Thursday, August 04, 2011

Portugal no fim da linha II

Sabemos que os custos dos serviços públicos são elevadíssimos para o rendimento da classe média portuguesa, que é afinal quem suporta tudo. Os custos não são caros, porque as pessoas pagam caro directamente. Os custos são caros, porque a carga fiscal é insuportável. Paga-se IRC, IRS, IVA, portagens, taxas moderadoras, imposto de circulação municipal, imposto automóvel, impostos sobre os produtos petrolíferos, imposto sobre o tabaco, taxa de esgotos, IMI, etc.

A quem serve toda esta panóplia de impostos? A serviços públicos caros e ineficientes.

Vê-se bem também aqui, que a ineficiência é grande:
  • "O grupo parlamentar do PSD fez, já durante esta audição, uma chamada para o serviço 112. Desde o primeiro toque até serem atendidos, decorreram 14 segundos. Evidentemente que é um exemplo meramente indicativo, mas nove segundos de diferença entre os cinco segundos e os 14 segundos desde o primeiro toque até ao atendimento efectivo podem, de facto, fazer a diferença na vida ou na morte de um cidadão que contacte o INEM", disse Joana Barata Lopes, deputada do PSD, na Comissão Parlamentar de Saúde.
O que fez de mal aquela Senhora Deputada? Aparentemente uma "chamada falsa": A deputada socialista Luísa Salgueiro foi mais longe na condenação do telefonema e lembrou que fazer chamadas falsas para o INEM é crime.


Naturalmente, que fazer chamadas para o 112, sem sentido, não é uma prática correcta. Mas, um deputado da nação tem obrigação de auditar os serviços que o Estado presta. Os contribuintes agradecem.
 
Isto, sim, é criminoso: os resultados da auditoria do Tribunal de Contas, divulgada no início do ano e relativa ao triénio 2007/2009, que apontava para uma espera média de 13 segundos, acima das recomendações internacionais que sugerem que sejam atendidas no máximo em 10 segundos.
 
E isto, também é crime: Miguel Soares Oliveira afirmou ainda que nove VMER estiveram inoperacionais entre 2% e 10% do tempo e outras sete entre 10% e 20%. Quatro viaturas não saíram mais de 20% do tempo. "É responsabilidade dos hospitais garantir as escalas das tripulações médicas", disse o responsável. A falta de médicos nas VMER não é um problema de falta de clínicos com formação. "Os 755 médicos formados pelo INEM dariam para assegurar uma operacionalidade a 100% de 126 VMER", afirmou Miguel Soares Oliveira, defendendo a integração das tripulações das VMER nas Urgências.
 
Seu Chico Buarque já nos dizia há umas décadas, "não tem governo, nem nunca terá"!