Sunday, December 30, 2012

A imagem do declínio aprofundado

Quer se goste ou não, o nascimento é um símbolo positivo e de felicidade evidente. A morte é inevitável, e é também um símbolo de decadência. Portugal está decadente há bastante tempo, apenas por culpa própria, até nistoHouve mais 16 mil funerais do que partos só no primeiro semestre de 2012.

O povo e as élites estão imunes e desatentos: Aos défices financeiros Portugal soma défices demográficos consecutivos. Se considerarmos apenas os seis primeiros meses de 2012, morreram quase mais 16 mil pessoas do que as que nasceram em Portugal, o que se justifica em parte devido ao pico da mortalidade verificado em Fevereiro e Março. É muito? Para alguns especialistas, é demasiado. A manter-se a tendência, será "preocupante". Em 2011, o número de funerais suplantou em cerca de seis mil o total de partos, e nessa altura já soaram campainhas de alarme.

Como aqui se refere, este problema não se limita apenas à presente falência do Estado português: Cada ano que passa registam-se menos nascimentos em Portugal. Explicações simplistas e centradas no presente, que domina os debates da actualidade, dirão que isso se deve à crise. Mas apesar das circunstâncias actuais, este não é um fenómeno conjuntural. A descida é constante desde a década de 1980 e não foi invertida mesmo em períodos de melhoria das condições de vida da população.

Porque estará Portugal em processo de auto-destruição?

Saturday, December 22, 2012

Cada cirurgião faz em média uma cirurgia por semana

Portugal está em completo estado de catarse. Se calhar, poderá vir até a diluir-se. Se vier a acontecer, será por culpa dos portugueses, pertençam eles às élites de poder, sejam eles povo, apenas.

Isto são crimes contra uma pátria sem destino e sem vontade ou almaO presidente do Conselho de Administração do Hospital de São João, no Porto, disse ontem à noite na TVI24 que em Portugal existem 3854 cirurgiões especialistas e que cada especialista em cirurgia, das várias especialidades que há, "faz em média uma cirurgia por semana, convencional".


Isto é aterrador, sobretudo para quem paga impostos: António Ferreira apresentou os seguintes números: "Nós, serviço nacional de saúde, fizemos em Portugal, em 2010, 196 675 cirurgias, em todas as especialidades. Temos em Portugal cirurgiões especialistas, não estou a falar dos internos de especialidade, que também trabalham nos hospitais, 3854. Se considerarmos um ano de 46 semanas isto dá um indicador que é que cada cirurgião especialista, das várias especialidades, faz em média uma cirurgia por semana, convencional".


Coitados dos portugueses que ainda remam contra a maré imensa de oportunistas e sugadores de um Estado falido.

Sunday, December 16, 2012

Farmácias em luto

Fazer dos outros parvos, foi sempre um dos desportos favoritos de uns quantos cidadãos portugueses. Depois de durante décadas, os detentores de farmácias enriquecerem quase todos, muito à custa de uma relação duradoura com o seu principal cliente, o Ministério da Saúde, de repente viram o seu maná ficar ameaçado porque Portugal faliu. Como Portugal faliu, o Ministério da Saúde deixou de poder ser bondoso para os proprietários de farmácias. Estes, como vingança, decidiram escrever por todo o Portugal, "farmácias em luto".

Há quem lhes chame espertos. Há quem lhes chame, "chicos". Nós rimo-nos, não porque a desgraça alheia nos dê prazer, mas porque o feitiço se pode virar contra o feiticeiroUma empresa detida em parte pela Associação Nacional de Farmácias é suspeita de exportação ilegal de medicamentos para vários países europeus, originando falhas no abastecimento às farmácias em Portugal.

Como o assunto é sério, pois a dívida do Estado português durará décadas a ser paga, é com absoluto desdém que assistimos ao dito luto. De luto estão os contribuintes que têm que aguentar a pilhagem fiscal em curso, muito por força da bondade do Estado durante décadas, sobretudo junto de uns quantos amigalhaços.

Thursday, December 13, 2012

O enfartamento


Um dos sinais de decadência de Portugal passou por uma visão ingénua da vida, em que se criou um imaginário de que os cidadãos tinham direito a tudo (saúde, educação, habitação, etc.), sem que tivessem que dispender recursos directos. Mais, nesse idealismo confrangedor, até se considerava que toda e qualquer parte do país, poderia e deveria ter uma rede de assistência pública, independentemente da sua dimensão social e económica.

O chamado Hospital do Médio Tejo, que resultou da fusão de 3 hospitais (Tomar, Torres Novas e Abrantes), foi um dos máximos expoentes da irracionalidade que varreu Portugal.

Agora, padece-se de enfartamentoO Centro Hospitalar do Médio Tejo, que engloba as unidades de Tomar, Abrantes e Torres Novas, bem como o hospital de Santarém fazem parte da lista dos 21 hospitais em risco de falência técnica no país.


Surprendido? Não. Apenas, nos espantamos de isto estar a acontecer só agora. Naturalmente que quando se fundiram os 3 hospitais, já eram sinais de clara hecatombe à vista.


E quando a cabeça não pensa, o corpo é que paga: Os dados são revelados hoje na edição do jornal Correio da Manhã que aponta para um prejuízo de 14,3 milhões de euros no Centro Hospitalar do Médio Tejo e 3,2 milhões de euros no hospital de Santarém, dados referentes a julho de 2012. Perante este estrangulamento financeiro nos hospitais em falência técnica verifica-se o cancelamento de cirurgias programadas e a suspensão de tratamentos a doentes crónicos.


Há um projecto para transformar a Maternidade Alfredo da Costa em Museu da Criança. Que ideias terão os políticos de serviço para vir a colocar nos hospitais falidos de Tomar, Torres Novas e Abrantes? Lojas do cidadão?

Sunday, December 09, 2012

O navio almirante adornou

Falar em SNS, gratuito e com uma oferta de serviço global, é uma miragem. Cada vez mais, o chamado SNS servirá, ainda que apenas numa relação de qualidade-preço. Isto é, atendendo a que ainda não se paga muito de cada vez que se vai a um hospital ou centro de saúde, públicos, o que se obtem de serviço não é mau.

Contudo, tem que se ponderar o que se paga em impostos. A falácia monumental de que "o SNS era gratuito", sempre se fundamentou na ideia de que "o Estado pagava". Ora, o Estado só pode pagar, o que recebe dos contribuintes.

Agora, o que se obtém do SNS é pouco, mas o que se paga em impostos e em taxas moderadoras é demasiado. Até o navio-almirante, o hospital universitário de Lisboa já está em falência técnicaO hospital de Santa Maria, em Lisboa, já esgotou a verba dada pelo Ministério da Saúde (290 milhões de euros) para o ano de 2012. Desde o mês de Outubro, o hospital só tem dinheiro para pagar salários e para despesas com a luz, água e comida.

A lógica dos Senhores administradores hospitalares, nunca foi a da gestão de uma conta de exploração. A lógica dos chamados administradores, sempre foi a de "gaste-se o que é preciso, independentemente dos custos". Naturalmente, que um dia se haveria de bater no fundo.

Curiosamente, a justificação que se dá para esta situação é igual a tantas outras do passado: Correia da Cunha explicou que o problema não é de má gestão, mas sim de subfinanciamento e de erros de cálculo. “Este ano o nosso orçamento foi reduzido em 56 milhões de euros com o pressuposto de que a actividade iria diminuir 20 a 30% com a abertura do hospital Beatriz Ângelo, em Loures, e isso não se verificou”.

