Friday, July 31, 2009

As múltiplas faltas de vergonha

Fonte: aqui.

O bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, foi multado pela Direcção-Geral de Seguros espanhola por receber ajudas de custo alegadamente indevidas. Em causa estão, de acordo com a agência de notícias, ajudas de custo recebidas por Pedro Nunes enquanto conselheiro da seguradora espanhola AMA (responsável também pelo seguro de responsabilidade civil dos clínicos portugueses, subscrito pela Ordem) e que a Direcção-Geral de Seguros espanhola considera indevidas. Além da multa de 135 mil euros, o bastonário arrisca-se a ter de devolver os montantes recebidos como ajudas de custo: três mil euros mensais, durante dois anos.

O bastonário da Ordem dos Médicos considera "normal e natural" que seja a instituição a pagar a multa de 135 mil euros que lhe foi aplicada pela Direcção-Geral de Seguros espanhola. Esta possibilidade está a provocar alarido e muita contestação no interior da Ordem. Fontes médicas citadas pela agência Lusa, afirmam que Pedro Nunes decidiu integrar o Conselho de Administração da AMA sem consultar o Conselho Nacional Executivo da Ordem, a quem foi apenas comunicada a decisão. Pedro Nunes defende-se alegando que as funções na AMA, ainda que não executivas, permitiram-lhe negociar condições vantajosas para os médicos portugueses.

Saúde: o negócio do futuro?

Parece que os grupos privados portugueses pensam que sim. Vejamos como correu o negócio privado da saúde aos 3 principais operadores, no 1º semestre de 2009:

  • O grupo HPP Saúde, da Caixa Geral de Depósitos, registou no primeiro semestre um aumento da facturação de 130% para 67 milhões de euros e espera terminar o ano com um volume de negócios de 130 milhões de euros, o que representa um crescimento superior a 115% relativamente ao ano passado.
  • O volume de negócios do grupo Espírito Santo Saúde subiu, no primeiro semestre, 17% para 107 milhões de euros. "Só no Hospital da Luz, o crescimento da facturação foi 30%",
  • A José de Mello Saúde foi o único dos três maiores grupos de saúde que não forneceu à Lusa os dados da facturação do primeiro semestre. A organização liderada por Salvador de Mello adianta apenas que os internamentos nas suas unidades subiram 3,5% para 11.360 no primeiro semestre. A José de Mello saúde, que detém os Hospitais Cuf, aumentou ainda as consultas em 27,5% para 328.667, e as urgências em 23,9% para 102.337. O número de doentes operados subiu 16,1% para 11.061 no primeiro semestre.

Será que o SNS se está a desmoronar? Será que a saúde passa ao lado da recessão económica? Será que estes números não serão ainda muito pequenos, e os crescimentos parecem grandes?

Thursday, July 30, 2009

Folhetim da Cegueira II

É em alturas como estas, que os cidadãos têm que forçar a nota de que existem. As pessoas não são farrapos fácilmente substituíveis. Os seres humanos não são descartáveis, nem carne para canhão. Ou a questão dos "direitos humanos" só serve para bandeira política?

Isto não é aceitável: Monteiro Grillo diz que é muito complicado fazer algum prognóstico. A razão para esta reserva é o desconhecimento do produto que foi usado nas injecções intraoculares.

Como é que o produto introduzido nos doentes é desconhecido? Desconhecido, como? Não saberão as pessoas, o produto que lá colocaram? Quantas pessoas mexem no produto antes da cirurgia? Um farmacêutico que prepara, um médico e mais um enfermeiro. Três pessoas? Quatro pessoas? Será que estas três ou quatro pessoas são assim tantas, que não sabem o que fazem?

E de entre, estas três ou quatros pessoas, não é possível de saber, quem foi desleixado? Ou quem foi distraído? Ou quem foi incompetente? Ou quem cometeu um erro?

O que se pretende, fazer dos cidadãos tontos? Ou a teoria do "crime" é para ser levada a sério? Mas, "crime", porquê? Qual o motivo de realizar tal "crime"? Brincadeira? Divertimento?

Até porque, convenhamos, estamos a falar disto: O Hospital de Santa Maria, em Lisboa, a unidade onde no passado dia 17 seis doentes foram sujeitos a uma pequena cirurgia oftálmica na sequência da qual perderam a visão.

Tal como Jesus, "eles não sabem o que fazem"!

