Thursday, October 28, 2010

Os predadores do SNS - X

Os predadores têm que ser abatidos. Mas, também pode acontecer que os predadores acabem com o SNS, ou até eventualmente ajudem a acabar com Portugal, livre e independente. Seja como for, não será fácil lidar com um conjunto de entidades que vivem do Estado e dentro do Estado, que por vezes se chamam parasitas (são organismos que vivem em associação com outros aos quais retiram os meios para a sua sobrevivência, normalmente prejudicando o organismo hospedeiro, um processo conhecido por parasitismo).

Vejamos o seu grau de imensa capacidade para se refastelarem: Teixeira dos Santos apresenta as contas: um acréscimo de despesa de 580 milhões de despesa da Estradas de Portugal (decorrente da perda de receita de não se avançar com a concessão Centro e do atraso nas portagens nas SCUT, que chegaram a estar previstas para 1 de Julho), cerca de 400 milhões de redução da receita não fiscal, um desvio de 500 milhões da despesa no Serviço Nacional de Saúde, e mais 260 milhões para as autarquias e regiões.

E o que fazer? Teixeira dos Santos é absolutamente incapaz de lidar com estes predadores ou parasitas. Ou seja, só tem que ser substituído. Ou seja, Teixeira dos Santos está a ser devorado pelos predadores. De Ana Jorge, nem se sabe o que anda a fazer! Talvez ande a tratar da superbactéria!

Wednesday, October 27, 2010

Ligações perigosas II

Jorge Torgal foi até Janeiro deste ano consultor da Glaxo, o laboratório que vendeu a Portugal seis milhões de vacinas da gripe A, a pandemia que afinal não foi. Além disso, Torgal é há muito tempo um grande, grande amigo da ministra Ana Jorge. Tão amigos que foram vistos não há muito tempo a passear juntos em Lisboa. É evidente que nestas coisas da política também se pode aplicar a máxima dos negócios: amigos, amigos, negócios à parte. Mas como estas coisas andam sempre ligadas e a Glaxo até foi boazinha e aceitou a devolução de metade do lote de vacinas sem encargos para o Estado, é mais do que justo este prémio ao Jorge Torgal.

Tuesday, October 26, 2010

O Império contra-ataca

Já se esperava. Um país que vive acima das suas posses. Um país, em que o Estado, as famílias e as empresas, se habituaram a viver à conta dos outros. Um país que demonizou os que vivem do "rendimento social de inserção", mas que é no fundo, ele próprio, um país que vive do "subsídio europeu" e do empréstimo do sistema financeiro internacional. Apesar de tudo isso, alguns dos que continuam a viver no topo da piramide, ainda acham que só podem continuar no "business as usual".

Vejamos estas "primas-donas" do Regime:
  • A Ordem dos Médicos (OM) considerou hoje «um absurdo, um erro» a recente legislação sobre prescrição do medicamento, pelas consequências na saúde pública e por distinguir os que têm e não têm dinheiro para os pagar. Em conferência de imprensa, em Coimbra, o Conselho Nacional Executivo da OM, afirmou que «por dever de verdade» não podia deixar de expressar «a maior preocupação sobre as consequências em termos de saúde, económicas e pela inaceitável discriminação dos portugueses mais desfavorecidos».
  • O abaixamento em seis por cento no preço dos medicamentos vai prejudicar a indústria farmacêutica, pondo em causa entre 1500 a 2 mil postos de trabalho e com prejuízos financeiros entre 150 milhões a 170 milhões de euros. O alerta foi hoje dado pela Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma), para a qual a redução sistemática do preço dos medicamentos é vista «com muita apreensão».

Ou seja, esta gente deve pensar que o cidadão que trabalha árduamente, e que cumpre as suas obrigações fiscais, ainda deve agradecer a esta gente, pelo facto de se servirem de Portugal! O feudalismo já acabou há muito tempo.

Sunday, October 24, 2010

Os predadores do SNS - IX

São múltiplos os defensores do SNS, pelo menos, os que dizem que defendem o SNS. Bem sabemos também, que muitos dos que dizem defender o SNS, se limitam a viver na sua sombra, quais ervas daninhas, assumindo uma retórica cínica e oportunista, mas sem dúvida, delapidadora.