Coitado de quem ainda paga impostos!

Post Scriptum: não há nenhum incentivo para se pagar impostos em Portugal.

Sunday, December 02, 2012

O polvo

Nos idos da década de oitenta, havia uma série de televisão italiana de nome "La piovra". Em Itália, país do Sol, da bela comida, do design e das ligações de la famiglia, nunca se conseguiram eliminar as ligações perigosas. Existiu a "operação mãos limpas"; existiu o herói Juíz António di Pietro; descobriu-se o que era a loja maçónica P2; foram assassinados muitos procuradores e polícias; mas, na Sícilia continuou a mandar a Cosa Nostra; e em Nápoles, mesmo com lixo espalhado por toda a cidade, a Camorra não arredou pé.

Em Portugal, país do Sol, da boa comida, do mar azul e de um certo neo-feudalismo, nunca se conseguem apanhar as ligações perigosas.

No sector do retalho dos medicamentos, as ligações são belíssimas: O Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa está a analisar novos documentos sobre os negócios da Associação Nacional de Farmácias (ANF). Em causa estão suspeitas de alegados favores do Governo de José Sócrates à ANF, liderada por João Cordeiro em 2010.

A ligeireza e a auto-confiança é tão grande, que até se diz isto: João Cordeiro considerava que a então ministra da Saúde, Ana Jorge, "não percebia um corno" da questão dos preços dos medicamentos e que o seu secretário de EStado, Francisco Ramos, estava a atrasar o diploma.

Ainda há quem se questione, sobre as razões da falência de Portugal. Só não entende, quem é ingénuo ou tolo, ou ainda quem beneficia do neo-feudalismo.

Foi Você que assinou um documento solidário com as "farmácias em luto"?

Friday, November 30, 2012

Dengue na Madeira

O número de casos de dengue confirmados em laboratório aumentou na última semana para 966. “Foram notificados 1.891 casos de febre de dengue, dos quais 966 com confirmação laboratorial”, afirmou Francisco George, que assina o comunicado semanal, disponível no sítio na Internet da Direção-Geral da Saúde (DGS).

No documento lê-se que no âmbito do processo de monitorização do surto de dengue na ilha da Madeira, “desde o dia 3 de outubro e até ao dia 25 de novembro foram, cumulativamente, notificados 1.891 casos de febre de dengue” na região.


No boletim emitido a 07 de novembro, a DGS anunciou que “a situação epidemiológica atual não implica qualquer restrição a viagens” para a Madeira, mas “os viajantes deverão observar as recomendações” deste organismo disponíveis no seu sítio da Internet e “ter em atenção as orientações das autoridades de saúde da Região Autónoma da Madeira”. “A principal medida de proteção contra picadas de mosquitos vetores é o uso de repelentes”, sustenta a DGS.

Friday, November 23, 2012

A queda da procura das urgências hospitalares

Durante muitos anos, era comum ouvir-se muitos técnicos de saúde referirem que os doentes se deslocavam a uma urgência hospitalar pelas mais variadas razões. Desde acidentes graves, até a uma simples constipação, tudo eram motivos de deslocação a uma urgência hospitalar.

As pessoas não tinham suficiente informação para utilizarem outros recursos do sistema de saúde, como os Centros de Saúde, ou simplemente, não confiavam nestes mesmos recursos. E assim, por qualquer razão, as pessoas deslocavam-se logo à urgência hospitalar, mesmo que acabassem por lá vir a estar por cerca de 10 ou 12 horas.

O preço baixo do atendimento numa urgência hospitalar, também ajudava ao frenesim. Agora, parece que vai começar a haver desafogo na frente hospitalarNos primeiros sete meses do ano, os hospitais deram resposta a 3,4 milhões de episódios de urgência, o que corresponde a menos 1800 casos diários, uma evolução que se considera estar “em linha com o esperado, registando-se uma desejável moderação do acesso face a igual período de 2011”.

Mais, parece que na realidade, são as situações menos urgentes ou menos graves, que estão a diminuir nas urgências hospitalares: “A redução é significativa nos verdes e nos azuis".

Ás vezes o pagamento de uma pequena verba (face ao custo significativo de uma urgência hospitalar) pode ser um elemnto formativo e de pressão, junto de uma população mal informada ou mal formada.

Thursday, November 15, 2012

Cigarros: abordagem hardcore


Warning labels on cigarette packages in Canada, which feature disturbing images that include a diseased tongue and a child wearing an oxygen mask, are among the toughest in the world, but more needs to be done, such as plain packaging, to reduce smoking rates, according to a new report. The Canadian Cancer Society published an international report Wednesday that comprehensively ranks cigarette warning labels in 198 countries and jurisdictions around the world. Rankings were based on the size of warnings on cigarette packages and whether countries have introduced picture warnings on packages. Canada moved up to fourth in the world rankings in 2012, a major boost from 15th place in 2010. Although it’s an improvement, Canada still hasn’t reclaimed its top spot. Canada was the first country in the world to introduce graphic warning labels on cigarette packages. But in 2010, the federal government announced it was shelving the introduction of larger warning labels with new graphic images. The CBC later reported the plan was halted after the tobacco industry lobbied the federal government. Soon after that report aired, Health Minister Leona Aglukkaq said the update would go ahead. The new warnings, which cover 75 per cent of cigarette packages, were rolled out earlier this year.

The leader of the pack in this year’s survey is Australia, the first country to pass legislation requiring plain packaging on cigarettes in addition to graphic health warnings. In August, Australia’s highest court dismissed a challenge from the tobacco industry, and the new packaging will be rolled out next month.

Friday, November 09, 2012

Maternidade Alfredo da Costa: sinais de decadência

Portugal não faz filhos. Por cada casal, há cerca de 1,2 filhos. O país morre lentamente. A morte é sempre má. A morte lenta é muito dolorosa. Sem nascimentos têm que se reduzir as maternidades.

Esta é só a mais emblemáticaA Maternidade Alfredo da Costa (MAC) vai fechar no “final do ano ou princípio do [novo] ano”, conforme está previsto, o que significa que vai encerrar antes da abertura do Hospital de Todos os Santos.

Como diria um ex-Primeiro Ministro, "é a vida"!

Vai acabar o mito dos nascidos em "São Sebastião da Pedreira". Outros mitos acabaram, alguns dos grandes bancos não são portugueses (são angolanos, espanhóis, etc.), as maiores empresas industriais são também estrangeiras (a Auto-Europa, a GALP, etc.) e o Estado português deixou de ser uma pessoa de bem (vai ter que renegociar a dívida, tarde ou cedo, ou se quisermos, não vai pagar o que deve).

Estamos curiosos para saber o que vai ser feito da Maternidade Alfredo da Costa? Não, esclarecem-nos que vai ser istoAs instalações da Maternidade Alfredo da Costa e do Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, vão continuar no Serviço Nacional de Saúde, que as deverá adaptar, respetivamente, a um centro de exposições e a um espaço dedicado à criança.

Podia ser pior. Por exemplo, poderia vir a ser um qualquer Bataclan!

Curioso vai ser, perceber qual vai ser a reacção de um político de Esquerda, cuja mulher trabalha na velha MAC, e parece que tem um consultório privado nas redondezas!