Wednesday, July 29, 2009

Folhetim da Cegueira

Não, não é possível ir mais além na irracionalidade, quanto ao caso dos doentes que foram objecto de um mau serviço por parte do Estado, quando eram operados à vista no Hospital de Santa Maria.

Parece que não, se não vejamos mais este episódio com requintes de malvadez: A ministra da Saúde, Ana Jorge, não garantiu aos doentes cegos internados no Santa Maria que o Governo iria pagar todas as despesas de tratamento e deslocações a um país à escolha para que recuperassem a visão, adiantou ao canal tvi24.pt fonte do Ministério da Saúde.

Mas, parece que os doentes e seus familiares não têm a mesma versão: A notícia de que poderiam ser pagos tratamentos em Cuba, ou noutro país à escolha, terá sido adiantada pela própria ministra aos doentes, garantiu ao tvi24.pt, Gorete Lago Bom, mulher de Walter Bom, um dos doentes que ficou cego depois de ter recebido um tratamento com Avastin, nos dois olhos.

Já, George Orwell nos ensinou, que a liberdade só deveria ter uma versão. Mas, os poderes sempre se habituaram a ter uma leitura sobre a liberdade à sua maneira! Aqui, a Senhora Ministra terá dito uma coisa, mas foi mal entendida. Pelos vistos.

Ainda que não acreditemos muito no funcionamento da Justiça em Portugal, somos solidários com este acto: Gorete Lago Bom afirmou ainda que está a pensar recorrer aos tribunais, mas apenas caso o marido não recupere a visão.

Tuesday, July 28, 2009

Lavar as mãos como Pilatos

Ao que chegou a irresponsabilidade em Portugal. Pior, irresponsabilidade ao nível das castas mais elevadas da nação: médicos, administradores hospitalares, farmaceuticos, Altos funcionários públicos, entidades reguladoras. Vejamos o que faz agora a classe criminal, perante isto: No sábado passado foi recebido um telefonema anónimo no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, que indicava que, juntamente com o fármaco Avastin que deveria ter sido injectado nos seis doentes operados há dez dias, foi colocada outra substância, tóxica para os olhos. Essa, segundo a teoria avançada na chamada, teria sido a causa da perda de visão dos seis pacientes que continuam internados na unidade hospitalar.

Qual terá sido o móbil do crime? Denegrir a imagem do SNS? Arrasar com um dos mais velhos e prestigiados hospitais públicos? Deixar na lama, a classe médica? Arranjar mais um ponto fraco ao governo Sócrates? Sim, o que poderá estar por detrás de um "atentado" deste tipo?

Descansemos que quem anda por aí a tentar decifrar o Caso BPN ou o Caso BPP, assim como o Caso Casa Pia, ou o Caso Vale e Azevedo, parece que vai agora tentar perceber se houve crime em Santa Maria: A Procuradoria-Geral da República decidiu instaurar um processo-crime para investigar as circunstâncias em que seis doentes tratados no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, ficaram cegos.

Pois é, alguém está cego, após ter sido objecto de uma intervenção cirúrgica num hospital do Estado. E a responsabilidade é de quem? Será:
  • da Administração do Hospital?
  • da Direcção Clínica?
  • da Direcção do Departamento Clínico de Oftalmologia?
  • da Direcção de equipa cirúrgica?
  • da Área farmacêutica do hospital?
  • do Laboratório que produz o Avastin?
  • do Pilatos?

Pois é, aguardemos que a PGR e os Tribunais portugueses daqui por uns quantos anos, vão dizer que a culpa foi do Pilatos!

Monday, July 27, 2009

E o vencedor é a Espirito Santo Saúde!

Fonte: aqui (Asklepios Future Hospital).


Pois é, o futuro Hospital de Loures vai ser gerido em Parceria Público - Privada pela Espírito Santo Saúde:
  • O hospital de Loures, o primeiro a ser lançado no modelo de parceria público-privada, vai ser construído e gerido pelo consórcio liderado pela Espírito Santo Saúde, revelou o presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa à agência Lusa.
  • O agrupamento Consis Loures é liderado pelo Grupo Espírito Santo Saúde e inclui as construtoras OPCA e Mota-Engil, a clínica alemã Asklepios e a empresa de manutenção Dalkia. Em declarações à agência Lusa, a líder do consórcio confirma a notificação e diz que o hospital de Loures "é extraordinariamente interessante porque será um dos hospitais centrais na requalificação da oferta hospitalar de Lisboa". Isabel Vaz sublinha a "grande satisfação de entrar no serviço público" e garante que o grupo está "ciente da responsabilidade".

