É uma velha discussão, não só por cá, mas em todo o mundo desenvolvido: quando alguém morre, sem ser por morte natural ou por acidente, de quem é a responsabilidade?
Quem trabalha no sector da saúde, está cada vez mais sobre o "tiro ao alvo"! Não estamos a brincar, basta ler o custo das indemnizações por problemas de incúria ou negligência, nos EUA ou no Canadá, para perceber, o que aí vem.
Dizem muitos dos principais "Senhores da Saúde", que não se podem mediatizar as situações! Não podem? E a força dos novos media? E o poder acrescido dos clientes (os pacientes estão em desaparecimento) da saúde? E porque há-de a responsabilidade ser grande em outros sectores e profissões, e não ser identica na saúde? Não têm muitos dos funcionários do sector da saúde, um estatuto e rendimentos elevados, em comparação com outras profissões? De que se queixam? Não gostam....então têm que mudar de sector!
Tudo isto, a propósito desta notícia: Uma operadora do INEM foi suspensa por cinco dias e foram abertos dois processos de averiguação, na sequência do relatório da Inspecção-Geral das Actividades de Saúde (IGAS) sobre a morte de duas pessoas em Torres Novas em Maio passado.
E justifica-se com: O relatório refere um “acumular de erros” na assistência às duas vítimas (pai e filho) que estavam em paragem cárdio-respiratória. Estes erros foram desde uma deficiente avaliação do caso pelos serviços de atendimento do INEM, confusão de localização do incidente e aconselhamento de um meio inadequado.
Pois, errar é humano. Mas, estaremos apenas a falar de erros? Então, e suspende-se uma funcionária, apenas pela existência de erros? Ou a suspensão existiu para calar as vozes que clamam por justiça? Não há resposta!