Tuesday, July 31, 2007

Lições do NHS

Nem sempre temos que seguir modelos alheios. Mas, não faz mal nenhum, olhar para outros exemplos, para além do nosso. Tudo isto a propósito do número de horas de trabalho dos Médicos na Grã-Bretanha, no National Health System (NHS).

Vejamos esta notícia: GPs in England spend almost 40% longer on each patient consultation than they did in 1992/93, research shows.

Óptimo, para os doentes, pois assim os seus Médicos podem ouvi-los mais e melhor. Mas, atenção aos detalhes: Data released by the Information Centre for Health and Social Care show the average consultation time in 2006/07 was 11.7 minutes, up from 8.4 minutes.

Contudo, However, most are not working outside "normal" hours as they once did. In 1992/93 the average GP worked around seven hours a week outside surgery hours.

Sempre a baralhar e dar de novo: A new contract was introduced for GPs in 2004. The deal allowed them to opt out of evening and weekend work, in return for around a £6,000 a year drop in pay.

É sempre bom poder optar por trabalhar menos, abdicando de alguma parte do salário.

Mas, parece que os Médicos Britânicos não se podem queixar dos contratos elaborados com o NHS, da era Blair: But performance-related components to the contract have led to their pay rising by over a fifth in the first year of the contract, with average GP pay now above the £100,000 barrier.

Convenhamos, que 1 libra = 1,5 euros, pelo que cada Médico de Clínica Geral aufere na Grã - Bretanha cerca de 150.000 euros por ano. Não está mau!

Monday, July 30, 2007

Mais uma Inspecção

Somos dos que achamos que o Estado, que somos todos nós, deve ter sobretudo uma função de controlo e regulação das actividades económicas. Sabemos que este Governo, tem tido uma preocupação relevante quanto ao controlo das actividades privadas, a começar pela ASAE, passando pela Direcção Geral de Impostos, até às actividades do Ministério Público.

Adicionalmente, existem uma séria de Autoridades, ditas Reguladoras, que vão desde o Banco de Portugal (na Banca), até ao Instituto de Seguros de Portugal, ao Infarmed (Entidade Reguladora da Farmácia e do Medicamento), à Autoridade da Concorrência, ou, entre outros, à Entidade Reguladora da Saúde (ERC).


Então, e como se vão articular, a ERC, a Direcção Geral de Saúde, o Infarmed, com a nova Autoridade?

Vejamos mais em detalhe: Nas suas atribuições, a IGAS verifica o cumprimento da lei por qualquer entidade ou profissional do sector da Saúde e o controlo interno financeiro dos serviços integrados ou tutelados pelo Ministério da Saúde, assim como o correcto uso dos fundos públicos atribuidos a entidades privadas.

Ahhhhh, e as ARS's ? E as Entidades de Contratualização? E o Instituto de Qualidade na Saúde?

Não estará a "sala" cheia de mais? Não venham depois, falar em mais impostos!

Mas, parece que se procede a um face lift, ou não estivéssemos na saúde: A nova lei orgânica publicada em Diário da República caracteriza a IGAS como «herdeira» da Inspecção-Geral da Saúde.

Sunday, July 29, 2007

E-Health: status

A revolução tecnológica na saúde será incomensurável. Será. Pois, entretanto, vai andando! Vejamos esta notícia:
  • "Electronic medical records could help us learn from every encounter with a patient," said Agus, an oncologist and director of the Spielberg Family Center for Applied Proteomics at Cedars-Sinai Medical Center in Los Angeles.
  • For now, many medical records remain in paper files that are easily lost, sometimes hard to read and less-than-convenient to locate, share and compare.
  • Meanwhile, patient privacy issues, complaints about costs, competition among technology providers and doctors' apparent reluctance to embrace the system have left many medical records in the informational Stone Age.
  • According to statistics from the Centers for Disease Control and Prevention, only 1 in 10 U.S. physicians in 2005 were using systems that included prescription and diagnostic test orders, test results and physician notes, which are vital to a complete health information network.

E em outros países, para além dos EUA, como é que vai a revolução digital na saúde:

  • Denmark leads the pack among European and English-speaking countries when it comes to using digital information to deliver health care, according to the Commonwealth Fund.
  • The Danish government provides health care for its citizens and most of their health information is kept in a single system that can be accessed and updated by an individual's primary care doctor and other medical professionals.
  • Anyone who has personally -- or through an acquaintance or family member -- grappled with a complex or terminal medical condition knows just how difficult it can be to keep track of specialist visits, hospital stays and prescription drugs -- and how valuable it is for doctors, patients and family members to have immediate access to complete records during a health crisis.

A Dinamarca só tem 4 milhões de habitantes. A Dinamarca não tem petróleo. A Dinamarca limita-se a organizar os seus recursos, sobretudo os recursos humanos. Será que estes exemplos não poderão ser analisados pelos nossos Dirigentes políticos, élites empresariais e intelectuais?

Friday, July 27, 2007

A gestão a chegar à saúde

O Hospital Infante D. Pedro, ou Hospital de Aveiro, foi o primeiro hospital a publicar o seu Relatório e Contas de 2006, na internet. Saúde-se, por ser o primeiro, mas veja-se a diferença face ás empresas cotadas em bolsa, que já estão a publicar os resultados do segundo trimestre de 2007, quando o primeiro hospital-EPE, apenas agora, publica os seus resultados de 2006.


Este facto, não é dispiciendo, já que em gestão, não se podem tomar decisões sobre informação demasiado velha. E, hoje, em gestão, informação com mais de 6 meses, já está ultrapassada.


