Wednesday, July 18, 2012

As esperadas boas notícias II

Por vezes, nada melhor do que não ter dinheiro, para se poder reduzir a despesa. Pode parecer duro, mas as sociedades mais ricas têm por vezes demasiada complacência, o que as torna despesistas e consumistas. Quantas vezes, não nos damos conta, num programa de televisão, ou num passeio pela rua, que há pessoas que gostam de exageros, apesar de muitas vezes, nem poderem sequer ter o essencial, quanto mais o excessivo.

Vejamos o extraordinário resultado para o Estado e para os contribuintes, resultante da política promovida pelo Ministro Paulo Macedo de quase imposição dos genéricos, através da obrigatoriedade do princípio da "denominação comum internacional":


  1. “Pela primeira vez, a quota de mercado dos medicamentos genéricos no mercado total ultrapassou os 60%, o que é um número que nunca tinha sido atingido”, disse Paulo Duarte na Comissão Parlamentar de Saúde.
  2. No mesmo mês, verificou-se um “maior aumento de quota de mercado nos medicamentos genéricos”, situando-se nos 6,7 pontos percentuais face a uma média anterior de 5,5 pontos percentuais. Para o vice-presidente da ANF, estes dados evidenciam que “a medida está a ter efeitos do ponto de vista do comportamento do mercado”. 
  3. Também neste mês, registou-se “a maior redução do preço médio dos medicamentos” desde o princípio do ano: 20,3% face aos preços praticados em Janeiro. Já o preço médio dos genéricos reduziu 51,2%.
  4. Sobre a evolução média dos preços dos medicamentos de marca, Paulo Duarte adiantou que, desde 2009, a variação não é significativa. “A redução tem acontecido praticamente a nível dos genéricos”, disse, comentando: “No fundo, são os genéricos que estão a contribuir para as poupanças” na despesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em ambulatório, que reduziu 316,4 milhões de euros em 2011, enquanto a despesa no sector hospitalar subiu 12,8 milhões de euros. 
Claro está, que pelo caminho ficarão alguns danos colaterais:
  • O responsável alertou que “as dificuldades das farmácias estão a tornar-se cada vez mais as dificuldades dos utentes conseguirem aceder aos medicamentos”. Dados da ANF divulgados por Paulo Duarte na comissão indicam que, desde Abril, o mercado tem reduzido mais de 10% em valor, com aceleramento a partir de Junho. “Em Junho tivemos uma redução de mercado de 16% e em Julho de 14,5%”, um valor estimado com base nos primeiros 15 dias de mercado. Em termos de unidades não há variações significativas e em termos de despesa pública do SNS verifica-se, até agora, uma redução de 8,1%, adiantou
Falta dizer que alguns laboratórios farmacêuticos multinacionais a operarem em Portugal, provavelmente deixarão o país em breve, pois este mercado passará a ser absolutamente marginal e desinteressante.