Saturday, March 31, 2007

Mais uma Comissão na Saúde

O Professor Correia de Campos é proveniente do mundo académico. Que se conste, o Professor Correia de Campos nunca conheceu o mundo das empresas. Talvez por isso, goste tanto de suportar as suas decisões políticas, em pretensas propostas de Comissões Técnicas.

Poderemos argumentar, antes ter alguém que suporte técnicamente as decisões dos políticos, do que os políticos decidirem sem ouvir ninguém! Mas, quais são os critérios que presidiram à criação das várias Comissões Técnicas, relacionadas com as várias Reformas que tem levado a cabo? Dir-me-ão os defensores de tal metodologia, os Membros das Comissões são pessoas sobretudo com capacidade técnica. Nós gostaríamos de acreditar que sim!

Tudo isto a propósito de mais uma Comissão, relacionada com o Ministério da Saúde e com mais uma das suas Reformas, neste caso chama-se: Comissão Nacional para a Reestruturação dos Serviços de Saúde Mental (CNRSSM).

Bem, esta Comissão lá fez mais um Relatório para o Professor Correia de Campos tomar as suas decisões políticas.

Principais conclusões da tal CNRSSM:
  • O sistema dos serviços de saúde mental em Portugal «funciona mal e tem graves problemas de equidade e acessibilidade».
  • Num relatório preliminar, que ainda carece de parecer do Conselho Nacional de Saúde Mental antes de ser apresentado ao ministro da Saúde, Correia de Campos, é feito o diagnóstico da actual situação e traçado um plano nacional vocacionado para a proximidade local.
  • A aplicação do plano nacional, segundo a comissão, levará a curto prazo à abertura de novas unidades de internamento, nomeadamente em Almada e Tomar, e à criação nas várias regiões do país de unidades de saúde mental comunitária.
  • A médio prazo, aponta-se a criação de serviços de saúde mental em todos os novos hospitais gerais, como Loures, Cascais, Todos os Santos e Vila Franca de Xira. A longo prazo, todos os serviços de saúde mental local passarão para hospitais gerais e para a comunidade.
  • Este processo permitirá, de acordo com a CNRSSM, reorganizar progressivamente os hospitais psiquiátricos, que passarão a acolher, um por cada cidade principal, serviços de âmbito regional.

Finalmente, a tal Comissão tem um remate estonteante: a saúde mental «tem sido uma área muito negligenciada dentro do conjunto dos serviços de saúde», apesar da «magnitude da contribuição das perturbações mentais para a carga global das doenças».

É caso para dizer, está tudo maluco!

Thursday, March 29, 2007

Clínica Maló: um caso de sucesso internacional

Não é comum em Portugal, falar de casos de sucesso empresarial a nível internacional. E muitas vezes, não se fala, porque não há casos de sucesso!

Mas, ficamos satisfeitos que haja sempre quem tente inverter a tendência. Neste caso o Dr. Maló, como é conhecido em Portugal, é um caso de sucesso empresarial na saúde, a nível internacional. Este sucesso chegou agora ao Brasil:
  • O Grupo Malo, proprietário de uma holding internacional que inclui, entre diversas empresas no mundo todo, 14 clínicas de implantodontia instaladas em 10 países, inaugura no dia 28 de março, a Malo Clinic Campinas.

O Grupo Maló conta com filiais em Mahwah e Nova Jersey (Estados Unidos da América); Madri (Espanha); Milão (Itália); Moscovo (Rússia), Varsóvia (Polônia) e clínicas convencionadas em Casablanca (Marrocos), Marselha, Paris e Sant Louis (França), Melbourne (Austrália) e Nahariya (Israel).

Parabéns ao Dr. Maló.

Incineradora da vergonha

Para além de termos um Aeroporto no meio da capital do país, temos também uma incineradora inserida num complexo da saúde, em que está inserido o Hospital de Júlio de Matos! Originalidades lusas.

