Monday, March 31, 2008

Termas do Luso: mais um sucesso para o Dr. Maló



Parabéns ao Dr. Maló e ao seu projecto empresarial num sector em ascensão: o turismo em saúde.

Cesariana ou epidural?

Quando adquirimos um produto ou serviço, temos o direito de exigir apenas o que queremos. Nada mais. O nosso fornecedor, se não for monopolista, tem que se adaptar.

Na saúde, nem sempre é assim. A saúde trata de pessoas, de dores, de preconceitos, de beleza, de tantas outras coisas.

Tudo isto, a propósito de cesarianas e do direito das mulheres a pedirem o parto através de cesariana. Houve um parecer que apoia este direito da mulher: proposta da Associação Portuguesa de Bioética, cujo presidente, Rui Nunes, defendeu hoje que as mulheres devem ter o direito no Serviço Nacional de Saúde a escolher a sua via de parto preferencial.

Para variar, na saúde o cliente (que é quase sempre, o doente) parece que não tem direito a opinião. Vejamos o que diz a Ministra acerca do tal parecer: Ana Jorge já se pronunciou sobre o que veio a público este sábado, dizendo não ver vantagens no facto de a mulher poder escolher a forma de parto num hospital público. E o que diz o Bastonário da Ordem dos Médicos: O bastonário dos Médicos, Pedro Nunes, acredita também que as cesarianas devem sempre depender da opinião médica e não da decisão única da mulher.

Ora, nós nem somos mulheres, nem aspiramos alguma vez a ter uma criança, mas podemos imaginar-nos no lugar da mulher. Estamos perante questões pessoais e éticas, logo questões complicadas. Podem haver aqui dois problemas graves, escondidos atrás de um qualquer biombo financeiro:
  1. No sector privado, talvez por uma questão financeira, as mulheres escolhem muito a cesariana. Ou seja, o sector privado da saúde pretende explorar alguma fragilidade das mulheres.
  2. No sector público, nem se quer ouvir falar de "cesarianas a pedido" dado que o Estado já não aguenta tanta despesa, se não porquê que o Bastonário da Ordem dos Médicos diz isto (Pedro Nunes, para quem o parecer da Associação de Bioética “não ajuda à resolução dos problemas do país”) ?

Friday, March 28, 2008

Amadora - Sintra: verdades insuspeitas


Médicos e Paramédicos

Fonte: aqui.

Thursday, March 27, 2008

Médicos a mais



Nós acrescentamos que já ouvimos um Presidente de um Conselho de Administração de um Hospital EPE afirmar em público, que o hospital que dirige tem médicos a mais!

A encruzilhada

Por aqui, defendemos os doentes, que são na maior parte das situações, as vítimas de um sistema de saúde que é alvo de muitos interesses: laboratórios farmacêuticos, corporações de médicos e enfermeiros, associações de retalho farmacêutico e outros.

Revemo-nos na frase da Professora Regina Herzlinger: os pacientes estão fartos de serem pacientes!

Mas, há doentes que gostam de ser tratados como pacientes. Vejamos este caso anormal:
  • Nos últimos três anos, quase 33 mil doentes recusaram ser operados fora do seu hospital de origem, rejeitando a utilização dos chamados vales-cirurgia em hospitais privados ou do sector social.
  • Em causa estão três grandes motivos, um dos quais "o facto de os doentes gostarem dos seus médicos", afirma Pedro Gomes, coordenador do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC). Os doentes com situações menos críticas são os que optam por se manter nas listas de espera.
  • Entre 1 de Dezembro de 2004 e 31 de Dezembro de 2007 foram emitidos 157 mil documentos em nome de doentes em lista para cirurgia. Destes, apenas 28% culminaram numa cirurgia e 21% não foram utilizados por iniciativa dos doentes. Esta percentagem ainda elevada de recusas deu origem a um inquérito por parte do SIGIC, que já foi entregue ao Ministério da Saúde.

Perante isto, ficamos siderados. As pessoas preferem ficar em lista de espera, do que serem operadas num outro hospital? Então, é porque a doença não é grave.

Com doentes destes, é fundamental que o SNS os trate como pacientes e os retire das listas de espera!

