Isto é revoltante: Há mais de sete anos que Rosa, de 61 anos, era seguida no Hospital de Braga,
devido a um problema de pele que a obrigava a um tratamento de fototerapia, na
unidade de dermatologia. Na semana passada, depois de mais uma visita de rotina
ao hospital, terá sido deixada dentro da máquina de radiações durante 20
minutos, mais 15 do que era habitual. À noite, com o corpo coberto de bolhas, a
sexagenária regressou àquela unidade de saúde, mas os médicos decidiram
transferi-la para a Unidade de Queimados do Hospital de São João, no Porto.
Menos de uma semana depois morreu, vítima de queimaduras graves.
Ainda que se alegue ter sido uma falha: "A enfermeira que a acompanhava enganou-se no programa: a máquina tem dois tipos
de radiação, A e B, com tempos de exposição diferentes. E, em vez dos cinco
minutos de tratamento habitual, a minha mãe esteve na máquina durante 20."
O pior, muito pior, são os tipicamente portugueses "branqueamentos": "Apenas garantimos que o ocorrido não se ficou a dever a um esquecimento da
doente dentro da máquina", frisou Fernando Pardal, contrariando a notícia
publicada, esta manhã, no Diário de Notícias, que diz que a paciente ficou 20
minutos na máquina, em vez dos 5 habituais.
Uma coisa não se pode branquear, isto é, alguém deu entrada num hospital para ser tratado, e o tratamento resultou na sua morte, sem sequer ser acidental. Em casos como este, não deveria ser feito qualquer inquérito clínico, deveria ser objecto de uma investigação do Ministério Público.