Sunday, August 19, 2007

Tuberculose em Portugal, no Século XXI

O SNS está associado a muitos exitos alcançados na saúde, em Portugal, como por exemplo, o aumento da esperança média de vida e a baixa taxa de mortalidade infantil.

Mas, há também lados muito negros associados à prestação do SNS: a taxa de SIDA/ Aids, que é das maiores da Europa, e também a persistente tuberculose.

Vejamos esta notícia dantesca: A incidência da tuberculose entre os funcionários do Hospital de S. João (HSJ), no Porto, é quase seis vezes a taxa nacional da doença entre profissionais de saúde.

E os detalhes são ainda mais elucidativos:
  • Com uma taxa de 260 casos por cem mil, o HSJ ressente-se do facto de estar inserido no distrito português com mais casos de tuberculose no país, 45,4 por cem mil habitantes, contra 29,4 para todo o país.

  • Ora, se o distrito do Porto tinha uma incidência de 45,4 no ano passado, os funcionários hospitalares deveriam revelar uma taxa de 68. Mas atingiram os 260 por cem mil.

  • A tuberculose entre profissionais de saúde apresenta uma taxa de 11 por cem mil na Escócia, 45 em Portugal e 400 em Hong Kong. O que coloca o HSJ perto dos níveis asiáticos, sobretudo se atentarmos nos números de 2005, ano em que ocorreu um surto no serviço de otorrinolaringologia a taxa de incidência chegou aos 420 casos por cem mil!

  • Em 4172 pessoas rastreadas (num universo de 5100 funcionários cuja rotação dificulta a avaliação a 100%), 1694 revelaram prova positiva de tuberculina. Ou seja, em algum momento da vida, 40% dos profissionais do HSJ contactaram com o bacilo, fosse por infecção assintomática, fosse por já ter tido tuberculose activa, fosse por ter recebido a vacina do BCG recentemente (que faz com que fiquem traços do bacilo no organismo durante cinco a dez anos).

A situação é muito grave, mas para um Alto Funcionário da Direcção Geral de Saúde, parece que a situação é comezinha: O número não é visto por Torres da Costa (Coordenador do Programa Nacional de Luta Contra a Tuberculose) como assustador desses, apenas 12 apresentam risco significativo de ter tuberculose activa, por terem sido infectados há menos de dois anos.

Coitados dos portugueses, que caiem nas mãos de Altos Funcionários, como este.