A polémica da adequação da localização da incineradora e o seu bom funcionamento, são já antigos. Mas, infelizmente parece que os portugueses não querem mudar a sua forma de ser e de estar, pois se não, vejamos esta notícia:
  • A Inspecção-Geral do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAOT) ordenou o encerramento da incineradora do Hospital Júlio de Matos, em Lisboa, no prazo de três dias, por ter apresentado emissões de dioxinas e furanos 30 vezes acima do limite admissível.
  • Num despacho do inspector-geral, a que a Lusa teve acesso, refere-se que o elevado nível de emissões resulta numa "situação de perigo grave para a saúde e ambiente", pelo que foi determinada a suspensão do funcionamento da incineradora de resíduos hospitalares até que seja garantido o cumprimento dos valores legalmente estabelecidos.

A entidade que gere a incineradora responde à situação desta forma:

  • Segundo a mesma responsável (Isabel de Santiago, porta-voz do Serviço de Utilização Comum dos Hospitais), as amostras em que foram detectados valores de dioxinas e furanos acima do legalmente estabelecido foram recolhidas pelo Instituto de Ambiente e Desenvolvimento entre 11 e 15 de Fevereiro, numa altura em que estava a ser feita a troca de filtros na incineradora.

Porquê que as Instituições e as pessoas que as representam não gostam de assumir a verdade, e preferem sempre subterfúgios?

Wednesday, March 28, 2007

Fix the health care system

O título deste post, era headline da revista Fortune, e como tal, refere-se aos EUA.

Por lá, nos EUA, a insustentabilidade da saúde é maior do que por cá, em Portugal. Porquê? Simplesmente por isto: em Portugal, as despesas da saúde representam 10% a 11% do PIB; nos EUA, as despesas com a saúde representam 16% a 17% do PIB.

Pior, a tendência crescente da despesa da saúde não parece querer mudar! Nos EUA, país por excelência completamente avesso a impostos, já se discute um aumento de impostos, para fazer face às despesas monstruosas da saúde, como se pode verificar aqui:
  • John Edwards says we need to raise taxes to fix health care, and you can bet that Barack Obama and Hillary Clinton will eventually say so too.
  • Start with the fact that business now spends a stunning $500 billion a year, or 4 percent of GDP, on health-care benefits. Let's say we shifted that cost to government - that's right, relieved business of it entirely - and, to make matters simple, combined it with other public funds to give citizens a voucher with which they could buy a private health plan.
  • The moral of the story? We have reached a moment in the history of American capitalism where business's traditional Me-Tarzan-you- Jane-taxes-bad mindset is one of the biggest obstacles to pragmatically rethinking our health-care and pension systems.

Até os Americanos já admitem que face ao monstro da despesa da saúde, só há uma saída: pagar mais impostos!

Sinceramente, nós não gostamos da solução, ate porque ao contrário dos EUA, por cá, em Portugal, os impostos que suportam o SNS já são demasiados, ao contrário dos EUA, onde não existe um SNS.

Tuesday, March 27, 2007

Sucesso de Transplante Intervertebral

A saúde, apesar de ser cada vez mais cara, permite mais qualidade de vida e maior longevidade aos seres humanos, sobretudo aos que vivem em países desenvolvidos ou em desenvolvimento.

Lemos no The Lancet, que foi bem sucedida uma operação de transplante intervertebral, na China: Transplanting human intervertebral discs could be the future for treating spinal-disc degeneration. Chinese investigators report a preliminary study on the feasibility, safety, and long-term clinical results of a fresh-frozen allogenic disc transplantation in five human beings.