Sunday, November 04, 2012

Habituem-se

O diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) afirmou que a situação desta escola no atual contexto de crise "é péssima" e antecipou um cenário "catastrófico" caso se confirme o corte orçamental da UC. "A situação da FMUC neste momento é péssima. (...) Hoje em dia, a gestão corrente da faculdade é muito difícil, não há dinheiro para nada", disse Joaquim Murta em declarações à agência Lusa, adiantando que a gestão corrente desta escola "é muito difícil" e que "não há dinheiro para nada", mesmo para "as coisas mais básicas". Falta de verba para toners das impressoras onde são impressos os exames dos alunos, para o papel higiénico ou para as rações dos animais do biotério foram alguns dos exemplos dados por Joaquim Murta. Mas este "constrangimento total" reflete-se, segundo o professor catedrático, noutras áreas. "Temos um problema grave porque somos uma faculdade em que fazemos muita prestação de serviços ao exterior. São receitas próprias que é preciso incentivar e acarinhar e, muitas vezes, não temos o dinheiro para os reagentes...", afirmou. Joaquim Murta referiu ainda que entre os "milhões largos de euros" que a escola tem a haver o principal devedor é o Estado. Lembrou, por outro lado, que os cursos de Medicina são "muito caros".

Parece que a dívida de Portugal aos credores externos é de cerca de 200.000 milhões de euros!

Friday, November 02, 2012

SNS: Sinais de fim à vista

Nada que nos surpreenda. Há longos anos que se vinha esticando a corda. Médicos a trabalharem no público e no privado. Descontrolo na despesa dos medicamentos nos hospitais. Enriquecimento dos proprietários de farmácia à custa do financiamento público. Meios complementares de diagnóstico em roda livre. Amiguismo e nepotismo na classe dos administradores hospitalares. Total falta de controlo e auditoria de gestão. Complacência absoluta do chamado "poder político", desde os tempos de Correia de Campos I, até à "Ana Gripe A Jorge" (salvou-se parte do consulado de Correia de Campos II).

Agora, é ver o barco a adornar todos os dias:

1O Hospital de São João, no Porto, avançou este mês com o plano de redução de horas contratadas com a Conforlimpa, devido a restrições orçamentais. O despedimento de funcionários é "inevitável", segundo a empresa de limpeza.

2Os utentes do Hospital de Matosinhos estão a ser avisados por carta que têm de pagar dívidas que já prescreveram.


3O Hospital de Viana do Castelo vai abrir um processo de averiguações ao caso da recém-nascida que sofreu uma hemorragia no umbigo durante cinco horas. Ao CM, a unidade disse estar "muito solidária com a família", mas com os pais, residentes em Barcelos, ainda não trocaram uma palavra. O parto foi a 16 de Outubro e a bebé esteve sete dias internada nos Cuidados Intensivos. Agora os pais ponderam processar o hospital por negligência.


4Idosa ferida em assalto finge queda na rua para não pagar conta hospitalar. Serviço Nacional de Saúde não comparticipa tratamento nestes casos, cobrando 108 euros mais taxa moderadora. Uma septuagenária vítima de assalto teve de esconder que este foi o motivo da agressão que a levou ao Hospital de Vila Franca de Xira para não pagar 108 euros, além da taxa moderadora. Jorge Santos, filho da idosa agredida durante um assalto no dia 12, em Vila Franca de Xira, contou à Lusa que, quando chegou ao hospital para inscrever a mãe, um funcionário lhe disse: «E agora vai ser novamente roubada.» A expressão antecedeu o esclarecimento de que tinha de pagar 108 euros por este valor não ser pago pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), tal como acontece nos casos de acidentes de trabalho e de viação, os quais são cobertos pelas seguradoras. «Nem queria acreditar. São coisas como estas que me envergonham deste país. A minha mãe estava cheia de dores, com hematomas na cara e na cabeça e estava envergonhada, pois parecia que tinha de pagar por ter sido assaltada», desabafou. Questionou os funcionários sobre o valor que a mãe pagaria se tivesse caído na rua, ao que lhe terão respondido que, nesse caso, apenas pagaria a taxa (17,5 euros).

Sunday, October 28, 2012

Total desprezo pelos cidadãos

Já aqui tínhamos comentado esta triste notíciaO Hospital de Braga assumiu «erro humano» na programação do equipamento utilizado no tratamento de fototerapia de uma mulher de 61 anos, que acabou por morrer poucos dias após o tratamento.

Curiosamente, antes, um alegado responsável do hospital (director clínico) terá dissertado algo deste géneroFernando Pardal apenas garantiu que o hospital iniciou “um processo de averiguações interno com carácter de urgência”. Mas frisou, em declaração pública e baseado em “informações preliminares de um processo que será mais longo”, que “não houve, em nenhum momento, esquecimento de doente em qualquer tipo de equipamento do hospital”.

Errar é humano. Mas, trabalhar tendo como objecto pessoas, deve implicar um elevado grau de responsabilidade. Não pode ser gerido de forma leviana. O branqueamento da morte de um cidadão, ainda que por erro ou incidente, é um acto leviano. Não se compreende que exista Ministério Público em Portugal, e este órgão não pareça ter qualquer intervenção.

Pelo menos, é o que pareceDe acordo com o que se vier a apurar, poderá ser instaurado um processo de natureza disciplinar ou então ser feita uma participação ao Ministério Público.

O que será preciso para que exista a intervenção do Ministério Público? Uma escuta telefónica a um político?

Sunday, October 21, 2012

Negligência indesculpavel

Isto é revoltanteHá mais de sete anos que Rosa, de 61 anos, era seguida no Hospital de Braga, devido a um problema de pele que a obrigava a um tratamento de fototerapia, na unidade de dermatologia. Na semana passada, depois de mais uma visita de rotina ao hospital, terá sido deixada dentro da máquina de radiações durante 20 minutos, mais 15 do que era habitual. À noite, com o corpo coberto de bolhas, a sexagenária regressou àquela unidade de saúde, mas os médicos decidiram transferi-la para a Unidade de Queimados do Hospital de São João, no Porto. Menos de uma semana depois morreu, vítima de queimaduras graves.

Ainda que se alegue ter sido uma falha: "A enfermeira que a acompanhava enganou-se no programa: a máquina tem dois tipos de radiação, A e B, com tempos de exposição diferentes. E, em vez dos cinco minutos de tratamento habitual, a minha mãe esteve na máquina durante 20."

O pior, muito pior, são os tipicamente portugueses "branqueamentos""Apenas garantimos que o ocorrido não se ficou a dever a um esquecimento da doente dentro da máquina", frisou Fernando Pardal, contrariando a notícia publicada, esta manhã, no Diário de Notícias, que diz que a paciente ficou 20 minutos na máquina, em vez dos 5 habituais.

Uma coisa não se pode branquear, isto é, alguém deu entrada num hospital para ser tratado, e o tratamento resultou na sua morte, sem sequer ser acidental. Em casos como este, não deveria ser feito qualquer inquérito clínico, deveria ser objecto de uma investigação do Ministério Público.

Sunday, October 14, 2012

Lutos escusados

Fonte: aqui.

A morte é inevitável. O prolongamento da vida é um objectivo permanente do ser humano. A melhoria da qualidade de vida é uma necessidade permanente. A complacência quando levada ao extremo, é mortal. Tudo isto a propósito do chamado "luto dos farmaceuticos".

