A auditoria não deve ser vista como uma forma de apanhar faltosos. A auditoria deve ser vista como forma de corrigir más regras, maus procedimentos e inequidades.
A Inspecção Geral das Actividades de Saúde (IGAS) parece que anda a fazer o seu trabalho, senão vejamos:
- Nas auditorias sobre orçamento nos Hospitais Joaquim Urbano (Porto), Curry Cabral (Lisboa), Distrital de Pombal e Francisco Zagallo (Ovar), a IGAS detectou, nomeadamente, falta de fiabilidade de informação financeira na unidade portuense.
- Neste hospital e no de Ovar registou- se também receita não cobrada, enquanto em Pombal existiam despesas não orçamentadas.
- Em Lisboa e no Porto, refere-se "fraco controlo interno com repercussão financeira".
- Aquando da auditoria, o Hospital Curry Cabral tinha fundos de maneio não regulamentados e uma contabilização deficiente das taxas moderadoras em dívida, tal como o Hospital Francisco Zagalo.
- Foram ainda registados problemas com despesas com pessoal.
- As auditorias à gestão dos Hospitais de S. João (Porto), S. Teotónio (Viseu) e Distrital do Montijo indicaram desactualização da lista de espera para consultas externas, elevado aumento sistemático do volume de reclamações, designadamente por atitudes e comportamentos, e falta de fiabilidade da informação financeira.
- Houve também registo de inventários inexistentes ou desactualizados, insuficiência de capitais próprios e no caso da unidade de Viseu endividamento elevado, que também não tinha central de compras e apresentava excessiva autonomia dos serviços farmacêuticos.
Perante este elenco "brilhante" de falhas, inconsistências e laxismos, esperamos apenas que o Estado seja tão exigente com os seus funcionários, como é com todos os outros cidadãos.
Post Scriptum: não gostamos de "caça às bruxas".