Saturday, April 10, 2010

Hospital da Cruz Vermelha: não era um caso de sucesso?

Há uns meses escrevemos aqui sobre um propalado caso de sucesso, consubstanciado no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, que tinha que ver, com um negócio público-privado: Os Hospital da Prelada e da Cruz Vermelha já fizeram mais de 200 mil cirurgias e um milhão de consultas para o Estado ao abrigo de contratos-programa assinados, implicando 51 milhões de euros por ano.

Mas, não nos esquecemos que o Hospital da Cruz Vermelha, de Lisboa, foi durante muitos anos, o local idealizado pelas mães da classe média e média-alta, para terem filhos. Aí, o Hospital da Cruz Vermelha não precisava dos negócios com o Estado para fazer negócio!

Agora, as coisas mudaram e as mamãs da classe média e média-alta ou estão a fugir para outros hospitais mais na moda, ou estão já a serem vítimas do tal PEC. Vejamos: A carismática maternidade da Cruz Vermelha Portuguesa, em Benfica, pode fechar as portas. A decisão ainda não foi tomada, mas a drástica diminuição do número de partos e a saída de médicos para hospitais privados comprometem o futuro do hospital.

Como mudam as coisas. E nem as ligações do Administrador do Hospital da Cruz Vermelha parecem conseguir mudar o próximo fecho da maternidade: Nas últimas semanas têm-se sucedido as reuniões internas entre a administração do hospital, presidida pelo médico Manuel Pedro Magalhães, e os clínicos que ainda fazem partos privados na Cruz Vermelha – em particular com o obstetra Luís Graça, que está a ponderar transferir a sua actividade privada para outro local.

Em Portugal, há muita gente que ainda não percebeu que a mudança é imparável. Não vai deixar pedra sobre pedra, mesmo para algumas "vacas sagradas" da sociedade portuguesa.