Repare-se nestes atentados prepertados pelos próprios Órgãos do Estado, supostamente defensores da Lei, e por isso do SNS:

1. O Ministério da Saúde gasta 200 mil euros por mês com dois hospitais que estão desactivados desde Fevereiro, altura em que abriu o novo hospital de Cascais, em Alcabideche. Tratam-se na prática de dois edifícios, o velho hospital no centro da vila de Cascais e o hospital ortopédico, em Carcavelos. Em comunicado, o Ministério diz que, de facto, ambos estão desactivados desde Fevereiro, mas acrescenta que uma coisa é a extinção de facto outra é a extinção de direito.Justifica depois que a extinção é concretizada por causa dos 200 mil euros mensais que são gastos com remunerações e também com a gestão e manutenção dos dois edifícios.

2. "Deve ser um lapso. Porque se o antigo hospital não estiver extinto formalmente, está-o de facto. Qualquer dos dois edifícios estão vazios. Todo o profissional foi absorvido pelo novo hospital de Cascais e não tem ninguém lá a trabalhar. Aliás, todo o equipamento que lá estava foi doado para a Guiné e para instituições nacionais de solidariedade social, como a Cruz Vermelha e Misericórdia", explicou ao DN António Capucho, presidente da Câmara de Cascais.

Ninguém vê estas situações de lesa-contribuinte? E o Parlamento, Órgão máximo da democracia, o que faz? Como é que alguém que pratica estes atentados de lesa-contribuinte, pode ter o arrojo de vir pedir sacrifícios a quem trabalha diáriamente e paga este desnorte governamental?

Post scriptum: quem receberá os 200 mil euros mensais?

Thursday, October 21, 2010

To keep baby safe

Two million Graco strollers were recalled today after reports that four children died as a result of being strangled by the strollers. Consumers are urged to stop using the strollers immediately. In addition to the four deaths, which occurred between 2003 and 2005, there have been reports of five infants becoming entrapped, resulting in cuts and bruises, and one report of an infant having difficulty breathing. Entrapment and strangulation can occur, especially to infants younger than 12 months of age, when a child is not harnessed. An infant can pass through the opening between the stroller tray and seat bottom, but his/her head and neck can become entrapped by the tray. Infants who become entrapped at the neck are at risk of strangulation. The recall - announced jointly by Graco and the U.S. Consumer Product Safety Commission - involves Graco Quattro Tour strollers and travel systems manufactured prior to November 2006 and MetroLite(TM) strollers and travel systems manufactured prior to July 2007.

Wednesday, October 20, 2010

Muito riso e pouco siso

Ana Jorge garantiu que o OE não afectará a qualidade dos serviços prestados.

Para o presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares o Orçamento do Estado para 2011, no que diz respeito à área da Saúde, faz “um bom enfoque” na melhoria das questões de gestão e eficiência, mas é bastante “vago” e “foca-se em questões conjunturais e não estruturais”. Pedro Lopes acredita o corte de 12,8 por cento na despesa consolidada (dos 9818 para os 8563 milhões de euros) – o maior de todos os sectores – “não terá impacto imediato na prestação de cuidados”. No entanto mostra-se “preocupado” por o documento olhar para o novo ano sem ter em consideração as dívidas acumuladas pelo Serviço Nacional de Saúde.

Adalberto Campos Fernandes sugere mesmo um novo formato de organismos, que seria encabeçado por um Instituto Nacional de Saúde dividido em departamentos. Nele poderiam ser integrados, por exemplo, o Instituto da Droga e da Toxicodependência ou o Instituto Português do Sangue. Da mesma forma, insiste que não faz sentido termos uma Direcção-Geral da Saúde e um Alto Comissariado da Saúde. Sobre a avaliação dos gestores diz: “A avaliação da gestão é importante mas mais imprescindível era haver uma cultura global de avaliação que abrangesse todos os envolvidos, como os dirigentes intermédios”.

Monday, October 18, 2010

O Estado Social "coimatoso" da saúde


A ministra da Saúde garantiu que as coimas para quem não pagar as taxas moderadoras, no valor mínimo de 100 euros, só entram em vigor quando estiver definida a forma de pagamento. A ministra da Saúde confirmou que a medida está incluída no novo Orçamento, mas negou que o valor seja excessivo ou discriminatório, justificando que se “as pessoas cumprirem não pagam multas”.