Uma parte significativa dos portugueses estão em luta. Uma pequena parte está de luto. A maioria dos portugueses viveram uma significativa melhoria do seu nível de vida durante quase três décadas. Apesar disso, em 3 vezes, Portugal precisou de crédito externo apressado, motivado por um estado de falência evidente. Ou seja, os portugueses não aprenderam. Julgaram que era possível ter um nível de vida de primeiro mundo, tendo uma eficiência de segundo ou de terceiro mundo.

Depois da abastança dos BMW's, dos Mercedes e dos Audi's; depois das luxuosas campanhas de comunicação da Associação e dos associados; depois da transformação da farmácia numa loja de luxo; depois dos enormes lucros acumulados durantes décadas. Agora, a choraminguisse e a pedinchisseO alargamento do prazo do "relacionamento entre a indústria farmacêutica, os grossistas e as farmácias" iria possibilitar a "libertação de fundos para a reposição de stocks", justificou o responsável no cortejo dos profissionais de farmácia, em Lisboa.

Quem não sabe ser merceeiro, fecha a loja! Implorar ao governo que interceda junto de um fornecedor, só lembra a quem gosta muito de um Estado paternalista e deve ter saudades da economia contingentada!

Thursday, October 11, 2012

Being a Doctor in China


In 2010, the last year for which official figures are available, the health ministry says there were 17,000 protests or attacks directed against doctors or hospitals in China. The number of incidents, which continues to rise at a double-digit rate each year, may have more than doubled since 2005, official estimates indicate.

Last month the death of a woman treated for a sore throat and fever at a hospital in southern China triggered a riot of 2,000 people. Earlier in the month, four staff in the ear, nose and throat department of a private hospital in the southern city of Shenzhen were stabbed by a patient treated for allergic rhinitis.

In May a nurse was attacked in Nanjing by a woman who claimed that a Caesarean delivery at the same hospital 16 years before had harmed her sex life. And last year a Beijing doctor who had operated on a man with laryngeal cancer was stabbed by him multiple times when his cancer returned. The man sued the hospital in 2008 but knifed her before the court was able to hear the case.

Incidents like these are not just isolated acts perpetrated by those driven crazy by illness or grief. Instead they reflect widespread public anger at the high cost of medical care in China, fuelled by corruption in the medical system where many patients have to pay bribes just to secure a doctor’s appointment.

China has vastly expanded health insurance coverage in recent years, but according to a new McKinsey report, it still spends only about 5 per cent of gross domestic product on healthcare, compared with 10-12 per cent in western Europe and 15-17 per cent in the US – and far less per capita. There are not even two doctors for every 1,000 people in China – and many of them are paid only a few thousand renminbi per month.

Doctors are under intense pressure to generate extra income for their hospitals – not to mention themselves – leading patients to suspect them of practising mercenary medicine. Patients have unreasonably high expectations of the wonders of modern medicine, and the gap between rich and poor, in healthcare as in everything else, is glaring. Patients say they do not respect doctors – and many doctors say the last thing they want their children to do is study medicine

Li Huijuan is a lawyer who sits on the medical risk control and management committee of the China Association of Medical Doctors. She represents the family of Wang Hao, a trainee doctor at a hospital in northern China, who was killed recently by a 17-year-old whom he had never even treated. The assailant, who became enraged after repeated hospital visits failed to cure his tuberculosis and back problems, spent Rmb4.30 ($0.68) on a fruit knife at a nearby supermarket, and attacked the 1.8-metre tall Dr Wang because he feared the tall doctor would otherwise block his way, Ms Li said.

Monday, October 08, 2012

Chegaram os brasileiros

Nos idos da década de 50, Portugal vivia a miséria, enquanto o Brasil antecipava a sua futura capital Brasília. Depois, em meados de 70 e 80, o Brasil dirigido por militares, sentia a ignomínia do FMI e do Clube de Paris. Portugal saía, nessa altura, para a democracia e para o desenvolvimento. Agora, o Brasil é o futuro. Portugal é cada vez uma nação sem futuro.

Vão-se os anéisDepois de resolvidos problemas entre o Hospital de Cascais e o Ministério da Saúde, o Grupo Amil fechou o negócio por menos de 100 milhões.

Tomara Portugal vir a ocupar o lugar da Grã-Bretanha, na sua relação com os EUA, no que se refere ao Brasil. Nem isso, vai acontecer.

É o fado!

A Caixa Seguros (Império, Bonança, Mundial - Confiança, Multicare, OK Teleseguro) será o próximo anel a ir, antes dos dedos.

Thursday, October 04, 2012

Promiscuidades

Há muitos anos que se sabe que médicos e enfermeiros, na sua grande maioria, saltitam entre os seus lugarzinhos públicos e os seus negócios privados. Nada que seja ilegal. Embora, é do conhecimento público que o cumprimento da Lei apenas tem servido os interesses de parte pequena da população, prejudicando-se a grande maioria.

Apesar da realidade evidente, poucas situações de promiscuidade evidente vêm ao domínio público. Há no entanto, gente com coragem«Há profissionais que recebem dos bancos privados [de células do cordão umbilical] entre 800 a mil euros por mês», declarou Helena Alves, contando ainda que a publicidade do banco público desaparecia toda dos hospitais, restando apenas a informação prestadas pelas empresas privadas. Estas declarações foram feitas aos deputados na comissão parlamentar de Saúde, onde Helena Alves foi ouvida para prestar esclarecimentos sobre a situação do banco público, depois de ter cessado funções como responsável e de as colheitas terem sido suspensas.

Naturalmente que esta denúncia servirá apenas para incomodar uns quantos mal azarados. Mas, na essência, tudo continuará igual. Ora, entrada pelas 9h15m, no hospital público, para dar início ao negócio privado, logo pelas 13h30m. E claro, tudo dentro da Lei.

Portugal não aprende.

Thursday, September 27, 2012

Lutos

Estar de luto não é bom. Perdeu-se alguma coisa. Perdeu-se alguém. Há, no entanto, quem goste de estar de luto, apenas porque não soube cuidar do seu negócioAs farmácias portuguesas foram chamadas a "pôr luto" e explicar aos utentes as razões que podem levar ao encerramento de 600 unidades, numa ação hoje iniciada que inclui uma petição ao Governo para alterar as políticas do sector.

Engraçado. Curiosamente engraçado, quando deveria ser triste, e até mesmo sinistro. Alguém que comprou um alvará, que foi concedido pelo Estado, para a exploração de um negócio, e não soube gerir a loja, quando tem o privilégio supremo de actuar num mercado contingentado e não num mercado livre. Quem dera as mercearias, que o estado condicionasse no passado, a abertura de supermercados e hipermercados. Se o Estado o tivesse feito, ainda haveriam mercearias nos centros das cidades.

Depois, alguém que é suposto saber da lógica do negócio e da legislação inerente, emite atoardas deste género: Por isso, "se nada for feito o risco é que um número significativo de farmácias, cerca de 600, possa vir a encerrar", afirmou Paulo Duarte, apontando o impacto a nível de emprego, pois "há cerca de 100 mil famílias que dependem direta e indiretamente das farmácias".

Oh meus amigos, os alvarás das farmácias são concedidos pelo Estado, via Infarmed, e se as farmácias se tornarem insolventes, competirá naturalmente ao mesmo Estado colocar no mercado novamente os alvarás. Ao contrário do que dizem, o negócio de farmácia é viável, mesmo com a recessão económica e com o emagrecimento das margens de lucro. Naturalmente que a viabilidade das farmácias passa por uma lógica de gestão, algo que muita gente no sector nem sequer sabe o que é. Se forem entregues os alvarás das farmácias aos principais operadores retalhistas portugueses, eles não perderão dinheiro, com certeza.

