Wednesday, January 31, 2007

Hemodiálise II

O nosso lema aqui, é a defesa do Cliente da saúde. Ou seja, somos todos nós, Clientes do SNS, por via Constitucional.

Lemos isto: Segundo Carlos Silva, presidente da Associação Portuguesa dos Insuficientes Renais (APIR), “estamos muito preocupados, pois se o ministro cumpre a decisão de manter os cortes de despesa com os convencionados isso significa a falta de tratamento para dois mil novos doentes”.

Temos vindo a abordar de forma sistemática, o tema da insustentabilidade do SNS. E fazemo-lo, porque temos investigado sobre saúde em diversos países, e concluímos que, mesmo que não se desleixe a gestão e a organização da saúde, há várias "bombas - relógio", tais como: envelhecimento da população, inflação clínica acima da inflação geral e, entre outros, maior preocupação com a saúde/beleza dos seres humanos.

Visto que essas "bombas - relógio" não são "removíveis", é importante que a gestão da saúde seja rigorosa e muito exigente, para que o comboio não descarrile.....

O Ministro da Saúde actual, tem tentado inverter as imensas ineficiencias de gestão, nomeadamente nos hospitais. Contudo não é através de artificios como este (A redução de cinco por cento do pagamento do Estado às entidades convencionadas na área da hemodiálise permite ao Governo arrecadar cerca de 35 milhões de euros por ano), que se consegue estabilizar a saúde. Antes pelo contrário: Os hospitais públicos não têm capacidade de resposta para receber estes dois mil novos doentes que surgem todos os anos.

Diríamos, que provavelmente a capacidade instalada nos hospitais públicos, até suportava mais nível de serviço.

Só que o Ministro prefere actuar administrativamente, em vez de agilizar a "super estrutura" do Ministério! E assim sendo, pode acontecer isto: Não há um caso de um único doente a quem tenha sido negada a hemodiálise. Se houver alguém nessa situação a responsabilidade cabe à clínica porque a recusa de tratamento é um problema de ética.

A ética é obrigação de todos.

Maus comportamentos

Lemos na BBC, que: Secret emails reveal that the UK's biggest drug company distorted trial results of an anti-depressant, covering up a link with suicide in teenagers.

Nada está imune, no mundo em que vivemos. Mas, é grave que um dos maiores fabricantes de medicamentos do mundo, actue desta forma: GlaxoSmithKline (GSK) attempted to show that Seroxat worked for depressed children despite failed clinical trials.

E que o estudo científico, que suportou o referido medicamento, tenha estes níveis de ética:

GSK's biggest clinical trial of Seroxat on children was held in the US in the 1990s and called Study 329. Child psychiatrist Dr Neal Ryan of the University of Pittsburgh was paid by GSK as a co-author of Study 329. In 2002 he also gave a talk on childhood depression at a medical conference sponsored by GSK. He said that Seroxat could be a suitable treatment for children and later told Panorama reporter Shelley Jofre that it probably lowered rather than raised suicide rates. In amongst the archive of emails in Malibu, Shelley was surprised to find that her own emails to Dr Ryan from 2002 asking questions about the safety of Seroxat had been forwarded to GSK asking for advice on how to respond to her.

Acreditamos, que a verdade venha ao de cima!

Monday, January 29, 2007

Sunday, January 28, 2007

Inevitável decadência

Todos nós, que somos Clientes dos Hospitais públicos (e alguns privados) temos sentido na pele, a degradação, o lixo e muitas vezes a imundície, em Hospitais. Logo em Hospitais!

Não são só as casas de banho, as recepções, ou os acessos aos edifícios, em muitos casos, são os próprios edifícios que foram construídos provisoriamente, e ficaram como definitivos.




A propósito, ainda do Hospital de Santa Maria, lemos num outro sítio, esta notícia: O Hospital de Santa Maria, em Lisboa, terminou o ano de 2006 com um lucro de 4,7 milhões de euros, um resultado que se deve essencialmente à redução de cerca de 8,4% do total das despesas, face a 2005, e ao aumento de 15,5% da actividade do hospital.

Thursday, January 25, 2007

As funções do Estado

Somos favoráveis a um constante aumento da eficiência dos serviços, públicos ou privados, tendo exclusivamente como objectivo: alcançar ganhos para os clientes. Isto é, o primado do cliente, e não utente ou paciente (que para nós, é um termo profundamente inadequado).

