, representam a grande maioria dos gastos hospitalares - 64% (476 milhões de um total de 829 milhões)". Mais uma vez, nada de surpreendente.

Num outro
jornal (em assinatura), lê-se "O Ministério analisou um grupo de oito tratamentos com maior peso na despesa - medicamentos para o cancro, infecção pelo HIV, transplantes, doença de Gaucher, de Fabry e factores de Imunoglobulina, de coagulação e Estimulantes da hematopoiese - em 11 unidades, que consomem 57 por cento do total de remédios. As unidades gastaram, no ano passado, 476 milhões de euros com estes produtos, tratando 39.553 doentes".

Uma coisa, garantimos nós, esta tipologia de doenças e de doentes, não são aceitáveis pelo sector privado da saúde!

Friday, July 21, 2006

Paracetamol, ou o lado "errado" dos medicamentos

Lemos aqui, que "O Paracetamol, o medicamento mais vendido sem receita médica, pode provocar danos no fígado, segundo revelou esta sexta-feira o Infarmed, que refere a existência de vários casos em Portugal de reacções adversas associados ao uso do fármaco, mesmo quando tomado em doses recomendadas". Não vamos falar aqui em marcas, mas este "princípio activo", como lhe chamam os especialistas, é consumido por tudo e por nada, para uma simples dôr de cabeça, ou dôr de dentes, ou dôr de ....

No mesmo
sítio, diz-se que a fonte da notícia é internacional, "um estudo recente realizado pela Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos, e divulgado este mês no ‘Journal of the American Medical Association’ (JAMA), veio revelar que mesmo quando tomado dentro das doses recomendadas, o paracetamol pode causar graves problemas de fígado, incluindo a sua completa destruição".

Num outro
sítio, refere-se o seguinte "O Infarmed admitiu que existiram meia centena de casos nos últimos três anos em que houve uma reacção negativa ao paracetamol, a substância mais vendida em Portugal". Ou seja, a própria entidade reguladora do medicamento, admite riscos para quem tomar paracetamol.

Mas, nós que inalamos todos os dias CO (ou monóxido de carbono), dos escapes dos automóveis, também não corremos riscos de cancro? Até viver, hoje comporta riscos....de vida!

Wednesday, July 19, 2006

San Francisco atribui saúde a todos os seus residentes


Nos Estados Unidos, San Francisco é a primeira cidade, a atribuir uma cobertura de saúde a todos os seus residentes, conforme se pode ler aqui.

Não parece uma grande novidade, para quem vive na Europa, mas o sistema de saúde Americano, é muito diferente do Estado Social Europeu.

Mas, quem paga este sistema para todos os cidadãos, segundo a mesma
notícia, "Financed by local government, mandatory contributions from employers and income-adjusted premiums, the universal care plan would cover the cost of everything from checkups, prescription drugs and X-rays to ambulance rides, blood tests and operations".

Será que os E.U.A. vão no caminho inverso da Europa, onde a intervenção estatal na saúde tem vindo a diminuir? Não acreditamos, mas......San Francisco é uma cidade original. Sempre foi!

Tuesday, July 18, 2006

Os perigos da obesidade e suas consequências



Lemos aqui, que "Adolescent Obesity Linked to Premature Death". Assim, segundo um estudo levado a cabo nos E.U.A., os problemas da oebsidade vão mais longe do que se pensava, levando até "Childhood obesity not only has health consequences for children, but increases the risk for death in adulthood".

Nos E.U.A. a percentagem de jovens obesos é de 15,5%, conforme a mesma notícia. Por cá, o problema começa a ser grande, mas pensamos que será de dimensão menor.

A dimensão do estudo é bastante grande, "In the first study, Hu's team found a link between teenage obesity and premature death among 102,400 women enrolled in the Nurses' Health Study II". O objecto do estudo foram "The women, who were aged 24 to 44 at the start of the study, were asked to recall their weight when they were 18 years old". E a consequência foi esta "During 12 years of follow-up, 710 of the women died"

Conselho nosso: coma mais racionalmente.