Tantos incompetentes, num país tão pequeno, com um poder de opinião maior do que eles!

Friday, September 21, 2012

Mortality rate for all cancers


More than 575,000 Americans are expected to die of cancer this year, according to the American Cancer Society, making it the No. 2 cause of death after cardiovascular disease. Some 7.6 million people died of the disease world-wide in 2008, according to the International Agency for Research on Cancer. During the five years ended in 2008, the death rate from cancer in the U.S. declined at 1.5% to 2% a year. Recent advances in molecular biology and immunology have led to powerful new drugs for melanoma and lung cancer, for instance, and hope for further progress against the disease. They are also helping to fuel excitement that other tumors are ripe for similar successes. "In almost every disease, we have an example of something that works," said Gordon Mills, head of systems biology at M.D. Anderson. "Once you have a first step, it's easier to take the second, the third."

Monday, September 17, 2012

Friday, September 14, 2012

Lágrimas de crocodilo

Vivem-se em Portugal, situações de drama. Drama real. Drama ficcionado. Se há muita gente que é vítima da recessão económica por razões reais, como sejam as relacionadas com a deslocalização de empresas. Outros há, que viveram durante décadas situações confortáveis, mas não se prepararam para dias mais agrestes.

As farmácias gritam agora“se nada for feito urgentemente, 600 farmácias, das 2900 que existem, irão encerrar no próximo ano”. Curioso era, que antes, existisse um sector imune à falência. Nas actividades económicas, as falências devem ser encaradas como normais, ainda que não devam ser em quantidades exageradas. Anormal eram os valores de trespasse de cada farmácia, fossem elas pequenas ou grandes, situadas nas grandes cidades ou em zonas rurais.

Num país sempre dependente do Estado - paternal, é normal este tipo de queixume: A solução proposta pela ANF para tentar solucionar a situação é “um pagamento adicional às farmácias de 0,94 cêntimos por embalagem vendida, valor a suportar pela indústria sem penalizar os doentes”.

Porque é que a Indústria farmacêutica haveria de pagar 94 cêntimos por embalagem ao retalho farmacêutico? Porque é que as farmácias mantém uma margem de lucro fixada por Lei nos medicamentos sob prescrição médica?

Enquanto as farmácias beneficiaram do facto de serem um apêndice do Ministério da Saúde, com margens brutas elevadas e garantias de pagamento, tiveram uma vantagem competitiva única na actividade económica em Portugal. Todos os empresários gostariam de ter garantido o pagamento, sempre. Infelizmente, o risco de não - cobrança mantêm-se em todos os sectores, e parece não existir no retalho farmacêutico. Aliás, o Ministério da Saúde chega a pagar com prazos de mais de 300 dias à Indústria farmacêutica. Se isto acontecesse às farmácias, como reagiriam elas?

Wednesday, September 12, 2012

Louvores

Antigamente, era usual atribuir-se louvores públicos por serviços prestados à Pátria. Situações de guerra. Situações de sacrifício evidente. Situações de valor extremo.

Agora, pratica-se o cinismo e finge-se que os esquemas de sobrevivência deverão dar azo a atribuição de louvoresPaulo Macedo, ministro da Saúde, retirou da presidência do Infarmed Jorge Torgal. Agora, faz um louvor público à direcção da autoridade que substituiu.

Porque demitiu então, Paulo Macedo, o anterior Presidente do Infarmed? Terá sido porque não gostava da sua barba? Numa fase de completo desconchavo da nação, isto é patético: Paulo MAcedo diz que tendo cessado funções é "justo prestar público louvor pelo trabalho desenvolvido nessa instituição e pela forma como o desenvolveram, desde a sua nomeação inicial em 2010, até à presente data, e especialmente no período de tempo que comigo colaboraram". Elogia o currículo destes responsáveis, "principalmente o do professor Jorge Torgal, médico, eminente especialista em saúde pública, professor e investigador, tendo a actuação no sector do medicamento nestes dois anos demonstrado inequivocamente a sua capacidade de dirigentes".

Portugal vai mal, e não tem conserto.

Tuesday, September 04, 2012

Impunidade

Durante décadas, os operacionais políticos foram responsáveis por um completo desvario do interesse público. Contudo, e mesmo após a falência do Estado e a entrega de Portugal nas mãos do poder financeiro internacional, nada acontece a quem foi ou é operador políticoO deputado do PS, ex-secretário de Estado da Saúde, Manuel Pizarro, e responsável pela criação do banco em 2009, falava à Lusa a propósito de um comunicado emitido na segunda-feira pelo Instituto Português do Sangue e da Transplantação que aponta «Irregularidades de gestão, processuais e financeiras» no Centro de Histocompatibilidade do Norte (CHN).

Porque acontecerá esta passividade? Não sabemos. Entretanto, o faz-de-conta continua: As irregularidades originaram um «relatório preliminar» enviado às «autoridades competentes» para que sejam «desenvolvidas as inspeções necessárias ao completo esclarecimento das situações e apuramento de eventuais responsabilidades».

Monday, September 03, 2012

E-cigarettes can damage lungs too

Electronic cigarettes are being marketed as a potentially safer alternative to normal cigarettes, but new research has shown that they are still causing harm to the lungs. The study has also added new evidence to the debate over the safety of alternative nicotine-delivery products. Electronic cigarettes are devices that deliver nicotine through a vapour, rather than smoke. There is no combustion involved but the nicotine in the device is still derived from tobacco. There has been much debate over the safety and efficiency of the products, but little scientific evidence to support either claim. Electronic cigarettes are devices that deliver nicotine through a vapour, rather than smoke. There is no combustion involved but the nicotine in the device is still derived from tobacco. There has been much debate over the safety and efficiency of the products, but little scientific evidence to support either claim.

The study included 8 people who had never smoked and 24 smokers, 11 with normal lung function and 13 people with either chronic obstructive pulmonary disease (COPD) or asthma. Each person used an electronic cigarette for 10 minutes. The researchers then measured their airway resistance using a number of tests, including a spirometry test. The results showed that for all people included in the study, the e-cigarette caused an immediate increase in airway resistance, lasting for 10 minutes. In healthy subjects (never smokers) there was a statistically significant increase in airway resistance from a mean average of 182 percent to 206 percent.

Friday, August 31, 2012

Crónica de uma morte anunciada

Durante décadas, o retalho farmacêutico viveu faustoso. Durante décadas, os detentores de uma farmácia, limitavam-se a levar o dinheiro da caixa registadora, não se preocupando com as entradas e saídas de capital, tal era a bonança.

O negócio realizado com o principal cliente, o Estado (e por esta via, o Contribuinte), falhou, porque o Estado está falhado. Agora, faz-se a missaDuas em cada cinco farmácias tinham fornecimentos suspensos, em Junho deste ano, e mais de 600 podem estar em situação de ruptura, uma situação que a ANF considera de «catástrofe», exigindo medidas rápidas do Governo para salvar o sector.

Como a vergonha não tem preço ou valor, depois dos milhões de lucros acumulados ao longo de décadas, pede-se o apoio do Estado, e por esta via, do Contribuinte, quando existem mais de um milhão de desempregados, e quando as filas de emigração se alargam.

Que topete!

