Há muito tempo que o Ministério da Saúde é mal gerido. É mal gerido, porque não tem pessoas competentes a geri-lo. Vai tendo gente que por lá passa para ganhar a vida, ou para a vida ganhar. De resto, devem por lá existir um conjunto de pessoas, que sem saberem porquê, lá vão cumprindo algumas tarefas. Um caso de clara "gestão ao acaso".
Estes são mais alguns detalhes da dita "gestão ao acaso":
1. A Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo pagou mais de 400 mil euros a uma empresa de consultoria pela elaboração do inventário dos bens móveis e imóveis da instituição. As outras quatro ARS do país (Norte, Centro, Alentejo e Algarve) estão também a fazer os respectivos inventários mas com os seus próprios meios e recursos humanos.
2. “A grande dimensão e dispersão territorial das unidades pertencentes à ARSLVT, bem como as várias reorganizações internas e fusões realizadas ao longo dos anos sem a existência de um inventário valorizado dos bens móveis e imóveis, implicou, por exemplo, que desde 1994 conste, no balanço, um valor patrimonial negativo superior a 5 milhões de euros, montante absolutamente irreal face à referida dimensão desta administração regional”.
3. Orçado em 338.750 euros mais IVA, o inventário foi adjudicado à SGG - Serviços Gerais de Gestão, SA, uma empresa associada da Deloitte, em 2011, antes de o novo conselho directivo ter tomado posse, explica o actual presidente da ARS de Lisboa e Vale do Tejo, Luís Cunha Ribeiro, para quem o valor do contrato não é assim tão elevado, tendo em conta a “complexidade” do trabalho.
Em qualquer país desenvolvido (não confundir com países de governação ao acaso), estes factos seriam escrutinados no Parlamento. Em Portugal, o Parlamento serve para dar um ar de que existe poder democrático, sem contudo defender o interesse dos portugueses em geral e em particular dos contribuintes.
Paulo Macedo parece querer fazer um trabalho satisfatório. Mas, os seus subordinados são mais do mesmo.