Monday, July 17, 2006

A qualidade do Serviço Nacional de Saúde


Lemos aqui, "Hospitais à espera de ar condicionado". Ou seja, os hospitais portugueses parece que não têm ar condicionado. Mas, será que ter ar condicionado significa ter qualidade de serviço? Para nós, que defendemos os clientes, é óbvio que sim. Mas terá Portugal, condições económicas para ter ar condicionado em todos os hospitais? Talvez, não. Mas, o problema é que os dirigentes do país prometem, conforme se pode ver aqui, "Dois anos após o Ministério da Saúde, então tutelado por Luís Filipe Pereira, ter anunciado a instalação de sistemas de climatização em sete hospitais das regiões do Centro, Alentejo e Algarve, nada mudou". Enfim, o SNS parece estar em fase de abalroamento! Esperemos que não.....

Saturday, July 15, 2006

Choque Tecnológico


Lemos aqui, que a Senhora Secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Dra. Carmem Pignatelli, "assistiu, no Centro Hospitalar do Baixo Alentejo, à apresentação do sistema ALERT".

É preciso é mostrar resultados. Assim, sim.

Relata assim, o mesmo
site, "Este sistema permite ao Centro de Saúde, que transfere o doente para o Hospital correspondente, enviar através do sistema informático todas as informações referentes ao utente, de forma a preparar a chegada do mesmo". E o trabalho não fica por aqui "até ao final deste mês fica ligado o Centro de Saúde de Beja e em Setembro serão concretizadas as ligações aos Centros de Saúde de Moura, Castro Verde e Odemira".

Friday, July 14, 2006

Observatório Português dos Sistemas de Saúde - II

Prometemos que voltaríamos a analisar o Relatório do Observatório Português dos Sistemas de Saúde (OPSS) - 2006.

Decidimos analisar, ponto por ponto:
  1. Vemos a seguinte questão "Deve ou não ser estabelecido um tecto para a despesa pública e total em saúde?", e a seguir o próprio Relatório tenta dar uma resposta "Sabemos que o Estado não pode, sem dificuldade, fazer face à totalidade ou a grande parte dos gastos em cuidados de saúde, dado tratar-se de uma área onde o aumento de encargos é constante e onde as necessidades excedem sempre os recursos". Proposta nossa: Se assim é, então tem que se alterar a Constituição da República que no seu artigo 64º, refere no seu nº 2, "O direito à protecção da saúde é realizado: a) Através de um serviço nacional de saúde universal e geral". Ou então, o Estado garante algo, que não tem capacidade para cumprir.
  2. Outra afirmação retirada do Relatório do OPSS, "segundo o Tribunal de Contas, existem importantes ineficiências que a nível do SNS determinam desperdícios em meios financeiros que corresponderão a cerca de 25% dos meios disponíveis, e que urge corrigir". Proposta nossa: GESTÃO aplicada ao SNS. Ou seja, algo que se aplica em algumas empresas e organizações em Portugal. Mas, sabemos que é raro em Portugal!
  3. Outra referência do OPSS, "O elemento crucial para não existir credibilidade no orçamento é saber-se que o serviço de saúde sobrevive, mesmo que tenha custos sucessivamente superiores às verbas que lhe são atribuídas". Proposta nossa: O Professor Correia de Campos tem seguido alguns princípios de contenção, mas começa sempre pelos mais fracos (SAP's de regiões reconditas, Maternidades do Interior do país, e uma ou outra redução menor), mas não o vemos a olhar para os grandes sorvedouros, como os grandes Centros Hospitalares, que estes sim, valem por 500 SAP's do Interior.
  4. Finalmente (mais tarde, voltaremos ao relatório do OPSS-2006), esta referencia, "a não ser respeitado (o Orçamento), sejam de facto introduzidas consequências, quer ao nível da gestão, quer ao nível da organização no seu todo, ou seja, para todos os decisores que têm capacidade de gerar despesa". Proposta nossa: não acreditamos que o Professor Correia de Campos tenha coragem para o fazer, a ....alguns dos seus amigos. Mas, o tempo o dirá! Damos-lhe o benefício da dúvida, até porque de "Inquéritos cosméticos" estamos nós cansados!

Thursday, July 13, 2006

Uma nova esperança para os cegos


Lemos aqui, que uma pequena câmara digital poderá vir a dar a visão, a quem não a tem.

Assim, "THERE is fresh hope for hundreds of thousands of blind people that they may soon have their sight restored as researchers in Scotland are developing a prosthetic retina". E ainda na mesma
notícia, "Using technology similar to that found in digital cameras, the tiny device would be implanted into the eye to stimulate a retina that was no longer working". A tecnologia pode ser amiga.