Aqui retemos mais alguns detalhes do sucesso:
  • Un equipo de científicos de la Universidad de Hong Kong injertó los discos en los cuellos de cuatro hombres y una mujer.
  • Los discos fueron extraídos de las columnas de tres jóvenes mujeres donantes quienes murieron a causa de un traumatismo.
  • A cinco años de la operación, los pacientes que recibieron los trasplantes han respondido bien, con una mejora en su movilidad.
  • Los cirujanos manifestaron que algunas mejoras en el procedimiento ofrecerían una alternativa a las terapias tradicionales.
  • En el artículo de "The Lancet", los doctores Wafa Skalli y Jean Dubousset, investigadores del instituto ENSAM-CNRS en París, dijeron que los trasplantes podrían abrir "una nueva dimensión" en el tratamiento de enfermedades degenerativas de los discos vertebrales.

São notícias destas que precisamos.

Sunday, March 25, 2007

SAP's

Serviços de Atendimento Permanente, conhecidos pela sigla SAP. Serviço, que o Ministro Correia de Campos, já demonstrou que não gosta, sobretudo quando referiu no passado que não pensava entrar em nenhum! Curiosa, esta intenção de um Ministro que tem um serviço, que faz parte do seu Ministério, e que ele, Ministro, tem vergonha!

Correia de Campos, que como todos sabemos, é Ministro pela segunda vez, na sua vida, perfazendo um total de cerca de 4 anos como Ministro da Saúde. Perguntamos nós, se o Ministro tinha esta tão má opinião sobre os tais SAP's, porque não acabou com eles mais cedo?


Os concelhos que ficarão sem SAP, são:
  • NORTE: Caminha; Monção; Paredes de Coura; Murça; Alfândega da Fé; C. Ansiães; Vila Flor; Vimioso; F. Espada-à-Cinta; V. Minho.
  • CENTRO: C. Paiva; Mealhada; O. Bairro; S. Vouga; V. Cambra; Oleiros; Condeixa-a-Nova; Góis; Lousã; M. Corvo; M.-o-Velho; O. Hospital; Penacova; Penela; Soure; Tábua; V.ª N.ª Poiares; Norton de Matos; A. Beira; Almeida; C. Beira; C. Rodrigues; F. Algodres; Gouveia; Manteigas; Mêda; Pinhel; Sabugal; Trancoso; Nazaré; M. Grande; Armamar; C. Daire; Resende; St.ª C. Dão; Vouzela; Ourém; Azambuja; Lourinhã; Cadaval; Sesimbra e Grândola.
  • SUL: Montemor-o-Novo; Beja; Silves e Lagos.

Curioso o seguinte:

  1. Não consta da lista de encerramentos, um único SAP, em Lisboa ou Porto. Ou seja, continuamos na senda do encerramento do país, fora das duas grandes cidades.
  2. Encerrar serviços, sem a necessária informação à população e sem alternativas credíveis e reais, só aumentará o caos das urgências hospitalares. Depois, não se queixem!

Friday, March 23, 2007

HPP (CGD) quer adquirir Grupo Português de Saúde (BPN)

A saúde está com muita actividade:
  • A reorganização da oferta pública de saúde.
  • As concentrações e fusões, nos sectores público e privado.
  • O aumento, nunca antes visto, da oferta privada de saúde.
  • A sofisticação da oferta de serviços, desde os cuidados paliativos, até à cirurgia estética, passando pelas Clínicas para interrupção voluntária da gravidez.
  • O aumento da pressão jornalística sobre o sector, que reflecte a importância do tema perante o público.

Agora, temos mais um movimento de concentração no sector privado: A Caixa Geral de Depósitos (CGD) está a ponderar apresentar uma proposta à Sociedade Lusa de Negócios (SLN) para comprar o Grupo Português de Saúde (GPS), o segundo maior privado a operar no sector da saúde, avança hoje o "Semanário Económico".

Nada que nos surpreenda. Muito mais aí virá.

