Ao que chegou a irresponsabilidade em Portugal. Pior, irresponsabilidade ao nível das castas mais elevadas da nação: médicos, administradores hospitalares, farmaceuticos, Altos funcionários públicos, entidades reguladoras. Vejamos o que faz agora a classe criminal, perante isto: No sábado passado foi recebido um telefonema anónimo no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, que indicava que, juntamente com o fármaco Avastin que deveria ter sido injectado nos seis doentes operados há dez dias, foi colocada outra substância, tóxica para os olhos. Essa, segundo a teoria avançada na chamada, teria sido a causa da perda de visão dos seis pacientes que continuam internados na unidade hospitalar.
Qual terá sido o móbil do crime? Denegrir a imagem do SNS? Arrasar com um dos mais velhos e prestigiados hospitais públicos? Deixar na lama, a classe médica? Arranjar mais um ponto fraco ao governo Sócrates? Sim, o que poderá estar por detrás de um "atentado" deste tipo?
Descansemos que quem anda por aí a tentar decifrar o Caso BPN ou o Caso BPP, assim como o Caso Casa Pia, ou o Caso Vale e Azevedo, parece que vai agora tentar perceber se houve crime em Santa Maria: A Procuradoria-Geral da República decidiu instaurar um processo-crime para investigar as circunstâncias em que seis doentes tratados no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, ficaram cegos.
Pois é, alguém está cego, após ter sido objecto de uma intervenção cirúrgica num hospital do Estado. E a responsabilidade é de quem? Será:
- da Administração do Hospital?
- da Direcção Clínica?
- da Direcção do Departamento Clínico de Oftalmologia?
- da Direcção de equipa cirúrgica?
- da Área farmacêutica do hospital?
- do Laboratório que produz o Avastin?
- do Pilatos?
Pois é, aguardemos que a PGR e os Tribunais portugueses daqui por uns quantos anos, vão dizer que a culpa foi do Pilatos!