Mas, vamos dar só uma pequena idéia sobre alguns dos resultados apresentados:

  • No Indíce, faz-se alusão ao "Relatório e Parecer do Fiscal Único", vamos à página 105, do Relatório e Contas, e não existe esse parecer. Ou seja, como é que se publicam contas de uma empresa, sem o necessário Relatório do Revisor Oficial de Contas (ROC)? Será que o ROC não concorda com o que está escrito no Relatório e Contas de 2006?

  • Na página 20 do Relatório, verificamos que o Hospital teve um aumento de funcionários, de 1.077, em 2004, para 1.107, em 2005, e para 1.166 em 2006. Significativo. Vejamos o nível de resultados que este aumento deverá ter tido.
  • Na página seguinte, verificamos que a rubrica "Ordenados e Salários/ Efectivos globais", aumentou de 16.283, em 2004, para 16.766, em 2005, e para 17.610, em 2006. Um aumento dos ordenados de 8%, de 2004, para 2006. Significativo aumento.
  • Quanto a resultados, comecemos pela "taxa de ocupação" do internamento, que passou de 74,40% em 2005, para 70,90% em 2006. Mau.
  • A taxa de crescimento de consultas externas foi de 0,82% de 2005 para 2006. Fraco.
  • O número de urgências aumentou 3,71% de 2005, para 2006. Razoável.
  • O Orçamento - Programa foi cumprido, no que toca a internamentos. Ok.
  • As cirurgias realizadas no "Bloco operatório" foram em 2006, 2,7% inferiores, em relação a 2005. Em 2005 tinham sido 4,95% inferiores a 2004. Muito mau.
  • O Orçamento - Programa ficou muito aquém, no que toca à produção cirúrgica (pág. 39), quase 20% abaixo do orçamentado. Péssimo.
  • O Hospital de Dia teve um nível de produção em 2006 de metade do que teve em 2005. Péssimo. Contudo ficou cerca de 42% acima do orçamentado!
  • O custo com pessoal (pág. 60) foi 9,05% em 2006, acima de 2005. Sem comentários!
  • Registamos na pág. 68, que os custos com Enfermagem aumentaram 109,5% e os custos com Pessoal Médico acresceram 35,31%!!!
  • Apesar do Relatório referir que houve vários investimentos realizados em 2006, verificamos que o Activo Líquido do Hospital passou de quase 50 milhões de euros em 2005, para 41,5 milhões de euros em 2006. Terá mesmo havido investimento?
  • Resultados Líquidos (Negativos, leia-se prejuízos) em 2006 de 13 milhões de euros, quando em 2005 foram de 6,5 milhões de euros (também negativos)! Coitados dos Accionistas, que são todos os portugueses!
  • As Dívidas a Terceiros cresceram de 10,6 milhões de euros, em 2005, para 13,8 milhões de euros em 2006!

Resumindo, se nós fossemos o Accionista, que tivéssemos este tipo de Relatório de Actividades, com esta evolução, restavam-nos duas opções:

  1. Chamaríamos a Administração para apresentar um Plano a 3 anos, para recuperação drástica da situação catastrófica em vista.
  2. Demitiríamos, sem qualquer apelo, a Administração. E com justa causa!

Thursday, July 26, 2007

Wednesday, July 25, 2007

Preços dos Medicamentos

O actual Governo batalhou desde a sua investidura, em tentar alterar o panorama no sector farmaceutico. Quais as medidas que tomou, e sucintamente:
  1. Venda de medicamentos, de venda livre, fora das Farmácias.
  2. Redução administrativa do orçamento dos medicamentos, através da redução forçada das margens dos Laboratórios, dos Grossistas e dos Retalhistas de medicamentos.
  3. Alteração da Lei de propriedade das Farmácias de retalho.

Não queremos, desde já, analisar se as medidas foram boas ou más, sobretudo quanto a resultados (já que de boas intenções, estamos já fartos). Interessa-nos este resultado, recolhido pela DECO, e que demonstra que algo está a sair ao contrário do esperado pelo Ministro Correia de Campos e pelo próprio Primeiro Ministro. Vejamos então: Os medicamentos de venda livre aumentaram, em média, 3,5%, dois anos depois do Governo ter anunciado que os medicamentos não sujeitos a receita médica passariam a ser vendidos fora das farmácias.

A entidade reguladora do medicamento, Infarmed, chega a conclusões diferentes: O Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento (Infarmed), por seu lado, contrapõe com a conclusão dos seus estudos mensais: os preços estão mais baixos e, em Junho, estavam em média 0,7% abaixo do valor praticado antes da liberalização.

Em que é que ficamos? Quem é que tem razão? De que forma se chegaram a conclusões tão díspares? Há más intenções, aqui?

Vejamos alguns detalhes sobre o aumento de alguns medicamentos: As subidas mais acentuadas verificaram-se no Antigripine (42 por cento), na Aspirina (27 por cento), Thrombocid (25 por cento) e Bisolvon (21 por cento).

Faltam instrumentos de gestão na saúde!

Tuesday, July 24, 2007

Medicamento contra o câncro desenvolvido em Espanha

A investigação e o conhecimento são armas que servem para melhorar a vida das pessoas. Parece simples, mas às vezes é de difícil aplicação.

Em Espanha, há uma empresa que caminhou durante muitos anos para conseguir a aprovação de um medicamento contra o cancro, quer por parte da Autoridade Americana de Medicamentos (Food and Drug Administration), e também por parte da Agência Europeia do Medicamento.

A notícia diz-nos isto: La Agencia Europea del Medicamento ha manifestado su opinión favorable a la comercialización de Yondelis, lo que le convierte en el primer fármaco desarrollado por una empresa española, Pharma Mar, filial de Zeltia, para el tratamiento de los sarcomas de los tejidos blandos.