Uma nova esperança para o HIV


Lemos aqui, que "A once-a-day pill that combines three medicines for people with HIV has been approved in the U.S.". Ou seja, os doentes com HIV/ Sida, têm uma esperança adicional. Ainda segundo a mesma notícia, "Atripla combines Viread (tenofovir), and Emtriva (emtricitabine), made by Gilead Sciences Inc., and Bristol-Myers Squibb Co.'s drug Sustiva (efavirenz)". Ou seja, "The three drugs work to suppress HIV by blocking an enzyme the virus needs to replicate". Apesar de tudo tem efeitos secundários, "Atripla's side-effects may include abnormal dreams, hallucinations and kidney problems. It can also cause birth defects." E, finalmente, custa muito caro: "A month's supply will cost about $1,150 US".

Wednesday, July 12, 2006

Gerir o caos


Temos acompanhado grande parte das transformações na saúde em Portugal. O Professor Correia de Campos pode não ir no caminho certo, mas mexe e mexe muito. Se não, vejamos:

  1. Conforme aqui, "Processo do Hospital Central do Algarve avança em 2007. A parceira público-privada que vai permitir a construção do Hospital Central do Algarve vai ser assinada em 2007". Mas, há sempre um "mas", o Professor Correia de Campos falha rotundamente quando afirma isto, no mesmo sítio, "Correia de Campos disse, naquele momento, «não estar disponível para assumir o compromisso» sobre o período em que os seis hospitais serão lançados e ou executados, uma vez que «não domino todas as variáveis do problema». Se o Professor Correia de Campos não domina, quem dominará? Afinal, não é ele Ministro da Saúde?
  2. Num outro ponto, afirma-se "O ministro da Saúde vai criar um fundo público até ao final de 2006 para pagar às farmácias «a tempo e horas»". Todos nós sabemos, que se há entidade que não cumpre prazos de pagamento, é o Estado (veja-se o caso dos pagamentos aos laboratórios farmacêuticos, com prazos de pagamento até três anos). Inacreditavelmente, a finalidade da criação de tal fundo é esta "faz com que o ministro consiga «retirar poder negocial à Associação Nacional de Farmácias»". Enfrentar lobbies, sim. Fazer da luta contra um único lobby (e na saúde, há tantos), objectivo fundamental de política, é pobre.
  3. Aqui vemos avanços, "Coimbra: Hospital Pediátrico com urgências em telemedicina". E com mais detalhe, "Sete hospitais da região centro e um do norte vão passar a ter urgências em cardiologia pediátrica e fetal em regime de telemedicina, ligado ao Hospital Pediátrico de Coimbra, de acordo com os protocolos hoje celebrados". Parabéns, aos autores.

Monday, July 10, 2006

Modelos de saúde em crise


Lemos no The Lancet, no seu Volume 368, de 8 de Julho de 2006, um artigo cujo título é "Mismanagement as a prelude to privatisation of the UK NHS" e o autor, William Jeffcoate.

Achámos curioso, pois retiramos algumas semelhanças entre o NHS e o SNS de Portugal, tais como:
  1. "On June 30 The Guardian newspaper reported that the Commercial Directorate of the UK Department of Health had placed an advertisement in the Official Journal of the European Union inviting expressions of interest in managing the purchase of clinical services from healthcare providers in the UK".
  2. "The advertisement was subsequently withdrawn to correct “a drafting error”, but this apparent gaff e should make it blindingly obvious to all who were not previously aware that the National Health Service (NHS) is being rapidly, cynically, and deceitfully privatised."
  3. "The repeated assertions to the contrary by the latest ministers of the UK Government, Patricia Hewitt and Lord Warner, are no more than that—assertions that convince few who have anything to do with either the delivery, or receipt, of health care."
  4. "The whole structure of the once great NHS is now a worm-infested sham—a crumbling edifice which consumes increasingly vast sums from the national purse while delivering a service which is progressively shoddy."
  5. "Today’s NHS is a shadow of what it was, with the attention of general practice distracted away from the provision of clinical care by constant reorganisation, while those in failing hospitals are demoralised to the point of despair—abused, threatened, and hampered by armies of non-clinical staff whose increasingly obvious role is not to facilitate the care of the sick and needy, but to implement the directives of central government."
  6. "The purpose behind those directives is privatisation."