Thursday, March 22, 2007

O Estado Português actua de forma estranha

Voltamos à questão do licenciamento das organizações de saúde, para manifestar a nossa estranheza pela forma como o Estado Português, que é a face visível de todos nós, encara a sua própria actuação. Atente-se, nestas pérolas que aqui nos deixaram:
  • a ERS (Entidade Reguladora da Saúde) conclui que a maioria das unidades de saúde privadas (83%) não estão licenciadas. Mas, ao mesmo tempo, desde o ano passado que cobra taxas obrigatórias a todas elas.
  • "Os milhões que as unidades de saúde pagam à ERS servem para fazer relatórios a concluir o que toda a gente sabe há anos?", questiona também o bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, acrescentando que o organismo não dá depois uma "solução consistente " para resolver o problema.
  • há anos que o sector sabe que a lei sobre o licenciamento não tem adequação à realidade e "tornaria ilegais todos os hospitais públicos, incluindo Santa Maria ou S. José", caso se aplicasse às unidades do Serviço Nacional de Saúde.
  • O relatório da Reguladora conclui que o sistema de licenciamento das unidades privadas não funciona - a lei é dispersa e muito exigente, a máquina do estado não cumpre as suas obrigações e os operadores há muito que desistiram de cumprir a lei neste campo. E aponta como uma das principais causas o facto de as Comissões de Verificação Técnica - a quem compete vistoriar este processo, funcionando junto das Administrações Regionais de Saúde - dependerem de trabalho de voluntariado, o que as deixa sem meios para actuar.

Perguntamos nós:

  • Existe Governo de Portugal? Neste conceito, incluímos o actual e os anteriores, naturalmente!
  • Existe "regulação" do Sector da Saúde? Respondemos nós: evidentemente que não.
  • Para que serve o Estado? Não será para assegurar o cumprimento de regras e de procedimentos para toda a sociedade, incluindo-se o próprio Estado?

Cuidados na velhice

O mito do "homem novo", ou da juventude eterna, está a trazer cada vez mais dissabores. Todos nós queremos viver mais, com melhor qualidade de vida, e, se possível, sermos mais belos e mais frescos!

Pois é! Mas, entretanto as dificuldades serão cada vez maiores. Na Grã-Bretanha, realizou-se recentemente um estudo sobre a qualidade de vida dos mais velhos, e as conclusões do estudo são aterradoras. Se não, vejamos:
  • Elderly people in nursing homes are being left in "shocking pain" says a survey today, with two in five saying they are in constant agony, and others admitting to having suicidal thoughts.
  • The research, conducted confidentially among residents whose average age was 82, reveals the extent to which the frail and vulnerable are made to suffer unnecessarily.
  • The findings are a "disgrace".
  • "I am having analgaesics galore for my pain, which is affecting my arms and shoulders. Trying to type an email is murder. Depression and pain go hand in hand, so there is psychological pain as well.

Não é fácil ser doente, nem sequer prestador de serviço. Não é fácil ser familiar do doente, ou sequer financiador do sistema.

Não teremos que refrear as nossas ambições de eternidade?

Tuesday, March 20, 2007

Maioria dos Laboratórios funciona sem licenças

Entendemos que o Estado deve ter um papel regulador na sociedade, e não um papel interventor. Ou seja, o mercado deve ser autónomo e dinâmico, mas deve existir alguém que zele pelo interesse de todos.

Lemos esta notícia, que nos deixa muito preocupados e até mesmo inseguros, quanto à saúde de todos nós: As unidades que fazem exames e tratamentos com radiações não são fiscalizadas e a maioria não se encontra licenciada. Isto significa que se ignora as doses de radiação a que um doente é exposto quando faz uma simples radiografia, se os equipamentos estão calibrados e se os profissionais que estão a fazer os exames estão devidamente qualificados.

Perante este cenário aterrorizante, temos este comentário da Autoridade competente: Um perigo para a saúde pública, adverte um relatório que traça um diagnóstico muito preocupante do sector. A Direcção-Geral da Saúde garante que não tem havido "problemas importantes".