Mais detalhes:
  • la opinión positiva de la Agencia del Medicamento se ha basado en los resultados de un ensayo comparativo de Yondelis en 270 pacientes con sarcomas de tejidos blandos en progresión y que no tenían ninguna opción terapéutica disponible.
  • El estudio demostró diferencias estadísticamente significativas, al obtenerse una reducción del 27% en la progresión tumoral, lo que aumentó la supervivencia libre de progresión tumoral.
  • Además, a los 12 meses, el 61% de estos pacientes continuaba con vida, con lo que se convirtió en el ensayo clínico mayor realizado hasta la fecha entre este tipo de pacientes.

Aqui mesmo ao lado, estão na frente do desenvolvimento científico!

Monday, July 23, 2007

A reorganização hospitalar em Lisboa

Assistimos nos últimos tempos a uma grande movimentação no investimento hospitalar na Grande Lisboa, senão vejamos:
  • Abertura do Hospital da Luz (Grupo Espírito Santo).
  • Abertura prevista para 2008, do Hospital dos Lusíadas (HPP - Grupo Caixa).
  • Abertura prevista para 2009, do Hospital de Cascais (Parceria Público - Privada).
  • Abertura, ainda sem data prevista, do novo Hospital de Loures (Parceria Público - Privada).
  • Encerramento do Hospital do Desterro, em 2006.

Para além destes eventos de maior dimensão, ainda assistimos a grandes investimentos:

  • Do Grupo Português de Saúde (Clínica Unimed - Cascais, aquisição e consolidação do British Hospital, gestão do Hospital Saint Louis).
  • Do Grupo José de Mello Saúde (consolidação do Hospital CUF - Descobertas).
  • Da Clínica Quadrantes, com um investimento significativo em novas tecnologias de imagiologia e de radioterapia.
  • A Clínica de São João de Deus foi adquirida pelo Grupo Lusófona.

A saúde tem mexido, e significativamente. Parece-nos, até, que a oferta poderá vir a superar a procura (algo que se passou no Ensino Superior há mais de uma década).

Agora, e inevitavelmente, aparece-nos o reverso da medalha: O Ministério da Saúde já tem definida a lista final de hospitais que vão encerrar em Lisboa, em resultado da reorganização da capacidade de prestação de cuidados de saúde na capital.

Tinha que ser. A oferta parece ser demasiado grande. O Estado já não tem capacidade para suportar o "fardo" da saúde, e parece aceitar passá-lo aos "privados". Vejamos na mesma notícia, quem são os hospitais que deverão fechar: Assim, os hospitais dos Capuchos, Santa Marta, São José e Estefânia, Desterro e Estefânia vão fechar, mas só depois de entrar em funcionamento o novo hospital de Todos-os-Santos, em Chelas.

Se o Estado parece querer reorganizar-se na saúde, oferecendo menos serviços, parece-nos que esse mesmo Estado terá que rever a carga fiscal, que cada cidadão vai ter que alocar aos serviços privados da saúde!

Esta "guerra" ainda está no começo.......

Sunday, July 22, 2007

4ª Conferência Mundial sobre a SIDA/ HIV

Está a decorrer em Sydney, Australia, entre dia 22 e dia 25 de Julho de 2007, a 4ª Conferencia mundial, promovida pela International Aids Society.

Deixamos alguns temas do Programa, que serão abordados na Conferência:
  • Tibotec: New Breakthroughs for Treating HIV: Enhanced Opportunities for Tailoring Treatment to meet Patient Needs.
  • New Data and International Antiretroviral Treatment Guidelines: Interactive, State-of-the-Art Session.
  • Neurological Complications of HIV Infection.
  • Female-Initiated HIV Prevention Technology.
  • Paediatric HIV Infection – What’s New?
  • Treatment of Early HIV Disease.

A (in)Civilização em Portugal

Friday, July 20, 2007

Rankings na saúde

Desde jovens, que estamos habituados a rankings. Não devemos exagerar, naturalmente. Mas, ninguém gosta de perder, "nem a feijões". Tudo isto, a propósito da existência de rankings de hospitais.

Vejamos esta notícia: "Queremos avaliar todos os cuidados de saúde, públicos, privados e sociais, sem qualquer distinção”, explica Álvaro Almeida, presidente da ERS. E anuncia: “Os primeiros ratings vão sair já em 2008 e o sistema de avaliação já está a ser implementado"

Normal. Absolutamente normal, desde que as várias entidades envolvidas na avaliação não entrem no jogo de forma histérica!

Vejamos a reacção de um dos stakeholders da saúde: O presidente da Associação dos Administradores Hospitalares considera o sistema de avaliação por estrelas (como nos hotéis) uma medida que “pode não ter os efeitos práticos desejados”.

E ainda: Manuel Delgado explica que, no sector público, os utentes estão limitados aos serviços da sua área de residência, pelo que não têm grande possibilidade de escolha. “Um ranking de um mercado muito incipiente, em que os cidadãos têm pouca mobilidade e em que os próprios modelos de financiamento do sistema, são pouco sensíveis a esta variabilidade da procura em função da qualidade do serviço. É evidente que o seu impacto é pequeno”, diz este responsável, explicando que “os efeitos práticos, que a existência de um ranking tem, fazem com que a procura se dirija para os serviços de maior qualidade. Esse efeito não se vai notar na medida em que as pessoas estão muito ligadas ao seu hospital de referência”.

Se calhar, Dr. Manuel Delgado, o que está mal, é o facto dos doentes não poderem escolher livremente o seu prestador. Naturalmente, que se o serviço for mau ou medíocre, e o doente não puder escolher alternativas, tudo ou quase tudo ficará na mesma!

Para nós, trata-se de uma questão de mentalidade, é preciso fazer ouvir os principais utilizadores e pagadores do sistema de saúde: os doentes.

