Entendemos que o Estado deve ter um papel regulador na sociedade, e não um papel interventor. Ou seja, o mercado deve ser autónomo e dinâmico, mas deve existir alguém que zele pelo interesse de todos.
Lemos esta notícia, que nos deixa muito preocupados e até mesmo inseguros, quanto à saúde de todos nós: As unidades que fazem exames e tratamentos com radiações não são fiscalizadas e a maioria não se encontra licenciada. Isto significa que se ignora as doses de radiação a que um doente é exposto quando faz uma simples radiografia, se os equipamentos estão calibrados e se os profissionais que estão a fazer os exames estão devidamente qualificados.
Perante este cenário aterrorizante, temos este comentário da Autoridade competente: Um perigo para a saúde pública, adverte um relatório que traça um diagnóstico muito preocupante do sector. A Direcção-Geral da Saúde garante que não tem havido "problemas importantes".
Perante tal irresponsabilidade, já não sabemos para que servirão os órgãos do Estado! Apenas para usufruirem do bem público? Talvez!
Repare-se neste requinte de malvadez:
- Das cerca de 200 unidades de saúde de radiodiagnóstico, radioterapia e medicina nuclear existentes a nível nacional e inscritas na Entidade Reguladora da Saúde, apenas 93 estão licenciadas.
- Francisco George, director-geral da Saúde, explicou ao JN que as directivas comunitárias sobre protecção radiológica têm apenas três anos e que a grande maioria das unidades funciona há muitos anos, mas tem havido "um esforço" para adequar o seu funcionamento às novas regras.
- Questionado se são seguras, o responsável da DGS respondeu "Não temos tido problemas importantes nesta matéria, salvo poucos casos de irradiações inadequadas a grávidas".