Parabéns ao SIGIC e ao Dr. Pedro Gomes, pela iniciativa de analisar esta irracionalidade.

Wednesday, March 26, 2008

Mais uma Comissão da Saúde

Não sabemos se em todos os Ministérios há tantas Comissões como no Ministério da Saúde. desde que exista um assunto, de maior ou menor importância, no Ministério da Saúde cria-se mais uma Comissão.

Vejamos para que foi criada a Comissão Técnica para o Desenvolvimento da Oferta em Oftalmologia, dirigida pelo Dr. Florindo Esperancinho:
  • O grupo de peritos foi encarregado de fotografar e traçar soluções para o panorama da especialidade ainda sob a tutela de Correia de Campos.
  • A 31 de Dezembro de 2007, 116 mil portugueses esperavam por uma primeira consulta, quando em 2006, o número de inscritos em lista era mais reduzido (98 mil), segundo dados da Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS).

Vejamos o que propõe a tal Comissão para resolver os problemas que existem:

  • A comissão elaborou um plano aplicável aos diversos cenário no País, que, nuns casos se caracterizam pela ausência de recursos humanos ou equipas, mas também podem passar pela falta de meios técnicos ou simples organização do serviço.
  • Os incentivos integram um dos modelos: "Terão de se adequar a uma determinada métrica de produção. O hospital irá negociar os incentivos em função disso com uma equipa autónoma. Depois são os profissionais que se organizam e decidem a forma de o cumprir gerindo recursos e desperdícios".
  • Em localidades mais diversificadas e com menos médicos - é o caso do Algarve, em que existe um oftalmologista em Faro e quatro ou cinco em Portimão - a solução pode passar pela prestação de serviços. Cria-se uma equipa multidisciplinar para prestar um serviço e toda a "gestão, recursos técnicos e investimento ficam por conta do hospital".
  • Por último, a comissão propõe uma solução semelhante à anunciada recentemente no Hospital de Santa Maria, que terá numa unidade própria, um centro autónomo de oftalmologia. "Os profissionais negoceiam um modelo autónomo e negoceiam o número de consultas, cirurgias e exames que vão fazer com administração. O serviço gere isso e terá um orçamento atribuído pela administração do hospital. Hoje está tudo centralizado na administração. O objectivo é descentralizar essas decisões para uma unidade independente".

Sinceramente, criam-se Comissões para propôr soluções, mas depois são os burocratas do Ministério que tentam implementar as mesmas. Que confusão. Que falta de enfoque estratégico.

Depois, há uma Comissão que faz um conjunto de propostas, que para além de não as implementar, nunca virá a ser avaliada pela valia das suas propostas.

Assim, é o que se chama, "deitar dinheiro à rua"! Pelo menos, o dinheiro do contribuinte.

Post Scriptum: convenhamos que a culpa não é das referidas Comissões, mas antes de quem as cria.

Tuesday, March 25, 2008

Verdades na saúde que doem

A saúde é talvez o sector mais complexo na generalidade dos países. Apenas por uma razão: existe uma sensibilidade crescente de que a qualidade de vida só pode aumentar (isto é, ninguém aceita sofrer, ninguém aceita morrer jovem, ninguém aceita a inferioridade física ou mental). Este problema existe nas sociedades mais avançadas, quer sejam do Norte e Centro da Europa, América do Norte ou Japão. E que fazer, perante tal ambição? Difícil tarefa, sobretudo em países com falta de recursos e problemas de organização, como é o caso de Portugal.

O Bastonário da Ordem dos Médicos, Dr. Pedro Nunes, representa a corporação profissional mais poderosa do país e, normalmente, não tem "falinhas mansas".