Neste ambito, pensamos que o Estado e a sociedade, se devem organizar, de forma a conseguir equilíbrios, que beneficiem os cidadãos, como um todo, sejam ricos ou pobres. Há pois serviços, que para nós, terão que ter sempre uma vertente tendencialmente sem fins lucrativos, porque pressupõem algo que não pode ser objecto primeiro o lucro, mas antes o serviço a outrém. Neste sentido, pensamos que o serviço prestado pelo INEM, cairá no domínio do serviço público, embora para nós, o facto de ser serviço público, não pode, nem deve significar: desinteresse, falta de objectivos, paralisia, ou outro termo que signifique desperdício.

Contudo, parece que estamos a passar do primado da Estatização do pós - 25 de Abril de 1974, para a assumpção de que tudo o que é Estado é ineficiente. Se assim for, encerre-se o Estado! Nós não pensamos, assim.

Tudo isto, porque lemos isto: o transporte de doentes não é devidamente fiscalizado e poderia ser feito com mais qualidade e menores custos num mercado concorrencial.

Não somos contra o mercado, bem pelo contrário. Não percebemos porque é que por ser um serviço do Estado, o INEM não é fiscalizado!

O non sense é tal que lemos isto: o reforço «das funções de coordenação e fiscalização da qualidade do serviço"» por parte do INEM, «reduzindo substancialmente o seu peso como prestador de serviço de transporte». Para nós, o INEM deve ser um prestador de serviço de transporte com qualidade. Só isso!

Wednesday, January 24, 2007

Tuesday, January 23, 2007

Medicamentos: outra vez!

Entrámos numa fase de mudar, por mudar! A mudança só faz sentido, quando há objectivos racionais e controlo posterior desses mesmos objectivos.

O Ministério da Saúde está envolto em imensos lobbies poderosos. Já o sabemos há muito. Esta situação não é originalmente portuguesa. É, também ela, global!

Médicos, Administradores Hospitalares, Enfermeiros, Laboratórios Farmaceuticos, Farmácias, e, entre muitos outros, fornecedores de equipamento médico, são alguns dos poderes inamovíveis do sector da saúde. Ou se gere com eles, ou não é possível gerir a saúde. Naturalmente, que há uma entidade que normalmente também tem muito força: que é, quem tem dinheiro. Quando quem tem dinheiro é privado, sabe utilizar a sua força e não abre mão desse poder, sob pena de perder rentabilidade! Quando quem tem dinheiro é o Estado, ainda mais força deveria ter. Mas, como o Estado é gerido por pessoas, que normalmente colocam carreiras pessoais à frente do bem público, é mais difícil gerir, mesmo que se tenha muito dinheiro!

Tudo isto a propósito desta notícia: o Ministério da Saúde está a preparar legislação, para permitir a entrada das lojas de grande consumo no mercado farmacêutico. Outra vez, dizemos nós? Ainda há pouco tempo, O Ministério da Saúde liberalizou a venda de medicamentos não objecto de receita médica e já se prepara para, pedir ao Infarmed a criação de uma lista de medicamentos que possam ser disponibilizados ao público, sem aconselhamento especializado no acto da compra .

O que é verdade hoje, no sector da saúde, amanhã já não é!

A internet na saúde

Para nós, a Internet veio para ficar e ficou mesmo. Ignorá-la ou retardá-la, só custará insatisfação e recursos.

A situação actual, nos hospitais portugueses, não é má, mas poderia ser muito melhor. Senão vejamos:

Contudo, dos Hospitais com ligação à Internet, 22,8% praticaram alguma actividade de Telemedicina. E, A troca interna de imagens médicas apresenta-se informatizada em 30,3% dos Hospitais portugueses e um pouco mais de metade (54,5%) informatizou a gestão de listas de espera.

Para nós, que fazemos parte da OCDE e da UE, deveríamos ter no mínimo, 100% dos hospitais informatizados, mas com funcionalidades reais, que não apenas com o registo de que tem banda larga ou não!

O choque tecnológico, é uma miragem!

Monday, January 22, 2007

Pay for performance

De boas intenções, estamos todos fartos! Na Grã-Bretanha, a Ministra da Saúde, Patricia Hewitt implementou um sistema de "pay for performance", inspirando-se em modelos privados de saúde americanos.


