Thursday, August 28, 2008

Obesidade

Fonte: aqui.

State government employees in Alabama will reportedly have to begin paying a tax for being overweight or obese.

Falta controlo no SNS

Qualquer organização necessita de ter controlo de gestão. Isto é, verificar se as práticas de gestão são coerentes com as regras. De outra forma, não há "lei".

Vejamos o que se passa quanto à "exclusividade dos médicos" no SNS:
  • quase metade dos médicos trabalhava em exclusividade, com horário de 42 horas por semana (47%), mas aponta que a maioria dos hospitais não tinha quaisquer critérios para atribuir esse regime.
  • A exclusividade, por outro lado, nem sempre é comprovada documentalmente pelo médico.

Então, é atribuída a exclusividade de relação laboral sem ter como base um critério? E depois, não se comprova documentalmente se há ou não exclusividade?

É que a exclusividade de funções no SNS ainda deve valer uns bons 30% a 40% de salário a mais!

Wednesday, August 27, 2008

A auditoria ao SNS

A auditoria não deve ser vista como uma forma de apanhar faltosos. A auditoria deve ser vista como forma de corrigir más regras, maus procedimentos e inequidades.

A Inspecção Geral das Actividades de Saúde (IGAS) parece que anda a fazer o seu trabalho, senão vejamos:
  • Nas auditorias sobre orçamento nos Hospitais Joaquim Urbano (Porto), Curry Cabral (Lisboa), Distrital de Pombal e Francisco Zagallo (Ovar), a IGAS detectou, nomeadamente, falta de fiabilidade de informação financeira na unidade portuense.
  • Neste hospital e no de Ovar registou- se também receita não cobrada, enquanto em Pombal existiam despesas não orçamentadas.
  • Em Lisboa e no Porto, refere-se "fraco controlo interno com repercussão financeira".
  • Aquando da auditoria, o Hospital Curry Cabral tinha fundos de maneio não regulamentados e uma contabilização deficiente das taxas moderadoras em dívida, tal como o Hospital Francisco Zagalo.
  • Foram ainda registados problemas com despesas com pessoal.
  • As auditorias à gestão dos Hospitais de S. João (Porto), S. Teotónio (Viseu) e Distrital do Montijo indicaram desactualização da lista de espera para consultas externas, elevado aumento sistemático do volume de reclamações, designadamente por atitudes e comportamentos, e falta de fiabilidade da informação financeira.
  • Houve também registo de inventários inexistentes ou desactualizados, insuficiência de capitais próprios e no caso da unidade de Viseu endividamento elevado, que também não tinha central de compras e apresentava excessiva autonomia dos serviços farmacêuticos.

Perante este elenco "brilhante" de falhas, inconsistências e laxismos, esperamos apenas que o Estado seja tão exigente com os seus funcionários, como é com todos os outros cidadãos.

Post Scriptum: não gostamos de "caça às bruxas".

Tuesday, August 26, 2008

Reorganização de serviços hospitalares

Em gestão, anda-se sempre em reestruturação e reorganização. O Estado já aprendeu isso com o sector privado. É impossível manter um certo imobilismo. O problema é sempre este: será que a mudança é para melhor?

Ora, vejamos qual vai ser mais esta reorganização:
  • A Alfredo da Costa, unidade-berço da maioria dos lisboetas, vai deixar de existir, transformando-se apenas num serviço de obstetrícia do futuro Hospital de Todos-os-Santos.
  • O futuro do edifício da Maternidade Alfredo da Costa (MAC) é ainda incerto, mas o presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, António Branco, adianta que pode vir a albergar o Ministério da Saúde e os vários serviços tutelados espalhados pela cidade.
  • Segundo os planos traçados pela tutela, em 2012, uma grávida de Lisboa terá três locais possíveis para ter filhos: Santa Maria, S. Francisco Xavier ou Todos-os-Santos (onde se vai situar a Estefânia e a MAC).
  • Mas, apesar de não estar nos planos de reorganização, a falta de médicos especialistas poderá obrigar as autoridades a encontrar entretanto uma solução de recurso. Nos próximos tempos os partos podem ter que ser concentrados em apenas duas maternidades: a MAC e Santa Maria.

Bem, vamos ver o que dizem as corporações (médicos e enfermeiros) e os doentes, a estas novas mudanças. É que mudar faz bem, mas quase ninguém gosta de mudar de hábitos!

Monday, August 25, 2008

A atractividade do sector da saúde II

O aumento do investimento privado no sector clínico tem espantado muita gente. A nós também. Achamos que a capacidade instalada é demasiado grande, a não ser que o Estado desinvista e afugente os cidadãos.

