Há uns meses escrevemos aqui sobre um propalado caso de sucesso, consubstanciado no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, que tinha que ver, com um negócio público-privado: Os Hospital da Prelada e da Cruz Vermelha já fizeram mais de 200 mil cirurgias e um milhão de consultas para o Estado ao abrigo de contratos-programa assinados, implicando 51 milhões de euros por ano.
Mas, não nos esquecemos que o Hospital da Cruz Vermelha, de Lisboa, foi durante muitos anos, o local idealizado pelas mães da classe média e média-alta, para terem filhos. Aí, o Hospital da Cruz Vermelha não precisava dos negócios com o Estado para fazer negócio!
Agora, as coisas mudaram e as mamãs da classe média e média-alta ou estão a fugir para outros hospitais mais na moda, ou estão já a serem vítimas do tal PEC. Vejamos: A carismática maternidade da Cruz Vermelha Portuguesa, em Benfica, pode fechar as portas. A decisão ainda não foi tomada, mas a drástica diminuição do número de partos e a saída de médicos para hospitais privados comprometem o futuro do hospital.
Como mudam as coisas. E nem as ligações do Administrador do Hospital da Cruz Vermelha parecem conseguir mudar o próximo fecho da maternidade: Nas últimas semanas têm-se sucedido as reuniões internas entre a administração do hospital, presidida pelo médico Manuel Pedro Magalhães, e os clínicos que ainda fazem partos privados na Cruz Vermelha – em particular com o obstetra Luís Graça, que está a ponderar transferir a sua actividade privada para outro local.
Em Portugal, há muita gente que ainda não percebeu que a mudança é imparável. Não vai deixar pedra sobre pedra, mesmo para algumas "vacas sagradas" da sociedade portuguesa.