É habitual ouvirmos falar de encerramentos de serviços de saúde. Para nós, o nascimento e morte de serviços é tão normal como o nascimento e a morte das pessoas!
Depois, vamos ouvindo falar de novos hospitais. Vários hospitais: Hospital de Todos-Os-Santos, Hospital de Cascais, novo Instituto Português de Oncologia (Lisboa), etc. Ouvimos, voltamos a ouvir, mas hospitais novos, não vemos nenhum. Parece que o último hospital aberto foi o Centro Hospitalar do Litoral Alentejano (Santiago do Cacém), já lá vão uns tempos!
Há hospitais que já deviam estar fechados, é certo, porque estão semi-vazios, como é o caso do Hospital de Tomar! Há outros hospitais que já deviam estar encerrados, por falta de condições de sobrevivência humana. Mas, não fecham! Há hospitais que têm um ou outro Serviço mais novo, mas na sua grande parte são miseráveis. Existem até hospitais que tiveram as cantinas encerradas por falta de higiene!
Mas, ninguém fala de uma coisa: será que a maioria dos portugueses está satisfeita com os seus cuidados de saúde? Não, não estamos a falar sobre o que o Ministro pensa! Estamos a falar de um estudo de opinião sério, mas não feito por uma qualquer "Eurosondagem"!
Pois, mas o Ministro mais impopular do governo, que parece que fez um Mestrado em Economia, só pensa em coisas mais materiais, tais como:
- O fecho dos Serviços de Atendimento Permanente (SAP) e a diminuição das comparticipações do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em medicamentos e meios de diagnóstico e terapêutica vão permitir ao Ministério da Saúde poupar, pelo menos, 330 milhões de euros em 2008.
- 56 SAP vão encerrar, isso significa que o Estado arrecada 30 milhões de euros.
- A somar a essa verba juntam-se 150 milhões de euros – correspondem a 0,1 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) – que não vão ser canalizados para a comparticipação de medicamentos e outros 150 milhões de euros – 0,1 por cento do PIB – que não serão destinados à comparticipação dos meios de diagnóstico e terapêutico, como análises clínicas, Raios X, TAC (tomografia axial computorizada) e electrocardiogramas.
Senhor Ministro, pedimos-lhe o favor de ser honesto até ao fim e, em consequência, pedir à maioria parlamentar que o suporta para alterar o artigo 64º da Constituição da República Portuguesa, que garante uma saúde tendencialmente gratuita aos portugueses.
Uma coisa seria certa, poderíamos ter menos saúde, mas sentíamo-nos a viver com a realidade e a seriedade, e não com miragens e mentiras!