Thursday, July 19, 2007

European Health Management Association - Conference 2007

Decorreu em Lyon, entre 27 e 29 de Junho de 2007, uma das mais relevantes Conferencias Europeias de Gestão da Saúde.

Estiveram presentes alguns portugueses, o que é sempre dignificante. Deixamos aqui, uma parte do abstract que o Prof. Paulo Kuteev Moreira apresentou na referida Conferência:
  • Background: A major recent development in the Portuguese National Health System is the creation of an ‘intermediate care function’ in order to guarantee an integrated approach to care for the elderly, disabled and long-term chronic disease sufferers. The challenges, however, are multiple: organisational, cultural, financial and of media interpretation of governmental intentions, as well as polemics pertaining to a perception that intermediate care is second-class health care. This paper discusses the impact on stakeholders’ values of developing new complementary services.
  • Results and discussion: New model for integrated care: difficulties and change management challenges; Demand for new caring skills and know-how in integrated health planning and management; New awareness of opportunities for change and integration; New values versus old financing model.

Wednesday, July 18, 2007

Medicamentos genéricos

Apesar dos Indices Bolsistas internacionais estarem de vento em pôpa, as acções das maiores empresas farmacêuticas do mundo, estão a desvalorizar-se. Quais as razões, para este facto, quando o sector farmacêutico foi quase sempre dos mais lucrativos do mundo? Alvitramos duas razões:
  1. O aumento da importância dos "Genéricos" (ou seja, da quota de mercado), face aos "produtos de marca".
  2. Os problemas crescentes de foro jurídico, face aos efeitos adversos de muitos medicamentos (que levam a custos judiciais enormes).

Por cá, a situação dos "Genéricos" veio desde há 3 anos, repôr alguma disciplina nas despesas com os medicamentos do SNS. Vem agora a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), que tem como função regular o sector, dar algumas informações preocupantes, se não vejamos:

  • O presidente da Autoridade Nacional do Medicamento, Vasco Maria, admitiu esta quarta-feira que Portugal tem preços demasiado elevados para os medicamentos genéricos.
  • preços elevados, colagem de preços ao Preço de Referência, elevado número de medicamentos com preços semelhantes, ausência de concorrência, número excessivo de genéricos na mesma substância activa, bem como um elevado número de substâncias activas sem genérico porque “os preços são menos interessantes”.
  • o Instituto da Farmácia e do Medicamento (Infarmed) quer aumentar o nível de conhecimento e voltar a dissipar as dúvidas existentes sobre a qualidade dos genéricos em relação aos medicamentos de marca.

Comentário nosso: grave, muito grave, que a própria Entidade Reguladora do sector, venha publicamente reconhecer as ineficiências que existem, por sua evidente incapacidade. Esperemos que este "acto de contrição", sirva para que o Infarmed venha repôr a sua função no mercado.

E - Health: the Smith Institute for Urology

Tuesday, July 17, 2007

Um diagnóstico de câncro em 15 dias

Os avanços na saúde são contínuos. Repare-se nas metas definidas por nuestros hermanos, aqui:
  • El consejero de Sanidad, Juan José Güemes, anunció ayer que el objetivo del Gobierno regional es reducir el proceso de confirmación diagnóstica del cáncer a 15 días, un tiempo ajustado al objetivo que marca la estrategia española para el año 2008.
  • el objetivo para el 2008 también incluirá, una vez confirmado el diagnóstico, un tiempo máximo para el tratamiento quirúrgico de no más de dos semanas, de una semana para el tratamiento quimioterápico y de cuatro semanas para el radioterápico.
  • El Plan, elaborado por más de 160 profesionales, cuenta con una inversión de 30 millones de euros, ampliables a 40 millones.

Numa sociedade, em que o envelhecimento é cada vez um problema maior, e em que o câncro já não tem o carácter tenebroso do passado (apesar de não ser desejável por ninguém), é excelente definir novas metas, que possibilitem níveis de qualidade de vida e de prevenção da doença, do mais alto nível.

Monday, July 16, 2007

Observatório - Relatório da primavera 2007 - II

Conforme prometido, voltamos a analisar algumas partes fundamentais do Relatório da Primavera 2007, do OPSS (Observatório Portugues dos Sistemas de Saúde).

Alguns aspectos relevantes do Relatório:
  • EUA: reformas significativas em alguns Estados com o fim de caminhar no sentido de assegurar uma cobertura obrigatória para o acesso aos cuidados de saúde de todos os cidadãos — reposta ao facto de actualmente mais de 40 milhões de americanos não beneficiarem dessa cobertura.
  • China: Os distúrbios (que levaram à destruição de um dos hospitais locais) irromperam após uma criança, de 3 anos de idade, ter morrido no hospital para onde tinha sido levada de urgência, após a ingestão de pesticidas … (isto na sequência) dos serviços de urgência se terem negado a tratá-lo enquanto o avô, que cuidava da criança, não apresentasse o dinheiro necessário para pagar o tratamento … A criança faleceu enquanto o avô procurava juntar o dinheiro para fazer o pagamento solicitado.
  • Reino Unido: Manter os valores inerentes ao SNS e melhorar, ao mesmo tempo, o desempenho do sistema de saúde no seu conjunto, através de um vasto conjunto de abordagens instrumentais, pode resumir o principal objectivo da política de saúde inglesa durante este período.
  • Espanha: O relatório do Barómetro da Saúde revela que em 1995, 85% dos espanhóis não duvidariam em ser atendidos num centro público, enquanto que em 2004 esta percentagem tinha descido para 60%.
  • Portugal: o Ministério da Saúde tem a seu crédito ter conseguido, para 2006, um orçamento para a saúde que, pela primeira vez, pelo menos desde a criação do SNS, se aproxima de um orçamento genuíno e realista para o sector da saúde.

