As boas contas fazem as boas pessoas! Foi assim que nos ensinaram. Aliás, o Ministério das Finanças, desde Manuela Ferreira Leite até Teixeira dos Santos, força, até mesmo à penhora coerciva, o pagamento de dívidas ao fisco. Ainda bem. É pena, é que o Estado, que é dirigido por uma "élite" de poucos princípios, exija aos outros, aquilo que não cumpre.
Vejamos a situação dramática do Ministério da Saúde face aos laboratórios farmacêuticos: A dívida do Estado à indústria farmacêutica relativa a medicamentos fornecidos aos hospitais estava em Novembro passado nos 787 milhões de euros. Ou seja, ainda bem longe dos 646 milhões de Dezembro de 2006, valor com que o Ministério da Saúde prometeu fechar também o ano de 2007, concretamente 22% acima.
De facto, o Professor Correia de Campos é o melhor exemplo da total incapacidade de gestão. Fala em reformas, fala em cortes orçamentais, fala em melhoria das contas. Mas depois, o Tribunal de Contas vem dizer que as contas da saúde não são verdadeiras. Os cortes orçamentais são muitas vezes fictícios e têm levado à decadência das infraestruturas do SNS. As contas têm sido aguentadas com muita engenharia financeira, bastando para isso analisar as contas de vários Hospitais EPE, a começar pelo Hospital de Santa Maria e pelo Hospital de São João!
Repare-se ainda nesta "pérola": Há dois meses, o prazo médio de recebimento estava nos 379 dias. Haverá alguma pequena ou média empresa que aguente tal situação? Ou seja, só os grandes Laboratórios farmacêuticos poderão aguentar isto, e nós imaginamos quais serão as contrapartidas!
Os portugueses pagarão, mais tarde ou mais cedo, o desnorte! E pior, vão assistir a uma fragilidade permanente na qualidade dos serviços.
Como dizia um antigo Primeiro Ministro: é a vida!