Na mesma notícia, refere-se ainda: O caso remonta há quatro anos, quando uma criança nasceu com lesões irreversíveis, o que levou os progenitores a apresentarem várias queixas, tendo umas delas dado origem ao processo disciplinar que resultou num processo à clínica, Olímpia Trigo do Campo.
Não conhecemos o caso, não conhecemos a médica, não conhecemos a criança, apesar de já a termos visto na televisão. Só por termos visto na televisão a criança, sentimos alguma revolta.
Não somos juízes, médicos ou sequer responsáveis públicos. Somos alguém que tem antes de mais, apenas e só, como intenção a protecção dos direitos dos cidadãos, perante os prestadores de serviço.
Nessa qualidade, que ninguém nos incumbiu, gostamos que os cidadãos sejam mais respeitados, num sector, em que há por hábito, tratar os doentes, como "pacientes". Termo, para nós, aviltante e, mesmo, revoltante. Porque será que um doente é "paciente", e um utilizador de um banco ou de um supermercado, também não é "paciente"?
Todos temos direito a errar. Todos, mesmo os médicos, os enfermeiros, os políticos, os gestores, os polícias, ou, entre outros, os juízes. Mas, temos que ter uma avaliação muito rigorosa, sobre o que distingue o "erro", da incúria ou da negligência. É que ignorar um cliente num supermercado, resultará, certamente, na troca de fornecedor de supermercado. Ignorar um doente, ou esquecer-se dele, pode ter consequências muito graves. Talvez seja esta uma das razões, porque não é fácil trabalhar no sector da saúde. Mas, também talvez seja esta uma das razões, porque as pessoas que trabalham na saúde, tem um estatuto social mais elevado e, normalmente, rendimentos também mais elevados.
Mas, só está a trabalhar no sector da saúde, quem quer. Quem achar que trabalhar no sector da saúde envolve riscos elevados, só tem que mudar de profissão.
Registamos, finalmente, duas outras notícias, a propósito ainda deste caso, que nos deixam incomodados:
Coitadas das pessoas, que terão que estar a ser atendidas por tal pessoa, apesar do que aqui se afirma: a conclusão do relatório final da inspecção em que é considerada «uma médica de valor excepcional, com conhecimentos técnicos e qualidade humanas fora do vulgar».