Por acaso a notícia não é absolutamente verídica, já que o Hospital Amadora - Sintra, também foi feito em parceria público-privada, entre o Grupo José de Mello Saúde e o Estado.

Sunday, July 26, 2009

Gripe A chega ao Palácio de Buckingham

Fonte: aqui.

Dois empregados do Palácio de Buckingham, residência oficial da Rainha de Inglaterra, foram infectados com o vírus da gripe A. Até ao momento, a Família Real parece ter escapado à pandemia. Uma das pessoas atingidas pelo vírus A (H1N1) no Palácio de Buckingham trabalha na cozinha, preparando alimentos. "Dada a velocidade com que o vírus se pode espalhar, é importante que qualquer pessoa com os sintomas, sobretudo perto das cozinhas, se mantenha afastada", disse uma fonte próxima da realeza citada pelo diário. "Pelo facto de trabalharmos onde trabalhamos, não nos livramos da gripe A e todos devem tomar precauções. A última coisa que queremos é contagiar a Rainha ou o duque de Edimburgo", acrescentou a fonte. Preocupada, Isabel II, de 83 anos, deu ordens para que os palácios reais sejam rigorosamente limpos.

Thursday, July 23, 2009

Avastin: caso de Tribunal?

Antes de mais, queremos clarificar que: 1) errar é humano; 2) o tratamento de seres humanos não é uma ciência exacta.

Contudo, achamos que anda muita gente pelos circuitos da saúde que, ou é irresponsável, ou é incompetente.

Vejamos estes relatos:

1. A administração do Hospital de Santa Maria anunciou que, em Fevereiro, foi informada de complicações relacionadas com o Avastin, mas não indiciaram gravidade suficiente para suspender a sua utilização.
2. "Morreriam muitas pessoas, se estas não recebessem medicamentos em off-label", acrescentou António Faria Vaz. Segundo o especialista, "uma utilização não aprovada, não quer dizer que não existam provas da sua eficácia e segurança".
3. Florindo Esperancinha alerta ainda as "injecções no olho não estão aprovadas para tratar o doente, mas são usadas diariamente em todos os hospitais do país e do mundo". O Infarmed e o Ministério da Saúde "têm de dizer aos médicos se estes continuam a usar o conceito, não só para esta substância, mas para todas as outras". O especialista afirmou que só esta quinta-feira teve acesso à carta da Roche, apesar de ter tido conhecimento da sua existência em Março/Abril através de colegas.
4. A Agência Europeia do Medicamento considera que o Hospital de Santa Maria actuou em desacordo com as recomendações relativas ao medicamento Avastin.
5. O Bastonário da Ordem dos Médicos desdramatiza a carta da Roche que alerta para a não utilização do medicamento Avastin para fins oftalmológicos.
6. O Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (CHLO) deixou de usar em Outubro 2007 o medicamento que terá agora causado cegueira a seis doentes, tendo-o substituído por um outro, «o único medicamento similar aprovado pelo Infarmed para uso oftalmológico».
7. O Avastin, que causou perda de visão a seis portugueses, já fora associado em 2008 a 361 reacções adversas em tratamentos oftalmológicos no Canadá. Os laboratórios responsáveis pelo Avastin alertaram a comunidade médica mundial para estas complicações, frisando que o medicamento não tem autorização oficial para uso oftalmológico.

No mínimo, a Administração do Hospital de Santa Maria deveria apresentar a sua demissão à Senhora Ministra da Saúde, apenas e só por uma razão, a responsabilidade de actos de má gestão têm que ter consequências.

Wednesday, July 22, 2009

Swine Flu III

Fonte: aqui.

British Airways and Virgin became the first carriers to monitor passengers at check-in and turn them away if they appeared to have flu. Airline and cruise companies said they were refusing to allow passengers on board who showed signs of the illness. And there was confusion over whether or not travel insurance would be valid to cover medical treatment or a cancelled holiday.