Com a verdade me enganas

É um ditado antigo e popular. Assim, nos parece isto: Ao mesmo tempo que defende com unhas e dentes a Saúde e a Educação públicas, o Governo de Sócrates faz os maiores cortes nos orçamentos sectoriais exactamente nestas duas pastas.

Evidentemente que o SNS tinha laivos interessantes, como seja a sua democraticidade, ou seja, era acessível aos ricos e aos pobres, era acessível aos que vivem na cidade e na aldeia, era acessível até a muita gente que nem português era, tendo como base a solidariedade com os luso-africanos, que vinham e ainda vêm tratar-se aos hospitais públicos portugueses.

Misturavam-se no SNS, hospitais topo de gama, como os Hospitais da Universidade de Coimbra, com hospitais decadentes, como o Hospital de Vila Franca de Xira ou o Hospital Curry Cabral. Nunca houve um SNS. Existiam sítios muito acessíveis e decentes. Havia muita imundice, muita irresponsabilidade.

Agora, quem tem o mandato para mandar no país, pelo menos parcialmente, quer fazer a quadratura do círculo: o ministério de Ana Jorge é o que mais sofre com cortes na despesa consolidada, passando dos 9,8 mil milhões de euros para os 8,5 mil milhões (menos 12,8%).

É impossível, e apenas por uma razão: habituaram mal e a viver à grande e à portuguesa, uma quantidade de gente, desde os médicos que pululam por muitos hospitais centrais, que "picam o ponto" às 9h05m, e já estão a caminho do almoço pelas 12h30m, passando pelos custos descontrolados com medicamentos, com fornecimentos de parceiros "a jeito", etc.

E agora, travagem às quatro rodas? Com a verdade me enganas!

Sunday, October 17, 2010

Retalho farmacêutico: sobre ataque

Estamos todos sobre ataque. Quem? Os que trabalham e os que pagam impostos. São todos os portugueses? Não. Só trabalham cerca de 4 milhões de portugueses. Só pagam impostos cerca de 50% dos portugueses. Falta considerar que muitos activos estão desempregados e que muitos activos fingem que trabalham.

O Orçamento de Estado 2011 ataca todos os que ajudam a construir riqueza, quer trabalhem por conta de outrém, nas empresas ou no Estado, quer sejam empresários. E neste enquadramento, os retalhistas farmacêuticos, denominados farmácias comunitárias ou de oficina, vão ter a concorrência acrescida:
  • Este ano, todos os hospitais com serviços de urgência deverão passar a ter uma farmácia aberta ao público, prevê a versão preliminar do Orçamento de Estado para 2011.
  • O alargamento da criação de farmácias a todos os hospitais do SNS é uma das várias medidas com que a tutela espera "aumentar o acesso ao medicamento".

Portugal não é um sítio bom para se estar, a partir de agora. Nós já o esperávamos, há algum tempo.

Thursday, October 14, 2010

Os predadores do SNS - VIII

Finalmente um ponto positivo:
  • A oposição aprovou hoje diplomas do CDS-PP para generalizar a prescrição de medicamentos genéricos e a dispensa de fármacos em unidose, com críticas unânimes à «inércia» do Governo nestas áreas. O projeto de lei para generalizar a prescrição de medicamentos por princípio ativo (genéricos) foi aprovado com os votos favoráveis do CDS-PP, PSD, PCP, BE e PEV e contra do PS.

Naturalmente, os predadores contra-atacam:

  • A Ordem dos Farmacêuticos saudou hoje a aprovação pelo Parlamento da prescrição de medicamentos por princípio activo mas criticou a aprovação da unidose sem garantias definitivas da segurança desse modelo e dos seus benefícios.
  • A Apifarma condenou hoje as iniciativas aprovadas na Assembleia da República sobre a prescrição de medicamentos, sobretudo a generalização da prescrição por denominação comum internacional (DCI), que considera poder vir a ter consequências catastróficas para o setor.