Já os Médicos não gostam da conclusão do novo modelo de pagamento, e da apreciação da Ministra: Doctors criticised Ms Hewitt, saying she was "denigrating" GPs.

Do lado de Ms. Hewitt ouvimos a habitual e pretensa declaração de ingenuidade: I think if we anticipated this business of GPs taking a higher share of income in profits we would have wanted to do something to try to ensure that the ratio of profits to the total income stayed the same and therefore more money was invested in even better services for patients.

Nós, os Clientes da saúde, só nos resta: unir-nos! Sem Clientes, não há negócio da saúde, para ninguém!

Sunday, January 21, 2007


Numa altura em que é evidente a falta de liderança na generalidade das organizações do sector público da saúde, propomos como leitura um livro em que se abordam, entre outros, os seguintes temas:
  • O contexto da liderança na saúde, na Grã-Bretanha.
  • O que é liderança? Que modelos e teorias.
  • O que é efectiva liderança: o Caso do NHS, Britânico.
  • Estratégia de liderança na gestão da saúde.
  • Governação de saúde, através de efectiva liderança.
  • Modelos de gestão de Enfermagem e de supervisão Clínica.
  • Liderar a mudança nos cuidados primários e nos cuidados continuados.
  • Liderança num contexto inter-profissional.

Saturday, January 20, 2007

Hemodiálise

Os choques no sector da saúde, são agora diários. As fricções aparecem num contexto há muito antecipado: grande descontrolo de gestão das organizações estatais, avidez por parte das várias corporações da saúde e exigências crescentes por parte dos consumidores de saúde.

O último confronto pode causar danos colaterais relevantes: os prestadores privados de hemodiálise não aceitam prestar mais serviços, atendendo à imposição de não aumento dos gastos com este tipo de serviço, por parte do Ministério da Saúde.

Para nós, a situação é clara: os serviços do Ministério da Saúde não controlam adequadamente a facturação dos referidos prestadores de serviço; estes devem, em muitos casos, abusar da ineficiência da máquina estatal; o Ministério da saúde, em vez de desempenhar o seu papel de controlo, prefere a justiça desigual, ou seja, balizar os gastos com base no histórico do ano anterior.

Pobres doentes que necessitam de hemodiálise, .........até que os contribuintes da saúde, se zanguem a sério, quer com o poder político, quer com as corporações da saúde!

Friday, January 19, 2007

ZigueZague

A mudança é fundamental, quando as coisas não correm bem. Mas, quando não se sabe o que se quer, é um problema ainda maior. Depois de anunciar que haveria incompatibilidades entre o exercício da função Médica no Estado, e funções de gestão clínica de carácter privado, o Ministro da Saúde ziguezagueia:
  • Correia de Campos anunciou que os médicos afinal podem conciliar funções no sector privado se cumprirem 20 horas semanais no público.

Face à inconsistencia de tão evidente ziguezague, só mesmo uma resposta truculenta:

  • «Esta proposta do governo é uma matéria de estrita natureza sindical, mas demonstra a intenção com que a questão das incompatibilidades foi colocada, ou seja, a incompatibilidade dos médicos deixa de existir desde que ganhem menos», disse o bastonário Pedro Nunes.

Comentário nosso: quando não há princípios condutores e missões bem definidas, a condução é turbulenta!

Thursday, January 18, 2007

Descontrolo evidente

Sabemos que uma das dificuldades que tem atirado Portugal para a cauda da Europa.....a 27, é a falta de organização da sociedade em geral, e em particular do Estado. É uma ilacção nossa, que infelizmente, o tempo nos vem dando razão.

Por aqui vamos escrevendo sobre: falta de controlo de gestão dos hospitais e dos centros de saúde, da promiscuidade entre público e privado, e, entre outros, da falta de disciplina nos custos de certos serviços, nomeadamente associados a corporações da saúde.

De vez em quando, aparecem-nos pequenos lampejos que induzem uma tentativa de disciplinar o desregramento generalizado da máquina estatal. Este é mais um desses lampejos:
  • O Ministério da Saúde vai investigar os 14 médicos que mais receitas prescreveram nos últimos dois anos com o objectivo de verificar se a medicação recomendada é ou não adequada à patologia dos doentes.