Tuesday, July 21, 2009

Uma história muito mal contada

Estamos fartos, mesmo muito fartos, da história de que há falta de médicos em Portugal. Aliás, esta história já vai em dezenas de anos, e mesmo apesar de: 1) terem aumentado as vagas em Faculdades de Medicina, quer através da existência de mais Faculdades, quer através da abertura de mais vagas; 2) ter aumentado o número de portugueses a cursarem medicina no estrangeiro; 3) ter aumentado o número de médicos estrangeiros em Portugal!

Há algo de muito mal contado, até porque nós sabemos que existem países na União Europeia (não falamos da África Sub-Sahariana) que têm um valor de médicos por 1.000 habitantes idêntico ou inferior ao de Portugal.

Mas, como em muitos sectores da sociedade portuguesa, a vergonha não existe, volta-se sempre a argumentações estafadas. Vejamos estas:
  • O número de médicos de família é "insuficiente" para suportar a reforma dos cuidados de saúde primários em curso, uma escassez que leva um grupo de peritos a defender um "plano de contingência".
  • O alerta e a sugestão constam de um documento elaborado por um grupo de trabalho da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) e que será apresentado quarta-feira, em Lisboa.
  • Concluem os peritos que "a evolução do número de profissionais nesta especialidade, entre 2008 e 2020, é negativa (-3 por cento)".
  • No documento prevê-se que, dos médicos em exercício no Serviço Nacional de Saúde (SNS) em 2007, 8 190 se reformem até 2020, correspondendo a 35,2 por cento do total dos profissionais.
  • Por outro lado, acrescenta, "é previsível que, entre 2010 e 2020, concluam os respectivos internatos cerca de 9 000 novos especialistas, dos quais cerca de 3 000 novos médicos de família".
  • O peso das saídas é, contudo, diverso nas diferentes regiões segundo a tipologia de carreira profissional considerada: no Alentejo e no Algarve as saídas incidem predominantemente sobre os profissionais afectos à carreira médica de clínica geral, enquanto em Lisboa e Vale do Tejo incidem sobretudo sobre a carreira médica hospitalar.

Estes Senhores Peritos da ARSLVT ainda não perceberam o mundo em que vivemos. Conseguem imaginar que a evolução de médicos entre 2008 e 2020 vai ser negativa, em 3%! Não deve haver nenhum governo ou organização tão precisos e teóricos no mundo. Alguém imaginaria a importância do Google em 1997? Ou a importância do Twitter? Ou que os canais de televisão generalista estariam em grande parte à beira da falência em 2009?

Será para exercícios teóricos como este, que os portugueses pagam impostos? Planificar, sim. Mas, antes de mais, bom senso. Infelizmente, este tipo de Senhores Peritos sujeitam-se às encomendas feitas!

Monday, July 20, 2009

O negócio bancário da saúde

Achamos estranho o interesse que alguns grupos bancários portugueses têm pelo negócio hospitalar: 1) BES/ Hospital da Luz; 2) CGD/ HPP; 3) BPN/ Grupo Português de Saúde.

Quando vemos isto: A Caixa Geral de Depósitos (CGD) e a HPP Saúde vão lançar um novo cartão destinado aos clientes das Unidades HPP Saúde e pretendem atingir 12 mil clientes até ao final do ano.

Que comentários teremos que fazer mais? Compre uma Coca-Cola, que nós damos-lhe um ingresso no Jardim Zoológico!

Está mesmo difícil vender "serviços hospitalares" em Portugal: O cartão de crédito HPP Saúde oferece descontos até 20% nas Unidades HPP, um programa de prevenção para a saúde através da emissão de vouchers para acesso a rastreios exclusivos, uma linha de crédito paralela para pagamentos fraccionados, com uma taxa de juro especial, para pagamentos realizados nas Unidades HPP Saúde e a possibilidade de estender todos estes benefícios a familiares.

Post Scriptum: Mas, a CGD parece que é um banco do Estado! Parece....

Thursday, July 16, 2009

Portugal contrata médicos uruguaios

Parece que sim. Depois dos médicos espanhóis, brasileiros, e dos países africanos de expressão portuguesa, agora temos: La Administración de Sanidad de la región portuguesa del Algarve va a contratar a médicos uruguayos ante el aumento de turistas en la zona durante el verano, según informó el presidente de la institución, Rui Lourenço.