Perante tal irresponsabilidade, já não sabemos para que servirão os órgãos do Estado! Apenas para usufruirem do bem público? Talvez!

Repare-se neste requinte de malvadez:
  • Das cerca de 200 unidades de saúde de radiodiagnóstico, radioterapia e medicina nuclear existentes a nível nacional e inscritas na Entidade Reguladora da Saúde, apenas 93 estão licenciadas.
  • Francisco George, director-geral da Saúde, explicou ao JN que as directivas comunitárias sobre protecção radiológica têm apenas três anos e que a grande maioria das unidades funciona há muitos anos, mas tem havido "um esforço" para adequar o seu funcionamento às novas regras.
  • Questionado se são seguras, o responsável da DGS respondeu "Não temos tido problemas importantes nesta matéria, salvo poucos casos de irradiações inadequadas a grávidas".

Monday, March 19, 2007

Extinção das Sub-Regiões de Saúde

As Senhoras gostam muito de fazer "face lifting" ou se quiserem, cirurgias estéticas.

Em Portugal, continuam a estar na moda, os "face lifting" das Organizações do Estado, como se pode verificar por isto:

O trabalho que actualmente é desenvolvido pelas sub-regiões de Saúde deverá passar a ser assegurado pelas ARS e pelas Unidades de Gestão dos Centros de Saúde, estruturas que estão definidas em proposta que deverá em breve seguir para o gabinete do ministro da Saúde.

As sub-regiões de Saúde de Lisboa, Porto, Coimbra, Évora e Faro deverão ser extintas no final do mês, altura em que está prevista a publicação do diploma que cria as novas Administrações Regionais de Saúde, Empresas Públicas.

Quem ganhará com estas transformações? De imediato, as Sociedades de Advogados e os Cartórios Notariais! Não vemos qualquer ganho da parte dos clientes da saúde.....nem sequer potencial.

Sunday, March 18, 2007

Tuberculose, outra vez!

O SNS português, tem muitos defeitos, mas tem atingido algumas marcas positivas, mesmo a nível mundial, como sejam: a diminuição da mortalidade infantil e o aumento da esperança média de vida.

Contudo, há muito ainda a fazer. Por exemplo, não compreendemos como é que a tuberculose volta a ser uma doença com níveis preocupantes: Em Portugal, a incidência de tuberculose é três vezes superior à média europeia, com 34 casos por cada 100 mil pessoas.

Tuberculose? Porquê? Serão outra vez, as graves condições de pobreza de parte significativa da população? Será que o SNS já só assiste aqueles que são mais informados e educados? Será que o SNS não sabe comunicar com os mais pobres?

Será que estamos, em Portugal, numa fase de inexorável pobreza?

Thursday, March 15, 2007

Leve 3, Pague 2

É com alguma incredulidade e muita emoção, que lemos isto:

As farmácias vão passar a vender medicamentos com descontos e a divulgar estes «saldos» nas suas instalações, de acordo com o Estatuto do Medicamento, ontem publicado em Diário da República. Pela primeira vez, o Governo legislou a possibilidade dos medicamentos serem vendidos com descontos, os quais têm de incidir “exclusivamente sobre a parte do preço não comparticipada”. O decreto-lei introduziu o “princípio da estabilidade do preço dos medicamentos”, o que significa que, uma vez estabelecido de forma definitiva, o preço manter-se-á por um período de três anos.

Não somos contra o Mercado. Antes pelo contrário. Achamos apenas curioso, que quem agora promove a absoluta "mercantilização" dos medicamentos, não aceite as regras do Mercado, de forma generalizada!

E mais, aqueles que agora colocam em força de Lei, a venda em "saldos" dos medicamentos sujeitos a prescrição médica, deveriam aproveitar e quebrar todas as barreiras de vendas de medicamentos, e colocá-los à disposição, em supermercados e mercearias, para assim se retirarem todos os freios que possam existir!