Vejamos algumas afirmações recentes do Dr. Pedro Nunes:
  • O bastonário da Ordem dos Médicos traça um panorama negro do serviço de saúde, onde identifica uma «total desarticulação» num sistema que «não tem outro remédio» senão pagar a determinados médicos especialistas o que estes exigem.
  • Pedro Nunes atribui a desarticulação do sistema a políticas que começaram quando António Correia de Campos foi ministro da Saúde durante o governo de António Guterres.
  • «A evolução foi sempre no sentido de criarmos o dito mercado: hospitais transformados em empresas, contratos individuais de trabalho», disse.
  • «Quem chega a uma urgência encontra médicos a ganhar 10 euros à hora, outros 18 e outros 100», o que «cria um enorme desconforto», pois «uma coisa é uma pessoa ganhar mais porque faz mais horas e outra é um médico com 30 anos de carreira ganhar pouco mais de 1.200 euros por mês e ao lado haver outro que ganha 60 mil», disse.
  • A responsabilidade recai sobre «alguém que se lembrou de retirar o défice dos hospitais do défice público, por causa dos célebres três por cento de Bruxelas, pegou nos hospitais e disse que deixavam de ser públicos e passavam a ser privados».
  • Culpas que não se ficam por aqui. «Se tivessem feito isto apenas nos hospitais, mas depois resolveram inventar a roda e encher os hospitais de gestores e administradores».
  • «Defendo uma remuneração básica justa e depois um suplemento para quem trabalhe mais, mas que não seja uma diferença tão grande que crie estes abismos que hoje estão a ser criados e que vão destruir o sistema», avisa.

Pois bem, Dr. Pedro Nunes, pelo menos não tem uma abordagem enfraquecida ou balofa, sobre um problema grave. Mas, Dr. Pedro Nunes, não me parece que a classe a que pertence se sinta bem num "formato tendencialmente igualitário". Isto é, na medicina há profissionais que são melhores e por isso têm que ser diferenciados.

Mas concedemos, que há um problema que se chama equidade. Até os Médicos, já se começam a preocupar com a equidade.

Nós diríamos que há um outro problema ainda mais grave na sociedade portuguesa, que é a falta de acesso às oportunidades. Os americanos chamam-lhe "dream". Nós portugueses costumamos dizer que "o Sol quando nasce é para todos". Aqui sim, Dr. Pedro Nunes, em Portugal o mérito não é reconhecido. Antes é reconhecida, a subserviência, a aquiescência e incentivada, por isso, a mediocridade.

Post Scriptum: não sabemos se há gestores a mais ou a menos nos hospitais portugueses; antes sabemos que há gestão de recursos a menos, com toda a certeza.

Monday, March 24, 2008

Dengue

Fonte: aqui.

Prós e Contras

Na saúde, como na vida, uns dias dão-se passos à frente, outros dias regride-se.

  • O director-geral de Saúde assinalou a tendência de descida que se está a verificar na incidência da tuberculose em Portugal. Em declarações à TSF, Francisco George revelou que se verificou uma descida de 14 por cento nos casos desta doença em portugal em relação a 2006.

Contras:

  • Os dados da Direcção-Geral da Saúde (DGS) indicam que, de um total de 12.767 mortos por “sinais, sintomas e afecções mal definidas”, ou seja, por causa desconhecida, apenas 6802 foram autopsiados.

Thursday, March 20, 2008

Olhos

Fonte: aqui.

Wednesday, March 19, 2008

Os ziguezagues da política pública de saúde

A gestão da "coisa pública" anda por maus caminhos, há já muito tempo. Longe vai o tempo, em que era prestigiante desempenhar cargos públicos e aqui se encontravam alguns dos melhores profissionais a nível nacional.

Naturalmente que a falta de qualidade normalmente resulta em falta de direcção e de orientação e consistência estratégica.

Vejamos mais um caso que ilustra bem a "deriva" da política pública de saúde:
  • O Governo vai transformar o Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra) numa entidade pública empresarial (EPE) a partir de 1 de Janeiro de 2009, acabando com a gestão privada, que até agora estava nas mãos da José de Mello Saúde.

Comentários nossos:

  1. Terá este fim de casamento com os Mellos, como origem uma acção em Tribunal Administrativo em que está envolvida a Dra. Ana Jorge (antiga Responsável da ARSLVT), por causa do Hospital Amadora - Sintra?
  2. Todos os grupos que foram convidados a participar em Parcerias Público - privadas vão continuar a partilhar uma parceria com alguém que vai mudando em função das circunstâncias?

