Conforme prometido, voltamos a analisar algumas partes fundamentais do Relatório da Primavera 2007, do OPSS (Observatório Portugues dos Sistemas de Saúde).
Alguns aspectos relevantes do Relatório:
- EUA: reformas significativas em alguns Estados com o fim de caminhar no sentido de assegurar uma cobertura obrigatória para o acesso aos cuidados de saúde de todos os cidadãos — reposta ao facto de actualmente mais de 40 milhões de americanos não beneficiarem dessa cobertura.
- China: Os distúrbios (que levaram à destruição de um dos hospitais locais) irromperam após uma criança, de 3 anos de idade, ter morrido no hospital para onde tinha sido levada de urgência, após a ingestão de pesticidas … (isto na sequência) dos serviços de urgência se terem negado a tratá-lo enquanto o avô, que cuidava da criança, não apresentasse o dinheiro necessário para pagar o tratamento … A criança faleceu enquanto o avô procurava juntar o dinheiro para fazer o pagamento solicitado.
- Reino Unido: Manter os valores inerentes ao SNS e melhorar, ao mesmo tempo, o desempenho do sistema de saúde no seu conjunto, através de um vasto conjunto de abordagens instrumentais, pode resumir o principal objectivo da política de saúde inglesa durante este período.
- Espanha: O relatório do Barómetro da Saúde revela que em 1995, 85% dos espanhóis não duvidariam em ser atendidos num centro público, enquanto que em 2004 esta percentagem tinha descido para 60%.
- Portugal: o Ministério da Saúde tem a seu crédito ter conseguido, para 2006, um orçamento para a saúde que, pela primeira vez, pelo menos desde a criação do SNS, se aproxima de um orçamento genuíno e realista para o sector da saúde.
Comentários nossos:
- Não há um modelo de saúde único.
- Há diversas abordagens para melhorar a qualidade de vida, a custos aceitáveis.
- A saúde não pode ser apenas suportada por uma opção privada (até porque há sempre pessoas, que não "interessam" a nenhuma entidade privada: doentes com Sida, doentes com câncro, ou entre outros, doentes hemodealizados).
- A saúde não pode ser apenas suportada por uma opção pública. Se assim for, o laxismo e a falta de concorrência, farão decair inevitavelmente o nível de serviço a prestar aos cidadãos.