Sunday, January 14, 2007

Fractura evidente

Analisamos a temática da saúde, há já alguns anos. E há já alguns anos, que verificamos a tendencia insustentavel, do actual modelo da saúde, conforme está previsto na Constituição da República.

O poder político, quer manter uma esperança artifical na população (a gratuitidade dos serviços da saúde), com medo de ter que enfrentar os velhos fantasmas do passado. É como se costuma dizer, uma forma de ....adiar a morte! Nada mais.

Depois de soluções de carácter constitucional muito dúbio, como a criação das taxas moderadoras (!!!) relacionadas com o internamento hospitalar, somos agora bombardeados com isto:
  • a criação de um novo imposto para o sector "é uma hipótese, como todas as outras".

Sempre existiram tentativas dos diferentes tipos de Estados, de castigarem as suas populações, com a criação de novos impostos, para suportar as élites governantes. Para nós, esta é mais uma tentativa adicional (depois de sucessivos aumentos do IVA, do imposto de combustíveis, e, entre outros, de vários impostos nacionais ou locais, sobre o património e o consumo), para suportar a ineficiência da "máquina estatal".

Já elencamos várias vezes, diversos problemas estruturais na saúde, em Portugal, que levam à insustentabilidade do sistema público:

  1. Falta de rigor na gestão hospitalar e dos cuidados de saúde primário, que se reflectem sobretudo, na falta de controlo e de responsabilidade inerentes.
  2. Elevada promiscuidade em diferentes áreas, das relações entre o Estado e alguns dos seus prestadores, de que é o maior exemplo, a dupla participação pública e privada, dos Médicos.
  3. Falta de disciplina e de controlo dos vários operadores, motivada pela inexistencia de mecanismos de controlo dos vários níveis de serviço (exemplo: quantos doentes atende um Médico, num Centro de Saúde? qual o rácio de número de medicamentos prescrito por doente atendido, por Médico?).

Deixamos apenas estes exemplos, poderiam ser várias dezenas. Perante a total incapacidade dos actuais Administradores da Saúde Pública, aparecem-nos estas notícias de "pré-aviso" de novos impostos. A reacção, só pode ser tumultuosa. Em alternativa, só vemos uma solução: a maciça privatização dos serviços de saúde.

É pena que assim venha a ser!