Que Deus nos ajude, para que possamos assistir a mais piruetas!

Wednesday, March 14, 2007

Brave new world

Imagem: National Institute of Biomedical Imaging and Bioengineering.

One of the most common stroke disabilities is a paralyzed arm. The Robotic Upper Extremity Repetitive Therapy device, or RUPERT, gives stroke survivors a portable system to retrain their muscles to perform basic tasks such as picking up a cup. As the patient's abilities improve, the robot's computer adjusts the assistance delivered by the pneumatic muscles. The system was developed by Kinetic Muscles, Inc. and Arizona State University's Biodesign Institute. Image courtesy of Tim Trumble, Arizona State University.

Tuesday, March 13, 2007

Causas de Morte

É absolutamente inacreditável, a forma como se trata a informação sobre a morte em Portugal. Basta ter um caso próximo, de algum familiar ou amigo falecido, para se perceber, que a causa de morte, que será inscrita no "Óbito", será a primeira que ocorrer!

Este facto é absolutamente inacreditável, por duas razões:
  1. O tratamento da informação é vital para melhoria futura da qualidade dos cuidados de saúde, não se compreendendo o desleixo com que a tarefa é encarada.
  2. Quem preenche tais "requisitos" é altamente qualificado, pelo que não se compreende o desinteresse e a incompreensão pelo cumprimento de tal tarefa.

Tudo isto a propósito disto: Os ministérios da Saúde e da Justiça vão criar um sistema para apurar as causas da morte em Portugal e perceber porque é que há mais óbitos no Inverno, cerca de 13 mil, contra 8 mil nos meses de Verão.

Num país, em que se fala e promove o "Plano tecnológico", nem acreditamos ao ler isto: «Temos um sistema reconhecidamente difícil e estamos, neste momento, a trabalhar com os serviços que dependem do ministério da Justiça, para mudar o sistema de registo de óbitos no nosso país», anunciou Francisco George. E mais isto: A Direcção-geral de Saúde vai assim passar a receber informações da Conservatórias do Registo Civil, «muito provavelmente» CDs e DVDs com imagens dos «próprios certificados de óbitos», adiantou.

As pessoas que estão à frente dos Organismos do Estado, ao mais alto nível, ainda não perceberam (jamais perceberão), o que são sistemas de informação.

Triste, muito triste!

Monday, March 12, 2007

Educar é sempre bom

Um dos maiores flagelos sociais, em Portugal, é a falta de educação da população. Já foi pior, o nível de educação, em Portugal. Mas, todos os dias, surgem casos de espancamentos de crianças, de abandono de velhos, de maus tratos a mulheres, velhos e crianças. Sintomas da degradação social crescente.

Uma sociedade assim, ou muda, ou estará condenada à pobreza, que em primeiro lugar é educacional, mas depois será inevitavelmente, de carácter social, económico e humano.

Tudo isto, a propósito desta iniciativa louvável:
  • O Bloco de Esquerda vai entregar um projecto que recomenda ao Governo um estudo sobre a gravidez adolescente e a criação de um plano de prevenção do fenómeno que em Portugal atinge os 6%.
  • «Nestas idades, as meninas deviam estar na escola. Portugal é o segundo país da União Europeia com maior taxa de gravidez na adolescência. Nós pensamos que deve ser feito o diagnóstico da situação concelho a concelho e que desse estudo deve sair um plano de prevenção».

Mas, ou se concretiza algo, ou sómente boas iniciativas será muito curto!

Friday, March 09, 2007

Never ending story

Urgências, ainda e outra vez:

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) considerou hoje que o processo de requalificação das urgências, desencadeado pelo Ministério da Saúde, devia ter incluído "uma ampla acção de contactos prévios" com os serviços e as estruturas profissionais do sector.