Não achamos bem, nem mal. Achamos cínico.

Sunday, July 09, 2006

Reestruturação do Ministério da Saúde

Tudo vai mudando. Nos tempos que correm, mexe-se em tudo, na esperança de que alguma coisa há-de resultar. Veremos!

Assim, o actual Governo decidiu no passado dia 6 de Julho de 2006, conforme se informa
aqui, "aprovou ainda, na generalidade, as seguintes leis orgânicas dos Ministérios, que concretizam as opções do Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado (PRACE)". De entre as estruturas modificadas, está também e segundo o mesmo sítio,"Decreto-Lei que aprova a Lei Orgânica do Ministério da Saúde".

Em 30 de Março de 2006, já este mesmo Governo informava, conforme
aqui, "O Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado (PRACE) foi apresentado pelo Primeiro-Ministro e Ministros de Estado e da Administração Interna, de Estado e das Finanças, e da Presidência, na presença dos membros do Governo".

Resumindo, e no que toca ao Ministério da Saúde, apresenta-se a nova orgânica
aqui.

E então vão acabar: IGIF
, Instituto de Qualidade da Saúde, a DGIES e sobretudo os Centros Regionais de Saúde.

Instituem-se: o Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais; e o Controlador Financeiro.

As Estruturas de Missão (dos Cuidados de Saúde Primário, das Parcerias da Saúde e dos Cuidados Continuados de Saúde), passam a estar de fora do novo organigrama do Ministério da Saúde ou do SNS (se assim, o quiserem), conforme se pode ver
aqui. Porque será?

Por onde ficarão: a "qualidade da saúde" e a
Entidade Reguladora da Saúde?

Sabíamos que fazia falta na saúde: Estratégia e Controlo Financeiro.

Veremos, como se vai gerir o monstro, com esta nova estrutura, e já agora, se é cumprida a Constituição da República.

Saturday, July 08, 2006

A preversidade da tecnologia na saúde


Foto: Público / Getty Images

Lemos aqui, "Há mais de 40 anos, enquanto crianças, foram irradiados contra a tinha, uma doença "dos pobres" que atacava o couro cabeludo". E a mesma notícia fornece mais dados "Mais de 5300 portugueses da região norte, hoje entre os 55 e os 65 anos, foram submetidos na infância a raios X que lhes fez cair todo o cabelo". Agora, em 2006, "Em 5 a 6% dos casos há evidências que apontam para um cancro que pode ter sido provocado pelas radiações", realizadas há mais de 40 anos.

Num outro
sítio, dão-se outros detalhes, sobre a mesma notícia, "A equipa do Hospital de Pedro Hispano (Matosinhos) e do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular do Porto (Ipatimup) - que está a estudar os possíveis efeitos cancerígenos nas mais de cinco mil crianças que, há meio século, foram sujeitas a radiação na cabeça para tratamento da tinha do couro cabeludo".

Se conhecer alguém, que tenha feito parte daquela experiência, "A equipa divulgou um número - 800 20 73 70 - para onde as pessoas que tenham sido submetidas a raios X podem telefonar".

Mas, atenção, e segundo a mesma
notícia, "Mas "não há razões para pânico", garantiram os especialistas, sublinhando que o tratamento não causou problemas "à esmagadora maioria das pessoas" até à data observadas".

Ás vezes, a tecnologia é preversa!

Thursday, July 06, 2006

Medicina no Porto com menos vagas

Nem sabemos se acreditamos no que lemos aqui, "A Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) anunciou hoje que vai ser «obrigada» a reduzir em 20 por cento as vagas para a licenciatura em Medicina, devido à falta de instalações contratadas com o Governo".

Afinal, Senhores Ministros da Saúde e da Ciência e do Ensino Superior, há falta de médicos, ou não há?

Depois, explica-se a razão, para tal disparate, "«Tudo porque o Executivo não cumpre o contrato formalizado em 2001, que previa a construção de um novo edifício nos terrenos da FMUP/Hospital S. João», diz a faculdade em comunicado, salientando que «o Estado deve mais de 16 milhões de euros»".

Curiosamente ou não, e ainda de acordo com a mesma
notícia, os Ministros em causa são os mesmos, se não vejamos, "A faculdade salienta que os 16 milhões de euros, "cerca de metade do disponibilizado a outras faculdades de Medicina", foram estipulados no Programa para o Desenvolvimento do Ensino da Medicina em Portugal, assinado em Dezembro de 2001 pelos então ministros da Educação, Júlio Pedrosa, da Saúde, Correia de Campos, e da Ciência, Mariano Gago, e pelo reitor da Universidade do Porto, Novais Barbosa".