Medicamentos: a principal fatia

Sem medicamentos não há saúde. Podem existir grandes e bons hospitais, excelentes médicos e enfermeiros. Mas, não é possível haver saúde, se não existirem medicamentos. Como o "bolo" é grande e insubstituível, move naturalmente muitas lutas. Vejamos algumas:
  • O presidente do Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento (Infarmed), Vasco Maria, reconheceu ontem que a descida em seis por cento do preço dos medicamentos decretada pelo Ministério da Saúde no início do ano passado praticamente não favoreceu os doentes, mas apenas o Estado.
  • "A redução das comparticipações de medicamentos em 2007 significou um aumento em 26,1 milhões de euros da despesa dos cidadãos", disse o presidente do Infarmed.

Outra:

  • Hoje, numa audição parlamentar que durou três horas, o presidente do Infarmed, Vasco Maria, sublinhou que há um conjunto de questões técnicas que se levantam sobre a «dose individualizada», ligadas por exemplo à contrafacção, e sublinhou que nenhum estudo sustenta que passem a existir «enormes poupanças» para os utentes ou que se acabe com o desperdício.

Ainda outra:

  • Cerca de 1.500 medicamentos homeopáticos vão integrar a lista dos medicamentos não sujeitos a receita médica (MNSRM) e poderão ser adquiridos nas farmácias ou nos postos de venda livre, anunciou hoje o presidente do Infarmed.

Para aqueles que ainda pensam que é possível existir um SNS, tendencialmente gratuito, fica aqui a imagem tendencialmente futura do SNS: coitado de quem não tiver dinheiro para pagar a saúde.

A realidade é dura!

Tuesday, March 18, 2008

A saúde é uma pasta difícil

A gestão das organizações é uma das mais complexas tarefas dos tempos modernos. Não porque antigamente fosse uma tarefa simples, mas porque gerir pessoas se tornou numa actividade mais difícil.

É comum dizer-se que é fácil obter crédito financeiro, é fácil adquirir instalações, é fácil produzir bens e serviços. Contudo, a complexidade da gestão das organizações é fundamentada na dificuldade de gerir pessoas. É que hoje, organizações são sobretudo pessoas. Se há quem pense ao contrário, está desfazado da realidade.

Tudo isto a propósito deste desabafo da actual Ministra da Saúde: A ministra da Saúde, Ana Jorge, afirmou hoje ter herdado umas das pastas “mais difíceis e complexas” do Governo.

Herdado? Mas agora as funções ministeriais herdam-se? Não será uma honra e um privilégio único exercer uma função pública como a de Ministro?

Depois a Ministra Ana Jorge adianta ainda: Ana Jorge sublinhou a complexidade que implica gerir um Ministério que envolve vidas e cujos serviços estão abertos 365 dias por ano.

Estará a Ministra a pensar que nos transmite alguma novidade? Pensariam os portugueses que o Ministério da Saúde seria para gerir autocarros? Ou será que os portugueses vão passar a ter um horário de atendimento específico nas urgências hospitalares?

Nesta intervenção, a Ministra remata de uma forma surreal: a reestruturação do sistema de saúde, nomeadamente dos horários de atendimento, implica medidas que, apesar de contestadas, “são fundamentais para melhorar o atendimento”.

Será que a Ministra Ana Jorge já se arrependeu de ter aceite o desafio de ser Ministra da Saúde?

Monday, March 17, 2008

A repetida insustentabilidade do SNS

Todos sabemos que para suportar a saúde, todo o dinheiro é pouco. Este estrangulamento tem várias motivações: 1) o custo acrescido da saúde é motivado pela vontade de enriquecimento de vários profissionais e corporações da saúde; 2) os doentes exigem aquilo que é possível e impossível (a eterna beleza); 3) a desorganização e a falta de controlo de gestão, ajudam muita gente.....

