Vivemos em turbulência. Vivemos em instabilidade. Vivemos sem hipótese de perspectivar o futuro. E uma das consequências é esta: Os medicamentos para tratamento de doenças do foro psiquiátrico e neurológico são dos que mais contribuíram para o aumento da factura do Serviço Nacional de Saúde com tratamentos em ambulatório (farmácias).
E o que pretende fazer o SNS? Reduzir a comparticipação nos medicamentos? Ou impedir que os médicos receitem este tipo de medicamentos?
Onde está a prevenção na saúde? Prever, significa tentar anticipar aquilo que poderá ser previsível. Há muito tempo que se prevê que a instabilidade que se vive em Portugal, e não só, leva à "sociedade prozac". Faz-se alguma coisa para tentar aliviar a pressão das pessoas? Não. Até o "ópio do povo", que é o futebol, anda agora pelas ruas da amargura! Ou seja, o prozac é a tábua de salvação! Antes o prozac, do que o aumento do crime ou do suicídio!
Mas, há mais medicamentos que estão a fazer disparar a despesa de saúde:
- De acordo com os resultados preliminares da auditoria pedida pelo Ministério da Saúde, quatro dos seis grupos de remédios responsáveis por 85% desse crescimento dizem respeito a doenças daquelas duas áreas.
- Quanto aos grupos de fármacos com maior peso na subida dos gastos, o grupo destacou seis. Além dos imputados às doenças psiquiátricas e neurológicas (antipsicóticos, antidepressivos, antiepilépticos e anticonvulsivantes), apurou-se um peso crescente da área da diabetes e da hipertensão. Do relatório consta ainda uma lista de 20 fármacos com responsabilidade em 91% do crescimento dos gastos do SNS.
Não há muito a fazer nesta área de gastos. Mas, nós sabemos que há muitas áreas do SNS onde se pode poupar tanto! Mesmo, muito dinheiro. Mas, dá trabalho a quem quiser impôr a contenção. Ai, isso dá.