Vejamos o que aqui nos dizem:
  • As clínicas privadas portuguesas registaram no ano passado um aumento de 8% na facturação, que atingiu 690 milhões de euros.
  • a estrutura da oferta apresenta uma concentração de 80% de quota de mercado nos cinco maiores operadores de saúde, nomeadamente José de Mello Saúde, Espírito Santo Saúde, HPP – Hospitais Privados de Portugal (do grupo Caixa Geral de Depósitos), Grupo Português de Saúde e Clisa.
  • A oferta apresenta também uma forte concentração em torno dos grandes grupos seguradores. Neste mercado a quota conjunta das cinco primeiras empresas – Fidelidade Mundial, Ocidental, Império Bonança, Victoria e Allianz – elevou-se em 2007 a 74%”.

Ou seja, o aumento da oferta de serviços hospitalares parece estar associado à concentração na oferta de seguros. Repare-se que a Caixa Geral de Depósitos é o maior grupo segurador em Portugal e um dos maiores operadores hospitalares do país.

Será que o SNS vai aguentar este nível de investimento privado, sobretudo na inovação tecnológica? Esperemos pelos próximos tempos, sobretudo no que se refere ao Orçamento de Estado de 2009.

Sunday, August 24, 2008

Monday, August 18, 2008

O acesso facilitado aos medicamentos

Não sabemos o que se passa em Portugal, sobre o acesso a medicamentos sob prescrição. Nos EUA, a situação não é boa, sobretudo tendo em conta que muitos dos que acedem aos medicamentos são jovens e podem utilizá-los com fins não desejáveis.

Vejamos o que aqui nos dizem:
  • A growing number of teenagers say it's easier to illegally obtain prescription drugs than to buy beer, according to a survey published today.
  • The National Center on Addiction and Substance Abuse at Columbia University asked: "Which is easiest for someone your age to buy: cigarettes, beer, marijuana, or prescription drugs such as OxyContin, Percocet, Vicodin or Ritalin, without a prescription?" Nineteen percent of teenagers found it easier to purchase prescription drugs than cigarettes, beer or marijuana, compared with 13 percent a year ago.

Mas, o pior é que os jovens têm uma confiança excessiva nos medicamentos: "Kids think that because these are medicines that are prescribed, they are safe," she said. "The problem is that there is very little difference between the amount they take for a high and the amount that causes an overdose."

Friday, August 15, 2008

O SNS Açoriano

Enquanto no Continente, o Ministério da Saúde limita a iniciativa privada, quer nos meios complementares de diagnóstico, quer nos medicamentos e nas PPP's, nos Açores a conversa é outra:
  • São oito as entidades privadas que vão garantir a prestação de serviços de imagologia aos utentes do Serviço Regional de Saúde.
  • Foram quatro da ilha de S. Miguel, três da Terceira e uma do Pico as entidades privadas que aderiram a este novo sistema, introduzido pelo Governo.
  • A adesão teve como motivo base a o melhoramento do acesso dos utentes do Serviço de Regional de Saúde (SRS) à realização de ecografias, mamografias, TAC’s e exames de ressonância magnética.
  • O Governo opina que com este novo regime poder-se-á realizar, este ano, 15.500 exames complementares de diagnóstico na área da imagiologia.

Teremos um país e dois sistemas de saúde? Ou será que nos Açores é mais fácil controlar os privados?

Thursday, August 14, 2008

Movimentações privadas na saúde

O fim do acordo entre o Estado e a José de Mello Saúde, no Hospital Amadora-Sintra, marcou uma nova era nas relações entre privados e Estado. O acordo entre a Espírito Santo Saúde e a ADSE veio relançar as relações Estado - Privados. Os HPP's perderam, por ora, no Tribunal de Contas, a passagem da gestão dos Hospital de Cascais do Estado para os HPP's. Tanta movimentação vem afirmar que o Estado não quer abdicar da sua forte presença no sector hospitalar, mas também significa que os privados não querem levantar o pé do sector.

Agora, vemos mais esta movimentação lateral:
  • o Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas refere que o «protocolo de entendimento» ou «documento de intenções» que assinou com o grupo Hospitais Privados de Portugal propõe «a constituição de uma nova sociedade para gerir» o hospital, o Centro Clínico de Ambulatório, ambos em Lisboa, e os postos clínicos de Almada, Amadora, Barreiro, Odivelas e Parede.
  • Estas unidades fazem parte da rede de Serviços de Assistência Médico-Social do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas e, segundo o comunicado, a sociedade, a ser formada, «terá o controlo operacional» dos Hospitais Privados de Portugal, para que possa ser assegurada uma «gestão mais profissional».