Uma das "pérolas" do antigo Ministro da Saúde, Correia de Campos, eram as Unidades de Saúde Familiar (USF). O modelo foi bem recebido por profissionais e por doentes. Mas, o dinheiro, que é o "lubrificante" de tudo, escasseia e então deveremos estar com mais um aborto à vista:
  • Uma das principais bandeiras políticas do Governo - a multiplicação de unidades de saúde familiar (USF), pequenos grupos com autonomia nos centros de saúde que permitem melhorar a cobertura de médicos de família - pode estar em risco, se não entrarem rapidamente em vigor as compensações financeiras previstas na lei para os profissionais de saúde que as integram.
  • Em Fevereiro, a ministra da Saúde foi criticada depois de ter anunciado uma portaria que estipula incentivos financeiros para os enfermeiros e administrativos das USF. Nessa altura, o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) pôs em causa a exclusão dos clínicos destes incentivos financeiros. Agora voltou à carga, numa carta enviada ao primeiro-ministro, em que o acusa de estar “intoleravelmente longe da verdade quando se refere a incentivos para médicos” nas USF.
  • Mas o principal problema - que pode mesmo vir a pôr em risco a reforma, segundo os sindicatos - prende-se com o atraso da entrada em vigor do pagamento das remunerações aos médicos das USF, como estava previsto na lei para o chamado “modelo B”. Tanto o SIM como a Federação Nacional dos Médicos já afirmaram que é necessário uma decisão política urgente que não pode ser protelada para além do início de Abril.
  • No 1º Encontro das USF do Norte, realizado na semana passada, houve mesmo quem equacionasse a hipótese de desistir do novo modelo organizativo - através do qual os médicos se comprometem a assumir uma lista de utentes mais alargada (uma média de 1750, em vez dos 1500 até agora previstos) e a trabalhar em horários mais prolongados. O problema é que os profissionais de saúde (não só os médicos, mas também os enfermeiros e os administrativos) têm estado até agora a assegurar esta carga de trabalho suplementar sem serem compensados financeiramente por isso.

É que este Governo é perito em gerir a falácia! Será que ainda vai mudar de comportamento até às eleições?

Thursday, March 13, 2008

A tecnologia pode ser nossa inimiga

Sabíamos que jovens universitários conseguiam atacar sites de instituições poderosas, como o FBI, o Departamento de Defesa dos EUA ou os bancos. Não sabíamos que os "hackers" (os tais jovens, de que falávamos), conseguiam se quiserem interferir nos equipamentos médicos. Vejamos esta notícia, que pode vir a ser preocupante:
  • Warning: Not only computers are vulnerable to hack attacks. Our bodies may be, as well.
  • "With some technical expertise, we were able to retrieve information from the device in an unauthorized fashion," said Dr. William H. Maisel, senior author of the report. "We were able to send commands to the device in an unauthorized fashion and could reprogram settings and even tell the device to deliver a high-voltage shock.".
  • But Maisel, director of the Medical Device Safety Institute at Beth Israel Deaconess, emphasized that the millions of patients with implanted cardiac devices, such as pacemakers and cardiac defibrillators, should not be concerne.
  • "It's important to know that there has never ever been a single reported episode of this type of malicious attack on a defibrillator," he said. Because of the technical skill needed for an attack, the danger is ex tremely remote, he added.
  • "Patients are much better off having the defibrillator than not," Maisel said. "If I were getting an implantable defibrillator today, I would ask for one that had wireless capability."

Bem, de facto temos que viver com alguns perigos. Tal como na informática, os doentes que têm "pacemakers" vão passar a viver com riscos adicionais. Até agora, parece que ninguém se queixou. E a Universidade de Massachussets deixa-nos mais esta pista, que não deixa de ser preocupante. Mas, antes sabermos que existe risco, do que pensarmos que ele não existe.

Wednesday, March 12, 2008

As reformas do assobio

As organizações modernas não sobrevivem sem uma constante mudança, quer estejam em Portugal, nos EUA, ou na India. Há muita gente que ainda não percebeu isto. Mas, o acto de reformar é normalmente duro e difícil, porque as pessoas são avessas à mudança. Então o que poderá acontecer? Não mudar, será o mais fácil no curto prazo, mas no futuro será a completa insatisfação, pois o mundo chega-nos aos olhos todos os dias através da televisão, dos jornais ou da Internet, e mostra-nos o que há de melhor.