O Estado, através da gestão do Ministro Paulo Macedo conseguiu alguns resultados: Reconhecendo que o Ministério da Saúde conseguiu bons resultados com a sua política de medicamento, nomeadamente o aumento do consumo e a redução da despesa do Estado e do beneficiário, João Cordeiro considerou que agora é «urgente que o Governo encare com frontalidade a gravíssima situação das farmácias».

O que devem fazer os farmacêuticos, donos de farmácia, deverá ser o mesmo que fez o Dr. Paulo Macedo. Baixar a cilindrada do parque automóvel. Baixar o luxo no interior de cada farmácia, que afinal dizem que é um serviço de saúde público. Frequentar uns cursozinhos de gestão doméstica, isto é, procurar não gastar mais do que recebem, como faz qualquer cidadão. E reencontrarão o caminho da eternidade. Se não o fizerem, aumentarão o número crescente de falidos.

Tuesday, August 28, 2012

Gente fina

Portugal vive a ignomínia da perda de soberania. O desemprego é galopante. A pobreza aumenta. A emigração volta a ser imensa. Entretanto, há gente que quer escapar incólume, demonstrando mesmo sem vergonhiceAssim, os sindicatos (médicos) não aceitam a proposta do Governo de 2400 euros como salário-base, porque "metade" são para impostos e não pagam o "sacrifício" do trabalho na Urgência, contrapropondo com uma remuneração de três mil euros.

Como? Os médicos pagam metade do que ganham em impostos? É muito, concordamos. Mas, os outros cidadãos pagarão menos? Não. Apenas, os outros cidadãos têm vergonha na cara. Quanto aos sindicatos médicos, parece que querem que os médicos sejam diferentes dos outros. Pois é, no "Animal farm", de George Orwell, havia "All animals are equal, but some animals are more equal than others".

Contudo, estes mesmos Sindicatos, que querem fazer dos médicos a excepção, perante os restantes cidadãos, querem a igualdade absoluta entre eles: Ao que o CM apurou, os sindicatos querem que o valor do suplemento seja integrado na remuneração-base e não uma compensação para as horas feitas na Urgência. Segundo os sindicatos, se esse valor fosse pago como suplemento não seria recebido pelos médicos de família, que não fazem Urgências, e isso seria "injusto".

Friday, August 24, 2012

Tatoo

Authorities say contaminated water used in tattoo ink caused a mysterious outbreak of nasty skin rashes in upstate New York. Dermatologist Mark Goldgeiger discovered the link after finding traces of bacteria related to tuberculosis in a sample taken from a patient who had a bumpy, reddish rash around his new tattoo. “I explained [to the patient] that he had TB, and he had a look of horror on his face,” Goldgeiger told ABC NewsGoldgeiger’s patient, a normally healthy 20-year-old male with several other tattoos, didn’t have tuberculosis, but the doctor did find a trace of bacteria related to the deadly germ. He had recently been inked at a tattoo parlor in Rochester, N.Y. “As soon as biopsy came back, I knew something in the process of tattooing was involved — the ink, the water used for dilution, the syringes, the dressings.” Officials found 19 people who had been tattooed at the same location — all with gray ink — and experienced skin infections.

Tuesday, August 21, 2012

A venda em partes

O SNS público está em declínio há vários anos. Várias são as razões que explicam a debacle: 1) descontrolo de gestão; 2) falta de estratégia integradora; 3) falência financeira do Estado.

Depois do "milagre das rosas" das Parcerias Público - Privadas, só mesmo a venda a retalho do SNSHá três grupos na corrida à compra dos HPP, o negócio de saúde da Caixa Geral de Depósitos: a Espírito Santo Saúde, os brasileiros da AMIL e a Frontino, de Jaime Antunes e de um outro grupo brasileiro. Dois dos três grupos integram, assim, empresas brasileiras. Os concorrentes já entregaram propostas para comprar o negócio de saúde da Caixa Geral de Depósitos (CGD), incluindo o Hospital de Cascais, uma parceria público-privada (PPP). Se o negócio for entregue a um destes grupos com capital brasileiro, é a primeira vez que um hospital do Serviço Nacional de Saúde e, por isso, público é gerido por estrangeiros.

Para nós, nada de novo. Portugal passa e passará por um processo longo e lento de perda completa de soberania.

Thursday, August 16, 2012

A urgência

Portugal vive uma eventual nova fase da sua longa vida. Quem sabe, a última. Contudo, ainda dá sinais de viver no Império. Como é possível, ainda existir um hospital militar por cada ramo das Forças Armadas? Entretanto, parece que querem mudar mais um luxo do passadoO pólo de Lisboa resultará da fusão entre o Hospital da Marinha (perto do Campo de Santa Clara, em Lisboa), do Hospital Militar Principal (na Estrela), do Hospital Militar de Belém e do Hospital a Força Aérea (Lumiar). Estes hospitais serão, a partir de sexta-feira (data de entrada em vigor deste diploma) extintos.

Pequenos passos lentos: "Este processo de reestruturação hospitalar é um eixo essencial da política de saúde a desenvolver no âmbito militar", diz o Governo no diploma, dando um máximo de dois anos para se efectivar a fusão. Durante estes 24 meses, a direcção do pólo de Lisboa terá de nomear os chefes dos serviços hospitalares do Lumiar, planear e conduzir a transferência dos recursos humanos e materiais dos outros hospitais, fazer o levantamento das necessidades inerentes à fusão e estimar os custos envolvidos, elaborar as propostas de regulamentos e assegurar a direcção dos hospitais que serão extintos.

A não ser que a falência do país, imponha celeridade, daqui por 24 meses, ainda estará tudo na mesma, apenas com a mudança do nome do novo hospital. Cosmética!

Thursday, July 26, 2012

Gangues II

O SNS é uma grande empresa. O SNS funciona como se fosse um somatório de muitas lojas. Ou seja, em vez de ser gerido de forma orgânica, o SNS é mantido de pé, por força de muitos artifícios e jogadas. Estas são apenas mais algumas pontas do icebergPaulo Macedo diz-se convencido de que há negócios suspeitos nos hospitais, seja na aquisição de materiais clínicos, na prescrição de medicamentos ou nos meios complementares diagnóstico. Ficou também a saber-se que estão a decorrer investigações às ligações de médicos a clínicas privadas e também a casos de venda de dispositivos com variações de preço na ordem dos 100 por cento.


O Ministro Paulo Macedo sabe melhor do que ninguém o que dizMinistro quer reduzir custos com dispositivos médicos. Falta de "controlo", "custos crescentes" e "margens enormes". É desta forma que Paulo Macedo descreve uma área que terá de começar a sofrer cortes.

Wednesday, July 25, 2012

A balda no SNS continua

Há umas semanas, parece que vieram 4.000 médicos para a rua, manifestarem-se. Algumas das razões de insatisfação da corporação médica estava relacionada com más condições de trabalho e más condições de remuneração. Como os hospitais, as ARS's e a ACSS não sabem ou não querem saber o que é controlo de gestão, vem-se agora saber, o que já sabemos há muito:

  • No ano passado, o IGAS detectou 374 casos de médicos com vínculos a unidades dos Serviço Nacional de Saúde (SNS) e que simultaneamente estavam contratados à tarefa, com regime de prestação de serviços, pelas mesmas entidades, de acordo com o relatório de actividades de 2011 da IGAS.
  • Actualmente ainda existem hospitais a pagar 60 euros à hora a médicos contratados à tarefa, o que significa o dobro do máximo estipulado há um ano pelo secretário de Estado da Saúde.
Perante isto, o que faz ou diz o sempre activo Bastonário da corporação médica? Assobia. O contribuinte tem que pagar.

