Saturday, August 13, 2011

A insustentabilidade de Portugal

Aprendemos que deveremos seguir os bons exemplos. Ser cumpridores, para ser exigentes. Não ser relaxados. A ética deve começar em nós.

Isto é o pior dos exemplos: Os 1360 organismos e empresas do Estado tinham em Junho pagamentos em atraso a fornecedores de mais de 3,3 mil milhões de euros. Este valor, que é calculado por defeito porque há entidades que ainda não divulgaram números, quase chega ao valor previsto para a construção do aeroporto de Lisboa e representa 2% do PIB do país.


Portugal não é um país de caloteiros. Portugal é caloteiro. O melhor deve começar de cima. Quando o pior começa em cima, em baixo não se espera melhor.
 
Os governos anteriores prometiam sempre regularizar a situação. O governo actual também. Resultados? Os mesmos.
 
Isto é um país do Terceiro Mundo: Ao todo, as 466 entidades da administração local (que incluem também os serviços municipalizados mas não o sector empresarial local) e as 87 entidades tuteladas pelo Ministério da Saúde devem a empresas prestadores de bens e serviços 2,85 mil milhões de euros. A maior dívida em atraso é a dos hospitais e centros de saúde, que ascende aos 1,9 mil milhões de euros.


Isto é um ponto sem retorno: O valor é alto mas no caso do Serviço Nacional de Saúde (SNS) é ainda superior, já que nem todas as entidades responderam com os valores em dívida para o relatório da Inspecção-Geral de Finanças que decorre do acordo com a troika. O ministro da Saúde, Paulo Macedo, revelou, no final de Julho, que as dívidas de curto e longo prazo do SNS ultrapassavam 3000 milhões de euros no final do primeiro semestre de 2011.


É com tristeza que observamos o estado da nação!

Friday, August 05, 2011

Organ donation

During an opening ceremony of Westfield Health British Transplant Games, the organ donors were welcomed with standing ovation and applause at the Waterfront auditorium. Every year about 600 lives are saved by the organ donation. The event was so moving that tears turned up in the eyes of the audience. During the event one of the athletes from Northern Ireland, who won a bronze medal in the event, became emotional while paying her gratitude to the organ donors.

Thursday, August 04, 2011

Portugal no fim da linha II

Sabemos que os custos dos serviços públicos são elevadíssimos para o rendimento da classe média portuguesa, que é afinal quem suporta tudo. Os custos não são caros, porque as pessoas pagam caro directamente. Os custos são caros, porque a carga fiscal é insuportável. Paga-se IRC, IRS, IVA, portagens, taxas moderadoras, imposto de circulação municipal, imposto automóvel, impostos sobre os produtos petrolíferos, imposto sobre o tabaco, taxa de esgotos, IMI, etc.

A quem serve toda esta panóplia de impostos? A serviços públicos caros e ineficientes.

Vê-se bem também aqui, que a ineficiência é grande:
  • "O grupo parlamentar do PSD fez, já durante esta audição, uma chamada para o serviço 112. Desde o primeiro toque até serem atendidos, decorreram 14 segundos. Evidentemente que é um exemplo meramente indicativo, mas nove segundos de diferença entre os cinco segundos e os 14 segundos desde o primeiro toque até ao atendimento efectivo podem, de facto, fazer a diferença na vida ou na morte de um cidadão que contacte o INEM", disse Joana Barata Lopes, deputada do PSD, na Comissão Parlamentar de Saúde.
O que fez de mal aquela Senhora Deputada? Aparentemente uma "chamada falsa": A deputada socialista Luísa Salgueiro foi mais longe na condenação do telefonema e lembrou que fazer chamadas falsas para o INEM é crime.


Naturalmente, que fazer chamadas para o 112, sem sentido, não é uma prática correcta. Mas, um deputado da nação tem obrigação de auditar os serviços que o Estado presta. Os contribuintes agradecem.
 
Isto, sim, é criminoso: os resultados da auditoria do Tribunal de Contas, divulgada no início do ano e relativa ao triénio 2007/2009, que apontava para uma espera média de 13 segundos, acima das recomendações internacionais que sugerem que sejam atendidas no máximo em 10 segundos.
 
E isto, também é crime: Miguel Soares Oliveira afirmou ainda que nove VMER estiveram inoperacionais entre 2% e 10% do tempo e outras sete entre 10% e 20%. Quatro viaturas não saíram mais de 20% do tempo. "É responsabilidade dos hospitais garantir as escalas das tripulações médicas", disse o responsável. A falta de médicos nas VMER não é um problema de falta de clínicos com formação. "Os 755 médicos formados pelo INEM dariam para assegurar uma operacionalidade a 100% de 126 VMER", afirmou Miguel Soares Oliveira, defendendo a integração das tripulações das VMER nas Urgências.
 
Seu Chico Buarque já nos dizia há umas décadas, "não tem governo, nem nunca terá"!

Wednesday, August 03, 2011

O colapso da Saúde

Palavreado. Conversa. Social. Tretas. O essencial é isto:

  1. Mais de metade das dívidas do sector público a fornecedores são da responsabilidade do Ministério da Saúde. A pasta de Paulo Macedo devia pelo menos 1,9 mil milhões de euros aos seus fornecedores a 30 de Junho.
  2. No total, as Administrações Públicas devem pelo menos 3,3 mil milhões de euros - um valor que se refere a dívidas com mais de 90 dias, em 30 de Junho. Este valor deverá ser superior já que 615 entidades não prestaram informação. A publicação dos montantes em falta feita agora pelo IGF faz parte das condições impostas pelo Orçamento do Estado de 2011. Contudo, não há qualquer sanção prevista para as entidades públicas que não disponibilizaram dados.
  3. Já se voltarem a falhar o mesmo objectivo no final de Agosto, as consequências serão mais graves. É que esta é uma das condições a que o memorando de entendimento assinado com a ‘troika' obriga.
Parafraseando Chico Buarque, "não tem Governo, nem nunca terá"!

Tuesday, August 02, 2011

A iliteracia das élites II

O chico-espertismo é o maior cancro de Portugal desde sempre. Já Antero e Eça, nos idos do Século XIX, o referiam. Continua e continuará:

1. Primeiro dia de prescrição electrónica obrigatória: muitas dúvidas, receitas tradicionais com a palavra "excepção" escrita com e sem acordo ortográfico, ou mesmo mal escrita, com datas da semana passada e sem especificar a alínea que permite continuar a usar o formulário manual. O relato foi feito ontem ao i pelo responsável de uma farmácia no centro de Lisboa.

2. É preciso identificar claramente uma das quatro alíneas que permitem continuar a passar receitas manuais. Ao balcão, o proprietário da farmácia Cardeira recebeu ainda médicos que não sabem a quem comprar um dos 37 sistemas informáticos homologados pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS). "Tem sido muito complicado e só está a começar a agora. Com este subterfúgio de as receitas terem um mês de validade, alguns médicos estão a pôr datas da semana passada. Quando chegar o início de Setembro é que as coisas se vão complicar."

3. Não se sabe portanto quantos dos cerca de 50 mil médicos no país estão a usar sistema informático, apenas que mil estão isentos de usar computador por terem comprovado situações de "inadaptação informática." Usarão, neste caso, um carimbo especial a entregar pela Ordem dos Médicos na sexta-feira.

Inadaptação informática? Será que os bancários podem alegar o mesmo? E os bilheteiros da CP?
 
Portugal é uma nação inviável.