É um ditado antigo e popular. Assim, nos parece isto: Ao mesmo tempo que defende com unhas e dentes a Saúde e a Educação públicas, o Governo de Sócrates faz os maiores cortes nos orçamentos sectoriais exactamente nestas duas pastas.
Evidentemente que o SNS tinha laivos interessantes, como seja a sua democraticidade, ou seja, era acessível aos ricos e aos pobres, era acessível aos que vivem na cidade e na aldeia, era acessível até a muita gente que nem português era, tendo como base a solidariedade com os luso-africanos, que vinham e ainda vêm tratar-se aos hospitais públicos portugueses.
Misturavam-se no SNS, hospitais topo de gama, como os Hospitais da Universidade de Coimbra, com hospitais decadentes, como o Hospital de Vila Franca de Xira ou o Hospital Curry Cabral. Nunca houve um SNS. Existiam sítios muito acessíveis e decentes. Havia muita imundice, muita irresponsabilidade.
Agora, quem tem o mandato para mandar no país, pelo menos parcialmente, quer fazer a quadratura do círculo: o ministério de Ana Jorge é o que mais sofre com cortes na despesa consolidada, passando dos 9,8 mil milhões de euros para os 8,5 mil milhões (menos 12,8%).
É impossível, e apenas por uma razão: habituaram mal e a viver à grande e à portuguesa, uma quantidade de gente, desde os médicos que pululam por muitos hospitais centrais, que "picam o ponto" às 9h05m, e já estão a caminho do almoço pelas 12h30m, passando pelos custos descontrolados com medicamentos, com fornecimentos de parceiros "a jeito", etc.
E agora, travagem às quatro rodas? Com a verdade me enganas!