Comentários nossos:

  1. Não há um modelo de saúde único.
  2. Há diversas abordagens para melhorar a qualidade de vida, a custos aceitáveis.
  3. A saúde não pode ser apenas suportada por uma opção privada (até porque há sempre pessoas, que não "interessam" a nenhuma entidade privada: doentes com Sida, doentes com câncro, ou entre outros, doentes hemodealizados).
  4. A saúde não pode ser apenas suportada por uma opção pública. Se assim for, o laxismo e a falta de concorrência, farão decair inevitavelmente o nível de serviço a prestar aos cidadãos.

Sunday, July 15, 2007

Internet es ya la principal fuente de información

Fenomenal. Brilhante. Fantástico. Estamos a chegar ao admirável mundo novo. Vejam esta notícia, que nos vem de Espanha: Como ocurre en el resto de Europa y en Estados Unidos, Internet también se ha convertido en España en la principal fuente de información sanitaria. El 85% de los pacientes españoles acude primero a la Red para informarse sobre salud, según los resultados de dos nuevos estudios.

A Internet é indubitavelmente o futuro, duma sociedade de mais conhecimento e de mais abertura aos cidadãos.

Vejamos mais detalhes da notícia:
  • En total, en marzo de 2007 se registraron en Europa más de 60 millones de usuarios de información sanitaria en Internet, una cifra que ha aumentado de forma constante en los últimos años.
  • Para nueve de cada diez internautas españoles, Google es el punto de partida, un porcentaje ligeramente superior al que se observa en otros países europeos.
  • Desde la generalización de Internet como fuente primera de información, ni los médicos ni los pacientes son ya los mismos.
  • "¿Por qué acudimos a Internet? Porque nos permite buscar por nosotros mismos la información que necesitamos", ha dicho Lois Hall, directora de planificación en Europa de Ogilvy Healthworld y coordinadora de uno de los estudios.

Senhores Doutores (Médicos, Farmacêuticos e afins), preparem-se para começarem a discutir assuntos técnicos com os Vossos doentes (nunca, pacientes).

Mais, esta nova era, ditou o fim do paciente. Para sempre. O poder está a passar para o controlo dos doentes, que têm que ser tratados como clientes (quer estejam no serviço estatal, quer estejam no serviço privado).

Boas notícias.

Friday, July 13, 2007

E-Health - Portugal !

O E-Health, ou "saúde electrónica", é o futuro. De contrário, será impossível gerir um sistema de saúde. Nós já o percebemos há muito!

Temos dado, por aqui, vários exemplos de E-Health. Sem querer ser catastrofista ou "bota-abaixo", queremos demonstrar que isto não é E-Health:
  • “Alguns meses após a morte da minha mãe recebemos uma carta do Centro de Saúde de Loulé a marcar-lhe uma consulta de oftalmologia”, explica Fernanda da Silva, que diz ter então contactado os serviços, informando do falecimento da mãe e tendo a garantia de que o nome seria eliminado no sistema informático.
  • “Não serviu de nada o alerta".
  • A família recebeu agora, dois anos após a sua morte, uma convocatória dessa unidade de saúde para se apresentar no Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, em Portimão, a fim de marcar a tão desejada operação.

Lamentável. Vergonhoso.

Vem agora o Presidente do Conselho de Administração do hospital, onde a Senhora seria objecto de cirurgia, dizer isto:

  • Luís Batalau, director do CHBA, disse ao CM que “os serviços do hospital desconheciam, em absoluto, este caso, não constando nos arquivos qualquer pedido da utente para cirurgia”.
  • A responsabilidade do erro que revoltou a família da falecida é dos serviços do Centro de Saúde de Loulé, como também foi explicado pela Administração Regional de Saúde do Algarve.

Mas, será que "responsabilidade" faz parte dos dicionários dos Altos Responsáveis Públicos? É que a "responsabilidade" é sempre de alguém......mas, não é de ninguém.

Thursday, July 12, 2007

Wednesday, July 11, 2007

O Estado contra-ataca

O Estado, que somos todos nós, nem sempre, está directamente relacionado com os Governos. Muitas vezes, o Estado está presente em empresas municipais, ou em empresas públicas. E até, acaba por fazer sentir a sua presença em empresas privadas.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) é o braço financeiro do Estado. A CGD não só é o mais lucrativo (!) banco em Portugal, como tem participações simbólicas, mas de referência em múltiplas empresas em Portugal, e no estrangeiro.


Mas, atenção que a participada da HPP, também é accionista da HPP: USP que tem 25% da HPP.

Ou seja, são as teias do dinheiro, e o Estado parece já estar muito à vontade, nestas teias!

E o Estado até já é financiador do Estado, ainda que através de uma participada de um seu participado: A empresa do sector da saúde da CGD foi o consórcio vencedor do concurso para o futuro hospital de Cascais, em regime de parceria público-privada, estando actualmente a negociar com o Estado os termos do contrato de gestão desta unidade hospitalar.

Confuso? Não vale a pena. São as velhas teias do dinheiro, apenas com novos actores.

A apetecível saúde

As mutações no sector da saúde são muitas: os Estados diminuem a sua participação, os privados investem mais no sector, a inovação tecnológica é cada vez maior, o peso das corporações aumenta, os doentes estão a perceber que têm mais poder (quer na escolha, quer na exigência de mais qualidade).

Tudo isto, a propósito de mais este investimento: O grupo José de Mello Saúde vai investir cerca de 200 milhões de euros em hospitais nos próximos três anos, em Portugal.

Óptimo. É um bom sinal para a economia. É um bom sinal para a saúde portuguesa.

