A oncologia é uma parte da saúde a que todos fugimos. Mas, não há como fugir, para muitas pessoas. Têm (temos) que enfrentar a situação.
As crianças que são vítimas de cancro, não são tão poucas como pensamos. E custa, se calhar mais, ver uma criança num serviço de oncologia, do que um adulto. Mas, quem trabalha em oncologia, tem que coseguir maravilhas, ainda que por vezes não seja um trabalho fácil.
- O IPO do Porto está a desenvolver um projecto para investigar as mazelas cognitivas nas crianças que sobrevivem ao cancro. Segundo a instituição, dois terços dos sobreviventes oncológicos infantis manifestam, pelo menos, um efeito neuropsicológico nefasto.
É que sobreviver a um cancro é algo de extradordinário, mas muitas mazelas e sequelas, ficam para o resto da vida, e no caso das crianças, ainda em fase de crescimento, a recuperação da parte psíquica é ainda mais importante do que nos adultos.
Vejamos, mais detalhes deste caso:
- Entre as possíveis complicações a longo prazo estão: limitações no crescimento e desenvolvimento da criança, disfunções neurocognitivas, problemas cardiopulmonares e gastrointestinais e ainda sequelas músculo-esqueléticas.
- Adoíndo Pimentel, Director do Serviço de Psico-Oncologia do IPO-Porto salienta “que o número de crianças sobreviventes de cancro é cada vez mais elevado. No entanto, é inegável que os tratamentos, quando actuam sobre o Sistema Nervoso Central, têm consequências neurocognitivas e psicológicas deveras negativas para as crianças".
E ainda este lado, mais cruel:
- Os cancros infantis mais frequentes: As leucemias e os tumores cerebrais são as formas mais representativas de cancro na infância e o tratamento deste tipo de cancro pode ter um impacto intelectual e neuropsicológico negativo de largo espectro, contribuindo para os défices cognitivos na memória visual, na atenção/concentração e na capacidade de reconhecimento.
Mas, a humanidade vai-nos trazendo diáriamente coisas boas, mesmo na adversidade.