Acreditamos que as movimentações não fiquem por aqui. Até porque o Grupo Português de Saúde (do BPN) deve estar para ser vendido, pois tem registado uma performance muito má.

Wednesday, August 13, 2008

Receita electrónica

A receita electrónica já está em Espanha. Por cá, continuamos com os carimbos, as vinhetas e mais não sei o quê!

Vejamos a experiência da primeira Comunidade Autónoma de Espanha que utiliza a receita electrónica de medicamentos:
  • Unos 30.000 ciudadanos de Eivissa, Formentera y Mallorca ya han utilizado el servicio de receta electrónica, a través del cual ya se han dispensado, entre septiembre de 2006 y julio de 2008, más de un millón de fármacos.
  • Balears es la primera Comunidad Autónoma del Estado en disponer de receta electrónica implantada en prácticamente todo su territorio.
  • La utilización de la receta es sencilla. El médico introduce la prescripción de fármacos en la tarjeta sanitaria del paciente mediante un programa informático, de forma que éste es el único documento que el usuario debe presentar en la oficina de farmacia para recibir el medicamento. Al suprimir la receta electrónica de papel, que actualmente todavía están coexistiendo, se evitan posibles errores y se reducen los trámites burocráticos.
  • «La receta dispone de un sistema de documentación para los médicos y enfermeras, así como para el enfermo, para mejorar la prescripción».

Será que não há um Alto Funcionário do Ministério da Saúde de Portugal interessado em passar uma férias nas Baleares e aproveitar para aprender com a sua experiência?

Tuesday, August 12, 2008

A depressão ignorada

Fonte: aqui.

Close to two million older people in England may be denied treatment because depression is wrongly seen as a natural part of getting older. Age Concern found over 65s seeking help were often fobbed off, misdiagnosed or given inappropriate treatment. Doctors may prescribe drugs when counselling would be more beneficial.

Monday, August 11, 2008

O Estado mau pagador

Não é nada de novo. O Estado paga tarde e a más horas. Na maior parte dos casos, nem paga juros referentes aos atrasos nos pagamentos. Este é o mesmo Estado que exige cada vez mais dos seus concidadãos, sobretudo no que toca às suas obrigações fiscais e não só (ainda recentemente, foi noticiado que as multas de trânsito caso não sejam liquidadas, poderão levar a penhoras de salários!).

Mas, há quem beneficie deste laxismo Estatal, quanto aos pagamentos. Vejamos como está o longo diferendo entre o Ministério da Saúde e os Laboratórios Farmacêuticos:
  • Os hospitais têm já 724 milhões de euros em dívida aos fornecedores, com a hospital de Setúbal a liderar a tabela dos que mais demoram a pagar, com uma média de três anos e dois meses.
  • No primeiro semestre deste ano a dívida dos hospitais aumentou mais de 13%. Deste volume, quase 470 milhões de euros estão acumulados há mais de três meses.

Para quem não sabe, o Estado é muito forte perante cada cidadão. Mas, o mesmo Estado perante grandes empresas ou corporações, já se senta para negociar. Ora, a grande dívida aos Laboratórios Farmacêuticos centra-se em grandes empresas multinacionais, que chegam a ter mais poder negocial do que muitos Estados. Dito isto, esta manifesta ineficiência do Ministério da Saúde em honrar os seus compromissos sai caro ao Estado, e por consequência aos cidadãos portugueses.

Friday, August 08, 2008

João Lobo Antunes: uma visão clara

É sempre com agrado que lemos idéias de pessoas inteligentes e sensatas. O Professor João Lobo Antunes dá uma entrevista aqui, na qual deixa um conjunto de estados de alma preocupantes, vejamos:
  • Há uma crise gravíssima de valores e uma crise daquilo que é o cimento de uma sociedade contemporânea: a confiança. Nós precisamos de ter confiança que o contador de electricidade conta como deve ser, que as pessoas não estão a fazer batota num jogo de futebol, que os concursos públicos são limpos, que não há interesses ocultos. Estamos numa sociedade com um nível de complexidade tal que temos de confiar nas pessoas e nas instituições públicas e privadas. Quando há uma crise de confiança, por exemplo na justiça, as pessoas vivem desconfortáveis.
  • o pessimismo é uma profecia que se cumpre. Isto acontece a vários níveis. Em medicina, quando dizemos que o prognóstico é irremediável, toda a gente desiste – incluindo o próprio médico. Mas o conhecimento, ao contrário do que se possa pensar, veio trazer muito mais incerteza.
  • É óbvio que há claras injustiças. Quem pode pagar deveria contribuir. A questão fundamental é tentar garantir a acessibilidade com equidade. Que a pessoa não fique ali eternamente à espera das consultas ou de tratamentos de que precisa. Obviamente que isto é um desiderato que tem um claríssimo fundamento moral – que não é de esquerda nem de direita.
  • Há um problema geográfico, em relação aos locais para onde os médicos devem ir. É preciso médicos no interior. E há um problema na escolha das especialidades: os jovens médicos querem especialidades mais tecnológicas, com maior prestígio social, embora não haja nada mais nobre do que a figura do médico de família.

