Falar em SNS, gratuito e com uma oferta de serviço global, é uma miragem. Cada vez mais, o chamado SNS servirá, ainda que apenas numa relação de qualidade-preço. Isto é, atendendo a que ainda não se paga muito de cada vez que se vai a um hospital ou centro de saúde, públicos, o que se obtem de serviço não é mau.
Contudo, tem que se ponderar o que se paga em impostos. A falácia monumental de que "o SNS era gratuito", sempre se fundamentou na ideia de que "o Estado pagava". Ora, o Estado só pode pagar, o que recebe dos contribuintes.
Agora, o que se obtém do SNS é pouco, mas o que se paga em impostos e em taxas moderadoras é demasiado. Até o navio-almirante, o hospital universitário de Lisboa já está em falência técnica: O hospital de Santa Maria, em Lisboa, já esgotou a verba dada pelo Ministério da
Saúde (290 milhões de euros) para o ano de 2012. Desde o mês de Outubro, o
hospital só tem dinheiro para pagar salários e para despesas com a luz, água e
comida.
A lógica dos Senhores administradores hospitalares, nunca foi a da gestão de uma conta de exploração. A lógica dos chamados administradores, sempre foi a de "gaste-se o que é preciso, independentemente dos custos". Naturalmente, que um dia se haveria de bater no fundo.
Curiosamente, a justificação que se dá para esta situação é igual a tantas outras do passado: Correia da Cunha explicou que o problema não é de má gestão, mas sim de
subfinanciamento e de erros de cálculo. “Este ano o nosso orçamento foi reduzido
em 56 milhões de euros com o pressuposto de que a actividade iria diminuir 20 a
30% com a abertura do hospital Beatriz Ângelo, em Loures, e isso não se
verificou”.
Coitado de quem ainda paga impostos!
Post Scriptum: não há nenhum incentivo para se pagar impostos em Portugal.