O Professor Correia de Campos é proveniente do mundo académico. Que se conste, o Professor Correia de Campos nunca conheceu o mundo das empresas. Talvez por isso, goste tanto de suportar as suas decisões políticas, em pretensas propostas de Comissões Técnicas.
Poderemos argumentar, antes ter alguém que suporte técnicamente as decisões dos políticos, do que os políticos decidirem sem ouvir ninguém! Mas, quais são os critérios que presidiram à criação das várias Comissões Técnicas, relacionadas com as várias Reformas que tem levado a cabo? Dir-me-ão os defensores de tal metodologia, os Membros das Comissões são pessoas sobretudo com capacidade técnica. Nós gostaríamos de acreditar que sim!
Tudo isto a propósito de mais uma Comissão, relacionada com o Ministério da Saúde e com mais uma das suas Reformas, neste caso chama-se: Comissão Nacional para a Reestruturação dos Serviços de Saúde Mental (CNRSSM).
Bem, esta Comissão lá fez mais um Relatório para o Professor Correia de Campos tomar as suas decisões políticas.
Principais conclusões da tal CNRSSM:
- O sistema dos serviços de saúde mental em Portugal «funciona mal e tem graves problemas de equidade e acessibilidade».
- Num relatório preliminar, que ainda carece de parecer do Conselho Nacional de Saúde Mental antes de ser apresentado ao ministro da Saúde, Correia de Campos, é feito o diagnóstico da actual situação e traçado um plano nacional vocacionado para a proximidade local.
- A aplicação do plano nacional, segundo a comissão, levará a curto prazo à abertura de novas unidades de internamento, nomeadamente em Almada e Tomar, e à criação nas várias regiões do país de unidades de saúde mental comunitária.
- A médio prazo, aponta-se a criação de serviços de saúde mental em todos os novos hospitais gerais, como Loures, Cascais, Todos os Santos e Vila Franca de Xira. A longo prazo, todos os serviços de saúde mental local passarão para hospitais gerais e para a comunidade.
- Este processo permitirá, de acordo com a CNRSSM, reorganizar progressivamente os hospitais psiquiátricos, que passarão a acolher, um por cada cidade principal, serviços de âmbito regional.
Finalmente, a tal Comissão tem um remate estonteante: a saúde mental «tem sido uma área muito negligenciada dentro do conjunto dos serviços de saúde», apesar da «magnitude da contribuição das perturbações mentais para a carga global das doenças».
É caso para dizer, está tudo maluco!