Há muitos anos que existem medicamentos em unidose, em países desenvolvidos (nomeadamente EUA). Aliás, numa época de constrangimentos económicos, pelo menos para a maioria da população, impõe-se que não se adquira uma embalagem de 40 comprimidos, para se consumirem 3 ou 4!
Mas, por cá, agitam-se sempre os "gordos", com os mais criativos argumentos, para impedir a implementação da unidose nas farmácias. Por isto: comportar "riscos" para o doente, como é o caso da contrafacção. Ou por isto: os doentes, em Portugal, não estão preparados para ir entregar uma receita à farmácia e esperar pelo dia seguinte para que a unidose lhe seja preparada e entregue. Ou ainda por isto: nenhuma farmácia mostrou interesse em aderir à dispensa unitária de medicamentos.
Mas, o cinismo e a hipocrisia são tantos, que se conseguem colocar questões de lesa-inteligência: 1) Não é exequível porque as farmácias não estão preparadas e porque acarretaria um enorme custo; 2) Os médicos não têm nada a opor-se, mas do ponto de vista técnico e da gestão dos recursos públicos [a unidose] é um disparate.
Coitado de Portugal e dos portugueses actuais, que têm que aguentar (terão mesmo?) este tipo de gente que dirige as organizações públicas e privadas. Que mentem. Que são cínicos. Ques são despudoradamente adoradores do lucro (o lucro faz sentido, mas não deve ser encarado a todo o custo, pois nesse caso, o mercado deve arranjar alternativas sérias).
É que entretanto há uma Lei: A lei que autoriza a venda de medicamentos em unidose nas farmácias entrou em vigor a 07 de Junho de 2009, por um período experimental de um ano.
Mas, quem é que impõe a Lei a determinados "poderes" em Portugal? Ninguém, pois esses "poderes" são mais poderosos que o poder formal! Quando assim é, poderemos estar à beira de um Estado falhado.