E no caso da José de Mello Saúde, a internacionalização é já um facto: Além dos investimentos em Portugal, a José de Mello Saúde iniciou a sua internacionalização com a aquisição de uma participação de 38% no grupo Hospitalario Quirón, há cerca de um ano.

Vejamos detalhes de resultados desta parceria Luso-Espanhola:
  • A José Mello Saúde vai abrir um hospital em Barcelona, no próximo dia 14 de Julho. O investimento será feito em parceria com o grupo Quirón.
  • Esta unidade hospitalar custou 100 milhões de euros. Tem mais de 250 camas, 20 blocos cirúrgicos e 160 consultórios. A área que ocupa ultrapassa os 56 mil metros quadrados e a infra-estrutura está equipada com tecnologia de vanguarda. O hospital irá abranger todas as especialidades.

Assim, Portugal poderá vir a usufruir de melhores dias.

Ordenados na saúde na Grã-Bretanha

A saúde está difícil, para os doentes, para os pagadores (Estado e Segurados), e até os profissionais de saúde se queixam.

Vejamos o panorama dos ordenados na saúde, na Grã-Bretanha, segundo vemos aqui:
  • The U.K.'s National Health Service, the state-run system that provides medical care to residents of England and Wales, paid specialist doctors about 112,000 pounds ($228,000) this year, an increase of 16 percent since 2004.
  • while qualified ambulance staff earned 32,100 pounds and qualified nurses earned 26,100 pounds, the Information Centre, an independent body that collects and analyzes health statistics.
  • Consultants' salaries don't include all the private work that they undertake outside of the NHS.

A propósito desta notícia, o que diz a British Medical Association: ``It takes over 15 years of intensive training to become a consultant,'' . ``They are highly skilled and their salaries reflect the intensity and responsibility of their work.''

Notas: 1 euro = 1,37 dolares; 1 euro = 0,67 libras britânicas.

Tuesday, July 10, 2007

Reorganização dos cuidados de saúde


Foto: aqui.

A reorganização dos cuidados de saúde tem sido um dos pontos-chave da actual política governamental. E bem, dizemos nós. Habituaram mal, os portugueses, de que deveriam ter um Hospital, uma Universidade, ou um Tribunal, em cada concelho!

E agora? O que fazer. Para que situações, como a que se vêem na imagem se possam remediar, só através de uma grande conjugação de esforços entre sector público e privado, e simultaneamente, com muita comunicação com os doentes.

De outra forma, a iliteracia e a falta de comunicação, manterão a aparente falta de recursos na saúde....

Monday, July 09, 2007

Controlo de Gestão na saúde

Temos vindo por aqui, escrevendo sobre controlo de gestão. Sabemos que o controlo de gestão é quase inexistente em múltiplos serviços do Ministério da Saúde. Agora, vemos esta notícia:
  • Os Ministérios da Saúde e das Finanças e Administração Pública vão contratar uma empresa privada para conferir todas as prescrições dos meios complementares de diagnóstico, terapêutica, medicamentos e outras prestações feitas a utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS). A medida vai custar 30,5 milhões de euros até 2011.

A nós não nos incomoda os 30,5 milhões de euros que vão ser gastos, mas antes se com a nova "medida", se vão poupar mais do que 30,5 milhões de euros. Se não, não merece a pena, implementar a "medida".

De qualquer forma, aplaudimos a implementação da "medida", porque indicia que vão terminar algumas irracionalidades que se verificavam no controlo dos meios complementares de diagnóstico e na ADSE.

Fica apenas uma pergunta: e os recursos que antes faziam a função desempenhada agora por esta nova "medida", manter-se-ão no Ministério? Se sim, a fazer o quê (já que a sua função deixa de fazer sentido)?

Sunday, July 08, 2007

Inovação na saúde em português

Numa altura, em que todos clamamos por bons exemplos, mais exemplos positivos e muita inovação, há quem consiga impor-se contra ventos e marés, e mesmo a nível internacional: O estomatologista português Paulo Malo vai criar em Macau o «maior spa médico do mundo» no complexo The Venetian que abre no final de Agosto e onde o médico vai investir 20 milhões de euros.

O Dr. Paulo Maló é admirado por muitos e deixa alguns, à beira de um ataque de nervos! Tal como Colombo, o que é importante é fazer. E, se possível, fazer bem. Vejamos com mais detalhe, a notícia do novo investimento do Dr. Paulo Maló em Macau:
  • o spa médico vai ocupar uma área de cerca de 20.000 metros quadrados e disponibilizará valências de reabilitação dentária, otorrino, cirurgia plástica e oftalmologia
  • «a clínica vai disponibilizar check-up completo desde a unha do pé até à ponta do cabelo tudo em ambiente de spa».
  • «Nestes casos de check-up os nossos clientes terão de passar um dia connosco mas serão atendidos sempre num ambiente diferente do que o consultório médico», sustenta o médico que quer «colocar Macau no mapa do turismo de saúde» e «afirmar a clínica a nível mundial».
  • A clínica de Macau segue, segundo Paulo Malo, «o mesmo conceito da nova clínica que está a ser construída em Lisboa e que será inaugurada até ao final do ano», embora em Macau seja ainda disponibilizada «medicina chinesa de qualidade».

Apesar de alguns ventos de Norte, parabéns Dr. Paulo Maló.

Saturday, July 07, 2007

Friday, July 06, 2007

Projecto de Centro de Saúde ou a inexistência de planeamento


Esta notícia é daquelas que causa desalento, incómodo ou mesmo revolta, a qualquer um.

Sabemos que há Centros de Saúde que funcionam em edifícios de habitação, como são os casos das extensões da Buraca e Reboleira (no concelho da Amadora). Sabemos que há Centros de Saúde que não têm acessibilidade para deficientes ou sequer para idosos. Sabemos que há Centros de Saúde que não têm número adequado de Médicos de Família. Mas, existir um Centro de Saúde, concluído há 18 meses e ainda sem abrir! Estarão os Responsáveis do Ministério da Saúde conscientes disto?