As reformas da saúde são cruciais. Mas, não se pode mudar de qualquer maneira, sob pena de se estar a andar para trás! Vejamos um dos reflexos de uma reforma mal conduzida e executada:
  • "Além das circunstâncias do passado que justificavam não encerrar a urgência de Estarreja, há hoje uma mais gravosa, que é o facto das pessoas esperarem no Hospital de Aveiro quatro a seis horas para serem atendidas e as duas mortes ocorridas no serviço de urgências só vieram demonstrar que não tem capacidade de resposta".
  • Rosa Pontes, da comissão de utentes, continua a não entender a decisão do governo de encerrar a urgência de Estarreja, "que tem o maior complexo químico do país" e explica o regresso aos protestos por "nada ter sido feito" no Hospital Visconde de Salreu e o de Aveiro estar "um caos".
  • "Há cerca de um ano esperávamos que o protocolo assinado pelo presidente da Câmara trouxesse algo de bom para o nosso Hospital e hoje não tem nada de novo, não tem consultas externas e está tudo na mesma", disse.

Claro que "reformas" feitas sem sentido e executadas sem método, levam à descrença e consequentemente à paralisação das reformas. Vejamos outra consequência das chamadas "reformas do assobio":

  • O Governo poderá estar a um passo de chegar a acordo com a Câmara de Anadia para pôr termo ao polémico encerramento das urgências do hospital local, que motivou já 19 manifestações na Bairrada e fomentou protestos noutros pontos do país. A ministra da Saúde, Ana Jorge, reuniu, anteontem, com o presidente da autarquia, Litério Marques, e apresentou uma solução que prevê cedências de ambas as partes.

O futuro do SNS será a sua privatização em escala!

Monday, March 10, 2008

A desorganização do SNS

O SNS vai funcionando, ainda que as dificuldades vão aumentando dia-a-dia. Pensamos, contudo, se quem "gere" o SNS ainda quiser reformá-lo, ainda irá a tempo de o fazer perdurar. Mas, para perdurar, não chega apenas fechar serviços e reduzir a qualidade dos mesmos.

Uma organização melhor, ajuda a um nível de serviço superior. Mas, só se consegue alcançar um serviço superior, se as pessoas que dirigem os Serviços forem auto-críticas e conheçam a realidade, tais como: os hospitais, os centros de saúde, que tipos de doentes temos em Portugal, etc.

Ora, a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) parece que veio para defender os interesses dos doentes, quer o sejam no SNS ou em entidades privadas. Quando lemos isto, já não sabemos se assim é:
  • Um número substancial (3360 reclamações), que revela um aumento de 476% face às reclamações recebidas em 2006, ano em que arrancou em força o funcionamento da estrutura. E que deverá subir ainda mais em 2008, uma vez que entraram na ERS, até à semana passada, 719 queixas.
  • Aparentemente curioso é o facto de 78% das reclamações recebidas em 2007 dizerem respeito a prestadores privados.
  • Por lei, as entidades privadas são obrigadas a remeter para a ERS todas as entradas no livro de reclamações criado expressamente para este sector em 2005.
  • No caso dos prestadores públicos, as queixas vão para o "livro amarelo" da Administração Pública, existentes em centros de saúde e hospitais. Daí passam para as administrações regionais de saúde e depois para a Inspecção-Geral das Actividades em Saúde. Recebemos apenas uma parte muito pequena, casos que, pela gravidade, são reencaminhados para nós, ou chegam por iniciativa dos utentes". O responsável garante que, independentemente desse percurso, a ERS "continua a acompanhar as reclamações no público, embora não individualmente, e a prova é de que temos algumas as mais importantes. É assim com as entidades reguladoras dos outros sectores também". E as reclamações, neste caso, envolvem já não atrasos, mas sim más prestações de cuidados e problemas de acessibilidade. Isto é, listas de espera.

Quando o Responsável da ERS afirma formalmente, que não há uma gestão de reclamações única, no sector da saúde em portugal, admite que fazer uma reclamação na maioria das instituições do SNS, é garantia de que reclamar é uma pura perda de tempo!

Isto sim, é desperdício no SNS, pois a desorganização custa sempre muito dinheiro.

Thursday, March 06, 2008

Reorganização na saúde privada

Os tempos que correm são de contração para alguns e de expansão para os mais sólidos. No sector público da saúde, os tempos são de contração. No sector privado, os tempos são de expansão para alguns e de retração para outros.