E esta pérola:

  • O clínico que mais despesa prescreveu em 2005 e 2006 exerce funções, segundo revelou ontem a «TVI», num centro de saúde em Aveiro: em média passa diariamente 95 receitas por dia, chegando os medicamentos prescritos a totalizarem os 4500 euros, o que corresponde a cerca de um milhão de euros por ano.

Porquê, que só este Senhor Doutor que não é mais do que um grande escriturário, e mais treze Colegas, é que são investigados? Só porque são os mais "monstruosos"? Ou pretende-se apenas mostrar que existe....um lampejo de controlo?

Wednesday, January 17, 2007

A luta contra o cancro


Nos EUA, verifica-se que em 2004, e pelo segundo ano consecutivo, caiem o número de pessoas que faleceram de cancro.

Em 2002, faleceram 557.271 pessoas, enquanto em 2003 faleceram 556.902, e em 2004 faleceram 553.888 pessoas.

A ciência e o Homem parecem estar a vencer a doença. Ainda bem. Algumas das razões para esta diminuição, são:
  • Experts are attributing the success to declines in smoking and to earlier detection and more effective treatment of tumors.

Mas, às vezes, as ideias preconcebidas podem ser traiçoeiras, como no caso de Stephanie LaRue: Stephanie LaRue says her breast cancer was initially misdiagnosed because she was "too young and too healthy".

Tuesday, January 16, 2007

Liberdade de escolha

O Senhor Ministro da Saúde decidiu por despacho: "é «incompatível» o exercício de funções de coordenação e direcção em instituições privadas prestadoras de cuidados de saúde por profissionais de instituições integradas no Serviço Nacional de Saúde (SNS)".

Para nós, a decisão governamental, procura acautelar os interesses públicos.

A corporação médica parece concordar com a nossa idéia: "OM anunciou ainda que irá apoiar juridicamente os médicos que, trabalhando no público e privado, optem pelo público e sejam por isso prejudicados financeiramente, se se confirmar que o despacho é ilegal". A Ordem dos Médicos procura acautelar os interesses privados, em detrimento dos públicos.

No entanto, a Ordem dos Médicos emite esta opinião: "A Ordem estima que «milhares» de médicos, compelidos a escolher entre o sector público e privado, optem pelo exercício particular da medicina".

Veremos.

Sunday, January 14, 2007

Fractura evidente

Analisamos a temática da saúde, há já alguns anos. E há já alguns anos, que verificamos a tendencia insustentavel, do actual modelo da saúde, conforme está previsto na Constituição da República.

O poder político, quer manter uma esperança artifical na população (a gratuitidade dos serviços da saúde), com medo de ter que enfrentar os velhos fantasmas do passado. É como se costuma dizer, uma forma de ....adiar a morte! Nada mais.

Depois de soluções de carácter constitucional muito dúbio, como a criação das taxas moderadoras (!!!) relacionadas com o internamento hospitalar, somos agora bombardeados com isto:
  • a criação de um novo imposto para o sector "é uma hipótese, como todas as outras".

Sempre existiram tentativas dos diferentes tipos de Estados, de castigarem as suas populações, com a criação de novos impostos, para suportar as élites governantes. Para nós, esta é mais uma tentativa adicional (depois de sucessivos aumentos do IVA, do imposto de combustíveis, e, entre outros, de vários impostos nacionais ou locais, sobre o património e o consumo), para suportar a ineficiência da "máquina estatal".

Já elencamos várias vezes, diversos problemas estruturais na saúde, em Portugal, que levam à insustentabilidade do sistema público:

  1. Falta de rigor na gestão hospitalar e dos cuidados de saúde primário, que se reflectem sobretudo, na falta de controlo e de responsabilidade inerentes.
  2. Elevada promiscuidade em diferentes áreas, das relações entre o Estado e alguns dos seus prestadores, de que é o maior exemplo, a dupla participação pública e privada, dos Médicos.
  3. Falta de disciplina e de controlo dos vários operadores, motivada pela inexistencia de mecanismos de controlo dos vários níveis de serviço (exemplo: quantos doentes atende um Médico, num Centro de Saúde? qual o rácio de número de medicamentos prescrito por doente atendido, por Médico?).

Deixamos apenas estes exemplos, poderiam ser várias dezenas. Perante a total incapacidade dos actuais Administradores da Saúde Pública, aparecem-nos estas notícias de "pré-aviso" de novos impostos. A reacção, só pode ser tumultuosa. Em alternativa, só vemos uma solução: a maciça privatização dos serviços de saúde.