Ora bem! Mais vale existirem médicos urugaios, do que não existirem nenhuns, é um facto. Triste, mesmo triste, é nós termos este fado da falta de médicos portugueses há décadas, e os governantes do Ministério da Saúde e do Ministério da Ciência e do Ensino Superior, pouco ou nada terem feito.

Mas, verdade, verdade, não é isto: "Tenemos que trabajar con los recursos humanos disponibles y faltan médicos en las principales localidades, tanto en el sector privado como en el público", aseguró Lourenço a la prensa portuguesa.

Não é verdade, porque temos a mesma capitação de médicos que a Finlândia, por exemplo, e este país não se queixa de ter falta de médicos.

Porque será, então, que faltam médicos em Portugal? Ou como aquele personagem, "onde está Wally?".

Post Scriptum: não temos nada contra os trabalhadores estrangeiros em Portugal, antes pelo contrário, têm contribuído muito para a riqueza nacional.

Wednesday, July 15, 2009

Será Portugal, um país de doidos?

Acreditamos que não. No entanto, as crises por que vão passando os portugueses, vão dando em depressões, quer económicas, quer emocionais.

Vejamos, este relato da Senhora Alta-Comissária da Saúde:
  • Os números já eram maus, mas em 2008 o consumo de calmantes e antidepressivos voltou a subir, afastando-se mais da meta definida no Plano Nacional de Saúde. Em vez das 92 doses diárias por mil habitantes, Portugal já regista 151, quatro vezes mais que a média na Europa.
  • "Estamos a falar de medicamentos vendidos nas farmácias. Ou os farmacêuticos os dispensam ou os médicos os receitam. O facto é que estão a subir. E é preciso saber porquê. Acho que esta questão merecia um estudo", refere, acrescentando também "que as pessoas pressionam cada vez mais" os profissionais de saúde para os obter.
  • Os números de 2008, a que o i teve acesso, mostram que nos últimos seis anos o recurso a ansiolíticos, hipnóticos, sedativos e antidepressivos aumentou 32%. Quando o Plano Nacional de Saúde foi criado, em 2004, o objectivo era reduzir 20% até 2010. Muito longe dos números actuais. A crise económica e o desemprego não ajudam.
  • O problema é admitido pelos médicos. "O abuso está generalizado: das pessoas que pressionam os médicos e os farmacêuticos para obter estes medicamentos, aos médicos que também têm uma cultura de prescrição excessiva", admite o psiquiatra Pedro Varandas. Ao contrário do resto da Europa, onde "há regras apertadas e um culto anticalmantes", Portugal "exagera".

Pois é, Senhora Alta-Comissária da Saúde, aqui nos deixa um grande desafio para si! Não é só os custos relacionados com os fármacos que nos preocupam, são também os efeitos de habituação que aqueles medicamentos criam, e sobretudo as eventuais ligações perigosas entre Laboratórios farmaceuticos e prescritores.

Direitos na saúde

Para nós, era claro que todo e qualquer cidadão teria direito a ser acompanhado no caso de estar a ser objecto de tratamento num hospital ou centro de saúde. Quer fosse idoso ou criança, ou qualquer outro cidadão.

Em Portugal, tudo serve para criar mais uma Lei. Mas, uma Lei que apenas permite que se pratique bom senso? Mais uma Lei para criar confusões? Bem, antes esta Lei do que outras.

Mas como em Portugal, até o óbvio e o bom senso, têm obstáculos! Vejamos quais são: A lei admite que nem todos os serviços de urgência podem garantir este direito a acompanhante e, por isso, define o prazo de um ano para a realização, de obras de forma a preparar as instalações.

Como? Há hospitais que não têm espaço para que os doentes tenham apenas um acompanhante, em situação de urgência? Bem, sabemos que há hospitais que não têm espaço sequer para que os doentes fiquem numa urgência, pois estes ficam muitas vezes nos corredores!

Concedemos, que este detalhe da Lei, é um valor acrescentado: o acompanhante tem direito a "informação adequada e em tempo razoável sobre o doente", nas diferentes fases do atendimento, excepto quando há "indicação expressa em contrário do doente" e "matéria reservada por segredo clínico".

Queremos ver na prática, este último aspecto.

Monday, July 13, 2009

Teste de Alzheimer

Fonte: aqui.

Question: How do you know if a person with Alzheimer's is close to the end? Are there signs?