O Grupo José de Mello Saúde, líder incontestado no sector de saúde privado acaba de consolidar a sua posição através da aquisição de uma parte de um concorrente: SLN vende Unimed Cascais ao grupo Mello.

Nada que nos surpreenda. Os Mellos podem ter muitos defeitos, mas têm várias virtudes, tais como, o seu rigor financeiro e a sua disciplina estratégica.

Quanto ao Grupo BPN/SLN, representado pelo Grupo Português de Saúde, não sabemos se este passo é um passo atrás, para dar dois em frente, ou se é o começo da venda do negócio de saúde, para poderem salvar alguns "anéis".

Vejamos a posição do novo Administrador do BPN/SLN:
  • Franquelim Alves, administrador-executivo da SLN e presidente do Grupo Português de Saúde (GPS), disse à agência Lusa que este negócio se enquadra no processo de racionalização e de focagem que está a ser feito e garante que continuará no sector.
  • Para Franquelim Alves, «o presente negócio é um importante sinal da estratégia que iremos adoptar em todas as áreas não financeiras do Grupo: focar os nossos esforços nas actividades em que apresentamos claras vantagens competitivas, racionalizando as nossas operações e afectando recursos onde eles possam gerar mais valor accionista.»

Os próximos tempos vão ser bons para alguns e duros para muitos.

A propaganda tem limites

A maior parte das pessoas não distingue "propaganda" de "publicidade" ou de "comunicação". Para nós, "propaganda" tem uma conotação muito negativa, dado que passa pela idéia de vender algo sob pressão e até com alguma imposição. Enquanto que "comunicação" pode estar mais ligada com informação.

Ora bem, os políticos vivem hoje com um tormento permanente, dado que se fazem algo que é positivo mas que ninguém sabe, não ganham nada com isso. Se fazem algo que é mau, logo surge um jornalista a estragar-lhes a imagem.

Vejamos o que é para nós "propaganda": Ana Jorge inaugurou uma unidade de saúde familiar que já funciona desde Outubro de 2006.

Como? A Senhora Ministra da Saúde anda a inaugurar serviços que já funcionam há mais de 1 ano? Serviços que foram "obra" de outro Ministro? Quer então a Senhora Ministra mostrar trabalho, que afinal é de outros?

Estamos evidentemente perante pura propaganda política. Ou seja, a Senhora Ministra quer mostrar à população que está a fazer coisas, que outros já tinham feito!

Pior, a Senhora Ministra levou troco e grande:
  • A ministra da Saúde, Ana Jorge, foi esta quarta-feira confrontada com as queixas de um médico coordenador da unidade de saúde de Olhão, que quer saber o motivo pelo qual os profissionais estão a trabalhar há 17 meses sem qualquer remuneração acrescida.
  • «Produzimos mais 30 por cento com as mesmas pessoas a ganhar o mesmo», disse o médico, explicando que a questão «não é pacífica».
  • desde Outubro de 2006 (...) que os médicos e enfermeiros aguardam que o Ministério da Saúde coloque em prática a lei.

Ás vezes, mais vale estar quietinho, do que estar a fingir que fazemos coisas. Até porque há tanto para se fazer no sector da saúde.

Wednesday, March 05, 2008

A encruzilhada da saúde nos EUA

A saúde não é só insustentável por cá. Os doentes querem a saúde eterna. Os profissionais da saúde querem enriquecer. As corporações da saúde querem lucros ilimitados. É impossível completar tal puzzle.

Os EUA acham que ultrapassam todos os obstáculos. Mas, a saúde na América vai mal, ou mesmo muito mal, apesar dos mega-investimentos em tecnologias de informação e em novas soluções de gestão. Vejamos o que aqui se vai dizendo que se passa na terra do Uncle Sam:
  • Twice I have asked Alan Greenspan what he considers the greatest threat to the U.S. economy, and both times he has answered immediately with a single word: Medicare.
  • But Medicare is something else - a multitrillion-dollar problem that's about to get dramatically worse, and one that nobody wants to talk about.
  • Sometime in the next President's first term, Medicare Part A (hospital insurance) will go cash-flow-negative, and it's all downhill from there. Medicare provides a wide range of services and subsidies to more than 40 million old and disabled Americans.
  • As the country ages, Medicare and Medicaid (for those of any age with low incomes) will devour growing chunks of U.S. economic output.
  • The federal budget has averaged about 18% of GDP over the past several decades. If that average holds and if the rules of our social insurance programs don't change, then by 2070, when today's kids are retiring, Medicare, Medicaid, and Social Security will consume the entire federal budget, with Medicare taking by far the largest share. No Army, no Navy, no Education Department - just those three programs.