É pena que assim venha a ser!

Thursday, January 11, 2007

Impostos

Lemos isto:
  • A comissão que estuda o actual modelo de financiamento do Serviço Nacional de Saúde vai propor ao Governo a criação de um novo imposto para garantir que o sistema não vá à falência.

Não queremos acreditar. Serão os clientes do SNS (e aqueles que o suportam, mas que dele nada beneficiam), que terão que suportar a falta de gestão, de rigor e de disciplina que existe?

Parece que não:

  • O ministro da Saúde garantiu hoje que o Governo não lançará mais impostos, independentemente das recomendações a que a comissão que estuda a sustentabilidade do modelo de financiamento do Serviço Nacional de Saúde possa chegar.

Veremos!

Wednesday, January 10, 2007

A falta de gestão dos recursos

Lemos isto:
  • Nos últimos dias, as urgências dos hospitais portugueses foram inundadas por doentes com gripe e infecções respiratórias que, na maioria dos casos, não tinham gravidade que justificasse o atendimento hospitalar.

Não achamos anormal, esta situação.

Depois, lemos isto:

  • O director-geral da Saúde, Francisco George, afirmou à Lusa que o aumento de infecções respiratórias dos últimos dias é normal para a época e está associado a vírus contra os quais a vacina anti-gripal é ineficaz.
  • O director-geral da Saúde recomendou também que as pessoas contactem a linha de Saúde Pública, da Direcção-Geral da Saúde, (808 211 311) para se aconselharem, antes de se dirigirem às urgências hospitalares.

Evidentemente, que a prevenção e a pedagogia na saúde, não se fazem, através de alguns aparecimentos na TV, de Altos-Funcionários do Ministério da Saúde.

Evidentemente, que só uma gestão integrada dos diferentes recursos de saúde (Hospitais, Centros de Saúde e outros serviços de suporte e de comunicação com os doentes), pode possibilitar uma resposta adequada e racional, perante problemas normais. Como cada um dos recursos do SNS trabalha isoladamente (na sua generalidade), não é possível obter sinergias. Depois, aparecem as avalanches....mesmo sem neve!

E se as condições climatéricas piorarem?

Tuesday, January 09, 2007

Erros informáticos (humanos)

Para nós, a "informática" nunca pode ser responsabilizada, porque a "informática" não tem poder de decisão ou vontade própria.

Para nós, quando se diz que é "erro informático", para alijar responsabilidades, é sinal de irresponsabilidade.

Tudo isto, a propósito disto:
  • Cerca de 900 médicos internos estão hoje em protesto porque ficaram de fora no processo de colocação. Os médicos não querem ficar ser trabalhar por causa de um erro informático do Ministério da Saúde.

Porquê que em Portugal, poucas pessoas ou organizações gostam de assumir responsabilidades?

Saturday, January 06, 2007

Verdades na saúde

Retiramos algumas idéias que o Ministro da Saúde aqui deixou:
  • Os hospitais centrais e nos grandes aglomerados têm claramente médicos a mais, por padrões nacionais e internacionais. Há serviços de cirurgia com 30 camas e 30 cirurgiões. Bastavam dez. Já viu o que é ser operado por um médico que só faz uma cirurgia por mês? É um sistema que não nos serve. O número de oftalmologistas concentrado em alguns hospitais de Lisboa é exorbitante e inaceitável face a locais onde escasseiam.
  • O controlo de assiduidade é uma obrigação cívica. Não percebo como é que um organismo respeitado e responsável como a Ordem dos Médicos vem dizer que não deve haver controlo de assiduidade. Ou como é que um sindicato protesta. É a forma mais justa de se organizar o trabalho interno dos médicos e os recursos que o Estado entrega aos hospitais. Há médicos cumpridores, mas há também os que vão à boleia. É uma situação injusta e ineficiente que tem de ser corrigida. O contribuinte português não me autorizaria nunca a ceder nesta matéria.
  • O país gasta em horas extraordinárias 300 milhões de euros... Os médicos são mal pagos no seu salário-base, mas com as horas extraordinárias até são bem pagos, e muito bem, até regiamente, no caso dos que não cumprem o horário... Não são muitos, felizmente.