Answer: Most patients will follow a series of changes as they progressively deteriorate as a result of Alzheimer's dementia. Patients in their final months will become less interactive, lose the ability to speak and communicate and become incontinent of both stool and urine. They eventually become bed-bound, as they no longer are able to walk or transfer.

They will no longer remember to eat, and often push food away if fed, and have progressive weight loss. As a result of these changes, they are more susceptible to infections such as pneumonias and urinary tract infections and are admitted to the hospital more frequently.

They may also develop bed sores and contractures (inability to extend and flex their joints). Some individuals become more agitated and disruptive. Other patients become withdrawn. Regardless, in these final stages, these individuals will require total assistance for all of their activities of daily living.

Sunday, July 12, 2009

A América em dieta?

Vivemos tempos de depressão económica, ainda que sem ser em estado de violência. Por enquanto. Não é possível readaptarmo-nos a um novo ciclo de vida do planeta, sem uma dieta concreta por parte dos que gastam e consomem mais (sobretudo os 1.000 milhões de cidadãos do hemisfério norte).

O Presidente Obama emergiu numa época difícil, mas de outra forma, nunca teria chegado a Presidente! Quer Obama, atribuir a saúde para todos os Americanos, à semelhança do que se passa em vários países europeus, na mesma altura em que estes se sentem em presssão para reduzir a comparticipação dos Estados na saúde.

A quadratura do círculo. Pois. Vejamos as propostas da Dr. Maya Rockeymoore Cummings, para uma América mais saudavel:
  • There is only one viable solution: ask Americans to lose weight and give them the tools to keep it off. The waistlines of Americans young and old are expanding and the costs of related chronic diseases—like Type 2 diabetes, heart disease, kidney disease and stroke—are exploding alongside the obesity epidemic. Our nation’s obesity problem is costing the country more than $117 billion per year in direct medical costs and indirect costs related to reduced worker productivity and absenteeism. And experts agree that rising rates of obesity-related chronic diseases are driving higher annual medical expenditures.
  • we must create a primary prevention system on top of an expanded healthcare system that supports Americans in their effort to lose weight.
  • the adoption of a wellness tax credit tied to wellness insurance utilization rates and health outcomes would create an economic incentive for Americans of all backgrounds to eat healthier and be more physically active.
  • For decades, corporations have been encouraging their employees to participate in wellness programs as a way to reduce costs and enhance their bottom lines. The efficacy of this approach has been proven in the private sector, now we must give a broad base of American workers access to wellness services.
  • The final part of the plan involves adopting and implementing community and school-based policies that support healthy eating and active living. Most Americans live in what researchers call “obesogenic environments” that encourage sedentary lifestyles and unhealthy eating.

Pois é, sem ser pessimista, não será em dois mandatos que isto acontecerá nos EUA. Pois é, Barack Obama não vai cumprir a sua promessa de "global healthcare coverage" for everybody!

Finalmente, é preciso ter em conta que cerca de 7.000 milhões de pessoas no planeta (sobretudo do hemisfério sul) não lutam ainda por uma saúde global, mas antes por um prato de arroz diário.

Wednesday, July 08, 2009

SNS: os portugueses confiam?

Parece que sim, segundo um estudo do Prof. Villaverde Cabral.

Vamos tentar resumir algumas das conclusões do estudo:
  • No ano passado, os utilizadores do serviço público aumentaram de 84,8% para 89,9% em relação a 2001.
  • O resultado mais negativo (43,2%) em relação ao SNS são os tempos de espera, que subiu cerca de 20% para uma consulta, quer nos hospitais quer nos centros de saúde. Mas, na globalidade, os 3.039 inquiridos estão mais satisfeitos do que em 2001 com os cuidados de saúde públicos em Portugal.
  • Os portugueses que não têm médica de família são agora menos, de 15 para quase 8%, e as opiniões positivas acerca das consultas externas hospitalares aumentaram 12% nos últimos sete anos.
  • O grau de satisfeitos em relação às urgências também subiu, de 39 para quase 45%.

Mas, saúde é também esta realidade: Os idosos e os pobres, sobretudo estes últimos, continuam a recorrer, maciçamente, ao Serviço Nacional de Saúde.

Pois. Copo meio cheio e meio vazio. Somos dos que consideramos que o SNS não é mau, é até aceitável em algumas áreas. Mas, cuidado com a chamada "auto-avaliação", é que o estudo do Prof. Villaverde Cabral foi encomendado pelo Ministério da Saúde. Pois!

