A gestão é um eufemismo em muitos sectores em Portugal. Na área da saúde também:
1) O ministro da Saúde, Paulo Macedo, revelou hoje que mandou investigar casos de imóveis da area da saúde inaugurados e sem funcionar há anos, aparelhos de diagnóstico que nunca foram usados e instalações sobredimensionadas no Serviço Nacional de Saúde (SNS). "Como é que o SNS - que todos nós reconhecemos que precisa de mais fundos para áreas como a prevenção -- tem equipamentos que nunca foram usados?", questionou-se.
2) Sete unidades de saúde gastaram dinheiro em material e equipamentos que nunca utilizaram. A conclusão consta do relatório da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde, que analisou 46 unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com o objetivo de otimizar recursos. O documento não refere as verbas gastas. Este levantamento faz parte de uma análise mais pormenorizada ao SNS levada a cabo pelo Ministério da Saúde.
3) O documento faz igualmente referência à Unidade Local de Saúde do Norte Alentejo, que apresenta uma lista "de cerca de meia centena de artigos" comprados em 2011 e 2012, mas que "ainda não afetou a qualquer serviço". Entre esse equipamento estão, por exemplo, 12 bombas de infusão volumétrica.
4) O Centro Hospitalar Lisboa Norte, o Hospital Francisco Zagalo, em Ovar, e o Centro Hospitalar do Tâmega-Sousa (CHTS) não listaram os equipamentos comprados que ainda não foram usados. O Centro Hospitalar do Algarve diz ter sido impossível fornecer a informação em tempo útil, enquanto o Centro Hospitalar Tondela-Viseu referiu dois equipamentos.
5) Um dos aspetos verificados durante o levantamento efetuado pela IGAS diz respeito às unidades que têm equipamentos subutilizados por falta de recursos humanos especializados. No total, foram oito as unidades que responderam ter equipamentos ou material hospitalar nessas condições: Centro Hospitalar do Oeste, Centro Hospitalar do Algarve, Centro Hospitalar do Alto Ave, Centro Hospitalar Tâmega-Sousa, Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, Centro Hospitalar São João, Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro-Rovisco Pais e Unidade Local de Saúde de Castelo Branco.
6) O relatório conclui que metade das 46 entidades hospitalares tinha, em agosto, equipamento que não estava em funcionamento. O Centro Hospitalar Lisboa Central - inclui os hospitais de São José, Capuchos, Santa Marta, D. Estefânia, Maternidade Alfredo da Costa e Curry Cabral - é um dos casos. Tem parados um angiógrafo, um TAC e um aparelho de RX, pela desativação de serviços na fusão do Hospital Curry Cabral. Sem especificar a quantidade, estão equipamentos do bloco operatório e do internamento de Ginecologia/Obstetrícia do Hospital D. Estefânia.
A falência prossegue.
A falência prossegue.