Comentários breves:

1. Estranhamos que o Professor Correia de Campos, que assumiu responsabilidades ministeriais por duas vezes, e tem tido outras responsabilidades no sector da saúde em Portugal, só agora venha admitir tamanhas disfunções de gestão, no seu Ministério. É caso para dizer, o que andam a fazer os inúmeros Responsáveis do Ministério da Saúde, ARS's e Administrações dos Hospitais, desde há muitos anos?

2. Gostávamos que o Ministro assumisse responsabilidades futuras específicas e calendarizadas, para corrigir as disfunções no sector da saúde. Infelizmente, não o fez!

Finalmente, ainda na mesma entrevista, o Senhor Ministro afirma uma inverdade, quando diz isto: O ano que passou demonstrou que conseguimos conter a facturação e pagamos a tempo e hora. O Tribunal de Contas ainda recentemente verificou que o Ministério da Saúde tem prazos de pagamento aos seus fornecedores enormes....

Friday, January 05, 2007

Nascer em Badajoz é mais barato

Achamos que Portugal passa por uma forte crise de identidade. Crise com um forte cariz moral, ético e de valores. Crise que não é novidade, nem é recente!

Não nos surpreende muito, mas deixa-nos um amargo sabor de derrota, esta notícia:
  • Os custos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com o nascimento de portugueses em Badajoz são inferiores em quase metade aos registados no hospital de Elvas, cujo bloco de partos encerrou em Junho, revela um estudo da tutela.

Somos suficientemente qualificados na área de gestão, para achar este "facto" anormal! Não compreendemos que num país com cerca de metade do poder de compra de um outro, tenha custos com a saúde ....do dobro! O Senhor Ministro da Saúde e parte da sua equipa, têm formação económica, aliás como alguns dos seus antecessores. Será que as Leis de Smith, Ricardo ou de Keynes, não se aplicarão a Portugal?

De acordo com o estudo, que avalia os resultados do fecho do bloco de partos de Elvas, a escolha das parturientes portuguesas pelo Hospital Materno Infantil Infanta Cristina, em Badajoz, revela-se mais barata para o SNS, dado que aí o internamento de obstetrícia custa 1.675 euros, contra 2.619 euros na unidade de Santa Luzia, em Elvas.

Mais comentários, para quê? E se o Governo optasse por utilizar o SNS de Espanha, para todos os portugueses?

Thursday, January 04, 2007

Assim não, Senhor Professor!

Sempre gostámos de ser "pessoas de bem". E dentro do conceito de "pessoa de bem" integra-se, sem dúvida, o conceito de pagamento a tempo e horas, das nossas responsabilidades.

Tudo isto, a propósito disto:
  • O Estado português deve mais de 1520 milhões de euros a fornecedores. Os números foram divulgados hoje pelo Tribunal de Contas e constam do parecer sobre a Conta Geral do Estado de 2005 entregue ao final da manhã na Assembleia da República por Guilherme d´ Oliveira Martins.
  • Quase metade deste bolo (46,8%) era dívida que já deveria ter sido paga mas que o Estado ainda não tinha saldado. O ministério da Saúde é o grande devedor, respondendo por quase 70% do total da dívida do Estado no final de 2005. No total, o ministério de Correia de Campos tinha há um ano mais de mil milhões de euros a pagar a empresas.
  • Nomes como a Abbott Laboratórios, a Pfizer ou GlaxoSmithKline são alguns dos exemplos. Também a Associação Nacional de Farmácias, devido às dívidas de comparticipações de medicamentos vendidos nas farmácias, está entre os maiores credores do Estado.

É que, quando não honramos os nossos compromissos, não podemos alardear virtudes e impor regras. Algo, que o Senhor Ministro da Saúde, gosta de fazer!

São necessárias mudanças na Saúde, em Portugal.

Continue, Senhor Professor II

O Professor Correia de Campos parece apostado em revolucionar a saúde. Não sabemos, se terá resultados conseguidos, mas sabemos que a saúde em portugal precisa de muita mudança.

Vejamos, o que o Ministro da Saúde propõe agora:
  • O Ministério da Saúde quer criar um novo hospital no concelho de Sintra, a ser construído e gerido pelo mesmo grupo privado que for responsável pela direcção da já existente unidade de Amadora/Sintra, anunciou esta terça-feira o ministro.