Bom senso, algo que não existe há muito em Portugal. Infelizmente!

Wednesday, July 05, 2006

Após 20 anos: a recuperação!

Foto: Terry Wallis.

Lemos aqui, que "Terry Wallis was 16 years old in 1984 when his car veered across the road and dropped 15 meters [50 feet] into a riverbed". Mas resistiu, embora num estado de 'minimal consciousness'. E, milagre, segundo uns, sorte segundo outros, consegue isto, "A 42-year-old man from the southern state of Arkansas has regained some ability to speak and move after 19 years of being in what doctors call a state of 'minimal consciousness'".

Reabrir-se-á a discussão sobre a eutanásia? Ou esta, é uma questão muito ampla e complexa?

Tuesday, July 04, 2006

A revolução móvel na saúde


Lemos aqui que, "Healthcare workers rely on a constant flow of information in order to manage their patients effectively", mas no passado "this information may have been delivered to each ward through a single computer station, which is cumbersome, time-consuming, and takes valuable time away from monitoring and caring for patients".

Diz no mesmo sítio, "There are also benefits in reducing paperwork and needless human traffic. Less time is required inputting notes and more time available to spend with patients. E ainda, "There are benefits relating to decision support and computer-assisted medicine".

E o que é tudo isto: é "Wireless communication refers to conveying information via the electromagnetic spectrum, as opposed to transmission by a wire or cable".

Mas, como em tudo na vida, tem contras: "As the use of mobile wireless equipment by healthcare providers, patients and the public continues to increase, concerns of potential EMI (Electromagnetic Interference) with life-critical medical devices has also increased, prompting many hospitals to establish broad precautionary policies banning mobile phones and other wireless equipment from the entire facility".

Monday, July 03, 2006

Lições da globalização, na enfermagem

Lemos aqui, que "Thousands of international nurses will be prevented from getting jobs in the UK to give "homegrown" students better employment opportunities, the Government announced today". Ou seja, enquanto o governo britânico precisou de enfermeiras estrangeiras, porque não as tinha, aceitou as que vinham do estrangeiro. Agora, já não....

A não ser que, e ainda na mesma
notícia, "Under the plans, overseas nurses will be barred from applying for junior posts unless a UK nurse or a nurse from the EEA (European Economic Area) cannot fill the job".

O governo confirma esta notícia, "Health Minister Lord Warner insisted that large-scale recruitment of international nurses was only ever intended "to be a short-term measure". Ou seja, dizemos nós, quando dá jeito, aceitam-se os emigrantes, quando não dá jeito, .....

Mas, na mesma
notícia, também se reconhece que "Over 150,000 nurses are due to retire in the next five to 10 years and we will not replace them all with home-grown nurses alone". E mais, "this is a bad decision for patients, for nurses and for the UK healthcare system as a whole".

Tempos de incerteza, ou de vai à frente, e vai atrás.....

Saturday, July 01, 2006

Inspiração para o Ministro da Saúde


Lemos aqui, que na Grã-Bretanha, "The government has advertised for firms to effectively take on the role of commissioning services in the NHS". Na Grã-Bretanha, a posição oficial é igual à do governo português, "Ministers deny that is the intention, but if true it marks a new phase in the role of the private sector in the health service".

A tendência, ainda segundo a mesma
notícia, já vem de trás, "In recent years, the government has looked to increase use of the private sector in providing NHS services". Em que, "Nearly one in 10 non-emergency operations are carried out by the private sector and the figure is increasing".

E já vemos onde se inspira o Ministério da Saúde português, "Billions of pounds of contracts have also been signed with the private sector to build new hospitals, known as PFI schemes, or replace community facilities such as GP surgeries and health centres through the LIFT programme". E, até já podemos ver as próximas cenas do S.N.S. "The firms recoup their costs by charging the NHS a repayment fee over a set period - sometimes up to 30 years".

E porquê que o governo britânico faz isto, "The simple answer is that ministers see the private sector as an easy way of increasing resources quickly".

Mas, a ser assim, ou se muda a Constituição da República, ou imperará o cinismo.