A gestão das organizações é uma das mais complexas tarefas dos tempos modernos. Não porque antigamente fosse uma tarefa simples, mas porque gerir pessoas se tornou numa actividade mais difícil.
É comum dizer-se que é fácil obter crédito financeiro, é fácil adquirir instalações, é fácil produzir bens e serviços. Contudo, a complexidade da gestão das organizações é fundamentada na dificuldade de gerir pessoas. É que hoje, organizações são sobretudo pessoas. Se há quem pense ao contrário, está desfazado da realidade.
Tudo isto a propósito deste desabafo da actual Ministra da Saúde: A ministra da Saúde, Ana Jorge, afirmou hoje ter herdado umas das pastas “mais difíceis e complexas” do Governo.
Herdado? Mas agora as funções ministeriais herdam-se? Não será uma honra e um privilégio único exercer uma função pública como a de Ministro?
Depois a Ministra Ana Jorge adianta ainda: Ana Jorge sublinhou a complexidade que implica gerir um Ministério que envolve vidas e cujos serviços estão abertos 365 dias por ano.
Estará a Ministra a pensar que nos transmite alguma novidade? Pensariam os portugueses que o Ministério da Saúde seria para gerir autocarros? Ou será que os portugueses vão passar a ter um horário de atendimento específico nas urgências hospitalares?
Nesta intervenção, a Ministra remata de uma forma surreal: a reestruturação do sistema de saúde, nomeadamente dos horários de atendimento, implica medidas que, apesar de contestadas, “são fundamentais para melhorar o atendimento”.
Será que a Ministra Ana Jorge já se arrependeu de ter aceite o desafio de ser Ministra da Saúde?