Sublinhando que uma reestruturação do género "não pode estar dependente de calendários políticos ministeriais que determinem prazos curtos incompatíveis com a profunda reflexão e adequada fundamentação"

Esta estrutura representativa dos médicos avisa ainda que "a urgência não pode ser desintegrada do funcionamento global de uma unidade hospitalar, nem os doentes podem estar sujeitos a sucessivas viagens de ambulância por extensas áreas geográficas".

Quando é que haverá bom senso? Perguntamos nós.

Já percebemos que a acessibilidade é o primeiro critério. E já agora, outra questão: e a qualidade das urgências? Os edifícios, os equipamentos, os Técnicos, etc.

Thursday, March 08, 2007

Boas iniciativas, em Cuidados Continuados

Vivemos tempos de crescimento permanente de esperança média de vida. Mas, exigimos simultâneamente, mais qualidade de vida. Não queremos aceitar a morte, e queremos que antes dela, consigamos a máxima qualidade de vida.

Não vamos falar sobre mitos! Vamos falar de iniciativas importantes numa sociedade envelhecida. Como esta: A partir de hoje a santa Casa de Monção disponibiliza um serviço de cuidados continuados de saúde.

Numa altura, em que o Estado vive "emparedado" por razões orçamentais, a iniciativa dos cidadãos terá que aumentar. E o chamado "terceiro sector", nos quais se enquadram as Misericórdias estão activas. Ainda bem.

Com a entrada em funcionamento desta unidade, trinta dias após assinatura do acordo, a vila de Monção "passa a dispor de um verdadeiro hospital de retaguarda, único em todo o distrito de Viana do Castelo, garantindo os melhores cuidados aos doentes do distrito em período de convalescência".

Precisam-se de mais iniciativas destas.

Wednesday, March 07, 2007

Mismanagement

As organizações de saúde vivem períodos difíceis. Mas, não é só em Portugal! Ainda, que não nos traga conforto, o mal alheio.

Na Grã-Bretanha, país do NHS, no qual se inspira(ou) o SNS português, as trapalhadas são frequentes. Não entendemos, porque é tão difícil gerir pessoas. Mas, sabemos que gerir pessoas é apanágio das organizações mais eficientes.

Vejamos este concurso de médicos, na Grã-Bretanha: NHS doctors "in despair" about career prospects. E porquê?

Um dos factos: The government defended its handling of the system for selecting doctors for specialist positions on Wednesday after thousands of medics failed even to win interviews.

Outro: There are 30,000 junior doctors chasing 22,000 specialist posts, leading to fears many will move abroad or go into private practice.

E ainda mais um: But Health Minister Lord Hunt said stopping recruitment would cause more uncertainty among doctors.

Ás vezes, é preferível fazer algo, mesmo que errado, do que não fazer nada. Mas, fazer as coisas sucessivamente erradas, é comum aos incompetentes! Na Grã-Bretanha, os erros na gestão das organizações do NHS são mais do que muitos!

Monday, March 05, 2007

Medicamentos justificam ida a Espanha

A Iberização segue de vento em popa! Depois dos caramelos de outros tempos, hoje em dia, os portugueses vão a Espanha, comprar: gasolina, gás, tabaco, alimentação e......medicamentos, conforme se pode ler aqui: São cada vez mais os portugueses que vão comprar medicamentos a Espanha. É que, do lado de lá da fronteira, os medicamentos são mais baratos. As farmácias espanholas também aceitam receitas portuguesas, mas nesses casos o utente não pode pedir o reembolso ao Estado português.

Só a diferença do IVA, deverá justificar a viagem. Se lhe acrescentarmos, todo o restante cabaz, ainda mais argumentos têm os portugueses, para deixarem de comprar em Portugal!

O negócio estará cada vez pior para todo o comércio português, e não só para as farmácias.

Unidades de Saúde Familiar

Sinceramente, ainda não percebemos o conceito de Unidade de Saúde Familiar (USF), ainda que saibamos que se integram nos cuidados primários de saúde. Têm sido, as USF's, uma das "bandeiras" do Prof. Correia de Campos.