Mas, a revolução não se fica por aqui:

  • Correia de Campos deu ainda conta da sua intenção de alterar este ano o regime de trabalho dos médicos, com retribuição baseada no desempenho.
  • Segundo o governante, os médicos poderão optar por dois novos regimes de horários de trabalho nos serviços públicos de saúde (40 horas semanais ou 20 horas semanais), e o seu salário vai ser «acrescido de incentivos pelo desempenho realizado».
  • Correia de Campos reconheceu que não existem hoje indicadores do trabalho hospitalar que possam constituir uma base para fixar o desempenho a retribuir, pelo que este terá de ser elaborado.

Finalmente, o jargão da gestão está a chegar ao Ministério da Saúde. Saúde-se!

Wednesday, January 03, 2007

Expansão do sector privado da saúde

Numa fase em que o SNS demonstra fragilidades e deficiências de gestão, o sector privado da saúde está saudável e cresce, conforme se refere aqui:
  • As clínicas privadas em Portugal cresceram em média 14% ao ano entre 2000 e 2005, com a facturação a passar de 314 para 610 milhões de euros.

E o crescimento vem sobretudo das Seguradoras: As receitas decorrentes de acordos com seguradoras e mutualidades reforçaram a fracção sobre o total do sector em Portugal, tendo em 2005 representado 44% do valor do mercado. E, o gasto per capita em seguros de doença duplicou entre 1999 e 2005, atingindo neste último ano 35 euros.

A força do sector privado da saúde começa a ser relevante:

  • Actualmente o número de clínicas privadas não comparticipadas ascende a 39, com um total de 2.100 camas, a que se juntam mais 900 camas em clínicas privadas comparticipadas e centros públicos geridos por operadores privados.
  • Lisboa dispõe de mais de 50% da dotação de camas, com 81 camas por clínica, para uma média nacional de 54 camas.
  • A oferta concentra-se nas cinco maiores empresas gestoras de clínicas privadas - a José de Mello Saúde, Grupo Espírito Santo Saúde, Hospitais Privados Portugueses (HPP), Grupo Português de Saúde e Clisa.

Tuesday, January 02, 2007

Continue, Senhor Professor

A propósito do controlo da assiduidade dos profissionais de saúde, criou-se uma crise, de que deixamos as principais passagens:
  • carta de demissão dos 19 directores de serviço foi entregue na passada sexta-feira na Direcção Clínica do Hospital Pedro Hispano, enquanto decorria um encontro com o bastonário da Ordem dos Médicos no auditório do hospital, para debater precisamente este controlo de assiduidade.
  • o Hospital Pedro Hispano e os quatro centros de saúde de Matosinhos, está a controlar a assiduidade dos seus funcionários desde o princípio deste mês, em regime experimental, através de um sistema de impressões digitais.
  • A Delegação no Norte da Ordem dos Médicos (OM/Norte) criticou a medida adoptada pela unidade de Matosinhos, por considerar que reduz a actividade médica a «um exercício essencialmente burocratizado».
  • o bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, contestou a introdução do controlo de assiduidade, considerando que o relógio de ponto «só leva ao jogo do faz do conta».
  • Pedro Nunes disse que «os médicos controlam-se a si próprios, através dos seus directores de serviço, porque só tem um patrão, o seu doente.

O Professor Correia de Campos fez o que lhe competia:

  • O ministro da Saúde afirmou hoje em Matosinhos que os directores de serviço do hospital local, que sexta-feira anunciaram a intenção de se demitirem em protesto contra o modelo de controlo de assiduidade, vão manter-se nos cargos.
  • o ministro António Correia de Campos disse desconhecer a existência de qualquer pedido formal de demissão.
  • Este sistema, que segundo o ministro será generalizado a todos os hospitais e centros de saúde do país, vai permanecer em regime experimental no hospital de Matosinhos (Pedro Hispano) até ao final do mês de Fevereiro.

Comentários finais, nossos:

  1. Verifica-se pela crise "Pedro Hispano - Controlo da Assiduidade", que há muita falta de princípios e de práticas de gestão, comum, nos Hospitais portugueses.
  2. É lamentável, que os Médicos desconheçam um princípio simples, de horário flexível e do seu controlo, em vigor na generalidade das organizações portuguesas.
  3. É lamentável, que o Bastonário da Ordem, venha afirmar publicamente, que os médicos estão em auto-gestão!

Bom Ano Novo, para o Ministro da Saúde!

Monday, January 01, 2007