Vejamos o que dizem os tais Responsáveis: A directora da ARS de Castelo Branco, Ana Maria Correia, avançou hoje à agência Lusa que o centro de saúde de entrará em funcionamento em Agosto «se o fornecedor não falhar com a entrega do material».

Como, Senhora Directora da ARS? Vem agora a Dra. Ana Maria Correia (que nós desconhecemos, mas que sabemos ser funcionária do Estado, para o qual todos contribuímos, mais ou menos), dizer que a culpa é do fornecedor!

Porquê que a Dra. Ana Maria Correia não mudou de fornecedor, logo que percebeu que este não cumpria o prazo? Será mesmo que o fornecedor está há 18 meses sem entregar o equipamento?

Depois, a dita Dra. Ana Maria Correia parece dar o dito pelo não dito: A responsável disse ainda que era necessário «esperar pelas verbas do PIDDAC (Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central)» para equipar o edifício, mas que «já existe autorização para comprar o equipamento» e que o equipamento deverá abrir em Agosto.

Mas, afinal a culpa é do fornecedor ou do mau planeamento dos Responsáveis do Ministério da Saúde?

Coitados dos consumidores da saúde.

Observatório - Relatório da Primavera 2007 - I

Conforme prometido, vimos analisar este documento, que por ser dos poucos que é produzido em Portugal, com qualidade, valerá a pena, uma leitura mais em detalhe.

Retiramos os seguintes aspectos, do referido documento:
  • Com este Ministro, a saúde possuiu finalmente um orçamento quase correspondente às necessidades: foi concedido ao SNS uma dotação financeira aproximada à despesa conhecida no final do ano transacto.
  • É assim de louvar o renascimento da contratualização com o estabelecimento, em especial em relação aos cuidados de saúde primários e às Unidades de Saúde Familiares (USF), de indicadores de contratualização não só financeiros ou de produção, mas também de processo e alguns mesmo de resultado.
  • No entanto, a forma pouco participativa com que alguns contratos-programa foram finalizados e assinados, pode pôr em risco a “montagem” de um processo entre financiador e prestador de cuidados que se pretende negociado, transparente, rápido e completo.
  • Por outro lado, ainda na componente financeira, foram tomadas decisões relativamente às taxas moderadoras que permitem antever, segundo alguns, a instituição de formas de co-pagamento.
  • Em relação à anunciada organização do Ministério da Saúde, as Administrações Regionais de Saúde (ARS) irão ser transformadas em Institutos Públicos.
  • A efectiva criação da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) continua, no entanto, a constituir pouco mais do que uma intenção.
  • Um dos pontos mais emblemáticos e de êxito da actividade desta unidade de missão foi a criação das USF, formas mais actuais de organização e de prestação de cuidados de saúde. Para além de alguns entraves de natureza burocrática, estas unidades carecem, no entanto, de sistemas de informação amadurecidos e de largura de banda suficientes para servirem os cidadãos de uma forma mais eficaz e para permitirem a comunicação, nomeadamente com outros níveis de cuidados.
  • Já em relação à saúde pública parece haver problemas de clarificação de qual a estratégia a seguir, com evidente reflexos nos profissionais e, se não solucionados a tempo, na própria população.

Para já, ficamos por aqui.

Os nossos comentários:

  • Felizmente, que ainda há pessoas em Portugal, e relacionadas com o sector da saúde, que sabem o que é estratégia, que falam em rapidez na acção, e resultados de gestão.
  • Poderemos concluir que o actual Ministro da Saúde tem actuado muito, mas com resultados pobres. Se este nível de resultados está dentro as expectativas do próprio Ministro, não sabemos! É que há pessoas que se dizem realistas. Nós exigimos, como consumidores de saúde e contribuintes, mais rapidez, e menos press release. Logo, mais resultados.
  • Parece, pelos extractos do Relatório da Primavera - 2007, que a "máquina do Ministério", seja lá o que isso fôr, é que não é suficientemente lesta, para produzir os resultados que se impõem. Perguntamos nós, então para que servem os Altos Funcionários do Ministério (Ministro, Secretários de Estado, Directores Gerais, e afins), não é para agilizar? Se não conseguem gerir eficientemente os seus recursos, a culpa é só deles. Deverão tirar eles próprios as inerentes conclusões, ou mesmo o próprio Primeiro Ministro.

Thursday, July 05, 2007

Finalmente, a liberalização da propriedade das farmácias

Dizia-se que era anacrónica a Lei, que vinha do tempo do Dr. Oliveira Salazar, que regia a propriedade do comércio a retalho de farmácias. Para nós, não era anacrónica porque vinha do tempo do Dr. Oliveira Salazar. Era anacrónica, porque tinha em vista, proteger determinados interesses, com claro prejuízo de outros interesses.

Que interesses é que eram protegidos:
  • Os actuais proprietários de farmácias, que são cerca de 2.800.

Que interesses é que eram prejudicados:

  • Milhares de farmacêuticos, que queriam ser donos de farmácia, e não podiam, a não ser que estivessem disponíveis para pagar trespasses mirabolantes!
  • Todos os outros cidadãos que possam ter dinheiro para comprar, e queiram gerir um comércio a retalho de farmácia!
  • O consumidor de saúde, porque muitas vezes era maltratado em alguns estabelecimentos, e, sobretudo em pequenas localidades, não tinha alternativa de escolha.
  • Alguns dos 2.800 detentores de farmácia, a quem era impedido deter mais do que uma farmácia.

