Antigamente, era usual atribuir-se louvores públicos por serviços prestados à Pátria. Situações de guerra. Situações de sacrifício evidente. Situações de valor extremo.
Agora, pratica-se o cinismo e finge-se que os esquemas de sobrevivência deverão dar azo a atribuição de louvores: Paulo Macedo, ministro da Saúde, retirou da presidência do Infarmed Jorge
Torgal. Agora, faz um louvor público à direcção da autoridade que substituiu.
Porque demitiu então, Paulo Macedo, o anterior Presidente do Infarmed? Terá sido porque não gostava da sua barba? Numa fase de completo desconchavo da nação, isto é patético: Paulo MAcedo diz que tendo cessado funções é "justo prestar público louvor pelo
trabalho desenvolvido nessa instituição e pela forma como o desenvolveram, desde
a sua nomeação inicial em 2010, até à presente data, e especialmente no período
de tempo que comigo colaboraram". Elogia o currículo destes responsáveis,
"principalmente o do professor Jorge Torgal, médico, eminente especialista em
saúde pública, professor e investigador, tendo a actuação no sector do
medicamento nestes dois anos demonstrado inequivocamente a sua capacidade de
dirigentes".
Portugal vai mal, e não tem conserto.