Perante isto, o que fazem os chamados Administradores hospitalares? Fazem imensas reuniões de resultado nulo. O contribuinte tem apenas que lhe pagar os salários.

Perante isto, o que fazem as várias entidades de "controlo", as ARS's, a ACSS, o IGAS, a Secretaria Geral do Ministério da Saúde? Fazem imensas reuniões, cheias de "powerpoints". O contribuinte tem ainda assim, que lhes pagar os bem abonados salários.

É que, o financiador externo já saiu de jogo. Portugal paga à chamada "Tróika" cerca de 5% de juros sobre o crédito concedido. O contribuinte financia o Estado, gratuitamente, mesmo ficando progressivamente pobre e penhorado.

Que se saiba, a corporação médica não tem nenhuma manif marcada por esta razão.

Tarde ou cedo, a música muda. Garantidamente!

Tuesday, July 24, 2012

As esperadas duplicidades

Há muito se sabe, que muitos profissionais de saúde, trabalham em instituições públicas de saúde entre as 9h15m e as 12h30m. Logo após, encaminham-se para os seus negócios privados, quer sejam consultórios e clínicas próprios, quer sejam de outros. Não há novidade nenhuma. Contudo, e como temos afirmado inúmeras vezes, no Estado, não há a função de controlo de gestão. Só quando há denuncias, é que as chamadas entidades de inspecção e supervisão, se movem. Se não há denúncias, é sempre melhor ficar no escritório, pois há o bom do ar condicionado, e sobretudo, fazem-se aquelas coisas que os portugueses tanto gostam, reuniões de "faz de conta" e relatórios sem qualquer finalidade.

Desta vez, deve ter havido alguma pressão para que a chamada inspecção se movessePaulo Macedo, ministro da Saúde, ordenou que fosse efetuada uma análise à contratação de médicos em regime de prestação de serviços por parte da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde. E claro, os resultados não são surpreendentes:

  • Foi apurado que muitos clínicos acumulam salários, estando vinculados ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) e prestando também serviços no local de trabalho ou ainda em outros locais públicos.
  • “Foram sinalizadas situações de médicos que têm relação jurídica de emprego no SNS e que simultaneamente acumulam enquanto prestadores de serviço nos seus próprios serviços ou noutros”, afirmou a IGAS.
  • Conforme a análise, a 31 de dezembro de 2011, constavam 2938 contratos de prestação de serviços em unidades de saúde pública e em grande parte destas a renumeração não é tabelada de acordo com o valor/hora do serviço prestado.
  • Foram apenas quatro unidades em cada dez analisadas que confirmaram controlar todos os impedimentos de acordo com a legislação em vigor, a qual regula a contratação de médicos por meio da prestação de serviços.
Festa. Muita festa existe no chamado "Estado". Não é novidade. Os financiadores externos do Estado já se cansaram de o financiar, logo o Estado entrou em derrapagem. Os contribuintes mais válidos e jovens estão a emigrar em massa. A festa vai acabar mal. Com certeza.


A propósito, o que andam a fazer os chamados "Conselhos de administração" dos hospitais?

Sunday, July 22, 2012

A saúde é um bom negócio

Se assim não fosse, não haveriam vários candidatos à aquisição da HPP, que é o braço dos hospitais da Caixa Geral de Depósitos: Quatro interessados no negócio da saúde do grupo Caixa Geral de Depósitos deverão entregar hoje propostas de compra dos Hospitais Privados de Portugal (HPP).

Curiosamente, apesar de se constar que em Portugal está quase tudo falido, há gente por cá, com capacidade de aquisição dos hospitais da Caixa: dados como certos na apresentação da proposta vinculativa estão a Espírito Santo Saúde, e a Frontino Turismo, de Jaime Antunes. Também o grupo português Trofa e os brasileiros da Amil Assistência Médica deverão ser também candidatos à compra.

Curioso vai ser a forma de pagamento da HPP à Caixa. Será em dinheiro vivo? Ou será através de linhas de crédito, da própria Caixa? Estaremos atentos!

Wednesday, July 18, 2012

As esperadas boas notícias II

Por vezes, nada melhor do que não ter dinheiro, para se poder reduzir a despesa. Pode parecer duro, mas as sociedades mais ricas têm por vezes demasiada complacência, o que as torna despesistas e consumistas. Quantas vezes, não nos damos conta, num programa de televisão, ou num passeio pela rua, que há pessoas que gostam de exageros, apesar de muitas vezes, nem poderem sequer ter o essencial, quanto mais o excessivo.

Vejamos o extraordinário resultado para o Estado e para os contribuintes, resultante da política promovida pelo Ministro Paulo Macedo de quase imposição dos genéricos, através da obrigatoriedade do princípio da "denominação comum internacional":


  1. “Pela primeira vez, a quota de mercado dos medicamentos genéricos no mercado total ultrapassou os 60%, o que é um número que nunca tinha sido atingido”, disse Paulo Duarte na Comissão Parlamentar de Saúde.
  2. No mesmo mês, verificou-se um “maior aumento de quota de mercado nos medicamentos genéricos”, situando-se nos 6,7 pontos percentuais face a uma média anterior de 5,5 pontos percentuais. Para o vice-presidente da ANF, estes dados evidenciam que “a medida está a ter efeitos do ponto de vista do comportamento do mercado”. 
  3. Também neste mês, registou-se “a maior redução do preço médio dos medicamentos” desde o princípio do ano: 20,3% face aos preços praticados em Janeiro. Já o preço médio dos genéricos reduziu 51,2%.
  4. Sobre a evolução média dos preços dos medicamentos de marca, Paulo Duarte adiantou que, desde 2009, a variação não é significativa. “A redução tem acontecido praticamente a nível dos genéricos”, disse, comentando: “No fundo, são os genéricos que estão a contribuir para as poupanças” na despesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em ambulatório, que reduziu 316,4 milhões de euros em 2011, enquanto a despesa no sector hospitalar subiu 12,8 milhões de euros. 
Claro está, que pelo caminho ficarão alguns danos colaterais:
  • O responsável alertou que “as dificuldades das farmácias estão a tornar-se cada vez mais as dificuldades dos utentes conseguirem aceder aos medicamentos”. Dados da ANF divulgados por Paulo Duarte na comissão indicam que, desde Abril, o mercado tem reduzido mais de 10% em valor, com aceleramento a partir de Junho. “Em Junho tivemos uma redução de mercado de 16% e em Julho de 14,5%”, um valor estimado com base nos primeiros 15 dias de mercado. Em termos de unidades não há variações significativas e em termos de despesa pública do SNS verifica-se, até agora, uma redução de 8,1%, adiantou
Falta dizer que alguns laboratórios farmacêuticos multinacionais a operarem em Portugal, provavelmente deixarão o país em breve, pois este mercado passará a ser absolutamente marginal e desinteressante.

Tuesday, July 17, 2012

An AED (Automated External Defibrillator)

Heart disease is the foremost cause of death for both men and women in the United States. Heart disease can lead to sudden cardiac arrest, which will produce death without medical intervention. Proper use of an automated external defibrillator (AED) increases the chance of survival for a person experiencing cardiac arrest. An AED is a portable, battery-operated device that is able to check a person’s heart rhythm via adhesive electrodes that communicate with the AED’s internal computer. If needed, the AED can deliver an electric shock to the person’s heart. Administering an electric shock to the heart may be necessary in order to restore the heart’s normal rhythm. When a person suffers from sudden cardiac arrest, his or her heart develops an abnormal heart rhythm known as an arrhythmia. This arrhythmia causes the heart to stop beating and the afflicted person will pass out. Thus, restoring a normal rhythm is imperative to reestablishing blood and oxygen flow to the individual’s brain and vital organs.