Curiosa é a posição do partido do governo, que supostamente deveria defender a unidose e a prescrição por DCI, como forma de controlar custos, num orçamento da saúde em total desequilíbrio (sabendo-se que a factura dos medicamentos é superior a 20% do total dos gastos com a saúde). Provavelmente, deverão haver razões que a própria razão desconhece!

Wednesday, October 13, 2010

Lições de Gestão pata Totós


Há por aí muito aprendiz de feiticeiro, que fala em gestão ou administração, sem sequer saber como se governa uma despensa de uma casa de família. Muitos deles, por mero acaso ou por força de cartão partidário, calha-lhe em sorte a "gestão" da coisa pública. Zás, grande sorte!

Numa qualquer livraria, encontram-se livros, em edições sucessivas, sobre Gestão para Totós. Têm algo de muito inovador? Talvez não, mas trazem ensinamentos básicos que podem corrigir sucessivas alarvidades que alguns "gestores" da coisa pública vão cometendo diáriamente, vejamos alguns:

1. A 25 de Agosto, a ADSE notificou as farmácias de que a partir do dia 1 de Setembro " a despesa com medicamentos prescritos e dispensados a beneficiários da ADSE mas atendidos por médicos no âmbito de qualquer estabelecimento integrado ou ao serviço do SNS deverá ser financeiramente assumida pelos Serviços do Ministério da Saúde". A AFP (Associação das Farmácias Portuguesas) pediu esclarecimentos à Administração Central de Sistemas de Saúde (ACSS) que “garantiu que não tinha quaisquer condições logísticas para processar essas facturas” em tão pouco tempo (cinco dias), e que “ a medida não era para implementar”, explicou o assessor de imprensa da AFP.

2. A ADSE, tutelada pelas Finanças, pagou em Agosto 50% da dívida e passou a responsabilidade do restante para o Ministério da Saúde. Ontem, fonte oficial do Ministério das Finanças reconheceu que "de facto, no âmbito do memorando de entendimento para o financiamento directo do SNS, firmado em finais de 2009 e subscrito pelos Ministros das Finanças, da Administração Interna, da Defesa e da Saúde foi acordado que a ADSE só seria responsável pelo pagamento dos encargos com os medicamentos, adquiridos em farmácias, quando prescritos por entidades não abrangidas pelo SNS".

3. A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) quer saber se o Ministério da Saúde vai continuar a financiar o transporte de doentes em ambulâncias, propondo uma reavaliação global desta actividade.

4. O Conselho Directivo do INEM foi demitido ontem, quarta-feira, pelo Ministério da Saúde. Faltavam mais de quatro meses para terminar a comissão de serviço da direcção demitida (Fevereiro de 2011), mas o Ministério da Saúde decidiu antecipar a mudança. Os exonerados deverão ser indemnizados.

5. Ministério da Saúde mostra abertura para “desafogar” os bombeiros. O secretário de Estado da Saúde, Óscar Gaspar, recebeu hoje, sexta-feira, a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) e mostrou abertura para resolver a questão das dívidas dos hospitais aos bombeiros, que estão a causar problemas de tesouraria.

Percebemos, por estes e por muitos outros casos, a razão de sucesso do livro "Gestão para Totós".

Post Scriptum: presentemente, o Ministério da Saúde é dirigido por dois médicos e um economista.

Sunday, October 10, 2010

Os predadores do SNS - VII

Estamos ao rubro. Percebe-se que afinal há muito predador de Portugal, e não apenas do SNS. Já o sabíamos. Todos os dias, os media se entretêm a descobrir faustosas festas por tudo quanto é órgão da administração central, regional e local. Ainda dizem que não é possível cortar nas despesas. Só não corta nas despesas, quem tem dinheiro. Bem, Portugal parece que não tem dinheiro, mas vive dos empréstimos dos "especuladores financeiros". Como diria o saudoso Fernando Pessa, "e esta, hein!".

Mas, vejamos mais predadores do SNS:

1. A Associação de Profissionais da Saúde Espanhóis em Portugal (APSEP) disse à agência de notícias espanhola EFE que actualmente trabalham em Portugal 1800 médicos espanhóis. Quase 2200 exerciam em território nacional há cinco anos. O presidente do organismo explicou à EFE que com a descida salarial dos funcionários – que pode ir até aos dez por cento para os ordenados mais elevados – incluída pelo executivo de José Sócrates no seu pacote de medidas de austeridade, um médico do sector público ganhará em Portugal entre 20 a 25 por cento menos do que em Espanha. Apesar de reconhecer que ainda é cedo para tirar conclusões, uma vez que a redução salarial é recente, Xoán Gómez considera que as vantagens que Portugal oferecia já não existem e que há agora “mais pressão sobre os médicos” espanhóis.