Vamos acompanhando, a nova forma de organização de cuidados primários de saúde, através de algumas das notícias, como esta:
  • nem metade das 100 unidades previstas para 2006 estão a funcionar.
  • há cerca de 64 mil portugueses que ganharam médico de família, um número muito abaixo dos 225 mil prometidos inicialmente pelo Governo.
  • "Continuo a acreditar no modelo, mas continuo à espera. É muito ingrata a indefinição", desabafa o médico de família José João Mendonça.

Lemos aqui, o conceito de USF: As USF são pequenos grupos de médicos, enfermeiros e administrativos que se juntam voluntariamente para, funcionando dentro de um centro de saúde de forma autónoma, gerirem os seus doentes. Um dos objectivos é que os clínicos alarguem a sua lista de utentes, fazendo diminuir as pessoas sem médico de família. Os profissionais passam, para isso, a receber incentivos remuneratórios ao seu desempenho, que só anteontem foram aprovados em Conselho de Ministros.

Meritório, o projecto.

Mas há quem veja nele, alguma negritude: Quem é muito crítico em relação a este modelo é o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses. Guadalupe Simões, membro da direcção, afirma que o que está em causa neste modelo é "a quantidade dos actos prestados, mais do que a qualidade". E fundamenta: Médicos que já tinham nas suas listas de utentes 1500 pessoas são incentivados a alargá-las, nota.

Saturday, March 03, 2007

Reflexão em saúde

Um antigo reponsável político da saúde faz um apelo: Arlindo de Carvalho alertou para a necessidade de “evitar a perversão” resultante das novas modalidades de propriedade e gestão da saúde, para impedir que Portugal caia em modelos diferentes para pobres e ricos. E acrescenta: que se impõe “uma rigorosa ponderação dos investimentos públicos em infra-estruturas e equipamentos e particular atenção na gestão dos recursos humanos”.

E rematou, ainda o antigo Ministro: "o desejável crescimento de um sector não público” na área da saúde “não poderá significar a degradação do Serviço Nacional de Saúde, deixando largos núcleos de cidadãos sem a assistência conforme os padrões de superior qualidade” a nível nacional.

Será quase impossível manter o actual enquadramento do Serviço Nacional de Saúde, apenas e só por três razões: 1) a inflação da assistência médica; 2) os custos resultantes das maiores exigências dos Clientes da saúde; 3) a estagnação económica do país, que persiste desde 2000, e não dá ideia de mudança.

Ou, SNS: Rest in Peace.

Nota: SNS, de acordo com a Constituição da República Portuguesa, no seu artigo 64º (Através de um serviço nacional de saúde universal e geral e, tendo em conta as condições económicas e sociais dos cidadãos, tendencialmente gratuito;).

Friday, March 02, 2007

Thursday, March 01, 2007

Lições do NHS II

A Ministra da Saúde britânica, Patricia Hewitt, ficou furiosa porque os Administradores dos Hospitais não colocaram um tom positivo nas mudanças a operar no NHS (serviço nacional de saúde britânico).

O procedimento recomendado pelo Ministério da Saúde tinha sido este: Hospital managers will been ordered to make doctors support closures and cuts in NHS services at public meetings and in letters to local newspapers.

Parece que os Administradores Hospitalares actuaram de forma diferente, do desejado: And instead of talking about cuts and closures as "downgrading", they have been told to refer to local changes as evidence that Trusts are "adapting", "developing", "evolving" or "specialising".

No fundo, a questão passa por dizer a verdade de forma simples, ou de forma eufemística. Senão, vejamos: NHS "reconfiguration" has become "a euphemism for closures and downgrading of hospitals" and that "change can all too frequently lead to a loss of public confidence".

Parece que o filme britânico está a ser copiado pelos Realizadores portugueses! Pena é, que não se assuma que a saúde eterna é um mito.