Monday, July 16, 2012

Crimes impunes

Portugal está falido e sem soberania, mas não é por mero acaso. Este é apenas mais um dos factos que suporta a racionalidade da falência da naçãoPortugal gastou há seis anos 22,58 milhões de euros na compra de 2,5 milhões de doses de vacinas Tamiflu que não tiveram qualquer utilidade, destaca o Correio da Manhã desta segunda-feira denunciando que o produto está a apodrecer em armazém.


Pior, o contribuinte que já está sem forças, nem sequer tem o direito a ser informado: De acordo com o jornal, que refere tratar-se de um negócio «secreto», também não são revelados pormenores do contrato assinado com o laboratório fornecedor da vacina.

Thursday, July 12, 2012

Onde estão os milhões ganhos no passado?

Quem gere um negócio, tem que saber gerir os altos e os baixos do mesmo. Não há muito tempo, transaccionavam-se farmácias de oficina a 5, 6 ou mais vezes, o valor da sua facturação. Para que não fiquem dúvidas, transaccionavam-se farmácias por 5 ou 6 milhões de euros, que não chegavam a facturar 1 milhão por ano. E quem comprava, achava que tinha feito um grande negócio.

Como o Estado português foi forçado a gerir melhor o interesse público, por imposição dos seus credores internacionais, passou a saber gerir melhor a sua relação com o retalho farmacêutico. Claro, os donos de farmácia que ganharam milhões durante mais de uma década, agora não sabem o que fizeram ao dinheiro ganho. Perante este cenário expectável, agora só falta pediram um bailout ao amigo EstadoMais de 1100 farmácias têm actualmente os fornecimentos suspensos e a situação económica é de tal forma insustentável que não permite cobrir os custos fixos na maioria destes estabelecimentos.

De facto, quem não sabe ser merceeiro, deve fechar a loja. Quando os lucros eram grandes, e foram-no durante mais de uma década, ninguém se queixava. Aliás, parece que fecharam nos últimos 2 anos, centenas de restaurantes, de fábricas, ou até milhares de empresas de serviços, mas há sempre quem se queixe, mas tenha dinheiro suficiente para pagar consultoria muito bem paga,  para pedir ajuda: As farmácias "defrontam uma situação económica em que a atividade normal não permite cobrir os custos fixos numa maioria de farmácias", conclui um estudo da Nova School of Business & Economics, coordenado pelo economista e especialista em Saúde Pedro Pita Barros, que está a ser apresentado hoje na Associação Nacional das Farmácias.


Será que ainda vamos assistir a uma ajuda especial, vulgo bailout, ao sector farmacêutico com o beneplácito da Tróika, e à semelhança da banca? Em Portugal, tudo é possível.

Tuesday, July 10, 2012

FDA Approves First At-Home HIV Test

This past May an FDA advisory panel unanimously approved a test for HIV that people can perform at home. Relatively easy to use, the at-home test could greatly increase the number of people being tested for HIV, and thus enable treatment for many who would otherwise remain undiagnosed. The test, called OraQuick and made by Pennsylvania-based OraSure Technologies, works by detecting antibodies generated as part of the body’s response to HIV-1 or HIV2 viruses. A testing stick includes a flat pad at the end which the user uses to swab the upper and lower gums. The pad is then placed in a developer vial for 20 to 40 minutes after which, like a pregnancy test, one or two lines are formed: one line is negative, two lines indicates the presence of antibodies to HIV-1 and/or HIV-2.

Thursday, July 05, 2012

As esperadas boas notícias

Toda a gente sensata sabia que havia um conluio para evitar a redução da despesa com medicamentos. Havia muitos interessados. Indústria farmacêutica. Médicos frequentadores de Congressos em águas tropicais. Luís Filipe Pereira iniciou a batalha dos genéricos sem sucesso. Correia de Campos teve um pouco mais de sucesso. Agora, finalmente lemos isto:

  • A despesa do Estado e dos utentes com medicamentos genéricos desceu 24% em junho, a maior quebra dos primeiros seis meses desde ano.
  • Desde 1 de junho que nas receitas apenas pode constar o nome da substância ativa e não as marcas.
  • "O sistema está em vigor e não temos registado situações complexas. As farmácias e os médicos têm atuado para dar o melhor aos utentes. Junho superou todas as expectativas", reforçou Paulo Duarte (da ANF).
Tal como havíamos dito por aqui, o Dr. Paulo Macedo havia de trazer gestão à saúde. Este é um farol à vista. Esta é uma das maiores batalhas que se trava no sector da saúde em Portugal. Está a ser ganha, sem surpresa, mas com muito esforço.

Monday, July 02, 2012

O descontrolo total II

A despesa com medicamentos ultrapassa os 20% da despesa total com a saúde. Os medicamentos são vitais para a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Contudo, importa disciplinar todos os operadores que actuam no domínio do medicamento, como sejam: a Indústria farmacêutica, o retalho farmacêutico (vulgo farmácias de oficina), os médicos, os farmacêuticos e os hospitais. Até porque a entidade reguladora parece que insiste em passar despercebida, isto é, não quer fazer a sua função.

Vejamos a calamidade que vai pelo domínio dos medicamentos:

1As investigações desencadeadas pela Inspecção- -Geral das Actividades em Saúde (IGAS), em 2011, em 50 clínicas dentárias detectaram a utilização de medicamentos fora de prazo em 12 clínicas.

2Instigado a comentar a centena de processos instaurados pela IGAS nos últimos três anos, que dá conta de casos de fraude, corrupção e infrações conexas, Paulo Macedo achou "normal haver processos em curso". "O que acho anormal é o mesmo tipo de fraude se repetir", afirmou. O relatório da IGAS dá conta de irregularidades como a apropriação indevida de dinheiros públicos (36 por cento), a eventual fraude na prescrição e aviamento de medicamentos (18 por cento) e irregularidades financeiras na aquisição de serviços (12 por cento).


3Pelo menos 50 médicos são suspeitos de integrarem estruturas criminosas de fraudes em medicamentos similares à agora desmantelada pela Polícia Judiciária (PJ). A investigação alarga-se a todo o país. A informação surge no âmbito de uma nova fase de cooperação e troca de informações com o Ministério da Saúde. Mas também nasce na sequência do processo 'Máfia das Farmácias', conjugado agora com 10 detenções e mais duas constituições de arguidos, indiciados por burla superior a 50 mil euros, explica o Jornal de Notícias.

4O presidente da Autoridade Nacional do Medicamento, Jorge Torgal, vai abandonar o cargo a um ano do fim do mandato, mas mantém-se em funções até ser substituído. A fonte do Ministério da Saúde afirmou que ainda não foi nomeado um conselho de administração, que terá três gestores em vez de cinco, como até agora. Acrescentou desconhecer se a demissão dá lugar ao pagamento de uma indemnização.


Ainda há quem se admire de Portugal estar falido e estar entregue à Finança Internacional. A maior parte das elites políticas, empresariais e sociais, quer ser rica, rapidamente e sem esforço, beneficiando do absoluto relaxe das autoridades, em particular de quem tem como principal incumbência o controlo do bem público.