2. Primeiro sim, depois não e agora de novo sim. O Governo recuou e, afinal, os aposentados do Estado que acumulam salários com pensões vão manter-se nesta situação e não serão obrigados a prescindir da reforma. Em causa estão responsáveis de empresas públicas, consultores, médicos, deputados, autarcas e o próprio Presidente da República, que estejam a acumular o salário pelas funções públicas que desempenham com pensões pagas pela Caixa Geral de Aposentações.

Já sabíamos que "Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros", mas agora, ficamos a saber que os médicos espanhóis que trabalham em Portugal ameaçam ir-se embora, e que os médicos aposentados fazem parte (em conjunto com o Presidente da República) dos que não querem ceder o privilégio de auferirem salário e pensão de reforma, em simultâneo.

Mas, os outros portugueses estarão condenados a pagar tudo e "um par de botas", para serem "servidos" pelas élites improdutivas do país?! Até quando?

Thursday, October 07, 2010

Os predadores do SNS - VI

E como os recursos começam a escassear, começa a luta entre clãs:

1. O presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF) lançou hoje um conjunto de suspeitas sobre a política de comparticipações dos medicamentos em Portugal e propôs a extinção da autoridade reguladora do sector. Entretanto, os portugueses vão gastar mais 300 milhões de euros num ano devido às novas regras de comparticipação.

2. Na comissão parlamentar de Saúde, João Cordeiro denunciou a situação da comparticipação de um medicamento antiepilético que "apenas foi considerado inovador em Portugal". João Cordeiro sublinhou ainda que este medicamento tem custos diários 10 vezes superiores aos seus equivalentes: "o preço é um escândalo. Acho que o preço exige mesmo uma investigação policial".

3. A ANF frisa ainda que este medicamento não se encontra comparticipado em nenhum outro país da Europa e que apenas foi considerado inovador pela Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed).

4. A ANF disse ainda estranhar que o Governo vá financiar com 600 milhões de euros a investigação científica no laboratório que produz o Zebenix.

5. "Não percebo a necessidade do Infarmed em Portugal, sobretudo quando temos uma agência europeia do medicamento. Acho que o Infarmed é puro custo. Uma estrutura daquelas, com uns cerca de 300 funcionários, acho que é desnecessária", declarou João Cordeiro aos deputados.

6. João Cordeiro afirmou também que "alguma coisa de estranho se passa" com a venda de fármacos de alguns laboratórios em Portugal, que registaram crescimentos de mil ou dois mil por cento através de prescrições de determinados centros de saúde. "Não é por acaso que a indústria farmacêutica investe milhões na sua relação com os médicos", declarou ainda o representante dos proprietárias das farmácias.

Perante tanta "evidência", o que farão os chamados "representantes do povo"? Provavelmente, estarão preocupados com a próxima performance da Selecção Nacional de futebol!

Wednesday, October 06, 2010

Os predadores do SNS - V

Fonte: aqui.


Há bastante tempo que vamos aqui escrevendo sobre a utilidade do SNS. O SNS faz falta para que Portugal não caia na armadilha da América Latina.

Ainda assim, o SNS é muito questionável, sobretudo pela sua fundação excessivamente pública. Contudo, os governantes, a quem os portugueses delegaram a sua vontade, foram cedendo a um conjunto de corporações ávidas de lucros e de mordomias: a Indústria e os distribuidores farmacêuticos, os poderosos feiticeiros modernos, os múltiplos interesses dos funcionários públicos, os micro-poderes do Ministério da Saúde (os administradores hospitalares, os múltiplos Institutos Públicos e Órgãos de Staff, etc.).

E os contribuintes? E os doentes? Foram progressivamente colocados como "não-prioritários" face aos poderes de clã.