Muitas incertezas e com elas, muita insatisfação e falta de confiança. Melhores dias virão, assim o esperamos.

Thursday, August 07, 2008

Dormir diminui a possibilidade de obesidade

Fonte: aqui.


Há estudos para tudo. Agora, aparece-nos um estudo dos Archives of General Psychiatry, que nos refere que as crianças que dormem menos, são mais sensíveis ao junk food e logo também têm mais possibilidade de virem a ficar obesos:
  • children who skip hours of sleep double their overall risk of being overweight, or obese.
  • The basic premise is that children and adults who do not get enough sleep are more likely to snack on junk foods, and also have far less energy, meaning they are less likely to take part in regular exercise.
  • They found that children are better off in terms of sleeping when they can have a regular time for bedtime, and waking up.

Ou seja, é importante dormir bem.

Wednesday, August 06, 2008

Ligações perigosas

Fonte: aqui.

Hoje em dia, é difícil controlar as ligações perigosas em muitas relações entre organizações, públicas e/ou privadas. A "guerra" contra os conflitos de interesses não pode contudo ser abandonada, sob pena das organizações se tornarem progressivamente lodosas.

Vejamos o que nos é dito aqui dos EUA e da entidade reguladora dos medicamentos e da alimentação (FDA):
  • FDA Issues New Rules For Advisory Committees.
  • The changes involve conflicts of interest and waivers for panel members; advisory committee voting procedures; the timing of committee briefing materials to be released and the procedures for deciding when an advisory committee meeting should be held.
  • The FDA has long argued finding experts without financial conflicts is arduous, if not impossible, because many top-flight physicians and academics serve as industry consultants.
  • To answer the criticism, the FDA has these new rules: For starters, if an individual, his or her spouse, or minor child has potentially conflicting financial interests totaling more than $50,000, he or she would not be allowed to participate in that meeting.

Há, no entanto, uma idéia que é importante reter, é que as regras têm que mudar com alguma regularidade, se não os diferentes participantes nos interesses habituam-se às mesmas .....regras!

Por cá, seria bom que as entidades reguladoras avaliassem melhor também as suas ligações perigosas.

Tuesday, August 05, 2008

A prevenção na próstata

Cada vez mais, a prevenção é o melhor caminho para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Nas mulheres, é típico e necessário realizar a mamografia por volta dos 40 anos, nos homens, o controlo da próstata também deve ser iniciado por volta dos 40 anos.

Contudo, há surpresas que nos vão aparecendo via novas investigações, como seja esta:
  • Men over the age of 75 should no longer be screened for prostate cancer because the potential harm from the test results -- both physical and psychological -- outweighs any potential benefit from treatment, a federal panel said Monday.
  • Most oncologists already argue against treating most men in that age group for prostate cancer because they are more likely to die from some other cause than from their tumor.

Pois, parece que a partir de certa idade a prevenção já não é desejável. E porquê? Parece que por isto: The new guidelines go one step further, saying, in effect, why test if the patient is unlikely to be treated?

Monday, August 04, 2008

Medicamentos genéricos aumentam ou diminuem?

A factura dos medicamentos representa cerca de 20% dos custos com a saúde em Portugal. A entrada e posterior incentivo dos genéricos, ajudou a controlar a referida factura. Contudo, os doentes estão progressivamente a comparticipar mais nos gastos totais em medicamentos, porque o Ministério da Saúde tem diminuído a sua comparticipação. Num ambiente económico recessivo, este facto tem levado a que fatias frágeis da população, sobretudo os idosos, tenham reduzido muitas aquisições de medicamentos.

Agora, anuncia-se isto: O preço dos medicamentos genéricos vai baixar 30 por cento a partir de Setembro, disse esta sexta-feira à TSF uma fonte do Ministério da Saúde.

Mas, há já por aí alguém que a redução de preços dos genéricos de outra forma: A descida de 30% do preço de todos os medicamentos genéricos anunciada pelo Ministério da Saúde pode representar para os doentes um aumento da factura em vez de uma poupança, critica o presidente da Associação Nacional de Farmácias, João Cordeiro.

Aguardemos, desconfiados!

Saturday, August 02, 2008