Perguntamos nós: será que para se ter uma clínica, tem que se ser Médico? será que para se ter um restaurante, tem que se ser Cozinheiro? Porque é que para se deter uma farmácia, tinha que se ser farmacêutico?

É o velho (e actual) Corporativismo, no pior sentido.

O actual governo, num "negócio" que efectuou com a Associação Nacional de Farmácias (ANF), decidiu mudar a coisa, vejamos, para já, em que sentido:

O Governo aprovou hoje o novo regime que permite que não farmacêuticos acedam à propriedade de farmácias e que também pretende reforçar a independência do director técnico face aos proprietários.

E até, se avançou, nestes termos:

Abre-se a possibilidade de as farmácias serem livremente transferidas dentro de um mesmo município e também de poderem vender medicamentos através da Internet.

Parabéns, Professor Correia de Campos, por este pequeno avanço.

PS: É preciso que os obstáculos para se abrir uma nova farmácia, sejam idênticos à abertura de qualquer outra actividade comercial! O consumidor deve ter possibilidade de escolher....

Wednesday, July 04, 2007

Observatório Português dos Sistemas de Saúde - Relatório da Primavera 2007

O Observatório Português dos Sistemas de Saúde (OPSS), todos os anos, por esta altura, lança o seu "Relatório da Primavera", da autoria de Académicos de várias Universidades. O Professor Correia de Campos, actual Ministro da Saúde, já colaborou em Relatórios da Primavera, no passado.

Dito isto, gostaríamos de ler em detalhe o referido Relatório da Primavera - 2007, mas infelizmente, para já, o referido site está inactivo!

Detemo-nos, para já, numa sumula desta notícia:
  • O acesso dos cidadãos aos serviços, como no caso das listas de espera para cirurgias, "parece estar fora das prioridades do Ministério da Saúde e do seu discurso político".
  • A elevada percentagem de pessoas expurgadas das listas é igual àquela que existia há dez anos e "é demonstrativa dos poucos progressos na gestão da informação".
  • continua por fazer a definição dos tempos de espera máximos para cada doença, bem como uma avaliação da capacidade instalada dos hospitais.
  • O Governo continua a não prestar contas da evolução das listas de espera ao Parlamento, tal como define a lei.

Quando for possivel ver o Relatório da Primavera - 2007, no respectivo site, faremos uma análise com mais detalhe, mas só estes destaques desta notícia, continuam a reafirmar que há pouca gestão dos recursos públicos da saúde!

Achamos apenas infeliz, este comentário: Durante a apresentação do relatório, a secretária de Estado discordou do comentário de pouca «sensibilidade social» contido no texto (do Relatório do OPSS).

Tuesday, July 03, 2007

Primeiro bébé nascido de um óvulo amadurecido em laboratório e congelado


Óptimas notícias, sobretudo para pessoas com problemas de infertilidade, e também para todos os que gostam dos avanços da tecnologia.

Vejamos, o que nos diz mais a notícia:
  • Lo novedoso de este caso es que el embarazo se llevó a cabo después de que el oocito hubiese estado congelado.
  • El bebé nació de una de las 20 mujeres con síndrome de ovario poliquístico que participaron en este estudio elaborado por el Centro de Medicina Reproductiva McGill de Montreal, Canadá.
  • Las mujeres con cáncer que deben someterse a un tratamiento de quimioterapia podrían ser unas de las potenciales beneficiarias.
  • Hoy en día se emplean dos técnicas para ayudar a estas pacientes: la fecundación 'in vitro' y el trasplante de tejido ovárico.
  • La nueva técnica "es importante porque hasta ahora una mujer con cáncer no tenía tiempo de reaccionar, ya que el tiempo medio que se necesita desde la primera visita hasta que se extrae los óvulos maduros (tras una estimulación ovárica) es de unos 21 días. Con este método el tiempo se reduce a siete días. Algo fundamental en una paciente oncológica", señala el doctor Juan Antonio García Velasco, director del Instituto Valenciano de Infertilidad en Madrid.

Ou seja, esta nova técnica de reprodução humana, vem ajudar todas as mulheres que padeçam sobretudo de doenças oncológicas, mas que queiram ter filhos. Ainda bem, que há sempre quem traga esperança à área da saúde.

Monday, July 02, 2007

Health Care Management Conference 2007

Realizar-se-á, em Williamsburg, Virginia, USA, entre 6 e 8 de Agosto de 2007, a Health Care Management Conference, promovida pela International Foundation. Destacamos os pontos mais relevantes, para Administradores e Profissionais de saúde portugueses:
  • The impact of genetic medicine.
  • The switch to individualized therapies.
  • Treatment before symptoms are totally manifested.
  • Stem cell research.
  • Defining health care literacy.
  • Measures for evaluating care and literacy.
  • Dealing with competing quality information.
  • Making sense of quality ratings.
  • Emerging trends in specialty pharmacy administration and delivery.
  • Pipeline management.
  • Personalized medicine and genomics.

Sunday, July 01, 2007

Desperdício nos medicamentos

Sabemos que é possível reduzir muitos gastos da saúde, em Portugal. Só quem é insensível e não tem sensibilidade sobre custos, é que poderá pensar que não há desperdício.

Vejamos esta notícia: Em 2006, a Valormed contabilizou mais 22 por cento de desperdícios de medicamentos e embalagens do que no ano anterior.

Sabemos que o SNS gasta cerca de 20% em medicamentos. Se não há controlo sobre tamanho valor, a sustentatibilidade do sistema pode ser posta em causa.

É preciso que haja mais disciplina e rigor, para que não aconteça isto: O desperdício de medicamentos e embalagens vendidos nas farmácias aumentou mais de 22 por cento em 2006 face ao ano anterior, para 576 toneladas, desconhecendo-se o valor no meio hospitalar, segundo o Ministério da Saúde e a Valormed.