Fazer dos outros parvos, foi sempre um dos desportos favoritos de uns quantos cidadãos portugueses. Depois de durante décadas, os detentores de farmácias enriquecerem quase todos, muito à custa de uma relação duradoura com o seu principal cliente, o Ministério da Saúde, de repente viram o seu maná ficar ameaçado porque Portugal faliu. Como Portugal faliu, o Ministério da Saúde deixou de poder ser bondoso para os proprietários de farmácias. Estes, como vingança, decidiram escrever por todo o Portugal, "farmácias em luto".
Há quem lhes chame espertos. Há quem lhes chame, "chicos". Nós rimo-nos, não porque a desgraça alheia nos dê prazer, mas porque o feitiço se pode virar contra o feiticeiro: Uma empresa detida em parte pela Associação Nacional de Farmácias é suspeita de
exportação ilegal de medicamentos para vários países europeus, originando falhas
no abastecimento às farmácias em Portugal.
Como o assunto é sério, pois a dívida do Estado português durará décadas a ser paga, é com absoluto desdém que assistimos ao dito luto. De luto estão os contribuintes que têm que aguentar a pilhagem fiscal em curso, muito por força da bondade do Estado durante décadas, sobretudo junto de uns quantos amigalhaços.