Satisfeitos só porque os Americanos têm problemas maiores do que os nossos? Não, até porque a situação por cá ainda só foi correctamente vista por 3 ou 4 pessoas. Os outros continuam a achar que existirá sempre alguém que cuidará de nós!

Tuesday, March 04, 2008

Linha Cancro recebe 100 chamadas diárias

As novas exigências dos cidadãos requerem novas ferramentas por parte das organizações. Esta notícia dá-nos precisamente essa ideia: A Linha Cancro, criada pela Liga Portuguesa Contra o Cancro para apoiar os doentes oncológicos, completa hoje um mês de existência com uma média diária de 100 chamadas.

Apenas e só: extraordinário.

Já agora, para quem necessitar, fica aqui o contacto: A Linha Cancro, 808 255 255, funciona todos os dias entre as 9 e as 22 horas e conta com uma equipa de seis pessoas, enfermeiras e psicólogas, para prestar apoio não só a doentes, mas também a amigos e familiares de pessoas que sofram de cancro.

Monday, March 03, 2008

A Entidade Reguladora da Saúde existe

Tudo o que não tem razão de existir deve ser eliminado, sob pena de ser mais um fardo para a sociedade. Em "post" anterior perguntavamos se a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) existia. Afinal o Tribunal de Contas vem-nos dizer que sim, existe!

Vejamos algumas das conclusões do relatório de auditoria à regulação da saúde em Portugal:
  • a ERS desenvolveu um Sistema de Gestão das Reclamações dirigidas à ERS que permite acolher todas as reclamações ou mesmo as situações de cuja existência a própria ERS se dê conta e considere deverem determinar a sua intervenção, sempre em defesa dos direitos dos utentes.
  • Por norma, cada processo é resolvido em 90 dias, que incluem a análise de cada exposição e o correr dos prazos dados, quer a reclamadas quer a reclamantes, para apresentação de alegações e de motivos de discordância, respectivamente.
  • Em 2006, a ERS procedeu à renovação do seu website, com vista a criar e manter um sistema de informação ao público em geral, onde os cidadãos podem aceder a informação diversa.
  • Até Julho de 2007 foram abertos 32 processos contra-ordenacionais, sendo que destes, 13 estão concluídos da seguinte forma: 3 foram arquivados, 8 deram lugar a admoestação e 2 culminaram na aplicação de coima.

Para um sector que representa 10% do PIB do país, pensamos que a produtividade demonstrada pela ERS é muito pequena. Vejamos agora as recomendações que o Tribunal de Contas faz:

  1. Clarificação das situações que não permitem, em algumas zonas de fronteira, concluir com certeza, quem é considerado operador no sector da saúde para efeitos de Registo das Entidades Reguladas.
  2. Atribuição de competência à ERS para poder registar oficiosamente as entidades que identifique em infracção, de acordo com as informações de que disponha ou que venha a obter através do dever da informação a que estão adstritos todos os seus regulados.
  3. Atribuição de competências à ERS ao nível do controlo do cumprimento dos requisitos de funcionamento dos estabelecimentos dos seus regulados, da emissão de recomendações sobre os requisitos necessários para o funcionamento dos estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde e do sancionamento pelo incumprimento daqueles requisitos.
  4. Reforço das funções de monitorização, acompanhamento e controlo da ERS, através do alargamento dos deveres de informação e cooperação a terceiros, para além dos regulados, designadamente a outros agentes do sector, cuja colaboração possa ser relevante no exercício das funções da ERS.
  5. Contribuir com medidas adequadas e em tempo oportuno para a eficiência do sistema de saúde.

O ponto 5 é que é fatal. Daqui por algum tempo, voltaremos a verificar se alguma coisa se alterou.