Tuesday, July 07, 2009

Hospital de Braga II

Fonte: aqui.

Diz-se há muito, que houve um General Romano que afirmou que "haveria um povo na Peninsula Ibérica que não se governava, nem se deixava governar". Não sabemos se estaremos a falar de uma lenda ou de verdade.

Mas, que parece que em Portugal, a gestão, o planeamento e a organização, deixam muito a desejar, é um facto. Ainda que se façam muitas obras, com muitas derrapagens, polémicas e cheiro a tráfico de influências!

Mas, pelos vistos, em Portugal aprende-se pouco com os erros, o que é lamentável. Aqui vai mais um de palmatória:
  • É mais uma polémica em torno da construção do novo Hospital de Braga: apesar de decorrerem há cerca de seis meses, as obras não têm ainda visto do Tribunal de Contas.
  • o secretário de Estado da Saúde, Manuel Pizarro, garantiu que, "mesmo que o Tribunal de Contas exija algum acerto no contrato de concessão, a construção do novo hospital de Braga é um processo irreversível".
  • "Estamos perante um processo muito complexo", disse o governante, sublinhando a necessidade de "respeitar integralmente os termos da lei".

Como é que um "governante" pode afirmar que tem que se aplicar integralmente a lei, e simultaneamente que é possível contornar ou "acertar" alguma incorrecção daquilo que está assinado?

Pior, estamos perante um parceiro de negócio do Estado, no Hospital de Braga, que foi dado como incompetente para se negociar no Hospital Amadora Sintra. Mas, pelos vistos, já serve para o novo Hospital de Braga!

Melhores dias virão. Assim o esperamos.

Sunday, July 05, 2009

Ainda há estado de direito?

Não é sem alguma incredulidade, que vemos o Estado português a actuar desta forma:
  • O Estado não vai poder usar o nome de Todos-os-Santos para o novo mega-hospital de Lisboa, a construir em terrenos do Parque da Bela Vista, até 2012 (ver caixa). Pelo menos por enquanto. E se o fizer pagará uma multa de 500 euros por cada dia que utilizar aquela designação em qualquer documento ou meio de divulgação. É isto mesmo que determina uma sentença do Tribunal de Comércio de Lisboa de 16 de Junho, que vem dar razão à providência cautelar interposta pela clínica privada de Todos-os-Santos, que não quer ver o seu nome confundido com o do hospital.
  • O Ministério da Saúde, por seu lado, defende-se dizendo que a clínica é uma unidade privada de saúde, enquanto o hospital é uma unidade integrada no Serviço Nacional de Saúde, para a prestação "tendencialmente" gratuita de cuidados de saúde a todos os cidadãos. Pelo que considera não existir entre as duas entidades "qualquer relação de concorrência", lê-se no documento.

Nós sabemos que o Estado representa todos os cidadãos. Mas, esse mesmo Estado não pode atropelar alguns dos cidadãos, até porque não nos parece que estejamos perante um nome de hospital único e que tenha que ser de posse de todos nós (como seria o exemplo de um Hospital da Liberdade, ou Hospital de Portugal).

Mas, o Estado português não é detido por todos os cidadãos, como querem fazer crer os empregados do Ministério da Saúde. O Estado português está, neste momento, controlado por um grupo de pessoas, que acham que o estado é seu, e que representam de qualquer forma todos os portugueses!

Até quando se manterá este Estado quase autoritário? Até quando a maioria dos portugueses quiserem. Apenas e só, até quando os cidadãos mal representados acordarem e derem um murro na mesa.

Post Scriptum: O ministério da Saúde se tem falta de criatividade para criar um novo nome para um hospital, que lance um Concurso de Ideias. Nós alvitramos um nome: Hospital de Santo António de Lisboa.

Wednesday, July 01, 2009

Obesidade nos EUA


Fonte: aqui.

In 31 states, more than one in four adults are obese, says a new report from the Trust for America's Health and the Robert Wood Johnson Foundation.

Health economists once made the harsh financial calculation that the obese would save money by dying sooner. But more recent research instead suggests that better treatments are keeping them alive nearly as long — but they're much sicker for longer, requiring such costly interventions as knee replacements and diabetes care and dialysis. Medicare spends anywhere from $1,400 to $6,000 more annually on health care for an obese senior than for the non-obese.