Não somos contra o lucro. Mas, quem deve ter o poder, devem ser os doentes e sobretudo quem paga, que são os contribuintes. O SNS deve servir os doentes e não servir primeiro todos aqueles clãs.

Tanto abusaram, que o SNS já não é tendencialmente gratuito, mas é antes, tendencialmente pago integralmente (como se passou desde sempre com as despesas de saúde oral ou com as próteses oculares).

E agora, querem que os contribuintes paguem cada vez mais impostos e usufruam de um SNS, que tem cada vez mais taxas e comparticipações?

Tuesday, October 05, 2010

Anorexia

Families of anorexic patients who were once held responsible for adolescents succumbing to the dangerous eating disorder are becoming increasingly incorporated in the solution. Families of anorexic patients who were once held responsible for adolescents succumbing to the dangerous eating disorder are becoming increasingly incorporated in the solution.

Daniel Le Grange, one of the authors of the study and director of the Eating Disorders Porgram at the University of Chicago said the Maudsley model-developed at the Maudsley Hospital in London more than 20 years ago calls for parents to take on the responsibility of feeding a severely underweight child making it impossible not to eat. B. Timothy Walsh, an eating-disorder researcher and professor of psychiatry at the New York State Psychiatric Institute, Columbia University Medical Center, who wasn't involved with the study said, “This is additional evidence that involvement of the family can be a very effective way in helping kids overcome their problems.”

Monday, October 04, 2010

Prémio Nobel da Medicina 2010

Britain's Robert Edwards, the "father of the test tube baby", won the 2010 Nobel Prize for Medicine on Monday for his work on in-vitro fertilisation, a "milestone" in medicine, the Nobel jury said.

"His achievements have made it possible to treat infertility, a medical condition afflicting a large proportion of humanity including more than 10 per cent of all couples worldwide," the Nobel Assembly at the Swedish Karolinska Institute said.

Edwards, 85, won the prestigious prize for his work on in-vitro fertilisation (IVF), which has helped millions of infertile couples to have a child.

Sunday, October 03, 2010

O SNS é mentiroso

O artigo 64º da Constituição da República diz isto: "O direito à protecção da saúde é realizado.....Através de um serviço nacional de saúde universal e geral e, tendo em conta as condições económicas e sociais dos cidadãos, tendencialmente gratuito".

Esta é a lenga-lenga oficial. A realidade é dramáticamente diferente:

1. O governante (secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Manuel Pizarro) reconheceu que as alterações na comparticipação dos medicamentos vão ter um "impacto desagradável" nos doentes, mas acusou "interesses instalados", numa alusão às farmacêuticas, de mais uma vez estarem a criar "ruído" em torno de uma matéria que lhes desagrada.
2. O Ministério começou esta manhã por dizer que houve um erro, porque deveria entrar tudo em vigor ao mesmo tempo. Mas se houve erro, decidiu não corrigi-lo. E, assim, em comunicado desta tarde, esclarece que entra mesmo em vigor amanhã o corte das comparticipações. Desta forma a poupança do Estado faz-se, por enquanto, exclusivamente à custa do utente. No essencial, o diploma reduz em 5% as comparticipações do Estado. No escalão A, passa de 95 para 90%. E acaba-se de vez com os medicamentos gratuitos para idosos de mais baixo rendimentos.
3. Novos cortes nas comparticipações em medicamentos e despesas com pessoal são caminhos alternativos que, por enquanto, o Ministério da Saúde não assume até porque também parece apanhado de surpresa pelos sucessivos cortes impostos pelas Finanças.
4. Ana Jorge afirmou ontem, domingo, que serão introduzidas "medidas correctivas" para baixar o gasto em medicamentos como os antidepressivos, dos mais altos a nível europeu. A ministra da Saúde admite que essa parte da factura do SNS se deverá a "facilitação" na receita.

Onde está o SNS tendencialmente gratuito? Quem paga as despesas com a saúde oral? Quem paga tendencialmente mais os medicamentos? Quem paga tendencialmente mais os meios complementares de diagnóstico (os Raio-X, os TAC's, as ressonâncias magnéticas, etc.)? Não estamos nós perante uma completa falácia? Não estamos nós a ser governados por pantomineiros que não cumprem a própria Lei, ainda que a queiram manter formalmente?